Foto: Hugo Barreto/Metrópoles.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, durante o quadro Conversa com o Presidente — diretamente de Bruxelas, na Bélgica —, a China. Segundo o mandatário brasileiro, durante a COP de 2009, os países ricos entraram em acordo para acusar o asiático pela poluição mundial, mas o Brasil, segundo o presidente, não aceitou.
“A primeira COP [Conferência das Partes – Conference of the Parties] que eu participei para discurtir a questão ambiental foi em 2009, na Dinamarca. Naquela COP, havia uma comunhão de interesse dos países ricos para culpar a China pela poluição do mundo”, contou Lula.
“[…] Todo mundo queria culpar a China, e o Brasil disse ‘não’. A gente não vai culpar a China porque teve gente poluindo o planeta antes da China. Não foi a China que fez a revolução industrial. A revolução industrial que poluiu o planeta, vem de 200 anos atrás. Eu quero saber se as pessoas estão pagando a dívida que têm com o planeta Terra”, pontuou o mandatário.
De acordo com Lula, o encontro, à época, também serviu para que os mesmos países que acusaram, segundo ele, a China, fizessem promessas ambientais que nunca cumpriram.
“Ali, as pessoas prometeram que dariam US$ 100 bilhões por ano para ajudar a cuidar do planeta. Até agora, não deram e me parece que não querem dar. Eu disse na reunião que é melhor dizer a verdade: se não quer dar o dinheiro, diga que não quer dar. Não fica alimentando de ilusão os países pobres”, completou Lula.
A revolução industrial foi um processo tecnológico histórico que teve início na Inglaterra, em meados do século 18 e se espalhou rapidamente pelo restante do mundo. Foi com a revolução industrial que começaram a ser criados os processos mecanizados para substituir a força bruta e animal e, consequentemente, aumentar a produção em larga escala.
Créditos: Metrópoles.
Último Minuto: PGR quer acesso a postagens de Bolsonaro depois de pedir dados dos seus seguidores
Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira, 17, que as plataformas de redes sociais apresentem todas as postagens feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro sobre eleições, urnas eletrônicas e assuntos envolvendo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Supremo Tribunal Federal (STF) e as Forças Armadas.
O pedido foi feito pelo subprocurador Carlos Frederico Santos e enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Não há prazo para decisão.
Se o envio dos dados for determinado pelo ministro, as informações vão embasar as investigações sobre eventuais manifestações de Bolsonaro a favor dos atos de 8 de janeiro e manifestações antes da data.
Bolsonaro foi incluído na investigação após publicar, no dia 10 de janeiro, um vídeo que questionava a legitimidade do resultado das eleições de 2022. A postagem foi apagada após a repercussão do caso, mas Moraes determinou que as plataformas preservem o material.
Na solicitação, Santos também quer a lista completa com os nomes e dados de identificação dos seguidores do ex-presidente nas redes sociais.
A PGR ainda pediu às redes sociais os dados sobre número de visualizações, curtidas, compartilhamentos e comentários nas postagens de Bolsonaro.
Fonte: Agência Brasil.
O presidente do PL na Bahia, João Roma, avaliou que não teme a fuga de votos após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, mas a insegurança jurídica que grassa a partir de decisões que, na avaliação do ex-ministro da Cidadania, representam “dois pesos e duas medidas” nas cortes superiores.
“A maior preocupado do PL não é com a dispersão dos votos de quem votou no presidente Jair Bolsonaro, pois se observa que esse espectro do eleitorado se mantém muito unido em defesa das bandeiras que representaram quase 50% do eleitorado nacional. Nossa maior preocupação é com a segurança jurídica no Brasil”, disse Roma, em entrevista à Rádio A Tarde FM, de Salvador, nesta segunda-feira (17).
Roma salientou a existência de declarações inoportunas, como a do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que afirmou ter derrotado o bolsonarismo. “O próprio presidente Bolsonaro, quando percebeu a manobra para atacá-lo, disse que poderia ficar inelegível, mas ressaltou que ainda é um ótimo eleitor no Brasil”, revelou o dirigente do PL na Bahia.
João Roma também criticou o governo que o PT realiza na Bahia ao pontuar a crescente crise de insegurança pública por que passa o estado. “Nenhum município vai conseguir resolver a questão da segurança se não houver uma ação determinada do Governo do Estado da Bahia. O governo não tem conseguido sanar uma invasão que a Bahia vem sofrendo do crime organizado”, destacou Roma, ao comentar temas que podem ser tratados nas eleições municipais de 2024.
O presidente do PL na Bahia reiterou sua pré-candidatura à Prefeitura de Salvador, embora tenha destacado que não tem dificuldades para dialogar com o atual prefeito e provável candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil). Roma voltou a mencionar que a única impossibilidade de aliança com o prefeito da capital seria a união dele como o petismo na Bahia ou no Brasil.
Ao falar de prioridades para a capital baiana, o ex-ministro da Cidadania enfatizou a melhoria do cenário econômico. “É necessário termos liberdade econômica, um ambiente fluido para que as pessoas possam desenvolver sua vida”, justificou Roma. Ele comentou que essas dificuldades no campo da segurança pública e da liberdade econômica têm feito Salvador perder protagonismo em relação a outras capitais nordestinas como Fortaleza (CE).
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.
A arrastada negociação entre o presidente Lula e o comandante da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a entrada do grupo político do deputado, o Centrão, na base governista leva em consideração as tradicionais moedas de troca nesse tipo de transação: distribuição de cargos e liberação de recursos orçamentários. Longe dos holofotes, outro ponto pode ter peso decisivo no resultado final das conversas em curso: a investigação que apura se houve crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de equipamentos de robótica por municípios alagoanos, inclusive com emendas indicadas por Lira.
Um dos assessores mais próximos do deputado foi alvo de uma ação da Polícia Federal, o que levou os advogados de Lira a pedirem a suspensão da investigação, sob a alegação de que o alvo verdadeiro, mesmo que oculto, era o próprio parlamentar. Por isso, o caso deveria tramitar não na primeira instância, como ocorria, mas no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes concordou com a tese e suspendeu a investigação. A vitória judicial momentânea não foi suficiente para acalmar totalmente o presidente da Câmara. As informações são da Revista VEJA.
Em conversas reservadas, ele culpa o ministro da Justiça, Flávio Dino, pela ofensiva da PF sobre seu assessor e alega que o objetivo é mesmo atingi-lo. Por enquanto, restringe as críticas a Dino e poupa Lula, dando ao presidente o benefício da dúvida. Hoje, Dino está no topo dos alvos da ira, das reclamações e das frituras do deputado, uma lista recheada de políticos de primeiro escalão.
Lira já se estranhou com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os dois seriam responsáveis pela desarticulação da base governista na Câmara e não conseguiriam honrar os acordos políticos fechados, frustrando, assim, os deputados. Nas conversas com o Planalto, Lira também já deixou claro o interesse do Centrão de assumir o Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade. Mais recentemente, seus aliados passaram a divulgar o sonho de comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, que toca o Bolsa Família.
O Centrão quer a Saúde para controlar uma pasta bilionária, com atuação direta nos municípios e, por isso, com potencial de render dividendos eleitorais. No caso de Flávio Dino, o pano de fundo é outro, meramente pessoal: a raiva de Lira.
Créditos: VEJA.
O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, e Jullyene Lins viveram um relacionamento por dez anos, desde 1996. No dia 5 de novembro de 2006, seis meses após terem se separado, Jullyene diz ter sido agredida e estuprada pelo parlamentar depois de ele saber que ela estaria se encontrando com um homem. “Ele dizia: ‘Sua puta, sua rapariga, você quer me desmoralizar?’, enquanto puxava meu cabelo e me batia. Quando me deu uma rasteira, eu caí, e ele começou a me chutar”, contou Jullyene, 48, a Universa, repetindo o depoimento dado à polícia de Alagoas há 17 anos e que consta no boletim de ocorrência, registrado no dia da agressão relatada e ao qual a reportagem teve acesso.
Universa também teve acesso ao processo que ela moveu na Justiça alagoana contra Lira por violência doméstica, aos depoimentos de quatro testemunhas e ao laudo médico que atestou hematomas nas pernas e nos braços. O caso se estendeu até 2015, quando o Lira já era deputado federal e deveria ser julgado pelo STF(Supremo Tribunal Federal). Foi absolvido após Jullyenne mudar seu depoimento. Hoje, ela diz que foi ameaçada por ele: se não retirasse a queixa, perderia a guarda dos dois filhos, hoje com 17 e 23 anos.
A reportagem procurou o deputado Arthur Lira e pediu uma entrevista, assim como a que foi feita com Julyenne. Por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “não está respondendo a qualquer veículo sobre esse assunto de ordem familiar”. Mesmo após insistência e envio de perguntas e das declarações de Jullyene que seriam publicadas, a resposta foi de que, por decisão dele e de seus advogados, não haveria manifestação.
No boletim de ocorrência, Jullyene disse que foi ameaçada de morte. Consta no documento que ele batia nela “dizendo que ia matá-la para ficar com os filhos”. O caso ocorreu após ele ter tido “ciúme por a mesma estar almoçando com outra pessoa”, ainda segundo o B.O.
Em janeiro de 2021, quando Lira era candidato à presidência da Câmara, Julyenne revelou as agressões ao jornal “Folha de S.Paulo”. Em junho deste ano, em uma entrevista para a Agência Pública, Jullyene falou pela primeira vez sobre a violência sexual que diz ter sofrido naquele mesmo dia. O relato foi confirmado a Universa e complementado com a informação de que ela demorou para entender que havia sofrido um estupro.
“Tive o entendimento há uns três ou quatro anos, vendo reportagens e divulgações na internet sobre o assunto. Me senti enojada, suja, horrível”, diz.
Segundo Julyenne, o presidente da Câmara telefonou para ela e questionou o fato de ela estar em um barzinho, falando que ia até sua casa para que eles conversassem pessoalmente. “Quando abri a porta, ele já me deu um soco. Começou a me chutar. Foi muito humilhante”, conta. A violência, segundo ela, escalonou.
Arthur Lira teria empurrado ela contra a parede, a esganado e dito: “Você está procurando homem? Não quer homem? Tá, vadia? Tá atrás de homem pra fu***?”. Nesse momento, diz, foi violentada.
“Ele ficou por cima de mim. Eu esperneava, gritava, pedia socorro, enfim. Ele fez o ato e eu não consegui me desvencilhar. Só escapei no momento em que ele foi se arrumar. Mas já estava muito machucada. Corri para a cozinha. Vi a babá do meu filho e pedi para ligar para minha mãe. Mas ele me puxou pelo braço e continuou as agressões”, relata. Ela afirma que era agredida com tapas também na hora da violência sexual.
A mãe e o irmão de Jullyene foram até sua casa. “Minha mãe o tirou de cima de mim”, conta.
O relato da babá à polícia confirma a versão de Jullyene, assim como os do irmão e da mãe dela, que dizem tê-la encontrado caída no chão.
Ao chegar à delegacia, em Maceió, Jullyene diz ter “travado”. “Era um lugar cheio de homens, eu ia falar de uma pessoa conhecida, que era deputado estadual”, diz, referindo-se ao cargo que Lira ocupava na Assembleia Legislativa de Alagoas. “Eu ia falar que tinha sido violentada sexualmente e me responderiam: ‘Mas ele é seu marido. Qual o problema?'”, conta. No depoimento dado à Justiça, Jullyene diz que ouviu de Arthur Lira outra ameaça: “Onde não há corpo, não há crime.”
No laudo do exame de corpo de delito realizado em Jullyene, ao qual Universa teve acesso, os peritos atestaram que houve “ofensa à integridade corporal e à saúde da paciente”. Ela apresentava hematomas nas seguintes regiões: lombar, glúteo, rosto, coxas, antebraços e parte posterior das pernas.
Arthur Lira foi intimado duas vezes a prestar depoimento sobre a denúncia, mas não compareceu à 1ª Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres, de acordo com documento assinado pela titular, Fabiana Leão Ferreira.
O desembargador Orlando Monteiro Cavalcanti Manso relatou no processo o desprezo de Lira pela justiça de Alagoas. Em declaração, disse que um oficial de Justiça ouviu do político: “Eu recebo já essa merda”, ao tentar lhe entregar uma intimação. Arthur Lira chegou a ser afastado de suas funções como deputado após esse comportamento e, apesar de Manso ter dado voz de prisão por coação do curso do processo, não houve punição.
O magistrado disse, ainda, que no curso do processo, “tornou-se clarividente a personalidade violenta do réu, não só com sua ex-esposa”.
Manso não julgou o caso. Em 2011, quando Lira assumiu seu primeiro mandato como deputado federal, o processo foi transferido para o STF.
Arthur Lira foi julgado e absolvido em 2015, nove anos após a denúncia, quando já estava exercendo seu segundo mandato na Câmara dos Deputados. A decisão coube ao STF —o placar da votação foi de 5 a 3. Tanto Jullyene quanto seus familiares e a babá mudaram seus depoimentos no processo. Ela detalha o motivo:
“Ele foi à minha casa, me ameaçou. Não sei nem como conseguiu entrar no condomínio. Bateu na mesa e eu até assustei. Perguntei o que estava fazendo ali, e ele falou que eu ia mudar meu depoimento, falar que me enganei, que estava medicada, alguma coisa, ou iria tirar meus filhos de mim”, conta Jullyene.
A reportagem questionou a equipe do deputado sobre essa acusação especificamente, mas não houve resposta.
“Ele dizia: ‘Vou tirar os meninos de você e vou acabar com a sua vida. E você vai me pagar se não fizer isso. Acabo com a sua vida. Dentro de Alagoas, do Brasil, você não vai ser ninguém’. Jullyene conta que ficou com medo e pediu à mãe, ao irmão e à babá que também mudassem o depoimento.
“Sou responsável por isso e não me isento da minha culpa.” Hoje, ela não tem mais contato com os filhos e chora ao falar deles.
Jullyene não sabe se vai abrir outro processo contra Arthur Lira por violência sexual. “Tenho que falar com meus advogados. Eles estão vendo como podemos proceder, porque ele já foi inocentado. Então não se ainda dá ou se vai valer a pena”, disse a Universa.
Questionada sobre por que voltar a falar sobre o que viveu, ela diz que tomou a decisão “para encorajar outras mulheres” a denunciarem.
Se você está sofrendo violência doméstica, seja ela física ou psicológica, ou conhece alguém que esteja passando por isso, pode ligar para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher. Funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo Whatsapp no número (61) 9610-0180.
Para denunciar formalmente, procure a delegacia próxima de sua casa ou então faça o boletim de ocorrência eletrônico, pela internet.
Outra sugestão, caso tenha receio em procurar as autoridades policiais, é ir até um Cras (Centro de Referência de Assistência Social) ou Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) da sua cidade. Em alguns deles, há núcleos específicos para identificar que tipo de ajuda a mulher agredida pelo marido precisa, se é psicológica ou financeira, por exemplo, e dar o encaminhamento necessário.
Informações UOL
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que, no governo, “eventualmente tem fogo amigo”. Segundo ele, as tensões políticas com o Congresso no começo da atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram “previsíveis e naturais”, mas houve um “processo de distensionamento” na relação entre os Poderes.
“Na política não tem vácuo. Como existia um completo vazio de governança de gestão do Executivo, esse espaço foi ocupado por muitos outros atores institucionais. Na medida em que o governo passa a existir, a ocupar o seu devido lugar, as coisas vão se acomodando”, declarou em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (16.jul.2023). Questionado sobre “intrigas” no Palácio do Planalto, respondeu: “Eu não nego que eventualmente tem fogo amigo, gente que planta notícias”.
Rui Costa disse que esse “fogo amigo” não foi algo que vivenciou como governador da Bahia. “Você via muito mais unidade e time jogando, do que eventualmente, às vezes, se percebe aqui. O que mais me incomoda é a inverdade e a mentira”, afirmou, acrescentando: “é um negócio que a mim me incomoda profundamente, essa era da fake news, da notícia plantada, porque a velocidade da informação é muito grande”.
Sobre a relação com o Congresso, o ministro declarou que conseguirá a partir de agora “abrir a agenda” para interlocução com congressistas. “Mas, se for para discutir assuntos que não são da minha parte, da articulação política, não tem condição”, disse.
“A ênfase do presidente foi, desde o início, pedir que eu me concentrasse na gestão de governo e que resistisse ao máximo para não entrar na articulação política. Humanamente não tem como fazer as duas coisas”, afirmou.
Ele disse que não pretende participar da articulação política. “Se, eventualmente, em reuniões de coordenação, o presidente solicita opinião, eu posso eventualmente dar. Mas eu não faço e não farei essa articulação”, declarou.
Segundo Costa, a aprovação de medidas econômicas no Congresso foi simbólica. “Houve um processo de distensionamento. Muita reunião, muito café, muito almoço, muito jantar, e isso vai ajudando a distensionar. Houve a diminuição também de intrigas, de fofocas, de disse me disse. Até dissuadir disso, leva um tempinho”, declarou.
Sobre eventuais mudanças na composição do governo, ele afirmou ser “indevido” que ministros façam especulações. “Isso fragiliza o governo. Se cada ministro ficar dando palpite não dará certo”, disse, acrescentando: “As composições e mudanças, o presidente fará. E quando ele fizer, troca um diretor de empresa, um superintendente, um ministro, e acabou. A vida segue e o governo segue”.
Rui Consta falou das prioridades do governo no 2º semestre. A número 1, segundo ele, é o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Estamos trabalhando com a perspectiva de R$ 60 bilhões por ano, fora concessões e PPPs [parcerias público-privadas]”, afirmou.
Informações Poder 360
Foto: Montagem sobre fotos de reprodução
Figura influente no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a campanha do ano passado, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, é uma das apostas do governo para impulsionar a popularidade da gestão nas mídias digitais. Além de atuar como uma espécie de influenciadora informal do Planalto, a socióloga também usa as próprias redes sociais para defender ministros e elogiar aliados, que chegam a ganhar cargos na estrutura federal.
No início de julho, pouco depois de Jean Wyllys retornar de um autoexílio de quatro anos nos Estados Unidos, Janja foi a primeira figura vinculada ao governo a aparecer publicamente com o ex-deputado federal. “Dia de dar um abraço apertado no nosso Jean Wyllys e de dizer pessoalmente como é bom tê-lo de volta. O Brasil é seu!”, escreveu a primeira-dama, junto de um vídeo ao lado do ex-parlamentar — horas mais tarde, ele também apareceria em uma foto com o próprio Lula.
Em abril, Janja já havia compartilhado nas redes um encontro anterior com Jean, durante uma agenda internacional de Lula em Madri, capital da Espanha. “Estamos te esperando de braços e corações abertos. Volta logo pra casa”, postou a primeira-dama na ocasião.
Uma semana após ser recebido por Janja, o Planalto informou, na última quinta-feira, que Jean assumiria um cargo na Secretaria de Comunicação Social (Secom), órgão vinculado diretamente à Presidência da República. Segundo o divulgado na ocasião, o “jornalista e escritor baiano irá atuar como assessor no planejamento de comunicação do governo”.
Outro nome que caiu nas graças de Janja foi o da influenciadora digital de economia popular Nath Finanças, convidada pela primeira-dama, no fim de junho, para participar de uma transmissão ao vivo sobre o programa Desenrola, que prevê a renegociação de dívidas. Nath também integra, desde maio, o CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, ou apenas Conselhão). Ela soma mais de meio milhão de seguidores no Instagram e no Twitter.
Janja e Nath costumam trocar afagos carinhosos nas redes sociais. Em setembro do ano passado, a influenciadora postou uma foto com o então candidato e escreveu: “É Lula no primeiro turno”. Janja respondeu: “Linda! Adorei te conhecer”. Em maio, na véspera do anúncio de seu nome como integrante do Conselhão, Nath postou que estava “indo para Brasília”. A primeira-dama cobrou: “Vou ganhar um abraço?”. “CLAROOOO”, retrucou a jovem, em tom efusivo e com um emoji de coração.
A mulher de Lula também vem tentando empregar sua influência a favor de ministros. Em meio a notícias sobre a cobiça do Centrão em relação à pasta de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Janja surgiu ao lado do titular Wellington Dias. “O coração do governo, a menina dos olhos do Lula está aqui, onde estão todos os programas e as políticas públicas que mais podem ajudar o Brasil a sair da pobreza”, disse ela na gravação. Dias depois, na última quinta-feira, o próprio presidente ecoou o discurso da primeira-dama: “Esse ministério não sai”, resumiu.
Outra ministra que aparece frequentemente com Janja é Margareth Menezes, da Cultura, cujo nome foi indicado ainda na transição pela própria primeira-dama, que venceu uma queda de braço com a cúpula do PT, focada à época em um nome mais afeito ao universo político. A cantora também já esteve em lives com a socióloga, como um encontro sobre a Lei Paulo Gustavo em junho. “Janja é uma nova primeira-dama, ela é ativa”, elogiou Margareth em entrevista ao UOL.
Janja estende seus afagos a outros nomes, como o da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann. Em uma postagem no fim de junho, a primeira-dama chamou a parlamentar de “futura senadora”, em alusão a uma possível cassação de Sergio Moro (União-PR), que é alvo de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda em tramitação. O gesto incomodou o ex-juiz da Lava-Jato: “A fala da esposa de Lula foi uma falta de respeito aos 1,9 milhão de eleitores paranaenses que me escolheram para o Senado e igualmente à Justiça eleitoral”, reclamou Moro.
Créditos: O Globo.
O presidente do Senado destacou ainda que se um pedido de impeachment for apresentado, deverá ser apreciado com “independência”.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou como “infeliz” a fala do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, sobre “derrotar o bolsonarismo”. Segundo Pacheco, ainda não foi apresentado nenhum pedido de impeachment por parte dos senadores, mas, caso seja protocolado, será apreciado com “independência”.
“A presença do ministro em um evento de natureza política com uma fala de natureza política é algo que reputo infeliz, inadequado, inoportuno e o que espero é que haja por parte do ministro Barroso uma reflexão em relação a isso, eventualmente uma retratação”, pontuou.
O senador lembrou quando também se manifestou para defender Barroso diante dos ataques feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) contra o ministro.
“Tão inadequado quanto o ataque já sofrido pelo ministro Luís Roberto Barroso também, evidentemente, foi muito inadequada, inoportuna e infeliz a fala do ministro Barroso em evento da UNE”, avaliou o presidente do Senado em discurso nesta quinta-feira (13).
Pacheco fez um pronunciamento no púlpito da Presidência do Senado após dizer que recebeu diversos telefonemas de parlamentares que criticaram a postura de Barroso na noite de quarta-feira (12).
Em evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), Barroso disse que: “Já enfrentei a Ditadura e já enfrentei o bolsonarismo, não me preocupo”. Em seguida, o ministro enfatizou em seu discurso: “Saio daqui com as energias renovadas pela concordância e discordância porque essa é a democracia que nós conquistamos”.
O Congresso da UNE acontece em Brasília até o dia 15 de julho e Barroso participou da abertura do evento.
Pacheco defendeu “independência” na análise de possível pedido de impeachment
Pacheco foi questionado sobre um possível pedido de impeachment do ministro do STF e afirmou que, caso seja formalizado, deverá ser analisado com “independência”. O parlamentar destacou, no entanto, que nenhuma solicitação formal foi protocolada ainda.
“Sempre disse que pedidos de impeachment devem ser analisados. Cada caso deve ser analisado. Havendo um pedido, e sei que há um movimento de coleta de assinaturas nesse sentido, me caberá apreciar, com toda independência e decência que se exige numa apreciação dessa natureza”, defendeu.
Ao longo de sua declaração, o presidente do Senado enfatizou o seu respeito pelo ministro, mas avaliou que não cabe ao Poder Judiciário manifestar-se politicamente. “Todos nós temos o direito de errar, de ter uma fala infeliz em algum momento. Barroso tem extraordinárias qualidades, inteligência, capacidade, espírito público, patriotismo, não há dúvida. Mas não cabe ao poder Judiciário fazer manifestação de cunho político em relação a uma ala política”, pontuou.
Informações CNN
O senador Rogério Marinho (PL-RN, foto) afirmou, nesta quinta-feira (13), que o PT teve mais aliados do que a oposição imaginava, referindo-se ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, que, em evento da UNE, celebrou a derrota do bolsonarismo.
“Aparentemente o PT teve mais aliados do que imaginávamos”, escreveu no Twitter o ex-ministro e líder da oposição no Senado.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que a oposição pedirá o impeachment de Barroso.
Créditos: O Antagonista.
Em uma fase mais pragmática dos que nos mandatos anteriores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contemporizou a bandeira de inclusão de minorias nos espaços de poder e optou por reduzir a participação feminina no Judiciário e no governo.
Levantamento realizado pelo UOL mostrou que, nos primeiros cinco meses de governo, Lula escolheu homens para 73% das vagas do Judiciário. Foram nomeados 33 juízes para vagas no Judiciário de todo o país. Desses, 24 são homens, e nove, mulheres. Foram escolhidos integrantes para tribunais de segunda instância, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o STF.
Nas últimas semanas, o presidente tem rifado ministras da Esplanada em troca de acomodar o centrão no governo. Primeiro, a titular da pasta do Turismo, Daniela Carneiro, foi demitida — a troca por deputado Celso Sabino (União-PA), antigo crítico de Lula, foi formalizada ontem.
Ana Moser, do Esporte, deve ter o mesmo destino — e não ser substituída por outra mulher. A presidente da Caixa, Rita Serrano, também já está quase de “malas prontas” e deve deixar o cargo para selar acordos políticos com o PP, legenda do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Nas negociações com o centrão, já há quem coloque o nome da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, também como alvo para perder o cargo, caso outras demandas políticas dos novos aliados não sejam atendidas.
No Planalto, aliados de Lula tentam minimizar a baixa representatividade feminina —sem Daniela, o governo tem apenas 10 mulheres entre os 37 ministros. O argumento é que é importante buscar a governabilidade e dizem ser uma ‘coincidência’ o fato de o apetite do centrão por cargos estar atingindo justamente pastas comandadas por mulheres.
Segundo auxiliares de Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, tem aparecido para tentar segurar a pressão de entrega de cargos. O mais recente movimento público da primeira-dama, no entanto, foi para defender a manutenção de Wellington Dias no Ministério do Desenvolvimento Social.
Janja também não teria gostado da fritura da atleta Ana Moser. Apesar disso, Lula já definiu que terá que abrir mão da colaboração da ex-atleta.
Fontes próximas a Janja dizem que a primeira-dama é ativa e costuma dar sua opinião a Lula sobre as decisões de governo, mas que também sabe recuar e sabe que nem sempre suas preferências irão prevalecer. E esse é o caso da pasta dos Esportes.
No Judiciário, o cenário de baixa representatividade se repete. Hoje, o STF conta com duas mulheres em um plenário com 11 integrantes. Em maio, Ricardo Lewandowski se aposentou e foi substituído por Cristiano Zanin. Rosa Weber deve se aposentar em outubro e, no lugar dela, a chance de entrar outra mulher é cada vez menor.
Lula já deixou claro que a prioridade é indicar para o STF alguém que possa ser alcançado por um telefonema. Segundo fontes ligadas ao presidente, ele hoje não tem essa proximidade com nenhuma mulher no Judiciário.
Aliados de Lula fazem campanha para que uma magistrada entre no lugar de Rosa Weber. Entre elas estão a desembargadora do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região Simone Schreiber, a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Katia Arruda e as advogadas Carol Proner e Dora Cavalcanti.
No entanto, Lula estaria mais inclinado a indicar para o STF pessoas próximas e que já demonstraram ser de confiança – dentre os quais, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, também tem forte apoio de alas da esquerda. Na mesma toada, não há expectativa de uma mulher assumir a PGR (Procuradoria-Geral da República), que tem troca de comando prevista para setembro.
O mais cotado para a vaga hoje é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco. Também há chance de ser nomeado o subprocurador-geral da República Antonio Carlos Bigonha.
O atual ocupante do cargo, Augusto Aras, é outro nome cogitado pelo entorno de Lula. O presidente deve ignorar a lista tríplice apresentada pela categoria, que conta com dois homens e uma mulher. Hoje, Luiza Frischeisen não tem apoio político suficiente entre aliados de Lula para assumir o cargo.
O mea-culpa do presidente pode vir por meio do STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde três vagas estão abertas. Uma das candidatas, Daniela Teixeira, tem o apoio de alas do PT.
Em visita recente ao STJ, o presidente olhou em volta e comentou que eram poucas as mulheres na corte. Segundo uma fonte que estava no local, a presidente do tribunal, Maria Thereza de Assis Moura, sugeriu ao presidente que corrigisse o cenário nas próximas nomeações. Lula não comentou.
Em 17 de setembro do ano passado, na reta final da campanha, Lula discursou em Curitiba em defesa dos direitos das mulheres, da população LGBTQIA+ e dos negros.
“Este país precisa de um presidente civilizado. Um presidente que saiba que mulher não quer ser mais objeto de cama e mesa, mulher quer ser o que ela quiser. É preciso cumprir a Constituição e regular a lei para que a mulher ganhe igual ao homem se fizer a mesma função ou ganhar mais. É preciso que a gente empodere as mulheres, pra gente não ver o crescimento do feminicídio”
Lula
Depois do anúncio da escolha de Cristiano Zanin, a presidente do STF, Rosa Weber, declarou: “No Brasil, temos muitas mulheres na base da magistratura, e decresce nos tribunais intermediários. Mas, na cúpula, como o STF, por exemplo, e nos tribunais superiores, o número de mulheres é ínfimo”.
Informações UOL