Foto: Reprodução/Flickr/National Museum of American History Smithsonian Institution
Decisão é do republicano Doug Burgum, governador da Dakota do Norte
O governador da Dakota do Norte (Estados Unidos), Doug Burgum, assinou um projeto de lei que restringe o acesso de pessoas trans a banheiros femininos e masculinos no Estado. O jornal britânico TheIndependent divulgou a informação nesta quarta-feira, 26.
Conforme a nova lei, pessoas transgênero precisarão obter a aprovação dos estabelecimentos para poderem usar o banheiro de sua preferência, em vez de simplesmente frequentar aquele que desejam.
A legislação assinada pelo governador republicano serve para dormitórios, instalações controladas pelo conselho estadual de educação superior, penitenciárias e reformatórios. Nessas instituições, banheiros e chuveiros são exclusivos para pessoas do sexo feminino ou masculino.
O projeto de lei foi aprovado tanto na Câmara como no Senado da Dakota do Norte, com maioria de votos.
Neste ano, mais de 450 projetos de lei sobre pessoas transgênero foram apresentados nas legislaturas estaduais nos Estados Unidos, segundo informações da organização sem fins lucrativos American Civil Liberties Union.
O próprio Burgum assinou, na semana passada, um projeto de lei para tornar crime o ato de oferecer “cuidados de afirmação de gênero” a menores de 18 anos. O republicano também assinou um projeto para proibir meninas e mulheres trans em times de esportes femininos, do jardim de infância até a faculdade.
Revista Oeste
Reprodução
O ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, foi preso e encaminhado ao presídio de Barbadillo, na capital peruana Lima, no domingo (23.abr.2023). A detenção se deu depois que os Estados Unidos autorizaram a extradição de Toledo ao país sul-americano.
O peruano é acusado de corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido propina milionária da empreiteira Odebrecht para favorecer os negócios da construtora no Peru quando era chefe do Executivo.
Segundo o Ministério Público do Peru, Toledo ficará em prisão preventiva por 18 meses enquanto aguarda o julgamento.
As investigações indicam que Toledo teria solicitado a representantes da Odebrecht no Peru propina de US$ 20 milhões para conceder à empreiteira a construção da rodovia Interoceânica Sul, que percorre 2.600 km e liga o noroeste do Brasil ao litoral sul do Peru. O ex-diretor da Odebrecht, Jorge Barata, confirmou para a Justiça brasileira o pagamento.
O dinheiro teria sido enviado para a conta de Josef Maiman, amigo do ex-presidente. Maiman, por sua vez, fundou uma empresa na Costa Rica que tinha o objetivo de reencaminhar ao Peru quantias do dinheiro destinadas à compra de imóveis.
Toledo foi presidente de 2001 a 2006. Depois de seu mandato, o peruano passou a morar no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Em julho de 2019, foi preso no país norte-americano a pedido das autoridades peruana. A ordem de prisão foi cumprida pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Em fevereiro deste ano, os Estados Unidos autorizaram a extradição do ex-presidente peruano. O pedido remonta a maio de 2018.
Poder 360
Foto: Thibault Camus/AP/Arquivo.
Bernard Arnault, francês que é o homem mais rico do mundo, está preocupado em decidir quem será o seu sucessor à frente dos negócios. Dono de marcas como Louis Vuitton e Christian Dior, o bilionário tem realizado um ‘processo seletivo’ entre os filhos para escolher qual deles assumirá os negócios da família.
Segundo o jornal americano The Wall Street Journal, o bilionário de 74 anos reúne os filhos frequentemente para um almoço e, no encontro, seleciona um a um para responder perguntas e dar conselhos sobre o que fazer com as empresas. Os negócios do bilionário são avaliados em R$ 2,22 trilhões.
Arnault tem cinco filhos: Delphine Arnault, 47 anos; Antoine Arnault, de 45 anos; Alexandre Arnault, de 30 anos; Frederic Arnault, de 28 anos; e Jean Arnault, de 25 anos. Os encontros com eles costumam ser longos, podendo durar cerca de 90 minutos.
De acordo com o jornal americano, Antoine seria o favorito para herdar o comando do império de negócios. No entanto, a irmã mais velha, Delphine, parece ter ganhado força após ter sido nomeada chefe da Dior, a segunda maior marca do conglomerado, em janeiro.
Nascido em 1949 em uma família de pequenos industriais, Bernard Arnault tem várias frentes de negócios. Nas últimas três décadas, Arnault transformou a LVMH em uma potência de bens de luxo com 75 rótulos que vendem vinhos, bebidas espirituosas, moda, artigos de couro, perfumes, cosméticos, relógios, joias, viagens de luxo e estadias em hotéis.
Créditos: Terra.
Os funcionários de uma empresa de turismo em Buenos Aires (Argentina) foram vítimas de dois assaltos na mesma noite. O inusitado é que o primeiro assalto foi feito por criminosos e o segundo, por policiais que foram ao local supostamente para ajudar as vítimas.
O incidente ocorreu em 12 de abril. Dois criminosos entraram para roubar o escritório de uma agência de turismo no Centro da capital argentina. A ação foi rápida e violenta. Os bandidos levaram centenas de milhares de pesos, contou o site “Infobae”.
Quando os ladrões saíram, as vítimas, sem surpresa, ligaram para o 911. Foi o erro, inesperado. Em poucos minutos, três policiais apareceram. Eles realizaram os procedimentos necessários nos escritórios e depois foram procurar os ladrões.
Porém, quando os agentes saíram, os funcionários da agência perceberam que faltava uma sacola preta que os criminosos não haviam levado. Dentro da sacola havia 4 milhões de pesos em pacotes selados a quente.
Desconfiados, eles resolveram averiguar nas imagens das câmeras de segurança do saguão do prédio e viram que um dos policiai saíra com a sacola com milhões debaixo do braço esquerdo.
A Delegacia de Transparência e Controle Externo da Polícia Civil rapidamente os identificou e permitiu a prisão dos envolvidos. Diante desse fato, foi instaurado processo administrativo.
Extra
Governo britânico vai publicar diretriz que regulamenta uso de banheiro e de ‘pronome neutro’ para alunos trans
Novas diretrizes do governo do primeiro-ministroRishi Sunak devem permitir que escolas só para meninas ou só para meninos, comuns no Reino Unido, recusem alunos que se declaremtransgêneros, mesmo que em processo de “transição de gênero”.
Segundo a imprensa britânica, as escolas femininas poderão aceitar apenas meninas e rejeitar meninos que se identifiquem como “meninas trans”, e a mesma regra vale para as escolas masculinas. As diretrizes serão publicadas nas próximas semanas e serão aplicadas escolas públicas e independentes.
A intenção das novas regras é proteger os diretores ao rejeitar alunos trans, que correm o risco de ser processados pelas famílias das crianças e adolescentes que são rejeitados.
A orientação está sendo elaborada pela secretária de Educação, Gillian Keegan, e pela ministra da Igualdade, Kemi Badenoch.
A expectativa é que o documento também estabeleça que, em escolas mistas, um aluno que se identifique com o gênero diferente de seu sexo biológico não possa compartilhar vestiários ou chuveiros com o sexo oposto. Nesse tipo de escola, a direção e professores também não seriam obrigados a usar pronomes neutros escolhidos por alunos que se identifiquem como trans, segundo a imprensa britânica.
A polêmica começou depois que Gillian Keegan afirmou que os professores de escolas femininas, por exemplo, deveriam poder dizer: “Bom dia, meninas”. “Precisamos cuidar do bem-estar de todos os alunos. Nesse caso, o bem-estar das meninas também é muito importante e ‘bom dia, meninas’ é absolutamente bom dizer em uma escola feminina para uma classe feminina”, declarou.
Informações Revista Oeste
Segundo Procuradoria dos EUA, posto policial realizava trâmites e operações sem aprovação consular e a favor do governo chinês. Duas pessoas foram presas acusadas de conspirar a favor de autoridades chinesas.
Prédio em NY onde funcionaria delegacia chinesa clandestina — Foto: Bebeto Matthews/AP
Uma operação nos Estados Unidos descobriu a existência de uma delegacia de polícia clandestina dentro de Nova York. Duas pessoas foram presas.
Segundo a Procuradoria dos EUA de Nova York, a estação policial ficava em Chinatown, um bairro com forte presença de imigrantes asiáticos, com restaurantes e lojas temáticos – e não tinha licença para funcionar.
Em nota, a Procuradoria disse que os homens realizavam operações policiais sem qualquer aprovação diplomática prévia para isso.
Dois homens foram presos no local acusados de conspirar a favor do governo chinês. O FBI denunciou também 34 oficiais da polícia nacional da China que, segundo as investigações, estão envolvidas no caso por “repressão transnacional”.
Segundo o jornal “The New York Times”, agentes do FBI chegaram a revistar o posto policial chinês no fim do ano passado.
O Departamento de Justiça dos EUA tem se esforçado para impedir que o governo chinês localize ativistas pró-democracia ou críticos do governo chinês no território americano.
O “posto avançado da polícia” da China até prestava alguns serviços básicos, como ajudar os cidadãos chineses a renovar suas carteiras de motorista chinesas, mas também tinha uma função mais “sinistra”, incluindo ajudar o governo chinês a localizar um ativista pró-democracia de ascendência chinesa que vive na Califórnia.
Suposto balão espião da China sobrevoa os Estados Unidos
A descoberta do posto policial clandestino chega em um dos momentos de maior tensão entre Estados Unidos e China dos últimos anos.
No início deste ano, um balão chinês foi visto sobrevoando a Costa Oeste dos EUA. Washington afirmou se tratar de um equipamento de espionagem. Pequim negou inicialmente, mas não voltou a falar do assunto.
O balão, que tinha o tamanho de três ônibus, foi derrubado pelas Forças Armadas dos EUA dias depois, e o Pentágono afirmou ter achado sistemas de vigilância dentro dele. A suspeita é a de que eles tentavam recolher informações de bases militares norte-americanas.
No mês seguinte, em março, o presidente chinês, Xi Jinping, foi à Rússia e se reuniu com o presidente do país, Vladimir Putin, em Moscou, em uma demonstração de alinhamento.Especialistas apontam que Pequim deve ganhar mais protagonismo na guerra da Ucrânia este ano, ao lado da Rússia.
Informações G1
Mais da metade do lítio mundial está nos territórios da Argentina, Bolívia e Chile, o que tem levado a região a despertar o interesse mundial.
As reservas da Bolívia, Argentina e Chile estão no centro do conflito entre os dois gigantes — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Mais da metade do lítio mundial está na Argentina, Bolívia e Chile, um triângulo que tem despertado o interesse de governos e investidores que querem entrar nesses mercados.
Países como China e Estados Unidos não querem perder a oportunidade de contar com um metal fundamental para fabricar as baterias usadas nos carros elétricos, um mercado em expansão e no qual entram cada vez mais investidores.
“As principais potências estão lutando para obter os minerais necessários para a transição energética e a América Latina é um importante campo de batalha”, diz Benjamin Gedan, diretor do Programa América Latina do centro de estudos Wilson Center, à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
“Os Estados Unidos chegaram atrasados à festa e Washington está claramente ansioso pela vantagem inicial da China”, acrescenta.
Empresas chinesas estão há anos procurando lugares para estocar o chamado ouro branco em diferentes partes do mundo, principalmente na América Latina, onde estão as maiores reservas mundiais do metal.
A Bolívia lidera a lista com reservas conhecidas estimadas em 21 milhões de toneladas, seguida pela Argentina (19,3 milhões) e Chile (9,6 milhões), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
E o México, embora tenha apenas 1,7 milhão de toneladas (nono lugar da lista), se tornou uma figura relevante na América do Norte, não só pela proximidade geográfica com os Estados Unidos e Canadá, mas também porque está se tornando um centro produtor para carros elétricos (principalmente após o recente anúncio de gigantes que instalarão fábricas em seu território, como Tesla e BMW).
A general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, alertou que a China “continua a expandir sua influência econômica, diplomática, tecnológica, informativa e militar na América Latina e no Caribe”, durante uma apresentação perante o Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes em março.
“Esta região está cheia de recursos e me preocupa a atividade maligna de nossos adversários se aproveitando disso. Parece que eles estão investindo quando na verdade estão extraindo”, argumentou Richardson.
O lítio é um dos principais metais para a fabricação de baterias — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Sobre o “triângulo de lítio” na América do Sul, formado por Argentina, Bolívia e Chile, ela disse que “a agressividade da China e seu jogo no terreno com o lítio é muito avançado e muito agressivo”.
A general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, disse estar preocupada com a “atividade maligna” da China na América do Sul — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Assim como os Estados Unidos e outros países embarcam em seu plano de recuperar parte de sua independência energética, a China também se prepara há vários anos de olho nos minerais mais cobiçados pelo comércio global, entre eles o lítio.
“A China tem um alto grau de dependência externa de alguns recursos minerais importantes e, uma vez que a situação internacional mude, certamente afetará a segurança econômica ou mesmo a segurança nacional”, disse o ministro de Recursos Naturais, Wang Guanghua, no início de janeiro. em uma entrevista à agência de notícias estatal Xinhua.
O governo incluiu 24 minerais estratégicos em seu Plano Nacional de Recursos Minerais publicado em 2016.
Entre eles estão metais como ferro, cobre, alumínio, ouro, níquel, cobalto, lítio e terras raras, além de recursos energéticos tradicionais como petróleo, gás natural, gás de xisto e carvão.
O plano observa que os minerais são essenciais para “salvaguardar a segurança econômica nacional, a segurança da defesa nacional e o desenvolvimento de indústrias emergentes estratégicas”.
Sob a liderança do presidente Xi Jinping, a China está investindo em grandes projetos de mineração de lítio na América do Sul — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Enquanto as empresas chinesas avançam na América do Sul com gigantescos investimentos em mineração, os países do triângulo pretendem aproveitar a tecnologia e o capital das empresas chinesas com o objetivo de promover o desenvolvimento industrial local.
Só nos primeiros três meses deste ano, empresas chinesas fecharam acordos ambiciosos para investir na Bolívia, Argentina e no Chile.
Na Bolívia, as empresas chinesas CATL, BRUNP e CMOC comprometeram cerca de US$ 1 bilhão em projetos de lítio nos departamentos de Potosí e Oruro, segundo o centro de estudos Atlantic Council.
Na Argentina, a Chery Automobile vai investir cerca de US$ 400 milhões na construção de uma fábrica para a produção de veículos elétricos, possivelmente em Rosário.
E no Chile, as empresas Tsingshan Holding Group, Ruipu Energy, Battero Tech e FoxESS se comprometeram a investir em um parque industrial de lítio na cidade de Antofagasta, por um valor ainda desconhecido.
A relação comercial entre Argentina e China está cada vez mais estreita na mineração de lítio, com o anúncio de pelo menos nove projetos de investimento só em 2022 nas áreas de Salta, Catamarca e Jujuy.
Nos últimos três meses, foram anunciados investimentos chineses milionários no Cone Sul — Foto: GETTY IMAGES via BBC
De acordo com o diretor associado do centro de estudos Adrienne Arsht Latin America Center do Atlantic Council, Pepe Zhang, “os Estados Unidos estão buscando ativamente fortalecer sua posição nas cadeias globais de fornecimento de minerais críticos e tecnologias verdes”.
Nesse contexto, “o lítio está se mostrando uma área cada vez mais crítica na competição tecnológica e geopolítica entre os Estados Unidos e a China”, diz à BBC News Mundo.
E a China vai com o pé no acelerador.
Este ano, estima Zhang, será um período importante para os investimentos minerais do gigante asiático na região.
As projeções indicam que os US$ 1,4 bilhão comprometidos para este ano superariam o investimento de US$ 1,1 bilhão em 2021 e 2020.
“Só em janeiro, vimos três empresas chinesas se comprometerem com um investimento de US$ 1 bilhão na Bolívia”, diz o pesquisador.
A Casa Branca também estabeleceu explicitamente a garantia de uma cadeia de abastecimento mineral como uma de suas prioridades por razões estratégicas.
“Minerais críticos fornecem os alicerces para muitas tecnologias modernas e são essenciais para nossa segurança nacional e prosperidade econômica”, disse o governo de Joe Biden em um comunicado no ano passado.
Máquina para limpeza de neve — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Isso inclui minerais como lítio, cobalto e terras raras, utilizados em diversos produtos, desde computadores a eletrodomésticos, e que são insumos fundamentais para a produção de tecnologias como baterias e veículos elétricos, turbinas eólicas ou painéis solares.
Enquanto parte do mundo tenta progredir na transição para uma energia mais limpa, a demanda global por esses minerais críticos “disparará entre 400% e 600% nas próximas décadas”, diz o texto.
E, acrescenta, para minerais como o lítio e o grafite, “a procura vai aumentar ainda mais, até cerca de 4.000%”.
Guerra entre EUA e China para aquisição de lítio na América Latina — Foto: GETTY IMAGES via BBC
“A China leva vantagem pela disposição de Pequim de investir na produção de baterias na América Latina”, argumenta Gedan.
Enquanto “os Estados Unidos estão focados principalmente na aquisição de matérias-primas para as empresas americanas construírem tecnologias ecológicas”.
Diante desse dilema, é provável que os países latino-americanos considerem a oferta asiática mais atrativa do que o modelo tradicional de exportação de suas commodities com muito pouco valor agregado.
“Os Estados Unidos estão claramente ansiosos para recuperar o atraso”, diz o especialista. “Não é de admirar que a América do Sul se encontre em um cabo de guerra entre e Pequim.”
Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0vz35p4pqgo
Informações G1/BBC
Foto: Montagem/Reprodução.
O Papa Francisco classificou neste domingo (16) como ofensivas e infundadas aquilo que chamou de insinuações por parte do irmão de uma estudante do Vaticano que desapareceu há 40 anos, em um caso supostamente envolvendo o ex-papa João Paulo II.
Emanuela Orlandi, filha de um porteiro do Vaticano, não voltou para casa em 22 de junho de 1983 após uma aula de música em Roma.
Ela tinha 15 anos na época e morava com a família dentro do Vaticano. Seu desaparecimento é um dos mistérios mais antigos da Itália.
O caso teve um novo capítulo na última terça-feira (11), quando o irmão dela, Pietro, se encontrou com o promotor-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, a quem Francisco deu liberdade para investigar o caso.
Depois de falar com Diddi por mais de oito horas, Pietro Orlandi apareceu em um programa de televisão no qual reproduziu parte de uma gravação em áudio com a voz de um homem que, segundo Orlandi, fazia parte de uma facção do crime organizado que a mídia italiana há décadas especula que pode ter estado envolvida no desaparecimento de sua irmã.
A voz do suposto gângster dizia que mais de 40 anos atrás meninas foram trazidas ao Vaticano para serem molestadas e que o Papa João Paulo sabia disso.
Orlandi então disse: “Dizem-me que Wojtyla (sobrenome do papa João Paulo II) costumava sair à noite com dois monsenhores poloneses e certamente não era para abençoar casas”.
Os comentários causaram um grande mal-estar e foram condenados por autoridades do Vaticano nos últimos dias. Neste domingo, o próprio papa falou sobre o tema em seu discurso diante de cerca de 20 mil pessoas na Praça de São Pedro.
“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de São João Paulo II, nestes dias objeto de insinuações ofensivas e infundadas”, disse Francisco.
A multidão, em sua maioria italiana, irrompeu em aplausos.
No sábado, o promotor-chefe do Vaticano convocou a advogada de Pietro Orlandi, Laura Sgro. O Vaticano disse que ela invocou sigilo advogado-cliente. Sgro disse à Reuters neste domingo que João Paulo não foi mencionado em sua conversa com Diddi, acrescentando em uma mensagem de texto: “Eu nunca questionei a santidade de João Paulo II”.
Orlandi disse à Reuters neste domingo por telefone que era “correto que Francisco defendesse João Paulo II”. Orlandi ainda acrescentou que durante a aparição na televisão ele “repetiu o que os outros haviam dito. Certamente não vi sozinho”.
O diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli, condenou os comentários de Orlandi e os chamou de difamação “desprezível” contra a honra do pontífice, que liderou a Igreja Católica de 1978 a 2005 e foi declarado santo em 2014.
Créditos: G1
Foto: Getty Images via BBC.
Em um porão isolado da Universidade do Sul da Dinamarca, uma das maiores do país, há fileiras e mais fileiras de prateleiras com milhares de baldes brancos numerados. Em cada um deles, preservado em formol, existe um cérebro humano. São 9.479 no total.
Os cérebros foram retirados durante autópsias de pacientes que morreram em institutos psiquiátricos de todo o país ao longo de quatro décadas, até a década de 1980. Estima-se que seja a maior coleção desse tipo no mundo.
No entanto, os cérebros foram preservados sem o consentimento prévio dos pacientes ou de seus parentes próximos, gerando um longo debate nacional sobre o que fazer com tamanha quantidade de órgãos humanos.
Na década de 1990, o Conselho de Ética dinamarquês determinou que os tecidos poderiam ser usados para pesquisas científicas, e é nesse sentido que funciona o banco de cérebros da universidade da cidade de Odense.
Alguns especialistas dizem que, ao longo dos anos, a coleção facilitou o estudo de muitas doenças, incluindo demência e depressão. Mas sua existência também trouxe à tona o debate sobre o estigma da doença mental e a falta de direitos dos pacientes em épocas passadas.
A coleção começou em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com cérebros removidos de pacientes com transtornos mentais que morreram em instituições psiquiátricas em diferentes partes da Dinamarca.
Originalmente, os órgãos eram mantidos no Hospital Psiquiátrico Risskov em Aarhaus, onde funcionava o Instituto de Patologia Cerebral.
Após as autópsias, os médicos removiam o órgão antes de enterrar o cadáver em cemitérios próximos. Eles examinavam o cérebro e faziam anotações detalhadas.
“Todos esses cérebros estão muito bem documentados”, disse Martin Wirenfeldt Nielsen, patologista e atual diretor da coleção de cérebros da Universidade do Sul da Dinamarca, em Odense, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
“Sabemos quem eram os pacientes, onde nasceram e quando morreram. Também temos seus diagnósticos e relatórios de exames neuropatológicos (post mortem)”, explica Nielsen.
Muitos dos pacientes estiveram em hospitais psiquiátricos durante grande parte de suas vidas. Assim, além dos relatórios detalhados do patologista, os cientistas têm também o histórico médico de quase metade dos pacientes.
“Temos muitos metadados. Podemos documentar muito do trabalho que os médicos fizeram no paciente naquela época, além de termos o cérebro agora”, diz Nielsen.
O arquivamento de cérebros parou em 1982, quando a Universidade de Aarhaus se mudou para um novo prédio e não havia orçamento para abrigar a coleção. Em estado de abandono, chegou-se a cogitar a destruição de todo o material biológico. Mas em uma “operação de resgate”, a Universidade do Sul da Dinamarca, em Odense, concordou em abrigar o acervo.
Por cinco anos, Nielsen foi diretor da coleção. Embora tivesse uma noção vaga, ele desconhecia a magnitude completa do arquivo. “Quando eu vi pela primeira vez, fiquei realmente surpreso.”
Embora sua existência nunca tenha sido um segredo e tenha sido objeto de rumores ocasionais, a coleção incomum não fazia parte da consciência coletiva dinamarquesa, até que o plano de mudança para a universidade em Odense a expôs completamente.
Knud Kristensen era presidente da Associação Nacional de Saúde Mental da Dinamarca na época da polêmica sobre a coleção de cérebros — Foto: CORTESIA: KNUD KRISTENSEN.
Um grande debate público — com a participação de grupos políticos, religiosos e científicos — foi feito sobre ética e a forma como se conserva restos humanos, e também sobre os direitos dos pacientes. O povo dinamarquês deparou-se com algo que mantinha à margem: os transtornos mentais.
“Havia um estigma tão grande em torno dos transtornos mentais que ninguém que tinha um irmão, irmã, pai ou mãe em uma ala psiquiátrica sequer os mencionava”, diz Knud Kristensen, ex-presidente da Associação Nacional de Saúde Psiquiátrica.
“Naquela época, os pacientes ficavam internados a vida toda. Não havia tratamento, então eles ficavam lá, talvez trabalhando no jardim, na cozinha ou outras coisas. Eles morriam ali e eram enterrados no cemitério do hospital”, disse ele à BBC News Mundo.
Os pacientes psiquiátricos tinham poucos direitos. Eles poderiam receber tratamento para um caso específico sem qualquer tipo de aprovação.
Kristensen comentou que era muito provável que os parentes dos pacientes nem soubessem que seus cérebros estavam sendo preservados e disse que muitos dos cérebros da coleção apresentam sinais de lobotomia.
“Um tratamento ruim, com base no que sabemos hoje, mas bastante normal naquela época.”
Nas décadas de 1930 e 1940, a lobotomia era um procedimento que podia ser realizado sem o consentimento dos pacientes ou de seus familiares. Hoje é considerado brutal e desumano — Foto: Getty images via BBC.
Quando Kristensen era presidente da associação, ele estava envolvido na decisão do que fazer com os cérebros — uma polêmica que passou por vários estágios de discussão.
A principal suposição era de que os órgãos haviam sido coletados sem o consentimento dos pacientes e de seus familiares e, portanto, do ponto de vista ético, não era aconselhável manter a coleção.
Então eles discutiram destruir os materiais ou mesmo enterrá-los ao lado dos pacientes a quem correspondiam. Mas não havia como identificar os túmulos de todos e até foi proposto fazer um enterro em massa de todos os cérebros em um só lugar.
Depois de vários anos, o Conselho de Ética da Dinamarca decidiu que era eticamente aceitável que eles fossem usados para pesquisa científica sem o consentimento das famílias. A associação concordou.
“Foi dito: ‘Fizemos uma coisa muito imoral ao coletar os cérebros, mas como os temos, também seria imoral destruir a coleção e não usá-la para fins de pesquisa’”, diz Kristensen.
A coleção de cérebros e toda a sua documentação estão disponíveis, com certas restrições, para qualquer pesquisador que apresente um projeto relevante. Isso inclui cientistas internacionais, embora eles tenham que submeter seus projetos a um comitê de avaliação e trabalhar em conjunto com cientistas dinamarqueses.
“Minha principal preocupação é que, sempre que uma pesquisa científica é aprovada, haja garantias de que o projeto seja executado de maneira ética”, diz Kristensen.
Cada cérebro é preservado em um balde de formol. O tecido adicional retirado durante a autópsia é envolto em blocos de parafina. Os cientistas conservaram muitas das placas de microscopia originais que foram feitas na época.
Nielsen não apenas gerencia a coleção, mas orienta os pesquisadores sobre o melhor uso do material, aplicando novas técnicas de biologia molecular para examinar mudanças no DNA do cérebro.
“Este é um excelente recurso científico e muito útil se você quiser saber mais sobre transtornos mentais”, diz Nielsen.
Para o diretor do acervo, o fato de os cientistas terem decidido ficar com os cérebros dos pacientes tantos anos atrás foi uma decisão “genial” para as futuras gerações de pesquisadores. “Talvez daqui a muito tempo, talvez 50 anos ou mais, alguém apareça e saiba mais sobre o cérebro do que nós.”
Knud Kristensen concorda que a coleção tem potencial para novas descobertas sobre transtornos mentais.
“Uma das grandes vantagens é que existem cérebros tão antigos que foram removidos de pacientes que não receberam drogas antipsicóticas (porque elas não existiam)”, disse Kristensen. “Isso significa que você pode fazer uma comparação desses cérebros antigos com cérebros novos para ver que mudanças essas drogas causam (no órgão).”
No entanto, ele diz que a coleção não está sendo muito utilizada. “A pesquisa custa muito dinheiro e a maioria dos estudos psiquiátricos é financiada pela indústria farmacêutica, cujo principal interesse é o desenvolvimento de novas drogas, e não a descoberta das razões que causam os transtornos mentais.”
Nielsen afirma que vários projetos para estudar doenças como demência e depressão estão em andamento. Até agora, entretanto, eles ainda não produziram resultados que possam ser considerados “revolucionários”.
“Mas eles já estão começando a surgir. Esses projetos exigem um compromisso de longo prazo, e isso significa vários anos até que haja resultados”, completa.
“O grande valor desta coleção é o seu tamanho”, diz Nielsen. “É único, porque, se quisermos investigar, por exemplo, uma doença tão complicada como a esquizofrenia, não precisamos nos limitar a poucos cérebros. Podemos contar com cem, 500, até mil cérebros para o mesmo projeto — o que nos permite ver as variações e o tipo de dano ao cérebro que, de outra forma, passariam despercebidos.”
Créditos: G1/BBC.
Franceses protestando contra a reforma da Previdência invadiram hoje a sede do grupo LVMH —controlador de marcas de luxo, como Louis Vuitton e Dior.
Mais de cem pessoas entraram no prédio com apitos e sinalizadores;
“Se o governo precisa de dinheiro para bancar as aposentadorias, que peguem dos bilionários”, disse Fabien Villedieu, representante do sindicato de ferroviários Sud Rail, acrescentando que o protesto foi “simbólico e pacífico”.
Diretor da LVMH se tornou hoje o homem mais rico do mundo. Bernard Arnault tem fortuna estimada em US$ 233 bilhões (R$ 1,1 trilhão), de acordo com a revista Forbes, ultrapassando a dos empresários Jeff Bezos (Amazon) e Elon Musk (Tesla).
Franceses estão protestando contra reforma há semanas. O governo do presidente Emmanuel Macron propôs aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos, sob a justificativa de equilibrar o orçamento.
UOL com informações da Reuters