foto: Sérgio Lima
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) rebateu nesta 2ª feira (19.fev.2024) as críticas da também deputada e presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) Gleisi Hoffmann (PT-PR). Autora de um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ela disse ficar “feliz” que o seu requerimento esteja “incomodando” a petista.
“Foi assim que começou o impeachment da Dilma que eu também ajudei a encabeçar e assinei, em 2015”, disse Zambelli em publicação no X (antigo Twitter).
Também no X, Gleisi disse que o pedido de impeachment do presidente Lula, organizado pela oposição e encabeçado por Zambelli, “só pode ser piada”. Ela também chamou a deputada de “pistoleira”e “propagadora de fake news”.
Em resposta, Zambelli disse que preferia ser “pistoleira de fato do que amante (de fato?) na lista da Odebrecht”. Ela afirmou que o seu pedido já conta com o apoio de 89 congressistas de oposição.
O requerimento é motivado pela declaração de Lula sobre Israel durante o encontro da União Africana na Etiópia no domingo (18.dez). O petista comparou a atuação de Israel na Faixa de Gaza aos assassinatos de judeus cometidos por Adolf Hitler na 2ª Guerra Mundial. A fala, além de ter provocado consequências diplomáticas em Tel Aviv, motivou um novo pedido de impeachment na Câmara dos Deputados.
Assista (2min43s):
“Lula incentiva a injúria racial, e incorre em crime de responsabilidade previsto no art. 5° da Constituição Federal, o que corrobora também com a fala do 1° Ministro de Israel que demonstrou de imediato seu veemente repúdio”, afirmou Zambelli.
O requerimento deverá ser protocolado até 3ª feira (20.fev) na Câmara.
Poder 360
Um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT) por comparar as mortes na Faixa de Gaza ao holocausto tem apoio de 91 deputados. Desses, 20 são de partidos da base do governo.
Para os deputados, declaração polêmica foi crime de responsabilidade. Para eles, fala foi “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
Entre os apoiadores, 20 são de partidos base do governo: dois do PSD, três do Republicanos, cinco do PP e dez do União Brasil, segundo a lista enviada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP). São eles:
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Presidente comparou as mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse ele em entrevista coletiva na Etiópia.
Governo de Israel repudiou a fala e declarou presidente brasileiro “persona non grata” até que ele retire o que disse.
Mais de 29 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, segundo o último boletim do Ministério da Saúde do território. O governo israelense lançou a ofensiva após um ataque do Hamas deixar cerca de 1.200 pessoas mortas em 7 de outubro passado.
Informações UOL
Não é nenhum exagero afirmar que a Presidência da República é a função ao redor da qual orbita a nossa democracia. O poder conferido ao presidente pela Constituição brasileira é amplo, fazendo do chefe do executivo elemento central para o bom funcionamento do país.
E não há como se afirmar que um país se encontra funcionando de maneira saudável sem que se considere suas relações com outras nações. A diplomacia internacional é um ambiente complexo, no mais das vezes hostil, com diferentes interesses concorrendo e se intercruzando. Não há espaço para amadorismo, e o preço a pagar costuma ser elevado.
Ainda assim, há vergonhas e vergonhas pelas quais um governo pode passar no palco do teatro internacional. Confusão de datas históricas em manifestações públicas, gafes a respeito da cultura de determinada região, ou até mesmo desentendimentos com contrapartes de outros países, são situações que podem até gerar algum desconforto, mas que costumam ser contornáveis. De outro lado, há vergonhas que são insuperáveis, como por exemplo ser a única nação do planeta a ser exaltada por um grupo terrorista, em manifestação oficial, por conta de uma fala de seu presidente.
O grande problema da ignorância é que ela é virtualmente ilimitada. Não há fronteiras que impeçam sua expansão, é um fenômeno que se retroalimenta: a ignorância sobre determinado assunto, quando publicizada por um, resulta na ignorância de muitos, que repetem o discurso. A depender do interlocutor, são milhares, ou mesmo milhões, os que fazem as vezes de catalizadores da falta de conhecimento.
É de se imaginar, então, o tamanho do estrago quando a autoridade máxima de um país afirma que a tragédia humanitária que ocorre em Gaza – situação gravíssima e que merece todos os esforços para ser solucionada urgentemente – se equipara ao Holocausto, período histórico no qual câmaras de gás foram construídas para que, em seu interior, pais e mães judeus segurassem as mãos de seus filhos e lhes prometessem que tudo ficaria bem, enquanto os “chuveiros” eram ligados sobre suas cabeças. A engenharia nazista não tinha outra finalidade além de exterminar milhões de judeus e outros grupos minoritários, e seus objetivos foram atingidos ao menos seis milhões de vezes. Não existe paralelo histórico possível com algo dessa natureza e dimensão. Fazer do Holocausto ferramenta argumentativa costuma ter como único resultado escancarar a ignorância de quem a utiliza.
Lula errou. Errou como poucas vezes havia errado antes, e errou como poucos líderes eleitos democraticamente já erraram. Comparar o conflito na Faixa de Gaza com o Holocausto significa apontar os holofotes para os judeus de hoje, transformando-os nos nazistas contemporâneos. Logo os judeus, que, dentre tantas minorias, foram o principal alvo da máquina de propaganda ariana e de oradores populistas descompromissados com a verdade.
O equívoco da fala do presidente Lula é tão escandaloso que, em circunstâncias normais, não seria necessário sequer apontá-lo. Mas não vivemos sob circunstâncias normais. Políticos afirmam que negócios de judeus brasileiros deveriam ser boicotados, e é aplaudido por seus correligionários. O estabelecimento de uma mulher judia é vandalizado, e sua proprietária é acusada de ser “sionista assassina de crianças”, mas há quem diga que o ataque foi merecido. Judeus alertam para a escalada sem precedentes do antissemitismo, chamando os fatos pelo que são, mas são apontados como mentirosos que tentam confundir antissemitismo com o fictício, mas sempre presente, antissionismo.
Há, de fato, vergonhas e vergonhas pelas quais podemos passar enquanto nação. Mas receber cumprimentos efusivos por parte de um grupo terrorista que executou 1200 civis a sangue frio, utilizando estupros e degolamentos como instrumentos de guerra, é constrangedor em um nível sem paralelo. Lula é o único presidente eleito do mundo que pode se vangloriar por ter sido publicamente elogiado pela liderança do Hamas.
A diplomacia brasileira sempre se colocou como um ponto de equilíbrio nos conflitos do Oriente Médio, mas as recentes declarações presidenciais e nossa vertiginosa aproximação de ditaduras extremistas e antissemitas nos arrancou dessa posição. Nos resta lamentar, com um sentimento profundo de vergonha, quem são os nossos novos amigos.
Marcos Knobel é presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Daniel Kignel é diretor jurídico da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Informações UOL
Foto: Instituto Liberal
Mensagens obtidas pela polícia no celular de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da empresa de ônibus “Transunião”, mostram a existência de pagamentos semanais de R$ 70 mil, feitos por meio do caixa da companhia, ao PCC, maior facção criminosa do Brasil.
Os diálogos constam no inquérito conduzido pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que foi obtido pelo jornal O Estadão. As investigações estão sob sigilo de Justiça.
A “Transunião” é uma das três empresas de ônibus da cidade de São Paulo cujos diretores ou acionistas são investigados atualmente por crimes que a polícia liga ao PCC.
A empresa de ônibus tem 467 ônibus em sua frota e opera em dois lotes do sistema de transporte público de São Paulo.
A investigação sobre o caso, que envolve extorsões, lavagem de dinheiro e organização criminosa, começou com o inquérito sobre o assassinato de Adauto Soares Jorge, morto a tiros em 4 de março de 2020, em um estacionamento da rua Cônego Antonio Manzi, no Lajeado, na zona leste de SP.
Na ocasião, Jorge estava acompanhado por Devanil Souza Nascimento, conhecido como “Sapo”, um antigo funcionário da Transunião.
Devanil Souza Nascimento era motorista do vereador Senival Moura (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de São Paulo e um dos fundadores da Transunião.
De acordo com a polícia, Devanil Souza Nascimento seria envolvido com um “esquema” de administração de creches subsidiadas com recursos oriundos da Prefeitura e foi investigado no inquérito sobre o homicídio, assim como Moura, sob a suspeita de ter conduzido Jorge até o estacionamento, sabendo da armadilha que havia sido montada contra a vítima.
Ambos negam a acusação e suas defesas alegam que eles são inocentes. Em discurso feito em junho de 2022, no plenário da Câmara, Senival disse: “Operamos com a Transunião até o dia 4 de fevereiro de 2020. No dia 5 teria uma assembleia da empresa, e eu e o Adauto Soares Jorge fomos recomendados a não participar. Quando recebi isso, achei melhor ir embora”, disse o Moura. “Nós (o vereador e Adauto) criamos essa empresa, mas me desliguei”.
“Apurou-se, em síntese, que a morte de Adauto Soares Jorge teve relação com um esquema de desvio de verbas da precitada empresa de transportes públicos Transunião, a qual, desde seu nascedouro, ainda no modelo de Cooperativa, vinha sendo utilizada para a lavagem de capitais oriundos do crime, mais especificamente, valores obtidos ilicitamente, advindos da facção criminosa autodenominada Primeiro Comando da Capital”, diz o relatório do inquérito do caso.
Senival Moura era uma liderança entre os perueiros da capital nos anos 2000. De acordo com o relatório assinado pelo delegado Anderson Honorato Santos, foi quando os “notórios criminosos” Ricardo Pereira dos Santos, o “Cunta”, e Alexandre Ferreira Viana, o “Alexandre Gordo”, teriam providenciado recursos para a campanha eleitoral do político, ele concorreu pela 1ª vez a vereador em 2004.
Em troca, afirmou o delegado, o PCC “passou a ocupar grande parte das cotas/ações, vinculadas à indigitada empresa, tornando cada vez mais perigoso o ‘jogo’ de desvio de recursos e branqueamento de capitais, visto que, em grande parte, Senival e Adauto, agora mais do que nunca, teriam que prestar contas à criminalidade organizada”.
Segundo o documento da polícia, o PCC possuía um “preposto junto a Transunião”,responsável pela interlocução e defesa dos interesses da criminalidade na empresa.
“Tal preposto foi identificado como Leonel Moreira Martins, notório ladrão de bancos, o qual, como se depreende da análise das mensagens encontradas no aparelho celular da vítima (Adauto), interagia quase que semanalmente com esta, para resolver problemas envolvendo a empresa e os interesses de membros do PCC, vinculados àquela”.
Alegando supostos desvios de verbas da empresa, o PCC obteve, em 5 de fevereiro de 2020, o afastamento do aliado de Senival da presidência da Transunião, por meio da destituição de Adauto do cargo: “A mando da referida facção criminosa e por intermédio de Leonel, a presidência da empresa Transunião é passada para um de seus integrantes, Lourival de França Monário, o qual fica incumbido de dar prioridade aos interesses espúrios daquela, em detrimento dos demais cooperados”.
Segundo o Relatório de Análise de Extração de Dados do aparelho celular de Adauto, um cadastrado em nome da empresa Transunião, Leonel Martins comunicava-se “quase que semanalmente com Adauto, e o teor dos diálogos, quase que em sua totalidade”, diziam respeito “a cobranças de valores e repasses” que deviam “ser realizados a parentes de indivíduos vinculados a criminalidade” às 18h43 de 25 de maio de 2019, por exemplo, Leonel cobra um tratamento preferencial ao ônibus de prefixo 36644, o qual pertenceria à “pessoa de alcunha Perigo”, seu irmão.
“Por meio de pesquisas aos sistemas policiais, descobriu-se que Perigo é o notório assaltante de bancos, vinculado ao PCC e procurado pela Justiça, Anderson de Cássia Pereira”, escreveu o delegado.
Outro diálogo destacado pelo policial refere-se à cobrança feita por Leonel a Adauto a respeito “dos valores devidos àquele em decorrência de seu status como membro do PCC e pelos veículos que possui na Transunião”.
A conversa aconteceu em 12 de abril de 2019. Nela, Adauto disse que os repasses da empresa ao PCC estariam limitados à R$ 70 mil por semana. “Contudo, Leonel argumenta que, além de participação nos aludidos R$ 70 mil, devidos aos membros da facção criminosa, também haveria uma outra dívida a ele devida, de responsabilidade da empresa”.
Logo depois, o PCC teria determinado a nomeação de Jair Ramos de Freitas, o “Cachorrão”, como diretor da empresa. É justamente Cachorrão quem o Deic acusa de ter assassinado Adauto Soares Jorge.
Segundo o jornal, o “delegado ainda investigou a possível participação de Nascimento e do vereador no assassinato e pediu a prisão do petista, mas a Justiça negou. Cachorrão foi preso temporariamente e solto em seguida pela Justiça, a pedido de sua defesa”.
De acordo com o Deic, Adauto Soares Jorge foi morto pelo PCC em uma vingança, e o vereador chegou a ter a morte decretada pela facção, mas só não foi morto, de acordo com relato de uma testemunha protegida, porque concordou em entregar 13 ônibus ao PCC e deixar a direção da empresa.
Na época, Senival chegou a pedir proteção à Polícia Civil. Senival e Adauto eram amigos havia 30 anos. O inquérito do caso ainda não foi concluído, pois aguarda perícias nas imagens de câmeras e nos celulares apreendidos.
Gazeta Brasil
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens, a prestarem depoimento na próxima quinta-feira (22). Bolsonaro deverá esclarecer suposto envolvimento em organização para suposta tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, no âmbito da investigação que deflagrou a Operação Tempus Veritatis na semana passada.
O Estadão confirmou a intimação com a defesa do ex-presidente e do coronel, que acrescentaram que devem pedir adiamento.
O advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa de Costa Câmara, afirmou que a “ampla defesa” de seu cliente está “totalmente comprometida por falta de acesso aos elementos da investigação”. Sem essas informações, Kuntz diz que a defesa está impedida de trabalhar e que o depoimento deveria ser adiado.
Marcelo Câmara está preso deste o último dia 8. Segundo a investigação, ele era o “responsável por um núcleo de inteligência não oficial do presidente da República, atuando na coleta de informações sensíveis e estratégicas para a tomada de decisão de Jair Bolsonaro”.
Outros presos na operação foram o coronel Bernardo Romão Correa Neto, o major Rafael Martins de Oliveira e o ex-assessor especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Filipe Garcia Martins. Os quatro já passaram por audiência de custódia e seguem em prisão preventiva.
A operação mirou também aliados do ex-presidente, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além do almirante Almir Garnier Santos e ex-ministros do governo como Anderson Torres. Segundo a Polícia Federal, o entorno de Bolsonaro teria se dividido em diferentes núcleos com funções como “desinformar a população, atacar o sistema eleitoral, pressionar militares e elaborar documentos jurídicos” que atendessem aos interesses para manter o ex-presidente no poder.
*Pleno.News com informações AE
Foto: Victor Chagas e Bruno Koressawa / PL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, a retornar ao território brasileiro. Com a decisão, a embaixada em Tel Aviv será liderada por um encarregado de negócios, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
A determinação foi feita após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar que entraria em contato com Meyer para “uma dura conversa de repreensão”, por Lula ter comparado os ataques contra os palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto.
O retorno de um embaixador ao seu país de origem é considerado uma forma de tornar pública a postura contrária de um governo à nação em que ele estava instalado. Mesmo assim, não representa o fim das relações diplomáticas entre ambos os países.
Repercussão do discurso
A fala de Lula desencadeou em uma série de recriminações por parte de Israel ao governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores israelense declarou, nesta segunda-feira (19), o petista como “persona non grata”, titulado dado a um líder que não é mais bem-vindo no país.
Além disso, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, esteve com Meyer no Museu do Holocausto, o Yad Vashem, onde fez uma reprimenda ao embaixador em razão da declaração de Lula. A escolha do memorial como ponto de encontro não foi à toa, já que reuniões como esta costumam ocorrer em chancelarias.
*Metro1
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
A líder nacional do PT, Gleisi Hoffmann, expressou desaprovação à resposta de Israel e enfatizou que Lula não deve reconsiderar sua declaração que comparou as mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Gleisi criticou a decisão de Israel de designar Lula como ‘persona non grata’ no país, considerando isso como uma confirmação da “truculência” do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Ela enfatizou a condição de “persona non grata” imposta a Lula, exigindo que ele retire suas declarações. Esse termo em latim, que significa pessoa indesejada, refere-se à prática de um Estado proibir a entrada de um diplomata (no caso de Lula, um chefe de Estado) em viagem oficial. O chanceler Israel Katz transmitiu a mensagem através do embaixador brasileiro no país, Frederico Meyer, indicando que Lula não será bem-vindo até que retire suas declarações.
“A resposta de Netanyahu ao presidente Lula confirma a truculência do chefe de um governo de extrema-direita que está levando seu país ao desastre e ao repúdio da comunidade internacional. Ignora que o Brasil não é mais governado por um fascista como ele”, escreveu no X (antigo Twitter).
Netanyahu devia se preocupar com a rejeição que desperta no mundo e em seu próprio país, antes de tentar repreender quem denuncia sua política de extermínio do povo palestino. Ele não tem autoridade moral nem política para apontar o dedo para ninguém. (Gleisi Hoffmann, presidente do PT)
Primeiro-ministro israelense disse que Lula ‘ultrapassou linha vermelha’. “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu ele no X (antigo Twitter).
*Terra Brasil Notícias
Em entrevista ao site g1, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou nesta segunda-feira (19) como “absurda” a decisão de Israel de declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “persona non grata”.
“Isso é coisa absurda. Só aumenta o Isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse Amorim.
O assessora ainda ressaltou que sua fala se trata de uma opinião pessoal por ainda não ter falado com Lula.
No final da semana, o petista classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel em Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro do ano passdo.
Lula comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas de Hitler.
Informações Vista Patria
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
A primeira avaliação no Palácio do Planalto é de que a reação israelense à fala de Lula no fim de semana foi muito dura.
No Itamaraty, a avalição é de que Israel escalou a crise e fez da convocação do embaixador brasileiro uma “escada” para a declaração do chanceler, Israel Katz.
Na diplomacia brasileira, a ordem é fazer uma avaliação com calma para evitar respostas precipitadas – e não ampliar a crise entre os países.
Apesar do silêncio oficial, integrantes do Ministério das Relações Exteriores avaliaram como “desastrosa” a declaração de Lula comparando a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Nas palavras de um graduado diplomata, a fala de Lula tira a legitimidade do presidente até para fazer críticas necessárias a uma reação desproporcional de Israel ao ataque do grupo terrorista islâmico Hamas, em outubro de 2023.
No final da semana, o presidente classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado (veja vídeo abaixo).
Lula compara guerra em Gaza com ações de Hitler
A declaração, segundo esse membro do Itamaraty, também afeta negativamente a credibilidade de Lula no reiterado discurso em defesa da criação de um Estado Palestino.
Dentro do governo, a fala de Lula foi vista com preocupação. Um auxiliar próximo disse ao blog que isso costuma ocorrer quando Lula fala de improviso em relação à política externa.
Na véspera, quando leu um discurso em assembleia da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia, a avaliação é de a fala usou um tom correto a respeito do conflito.
Quando concede entrevistas, no entanto, o brasileiro acaba derrapando.
Em ocasiões similares, já relativizou ditaduras em países como Nicarágua e Venezuela e equiparou as posições de Rússia e Ucrânia na invasão territorial em curso na Europa.
Também chamou atenção dos diplomatas, ao longo dos últimos dias, a cautela extrema de Lula sobre a morte de Alexei Navalny, principal opositor do presidente russo Vladimir Putin.
Até o momento, o governo não se manifestou oficialmente sobre esse caso.
Informações G1
O ministro das Relações Exteriores de Israel disse que o termo só será retirado se Lula pedir desculpas e se retratar. Petista deu declaração após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos.
Lula é declarado ‘persona non grata’ em Israel
Um dia após Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmar que vai convocar o embaixador brasileiro para “uma dura conversa de repreensão”, o governo do país declarou nesta segunda-feira (19) que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma “persona non grata”. A decisão aconteceu depois de o presidente do Brasil comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.
“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.
Mais de 24 mil pessoas já morreram no conflito, que começou no início de outubro de 2023.
O termo “persona non grata” (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Katz afirmou também que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.
Ministro israelense diz que palavras de Lula ‘são uma vergonha e uma desgraça’
No final da semana, Lula classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado (veja vídeo abaixo).
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
O petista fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) — entenda mais abaixo o que está acontecendo com a agência.
Lula deu as declarações durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.
Lula compara guerra em Gaza com ações de Hitler
No domingo (18), Netanyahu disse que decidiu convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre a fala de Lula.
Em uma rede social, o premiê declarou que a afirmação banaliza o Holocausto – genocídio promovido na Segunda Guerra Mundial contra cerca de seis milhões de judeus.
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa”, declarou Netanyahu.
Sede da UNRWA na Faixa de Gaza. Entidade também está presente na Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia — Foto: Picture alliance/dpa/APA/ZUMA Press Wire
Alguns funcionários da Agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA) foram acusados no final de janeiro de estarem envolvidos no ataque do Hamas, em Israel, em 7 de outubro de 2023. O porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, afirmou que o lugar é uma fachada para o grupo terrorista.
“A agência foi comprometida de três maneiras: contratando terroristas em massa, deixando suas instalações serem usadas para atividades militares do Hamas e se apoiando no Hamas para a distribuição da ajuda na Faixa de Gaza”, afirmou.
À época, a agência afirmou que os funcionários foram demitidos enquanto uma investigação é feita. Segundo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, um relatório preliminar da equipe de auditoria será apresentando até o final de março, com entrega de um relatório definitivo até o final de abril, que será público.
Após a acusação, dez dos principais países financiadores da agência suspenderam temporariamente suas doações à entidade: Alemanha, EUA, Austrália, Japão, Itália, Holanda, Canadá, Finlândia, Suíça e Reino Unido.
Um porta-voz da agência também disse que se o financiamento não for retomado, a UNRWA conseguirá prestar seus serviços em toda a região, incluindo Gaza, até fevereiro.
A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
Informações G1