Neste domingo, a França testemunhou uma reviravolta política marcante nas eleições legislativas antecipadas, com a direita conservadora emergindo como a força dominante no cenário eleitoral. De acordo com informações do Le Monde, o partido RN (Reunião Nacional), liderado por Marine Le Pen, conquistou uma vitória decisiva ao obter 34% dos votos no primeiro turno, segundo dados dos institutos de sondagem.
A performance robusta do RN coloca-o à frente da coalizão conservadora, representada pela Nova Força Popular (NFP), que alcançou 28,1% dos votos, e do campo presidencial liderado por Emmanuel Macron, que ficou com 20,3% dos votos. A taxa de participação eleitoral foi significativamente alta, estimada entre 65,5% e 69,7%, refletindo um forte engajamento dos eleitores franceses.
Emmanuel Macron, enfrentando um desafio político considerável, convocou uma “grande reunião, claramente democrática e republicana” para o segundo turno das eleições, na tentativa de consolidar apoios contra o avanço da direita conservadora. O segundo turno, marcada para o próximo domingo, será crucial para determinar a composição final da Assembleia Nacional da França.
A vitória da direita conservadora nas eleições legislativas sinaliza uma mudança significativa no equilíbrio de poder político na França, com potenciais repercussões tanto para a política interna quanto para a posição do país na arena internacional. Os resultados do segundo turno serão aguardados com expectativa, pois delineiam o curso futuro da governança e da representação parlamentar na nação europeia.
Informações TBN
Por sua performance confusa, atual presidente enfrenta críticas e especulações sobre sua candidatura e busca reafirmar sua capacidade de liderança
O presidente Joe Biden, em um comício em Raleigh, Carolina do Norte, depois de um debate difícil contra Donald Trump, buscou tranquilizar os eleitores democratas sobre sua capacidade para continuar na disputa presidencial,.
Segundo o O Globo, com base em agências, ele destacou sua habilidade para liderar o país e ser honesto. “Sei dizer a verdade”, afirmou o presidente de 81 anos.
Ao se dirigir para uma plateia animada, na sexta-feira, 28, Biden parecia mais enérgico do que na noite anterior, apesar de uma tosse persistente, conforme informado por seus assessores. Ele usou o tempo no palco para criticar Trump duramente, descrevendo-o como uma ameaça à democracia americana.
“Eu sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio”, afirmou o presidente. “Sei que não caminho tão facilmente como antes, não falo tão bem como antes, não debato tão bem como antes, mas sei o que sei. Eu sei dizer a verdade. Dou minha palavra como Biden. Eu não estaria concorrendo novamente se não acreditasse de todo o meu coração e alma que posso fazer esse trabalho. Porque, francamente, os riscos são muito altos.”
Biden, em contraste com seu desempenho no debate, foi mais incisivo nas críticas, ao chamar Trump de “onda de crimes de um homem só”, referindo-se aos problemas legais enfrentados pelo ex-presidente. Ele reiterou que a eleição é uma escolha entre integridade e criminalidade.
Durante o debate, Trump minimizou suas questões legaise comparou sua situação à de Hunter Biden, filho do presidente, que foi condenado por mentir sobre o uso de drogas ao comprar uma arma. Trump também acusou Biden de ser um criminoso.
“O único criminoso condenado no palco ontem à noite foi Donald Trump”, disse Biden no comício. “Quando pensei em suas 34 acusações por crimes graves, sua agressão sexual a uma mulher em um lugar público e sua multa de US$ 400 milhões por fraude empresarial, pensei comigo mesmo: Donald Trump não é apenas um criminoso condenado.É uma onda de crimes de um homem só.”
A multidão respondeu com gritos de “prendam-no!”, ecoando os comícios de Trump em 2016, quando ele atacava Hillary Clinton.
A primeira-dama, Jill Biden, iniciou o comício com elogios ao desempenho do presidente no debate, apesar das preocupações dos democratas. “Não há ninguém que eu preferisse ter no Salão Oval agora além do que meu marido”, afirmou ela.
“O que vocês viram ontem à noite no palco do debate foi Joe Biden, um presidente com integridade e caráter, que disse a verdade. E Donald Trump falou mentira atrás de mentira atrás de mentira.”
O discurso de Biden, que durou cerca de 15 minutos, foi recebido com aplausos e gritos. Ele deixou o palco ao lado de Jill, acenando para a plateia. Entretanto, o pronunciamento não teve a mesma audiência do debate na CNN, que atraiu 48 milhões de telespectadores, segundo o Instituto Nielsen.
O comício ocorreu em meio a receios entre os democratas depois do desempenho fraco de Biden no debate, o que aumentou a especulação sobre uma possível troca de candidato antes das eleições de novembro. Embora possível, essa substituição é difícil sem a vontade de Biden de desistir antes da convenção do partido, prevista para agosto.
Em Chesapeake, Virgínia, Trump descartou a possibilidade de Biden abandonar a disputa.
“Muitas pessoas estão dizendo que, depois do desempenho de ontem à noite, Joe Biden está deixando a disputa”, ressaltou o candidato.
“Mas eu realmente não acredito nisso porque ele se sai melhor nas pesquisas do que qualquer um dos democratas sobre os quais eles estão falando.”
A campanha republicana explorou a fragilidade de Biden no debate nas redes sociais e reforçou a tese de que ele não tem condições de governar o país.
Na noite anterior, Biden foi recebido com entusiasmo em Atlanta, Geórgia, depois do debate. Ele preferiu focar nas falhas de Trump, que aproveitou o formato do debate para apresentar sua narrativa.
“Não consigo pensar em nada que ele tenha dito que fosse verdade”, observou Biden. “Vamos vencer esse cara. Precisamos vencer esse cara e preciso de vocês para vencê-lo.”
Apesar do otimismo no comício, democratas em Washington e outros centros expressaram preocupação com o desempenho de Biden. Van Jones, ex-assessor de Barack Obama e comentarista da CNN, descreveu o desempenho do presidente como “doloroso” e sugeriu sua substituição.
“Eu amo Joe Biden”, ressaltou o ex-assessor. “Trabalhei para Joe Biden. Ele não se saiu nada bem. Ele está fazendo o melhor que pode. Mas ele tinha um teste para realizar esta noite para restaurar a confiança do país e da base. E ele falhou em fazer isso.”
Em seguida, Jones deu a sua sugestão.
“Acho que muitas pessoas vão querer vê-lo considerar um curso diferente agora”, avaliou ele. “Ainda estamos longe de nossa convenção, e há tempo para este partido descobrir um caminho diferente a seguir, se ele nos permitir fazer isso.”
Jones estava mais alinhado à reação pós-debate do que à euforia do evento em Atlanta. Colunistas do New York Times opinam que Biden deve deixar a disputa ou enfrentar forte pressão para tal.
Thomas L. Friedman, influente analista político, escreveu um artigo em que pediu a saída de Biden, classificando o debate como “o momento mais doloroso da campanha presidencial americana” em sua vida.
As insatisfações, por enquanto, não têm efeito prático. Biden já deixou claro que não pretende desistir e conta com o apoio de líderes importantes do partido. Em uma postagem no Twitter/X, o ex-presidente Barack Obama minimizou as dificuldades de Biden no debate.
“Noites de debate ruins acontecem”, escreveu Obama. “Esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda sua vida e alguém que só se preocupa consigo mesmo. Entre alguém que fala a verdade; que distingue o certo do errado e o transmitirá diretamente ao povo americano, e alguém que mente descaradamente em seu próprio benefício.”
Membros da ala radical do Partido Republicano também reagiram ao debate. Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, questionou a intenção de Biden de disputar as eleições em uma publicação no Twitter. “Guardem minhas palavras… Biden não será o candidato democrata. Republicanos, mantenham-se atentos!.”
Informações Revista Oeste
Robert F. Kennedy Jr., candidato da chamada “terceira via” à Presidência dos Estados Unidos, disse estar disposto a substituir Joe Biden, pelo Partido Democrata, na eleição presidencial.
Declaração ocorreu após desempenho ruim de Biden em debate contra Donald Trump, na CNN, nesta quinta (27). Kennedy Jr. ficou fora do encontro, mas esteve em um programa transmitido pelas redes sociais, simultaneamente.
Em uma das perguntas, o apresentador Chris Cuomo questionou. “Você estaria aberto para conversar com eles [os democratas] se entrassem em contato com você?”. O candidato respondeu: “É claro que eu falaria com eles. Isso me colocaria nas urnas sem que ninguém tentasse me tirar”.
Assessor diz que Biden não pensa em desistir. Embora tenha sido alvo de críticas por desempenha fraco, no debate da CNN, um colaborador da campanha de Biden afirmou à rede de TV ABC News que ele não pensa em desistir das eleições e que está comprometido com um segundo debate.
Em comício na Carolina do Norte, mais cedo, o chefe da Casa Branca reconheceu o desempenho ruim no debate. “Não ando com tanta facilidade como antes, não falo com tanta fluidez como antes, não debato tão bem como antes, mas sei o que sei: sei dizer a verdade”, disse ele.
Eu sei como fazer este trabalho. Eu sei como fazer as coisas. Eu sei, como milhões de americanos sabem, que quando te derrubam, você se levanta.
Joe Biden, em comício com eleitores
Membro de dinastia política. RFK Jr. é sobrinho do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy, que foi ocupou a Casa Branca de 1961 até 22 de novembro de 1963, quando foi assassinado durante um evento público em Dallas em uma das histórias mais famosas da política. JFK, como era conhecido, é até hoje um dos mais presidentes mais populares da história do país.
Pai também foi morto em crime político. Robert Francis Kennedy foi procurador-geral dos Estados Unidos e depois se elegeu senador. Em 1968, ainda como integrante do Congresso, fazia campanha para as eleições presidenciais quando foi assassinado em um hotel em Los Angeles.
Candidato tem formação de elite, é ambientalista e ativista antivacina. Bacharel na Universidade de Harvard e doutor em direito pela London School of Economics, o candidato sempre advogou pela defesa do meio-ambiente, indígenas e fontes de energia renováveis. Desde 2005, ele espalha desinformação sobre vacinas e imunizantes.
Especialista em política norte-americana vê RFK como “outsider” sem chances de vencer. Pedro Costa Júnior, cientista político e pesquisador da USP, aponta que Robert Kennedy não pode nem ser considerado uma “terceira via” real, por não apresentar perigo aos Democratas ou Republicanos. “É mais um manifesto que uma candidatura”, observa.
RFK Jr. é considerado um “conspiracionista”. Várias vezes ele já comparou a vacinação com um “holocausto” e afirmou que os imunizantes “causam autismo” em crianças, o que é falso. Em 2021, o Instagram suspendeu a conta dele por “repetidamente compartilhar informações falsas sobre a Covid-19”.
Candidato disse que verme comeu parte de seu cérebro, em 2012. Kennedy Jr. afirmou em um depoimento que descobriu que um parasita entrou em sua cabeça, comeu parte de seu cérebro e morreu. Ao New York Times, ele afirmou que não sofre efeitos de ambos os problemas. No X (antigo Twitter), ainda brincou com a situação, se oferecendo para “comer mais 5 vermes cerebrais e ainda assim vencer o presidente Trump e o presidente Biden em um debate”.
Afastamento de Clã Kennedy se deu por declarações na pandemia. Em um discurso de 2022, RFK Jr. sugeriu que as medidas de distanciamento promovidas pelo governo Biden deixava os americanos com menos liberdade do que judeus na Alemanha nazista. As falas não foram bem-recebidas pelo resto da família, que publicou uma carta de repúdio. Mais tarde, ele se desculpou.
Kennedy acumula votos de insatisfeitos com favoritos. Costa Jr. observa que, no geral, o voto em Kennedy surge a partir da falta de boas opções nos pleitos. “Tanto Biden como Trump são o passado. Mas Trump passou do limite, e Biden decepciona muito. Americanos desejam um candidato fora do bipartidarismo, mas sabem que não vai acontecer”, diz.
Família Kennedy apoia a candidatura de Joe Biden. Em declaração conjunta, membros da Família Kennedy anunciaram que não apoiariam Robert Kennedy. Para Pedro Costa Jr., isso se dá pela família “ir atrás do poder”, e não ver a candidatura de Kennedy como algo realista ou que contribua com seu status político.
Robert Kennedy recebeu o apoio de Elon Musk.Em 2023, o bilionário realizou um evento em prol de Kennedy que durou duas horas e meia. Entretanto, os resultados das pesquisas não são atraentes para ele. Com apenas 10% das intenções de voto, Robert F. Kennedy tem poucas chances de ser competitivo no pleito. No entanto, ele é o candidato independente mais relevante desde Ross Perot, que conseguiu 18,9% dos votos na eleição de 1992.
Trump criticou Kennedy diretamente. Em 11 de maio, o ex-presidente afirmou que RFK era “falso”, e um “liberal de esquerda radical” cuja candidatura foi anunciada para ajudar Joe Biden. Trump insultou também a família de Kennedy, chamando-os de “um bando de lunáticos”.
Informações UOL
No primeiro debate presidencial das eleições de 2024, o ex-presidente demonstrou muita energia, enquanto Biden teve muita dificuldade de se expressar e pareceu ter problemas de linha de raciocínio, segundo analistas.
Foto: AP Photo
Performance de Biden foi ‘catastrófica’, diz Guga Chacra
O ex-presidente Donald Trump saiu vencedor no primeiro debate presidencial de 2024 e o desempenho do presidente Joe Biden preocupa os democratas, analisam comentaristas da GloboNews.
Trump e Biden fizeram o primeiro debate das eleições de 2024 em Atlanta nesta quinta-feira (27) — a disputa foi marcada por um tom agressivo e troca de ofensas. A performance de Biden na disputa foi “catastrófica”, enquanto Trump foi o “Trump de sempre, falando uma série de inverdades, mas demonstrando muita energia”, analisou o comentarista Guga Chacra.
“Desesperador. O Biden não conseguia concluir uma linha de raciocínio. Ele teve muita dificuldade de se expressar e de projetar a voz, gaguejou muito. Hoje não era um problema apenas de articulação, era um problema de linha de raciocínio. Quem assistiu ao debate para entender as políticas de cada um dos candidatos não conseguiu entender o que o presidente Biden falou hoje à noite”, disse Sandra Coutinho.
A avaliação dos comentaristas foi corroborada pela imprensa americana e por uma pesquisa de opinião feita pela rede norte-americana canal “CNN”, que realizou o debate. Segundo a pesquisa, 67% dos espectadores acreditam que Trump venceu o debate, enquanto 33% acharam que Biden foi melhor. A consulta tem margem de erro de 5,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Sandra afirmou ainda que Trump foi bem nas perguntas delicadas, como sobre a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e se iria respeitar o resultado das eleições de novembro. Esquivou-se delas, e quando pressionado deu respostas que não o comprometeram perante o eleitor.
Segundo Marcelo Lins, talvez seja hora dos democratas pensarem em um substituto para concorrer no lugar do presidente, que não conseguiu rebater as mentiras de Trump, fazendo com que resultado fosse claro: vitória do ex-presidente e derrota de Biden. “Eu não vejo como o Biden pode se recuperar”, disse Jorge Pontual.
Para Daniel Sousa, Trump apostou no mesmo formato já utilizado por ele em outras eleições, provocando medo na população. Por outro lado, analisa o comentarista, o desempenho de Biden provocou vergonha alheia em quem assistiu.
Sandra Coutinho acredita que a performance de Biden no debate deve aprofundar o racha nos democratas. “Apresentar aos EUA outro candidato agora significa também dizer que o partido falhou, errou em não detectar esse problema mais cedo”, disse Sandra.
“Biden se autodestruiu diante do público americano e do mundo. (…) Biden debateu desesperadoramente mal”, afirmou Demétrio Magnoli. Magnoli disse ainda que o debate confirmou 100% o temor dos eleitores, de que ele perdeu a aptidão para exercer a presidência dos EUA. No caso de Trump, que tem apenas três anos a menos, ele ainda tem vivacidade e demonstra rapidez de raciocínio necessários.
Sandra Coutinho
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump fizeram nesta quinta-feira (27) o primeiro debate presidencial das eleições no país, que acontecem em novembro deste ano.
Em um cara a cara com uma série de ineditismos (o cara a cara, que durou uma hora e meia, tem também uma série de ineditismos: esta é a primeira vez que um presidente e um ex-presidente ficam cara a cara em um debate eleitoral nos EUA. Trump passou também a ser o único candidato a chegar a um enfrentamento desse tipo com uma condenação nas costas, além de outros três processos que ele ainda responde como réu.
Donald Trump e Joe Biden no 1º debate presidencial das eleições de 2024, nos Estados Unidos — Foto: Gerald Herbert/AP
Neste ano, a CNN também impôs regras pela primeira vez. (Leia mais abaixo)
As eleições para presidente nos Estados Unidosacontecem em 5 de novembro. Joe Biden tenta a reeleição, enquanto Donald Trump quer voltar à Casa Branca — ele presidiu os EUA de 2017 a 2021 e perdeu as últimas eleições para Biden.
As pesquisas de opinião mais recentes mostram umaligeira vantagem para Trump.
O debate começou com um tema sensível para Biden: a inflação. Um dos moderadores questionou o presidente sobre o que ele tem a dizer a eleitores que sentem que a economia piorou na comparação com a gestão de Trump.
O presidente respondeu com o argumento de que o mundo pós-pandemia prejudicou a economia em diversos países e atacou seu adversário, a quem acusou de causar uma situação de “caos” na economia.
Trump rebateu e acusou Biden de apenas favorecer imigrantes ilegais. “Os únicos empregos que ele criou foram para imigrantes ilegais”, disse o ex-presidente, que repetiu também o discurso de que imigrantes que entram nos EUA de forma ilegal são “terroristas que estão vivendo em hotéis de luxo de Nova York” e acusou Biden de “simplesmente deixá-los entrar”.
Biden, no debate, voltou a prometer reeditar a lei que garantia o direito nacional ao aborto nos EUA, a chamada Roe contra Wade, derrubada em 2022 pela Suprema Corte do país.
Biden, que começou o debate em temperatura morna, subiu o tom ao chamar Trump de “otário” e “perdedor”.
O presidente acusou o adversário de já ter chamado veteranos de guerra de “otários e perdedores” e, ao falar de seu filho Beau Biden, que lutou no Iraque e morreu de câncer no cérebro em 2015, disse a Trump:
“Meu filho não é otário. Você é um otário e um perdedor”.
Trump exigiu um pedido de desculpas.
Os dois candidatos também investiram em uma série de ataques pessoais ao longo do debate — o que não costumava ser a estratégia de Biden em debates nas últimas eleições.
Joe Biden chamou Donald Trump de criminoso condenado e o acusou de fazer sexo com a ex-atriz pornô Stormy Daniels — pivô do processo em que Trump foi condenado em maio — enquanto sua então esposa estava grávida. O adversário negou.
Trump, como esperado, citou falhas de memória de Joe Biden e falou de seu filho, Hunter Biden — condenado em junho por mentir sobre uso de crack em um formulário ao comprar armas.
Questionado sobre se aceitará resultado das eleições, Trump — que é julgado por tentar reverter o resultado do pleito de 2020 — tentou desviar da questão. Pressionado pela apresentadora do debate, respondeu então que, “sem dúvida, vou aceitar o resultado das eleições se o resultado for justo e legal”.
Biden, ao receber o direito de fala, disse duvidar de que Trump aceitaria esse resultado, “porque você um reclamão”.
Ao debater a guerra em Israel, Trump acusou Biden de não ter pulso firme na guerra entre Israel e Hamas e chamou o presidente de um “palestino ruim”.
Trump disse ainda que vai terminar a guerra na Ucrânia antes mesmo de tomar posse, caso eleito.
Como previsto, Trump investiu em ataques nos pontos fracos do atual governo de Biden, como o recorde de entrada de imigrantes nos EUA, os períodos de inflação alta e o prolongamento das guerras na Ucrânia e em Israel.
Trump em debate nos EUA — Foto: Brian Snyder/Reuters
Joe Biden durante debate presidencial, nos Estados Unidos, em 27 de junho de 2024 — Foto: REUTERS/Brian Snyder
Donald Trump (à esquerda) e Joe Biden fazem o primeiro debate presidencial das eleições de 2024 nesta quinta-feira (27) — Foto: AP Photo
O debate desta noite também reeditou os históricos enfrentamentos travados por Biden e Trump em 2020, quando os dois também concorreram à presidência. Em debates daquele ano, os dois adversários protagonizaram longos bate-bocas. O ex-presidente republicano interrompeu diversas vezes o democrata, que chegou a mandar o adversário “calar a boca”.
Biden, que venceu o pleito na ocasião, seguiu a estratégia de tentar descredibilizar o adversário e suas falas, ignorando Trump e falando diretamente para as câmeras.
Neste ano, a organização do debate estabeleceu uma série de regras para tentar evitar interrupções e que os candidatos falem fora de hora, além da interferência de terceiros. Entre elas, estão:
Informações G1
Soldados bolivianos protegem palácio presidencial na Praça Murillo em La Paz, na Bolívia, em 26 de junho de 2024. — Foto: AP Photo/Juan Karita
Presidente da Bolívia denuncia golpe do Exército
A Bolívia sofreu nesta quarta-feira (26) uma tentativa de golpe de Estado, segundo afirmou o presidente do país, Luis Arce.
Tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial, e ainda estavam no local até a última atualização desta reportagem, segundo testemunhas da agência de notícias Reuters. Algumas unidades do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas de La Paz também nesta quarta.
Em pronunciamento, Arce destituiu o comandante do Exército, Juan José Zuñiga, a quem acusou de ter arquitetado o golpe. O novo comandante, segundo a agência de notícias Reuters, desmobilizou as tropas e ordenou que os soldados voltassem aos quartéis.
Zuñiga, que foi à praça Murillo, em frente ao palácio presidencial, disse a TVs locais que o movimento era uma “tentativa de restaurar a democracia” na Bolívia e de libertar prisioneiros políticos.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Arce, que estava no palácio presidencial, discutindo com Zuñiga após a invasão ao palácio.
Veja o que se sabe até agora sobre o episódio:
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, querompeu com Arce no ano passado mas faz parte do mesmo movimento do atual presidente, afirmou tratar-se de um golpe de Estado. Segundo Morales, um regimento do Exército colocou francoatiradores em uma praça de La Paz. O ex-presidente o general Juan José Zuñiga de estar por trás da mobilização.
“Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia diante do golpe de Estado que o general Zuñiga está gestando”, disse Morales. “Não permitiremos que as Forças Armadas violentem a democracia e amedrontem o povo”.
Em comunicado, Zuñiga falou que “as coisas vão mudar”, embora não tenha confirmado o golpe de Estado.
“Os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim”, disse o general Juan José Zuniga a uma estação de televisão local.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou apoio a Luis Arce e disse condenar a tentativa de golpe.
“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão”, declarou Lula.
O presidente de Honduras, atualmente na presidencia da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), também falou em golpe de estado e pediu uma reunião de emergência dos Estados membros — o Brasil é um deles.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a movimentação e pediu respeito à democracia.
A ex-presidente da Bolívia, Jeanine Añez — de oposição a Arce — também condenou a movimentação dos militares.
“Repúdio total à mobilização de militares na praça Murillo (em frente ao palácio presidencial) pretendendo destruir a ordem constitucional”, disse. “Nós boliviamos defendemos a democracia”.
Em um comunicado em suas redes sociais, Arce também pediu que a democracia seja respeitada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que está torcendo para que a democracia prevaleça no país, e que “golpe nunca deu certo”. O Itamaraty disse que o govero brasileiro “está atento ao que está ocorrendo na Bolívia”.
Nos últimos cinco anos, a Bolívia viveu diversos momentos de turbulência política.
Em 2019, o terceiro mandato de Evo Morales foi interrompido por um golpe de estado que se seguiu a um movimento de protesto e greves reunindo setores populares, de classe média e empresariais. Evo havia acabado de ser eleito no primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro, para um quarto mandato –que não tinha cobertura institucional. Ele renunciou à presidência e deixou a Bolívia.
Após Morales deixar o cargo, Jeanine Áñez Chávez se autoproclamou presidente interina da Bolívia. Ela os apoiadores do golpe foram presos em 2021, junto com o excomandante do Exército boliviano Jorge Pastor Mendieta Ferrufino, que liderou o golpe em 2019, segundo a Agência Boliviana de Informação.
Em 2008 também houve tentativa de golpe, mas que fracassou. O governo da Bolívia denunciou o início de um “golpe civil” realizado pela oposição conservadora do Departamento de Santa Cruz, mas descartou a possibilidade de decretar um estado de sítio para diminuir a tensão política.
Arce e Evo Morales, que eram aliados, agora são adversários por causa das eleições presidenciais de 2025. Morales será o candidato do MAS.
A legenda governista que Morales lidera afastou Arce por ele se recusar a participar do congresso do (MAS), realizado entre terça e quinta-feira em Cochabamba.
Informações G1
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está diante de um momento crucial que determinará o destino de seu governo e o futuro do país. Em 28 de julho, ele enfrentará seu mais difícil desafio eleitoral desde que assumiu o cargo em 2013.
As pesquisas indicam que seu principal oponente, o ex-diplomata discreto Edmundo González, está à frente. González conta com o apoio de María Corina Machado, líder da oposição, que promete restabelecer a democracia e reunir famílias separadas pela migração.
Maduro, habilidoso operador político, historicamente inclinou as urnas a seu favor para superar sua impopularidade. No entanto, há riscos. Ele pode perder e negociar uma saída pacífica, mas poucos venezuelanos esperam que isso aconteça.
Analistas políticos e ex-funcionários do governo de Maduro acreditam que ele considera várias opções para manter o poder. Ele poderia desqualificar González ou os partidos que ele representa. Ou, usando sua experiência em manipulação eleitoral, permitir a votação, mas suprimir a participação e confundir os eleitores para vencer.
Outra possibilidade é cancelar ou adiar a votação, inventando uma crise, como uma disputa latente na fronteira com a vizinha Guiana. Maduro também poderia corrigir a contagem de votos, como ocorreu em 2017 durante a votação para reescrever a constituição.
Os EUA observam de perto a eleição, buscando promover a democracia e proteger interesses no negócio do petróleo. O governo Biden enfrenta desafios econômicos na Venezuela, enquanto centenas de milhares de venezuelanos migram para o norte.
Maduro, aos 61 anos, chegou ao poder após a morte de Hugo Chávez, fundador do projeto socialista do país. Independentemente do resultado, o cenário é crítico, e seus oponentes certamente acusarão fraude se ele declarar vitória.
Representantes do Ministério das Comunicações e do Conselho Eleitoral não responderam aos pedidos de comentários.
Nicolás Maduro, ex-vice-presidente e sucessor escolhido a dedo por Chávez em 2013, enfrenta um momento decisivo em sua liderança. Muitos venezuelanos previram seu fracasso, mas ele sobreviveu a crises econômicas, protestos, tentativas de golpe e sanções dos EUA.
Apesar de números desfavoráveis nas pesquisas, Maduro se fortaleceu, mantendo laços comerciais com Irã, Rússia e China. No entanto, a eleição, realizada a cada seis anos, é seu maior desafio.
O governo manipula a votação a seu favor, dificultando o registro de milhões de venezuelanos no exterior. Especialistas estimam que de 3,5 a 5,5 milhões de votantes vivem fora do país, mas apenas 69.000 conseguiram se registrar.
Internamente, esforços para minar a votação incluem mudanças nos nomes de escolas usadas como locais de votação. Além disso, a figura popular da oposição, María Corina Machado, foi impedida de concorrer, mas ainda apoia o candidato opositor Edmundo González.
O monitoramento eleitoral independente será mínimo, com o Centro Carter como única organização observadora. A eleição já é considerada uma das mais falhas do país em 25 anos.
Enquanto Maduro aumentou salários e melhorou a economia, sua campanha inclui dançar com eleitores e zombar dos céticos. O resultado será observado de perto pelos EUA e pela comunidade internacional.
O argumento persistente é que as sanções dos EUA estão no cerne dos problemas econômicos da Venezuela. Apesar das dificuldades econômicas, o movimento socialista do país ainda mantém profundas raízes.
Durante seus anos de maior sucesso, o movimento socialista tirou milhões de pessoas da pobreza e possui um poderoso aparato de comunicação. Muitos ainda votarão na causa socialista, mesmo reconhecendo falhas em Maduro. Como disse Giovanny Erazo, 42 anos, em um recente evento de divulgação do voto: “Não se trata apenas de um homem, mas de um projeto”.
Outros podem votar em Maduro acreditando que isso trará ajuda para suas famílias. Há muito tempo, os leais são recompensados com caixas de alimentos.
Apesar das preocupações de sabotagem por parte de Maduro, não está claro se isso resultaria na agitação necessária para tirá-lo do poder.
Desde 2013, pelo menos 270 pessoas foram mortas em protestos, segundo a organização de direitos humanos Provea, deixando muitos temerosos de sair às ruas. A frustração com Maduro levou muitos a votarem com os pés, fugindo do país.
Se Maduro não conseguir permanecer no cargo até 28 de julho, alguns analistas acreditam que ele poderia trabalhar com González para negociar uma saída favorável. No entanto, o presidente é procurado nos Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas e está sob investigação do Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. Ele busca um país onde possa estar protegido de processos judiciais.
Manuel Christopher Figuera, ex-diretor do Serviço Nacional de Inteligência da Venezuela, considera esse cenário improvável. Ele afirma: “Maduro sabe que, se entregar o poder, o restante desse grupo de criminosos não escapará impune”.
Luisa Ortega, ex-procuradora-geral do país durante os governos de Chávez e Maduro, alerta contra o “triunfalismo fatal” entre os opositores. Ela ressalta que uma “avalanche de votos contra Maduro” nas urnas não necessariamente resultará em vitória para eles.
Com informações da Folha de SP e The New York Times
Foto: Reprodução.
A pouco mais de um mês para a eleição presidencial na Venezuela, marcada para 28 de julho, o jornal venezuelano El Nacional publicou nesta quinta-feira (20) um resumo de pesquisas que mostram, na maioria, o principal candidato oposicionista, Edmundo González, à frente do atual presidente Nicolás Maduro. As informações são da Gazeta do Povo.
No levantamento com a maior diferença entre os dois candidatos, realizado pelo instituto Megaanálise, González tem 61%, enquanto Maduro tem apenas 10%, uma diferença de 51 pontos percentuais. Maduro tenta se eleger presidente pela terceira vez, embora as eleições na Venezuela sejam frequentemente criticadas pela falta de transparência, indícios de fraude e veto a candidatos da oposição.
Entretanto, conforme descrito pelo El Nacional como uma “guerra de pesquisas”, alguns levantamentos também colocam Maduro à frente. Confira os números reunidos pelo jornal, organizados por instituto:
Em entrevista ao El Nacional, Saúl Cabrera, presidente do instituto Consultores21, afirmou que “na Venezuela tem sido muito difícil desde 2010 acertar nas pesquisas porque o sistema [eleitoral] não é perfeitamente justo e equilibrado”. Ele destacou que 80% da população venezuelana quer uma mudança, 50% se identifica politicamente com a oposição e apenas 30% com o chavismo.
Informações TBN
Foto: Reprodução.
O ex-presidente Donald J. Trump discursou no evento evangélico Faith & Freedom Coalition em Washington no sábado (23), apresentando-se como um defensor da liberdade religiosa e um mártir dos americanos de fé, ao mesmo tempo que denunciava o que descreveu como uma perseguição em massa aos cristãos.
Ele acrescentou, sob aplausos estridentes: “Precisamos que os eleitores cristãos compareçam em maior número para dizer ao corrupto Joe Biden ‘você está demitido!’”
Trump fez duro discurso no evento, dizendo: “Também tomarei medidas históricas para derrotar o veneno da ideologia de gênero de esquerda e restaurar a verdade eterna de que Deus criou dois gêneros: HOMEM e MULHER”. Assista:
Presidência de El Salvador/AFP
Os ministros da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, e de El Salvador, Gustavo Villatoro, assinaram um acordo na terça-feira, 18, para “reforçar” a luta contra o crime organizado. O regime excepcional em El Salvador, baseado na erradicação das gangues que tornaram o país um dos lugares mais violentos do mundo, é acusado de desrespeitar a democracia, com prisões indiscriminadas, judiciário cerceado e oposição reprimida. Apesar disso, o sucesso na redução da criminalidade elevou o prestígio do “modelo Nayib Bukele”, presidente de El Salvador, em países da América Latina.
“Seguindo as diretrizes dos líderes de El Salvador e da Argentina, nosso presidente Nayib Bukele e o presidente Javier Milei, junto com a ministra Patricia Bullrich, assinamos um acordo de cooperação entre os dois países, comprometendo-nos firmemente a fortalecer a luta contra o crime organizado”, afirmou Villatoro nas redes sociais.
De acordo com o comunicado conjunto, “serão estabelecidos espaços especializados para análise, visando desenvolver estratégias e ferramentas inovadoras para combater eficazmente os grupos criminosos”. Nesse contexto, El Salvador e Argentina anunciaram a intenção de criar um “laboratório de políticas de segurança” com dados atualizados dos dois países “e de qualquer outro país que decida se juntar”.
Villatoro acrescentou que o governo salvadorenho compartilhou com a delegação argentina “as ferramentas e ações implementadas no desenvolvimento do Plano de Controle Territorial, uma estratégia de segurança bem-sucedida que alcançou resultados sem precedentes em nosso país”.
Interesse dos hermanos
O acordo foi o resultado de uma visita de quatro dias de Bullrich a El Salvador, iniciada no domingo. Naquele dia, a ministra argentina visitou uma megapríson inaugurada em 2022, com capacidade para 40 mil presos. Na terça-feira, Bukele a recebeu na sede do governo.
A megapríson é uma resposta do governo salvadorenho a um pico de criminalidade que, em 2022, resultou em 87 assassinatos em dois dias. Além disso, Bukele declarou estado de exceção — renovado 22 vezes — e autorizou a polícia a prender qualquer pessoa suspeita de ter ligação com gangues. Quase nenhum dos detidos foi julgado e, quando as audiências começarem — se começarem —, serão em massa, com até 900 réus cada.
“Estamos muito impressionados com todo o processo, obtivemos informações absolutamente completas”, disse Bullrich ao presidente salvadorenho. “Isso é alcançado com mudanças legislativas e vontade política para posicionar as forças de segurança e militares onde elas precisam estar”, continuou, referindo-se à redução da criminalidade em El Salvador.
Modelo Bukele
O sucesso no controle da criminalidade, mesmo às custas da democracia, tornou Bukele o presidente mais popular da América Latina, com quase 80% de aprovação. Por esse motivo, outros líderes agora tentam emular seu modelo, ignorando as controvérsias.
No Equador, dominado por gangues de narcotraficantes, o presidente Daniel Noboa declarou estado de exceção e anunciou a construção de duas megaprísons. Rafael López Aliaga, prefeito de Lima, mencionou um “plano Bukele” ao solicitar a presença do Exército nas ruas. Honduras planeja construir uma prisão exclusiva para gangsters. O Movimento Brasil Livre (MBL) enviou três membros para acompanhar a reeleição de Bukele e redigirá um documento com medidas inspiradas por ele.
As organizações Human Rights Watch e Anistia Internacional denunciaram mortes, torturas e detenções arbitrárias durante o regime excepcional, que é sistematicamente prorrogado. Do total de detidos, quase 8 mil já foram libertados — milhares por serem inocentes. Um relatório de 2023 apontou sinais de tortura, asfixia, choques elétricos e outras violações de direitos humanos contra presos durante o regime.
Informações TBN
O empresário Elon Musk, dono da rede social X, fez uma postagem na plataforma neste sábado (15) na qual defendeu o fim das urnas eletrônicas. A publicação em questão foi um comentário a um post de Robert F. Kennedy Jr., candidato independente ao cargo de presidente dos Estados Unidos, que comentou uma reportagem sobre irregularidades relacionadas ao dispositivo nas eleições primárias de Porto Rico.
– Deveríamos eliminar as urnas eletrônicas. O risco de ser hackeado por humanos ou IA, embora pequeno, ainda é muito alto – escreveu Musk.
Kennedy, que segue na disputa à Presidência dos Estados Unidos, havia comentado uma reportagem da agência de notícias Associated Press que apontou que a comissão eleitoral de Porto Rico está revendo seu contrato com uma empresa de votação eletrônica dos EUA depois que centenas de discrepâncias foram descobertas após as acirradas primárias da ilha.
Segundo a agência, o imbróglio resultou de um problema de software que fez com que as máquinas fornecidas pela Dominion Voting Systems apurassem incorretamente o total de votos. Por causa disso, as contagens informadas pelas máquinas teriam sido inferiores às contagens de papel em alguns casos. Além disso, algumas máquinas reverteram certos totais ou reportaram zero votos para alguns candidatos.
Em sua publicação, o concorrente ao cargo máximo da política americana disse que “felizmente, havia um rastro de papel para que o problema fosse identificado e a contagem dos votos corrigida”.
– O que acontece em jurisdições onde não há registro documental? Os cidadãos dos EUA precisam de saber que todos os seus votos foram contados e que as suas eleições não podem ser pirateadas. Precisamos de regressar às cédulas de papel para evitar interferências electrônicas nas eleições. A minha administração exigirá votos em papel e garantiremos eleições honestas e justas – resumiu.
BOLSONARO INELEGÍVEL APÓS QUESTIONAR SISTEMA
No Brasil, o principal expoente da defesa do voto impresso auditável, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em junho do ano passado, justamente após fazer uma reunião com embaixadores na qual questionou o sistema de votação adotado no Brasil, no qual há apenas o registro eletrônico do voto.
Em seu voto pela inelegibilidade de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, disse que, no encontro com os embaixadores, o ex-presidente teve “claro sentido de destruir credibilidade de sistema de votação” e influenciar o eleitor de que estaria sendo vítima de uma “conspiração do Poder Judiciário para fraudar as eleições presidenciais”.
*Pleno.News
Foto: EFE/Ulises Ruiz Basurto