ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Bahia

Pesquisa nacional destaca qualidade de rodovias baianas e coloca Estrada do Feijão como a melhor do Nordeste

A pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT), divulgada na última terça-feira (19), apontou que mais de 85% das rodovias...
Read More
Polícia

Operação Mute encerra na Bahia com apreensão de mais 50 celulares

Iniciada na quarta-feira (20), a 6ª fase da Operação Mute, deflagrada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), foi concluída...
Read More
Feira de Santana

Início das celebrações de Natal no Shopping Cidade das Compras é marcada pela chegada do Papai Noel

O espírito natalino tomou conta do Shopping Popular Cidade das Compras neste sábado (23), com a tão esperada chegada do...
Read More
Feira de Santana

Hospital da Mulher adota metodologia para ampliar a segurança do paciente

A Fundação Hospitalar de Feira de Santana, autarquia da Prefeitura, adotou uma nova estratégia com o objetivo de aumentar a...
Read More
Bahia

Defesa Civil alerta que população deve ficar atenta a sinais de risco com chegada de frente fria

A Defesa Civil de Salvador, representada pelo coordenador Sosthenes Macêdo, em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, destacou os...
Read More
Bahia

Tráfego na Via Regional será alterado, temporariamente, neste fim de semana

A partir do início da noite desta sexta-feira (22), o acesso à Estrada do Derba pelo trevo do viaduto de Águas Claras...
Read More
Cinema

Além de Fernanda Torres: quem são as estrelas cotadas para concorrer ao Oscar de Melhor atriz

As possíveis indicadas ao Oscar de Melhor Atriz   Nesta semana, a Academia organizadora do Oscar incluiu a foto de...
Read More
Esportes

Polícia Civil e Esporte Clube Bahia lançam campanha de combate ao racismo

Os 23 jogadores do Bahia entrarão em campo com uma faixa com o slogan da campanha, simbolizando o compromisso do...
Read More
Brasil

Plano de golpe é ‘sem pé nem cabeça’ e não há crime em ‘escrever bobagem’, diz

Senador fala em cenário armado para indiciar pessoas e envolver, de forma incessante, o ex-presidente Jair Bolsonaro O atual senador...
Read More
Economia Economia Internacional

As expectativas do banco Morgan Stanley sobre a Argentina e o Brasil

'As boas notícias para a América Latina e os sinais positivos não vêm dos maiores países', informou o gigante financeiro...
Read More
{"dots":"false","arrows":"true","autoplay":"true","autoplay_interval":3000,"speed":600,"loop":"true","design":"design-2"}

O texto foi aprovado por 637 votos a favor e 13 contrários

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen Foto: EFE/EPA/STEPHANIE LECOCQ

O Parlamento Europeu aprovou na tarde dessta terça-feira (1º) a moção que pede à União Europeia para considerar a Ucrânia com o status de candidato para entrar no bloco. O texto foi aprovado por 637 votos a favor, 13 contrários e 26 abstenções.

Presidentes de 8 países da Europa Oriental assinaram uma carta à UE (União Europeia) dizendo que “a Ucrânia merece a perspectiva de adesão” ao bloco e pediram aos membros da entidade que tomem medidas para conceder ao país o status de candidato. Também foi solicitado que tal procedimento “esteja em linha com o artigo 49 do tratado sobre a União Europeia e sobre a questão do mérito”.

Pouco antes da votação parlamentar ser realizada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky chegou a fazer um discurso por videoconferência, em tom de apelo, para que o bloco “provasse” estar com o país.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que queria ver a Ucrânia se juntar à UE.

– Eles são um de nós e nós os queremos – declarou.

O pedido da Ucrânia é para que o país se torne membro da UE imediatamente por um procedimento especial, uma vez que está sob ataque russo. No entanto, a UE não deixou claro se, pela situação de guerra, alguma etapa do procedimento de adesão será pulada. De acordo com a legislação do bloco, é necessário que os parlamentos nacionais dos países membros também aceitem o pedido ucraniano.

A Ucrânia agora deverá seguir para as próximas etapas do procedimento de adesão ao bloco.

Informações Pleno News


Fotos: EFE/EPA/SERGEY KOZLOV // CNN Internacional

Nesta terça-feira (1º), Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, sofreu bombardeios em áreas residenciais e no centro da cidade, incluindo a sede do governo. A cidade tem cerca de 1,4 milhão de habitantes e é próxima da fronteira com a Rússia.

O prédio da Administração Estatal Regional fica na Praça da Liberdade – a principal da cidade e um marco arquitetônico da região. De acordo com Oleg Synegubov, chefe da região de Kharkiv, os russos utilizaram mísseis de cruzeiro e GRAD no ataque. Ele ainda acusou a Rússia de cometer crimes de guerra. O controle da cidade, contudo, permanece com as forças ucranianas.

De acordo com últimas informações do assessor do Ministério do Interior ucraniano, Anton Geraschenko, o ataque deixou ao menos 10 mortos e 35 feridos.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia publicou um vídeo com o momento da explosão e denunciou que a Rússia está violando os direitos humanos.

– A Rússia está travando uma guerra em violação do direito internacional humanitário. Mata civis, destrói a infraestrutura civil. O principal alvo da Rússia são as grandes cidades que agora são atingidas por seus mísseis – diz um trecho da postagem.

*Pleno.News


Foto: EFE / EPA / MIKHAIL METZEL / SPUTNIK / KREMLIN POOL

Nesta segunda-feira (28), a Rússia decidiu aplicar sanções comerciais aos Estados Unidos (EUA) e a seus aliados após sofrer medidas semelhantes promovidas pelo G7, grupo das maiores economias do mundo. O decreto foi assinado pelo presidente russo, Vladimir Putin.

As sanções promovidas pelos EUA e outros países foram uma repostas à invasão da Ucrânia por parte da Rússia. O ataque ocorreu na madrugada do dia 24 de fevereiro.

O anúncio da “operação militar no leste da Ucrânia” foi feito pelo presidente russo, Vladimir Putin, em um discurso transmitido na televisão. De acordo com ele, o “objetivo é proteger as pessoas que são submetidas a abusos, genocídio de Kiev durante oito anos, e, para isso, buscaremos desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e levar à Justiça aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra pessoas pacíficas, incluindo cidadãos russos”.

O anúncio das sanções aplicadas pela Rússia a demais países foi feito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Entre as medidas estão a proibição de empréstimos e transferências em moeda estrangeira de residentes russos para o exterior e ainda a determinação de que empresas exportadoras vendam no mercado 80% de suas receitas recebidas este ano.

– O presidente russo Putin assinou decreto sobre a aplicação de medidas econômicas especiais em conexão com as ações hostis dos Estados Unidos, bem como de estados estrangeiros e organizações internacionais afiliadas – disse Peskov.

*Pleno.News


A Fifa suspendeu a Federação de Futebol da Rússia e, com isso, o país está proibido de disputar as Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar, e consequentemente a própria Copa.

A decisão foi tomada em conjunto com a Uefa e envolve também as seleções de base e femininas, além da masculina. A Rússia pode recorrer da decisão ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte).

Essa é mais uma sanção imposta pela Fifa à Rússia, que invadiu a Ucrânia na última quinta-feira (24). No domingo, a entidade máxima do futebol já havia informado que enhuma partida internacional será disputada na Rússia — no caso de algum clube ou a seleção ser mandante, a partida será em território neutro e sem torcedores.

Além disso, também estão vetados o hino e a bandeira da Rússia nas partidas. Por fim, a equipe que representa o país não poderá jogar com o nome de Rússia, mas sim Federação Russa. As sanções valem por tempo indeterminado.

Além da Fifa, outras federações nacionais se manifestaram contra a Rússia. A República Tcheca se juntou à Polônia e Suécia, e informou que se nega a jogar partidas da repescagem Europeia das Eliminatórias da Copa com a Rússia. No dia 24 de março, a Polônia jogaria com a Rússia, considerada favorita.

*iBahia


Chefe de Estado ucraniano afirmou que país libertará presos que tenham “experiência em combate”

presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy
Foto: EFE/EPA/Eduardo Munoz

presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta segunda-feira (28) que prisioneiros ucranianos com “experiência em combate” serão libertados da prisão e autorizados a cumprir suas penas no conflito com a Rússia. O chefe de Estado ucraniano disse que a medida é uma forma dos presos compensarem a culpa deles.

– Sob a lei marcial, ucranianos com experiência real de combate serão libertados da custódia e poderão compensar sua culpa nos pontos mais quentes do conflito. Tomamos uma decisão que não é fácil do ponto de vista moral, mas que é útil do ponto de vista das nossas defesas. A chave agora é a defesa – disse Zelensky.

No começo da invasão, na última quinta-feira (24), o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, já havia informado que qualquer cidadão que conseguisse segurar uma arma poderia se unir aos militares do país para enfrentar a Rússia.

O anúncio de Zelensky ocorre justamente no dia em que as delegações da Rússia e da Ucrânia se reúnem na primeira tentativa de negociar um possível cessar-fogo do conflito entre os países. Nesta segunda, representantes das duas nações se reúnem em Belarus para tentar acertar termos que coloquem fim ao embate.

*Pleno.News


Zelensky afirmou que os dois lados se encontrarão perto do rio Pripyat, na fronteira com Belarus

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky Foto: EFE/ Sergey Dolzhenko

Horas depois de rejeitar uma negociação com a Rússia em Belarus, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mudou de ideia e decidiu que vai negociar com Moscou “sem pré-condições”. Zelensky, que acusa Belarus de servir de plataforma para Moscou, confirmou ter telefonado ao presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Em seu canal oficial no Telegram, Zelensky afirmou que os dois lados se encontrariam perto do rio Pripyat, mas não divulgou um horário para a reunião. Uma delegação enviada de Moscou chegou neste domingo (27) em Gomel, cidade do sudeste da Bielorrússia, também perto da fronteira.

– Concordamos que a delegação ucraniana se reuniria com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat – afirmou o presidente ucraniano.

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse às agências de notícias russas que representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Defesa e do Gabinete presidencial chegaram à Belarus para as negociações. O Kremlin também afirmou que o premier israelense, Naftali Benett, propôs mediar a conversa.

Informações Pleno News


Guerra na Ucrânia

A invasão da Ucrânia por tropas russas pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. O Brasil pode sentir os efeitos do conflito por meio de pelo menos três canais: combustíveis, alimentos e câmbio. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como pode resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.

Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada nesta semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses. No Brasil, os impactos deverão ser ainda mais intensos. Uma das razões é a exposição maior aos fluxos financeiros globais que o restante da América Latina, com o dólar subindo e a bolsa caindo mais que na média do continente.

A própria pesquisa, que ouviu 160 especialistas em 15 países, constatou a deterioração do clima econômico. Na média da América Latina, o Índice de Clima Econômico caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano, de 80,6 para 79 pontos. No Brasil, o indicador recuou 2,8 pontos, de 63,4 para 60,6 pontos, e apresentou a menor pontuação entre os países pesquisados.

Grande parte da queda atual deve-se ao Índice de Situação Atual, um dos componentes do indicador, que reflete o acirramento das tensões internacionais e o encarecimento do petróleo no início de 2022. O outro componente, o Índice de Expectativas, continuou crescendo, tanto no continente como no Brasil, mas a própria FGV adverte que o indicador que projeta o futuro também pode deteriorar-se caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se prolongue.

Canais

Segundo a FGV, existem diversos canais pelos quais a crise entre Rússia e Ucrânia pode chegar à economia brasileira. O principal é o preço internacional do petróleo, cujo barril do tipo Brent encerrou a semana em US$ 105, no maior nível desde 2014. O mesmo ocorre com o gás natural, produto do qual a Rússia é a maior produtora global, cujo BTU, tipo de medida de energia, pode chegar a US$ 30, segundo disse nesta semana em entrevista coletiva o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.

O Brasil usa o gás natural para abastecimento das termelétricas. Para o diretor da estatal, a perspectiva é que a elevação dos reservatórios das usinas hidrelétricas no início do ano possa compensar, pelo menos nesta fase de início de conflito.

Em relação à gasolina, a recuperação da safra de cana-de-açúcar está reduzindo o preço do álcool anidro, o que também ajuda a segurar a pressão do barril de petróleo num primeiro momento. Desde novembro do ano passado, o litro do etanol anidro acumula queda de 24,6% em São Paulo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.

As maiores pressões sobre combustíveis estão ocorrendo sobre o diesel, que não tem a adição de etanol e subiu 3,78% em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial.

Alimentos

Outro canal pelo qual a guerra no Leste europeu pode afetar a economia brasileira são os alimentos. A Rússia é a maior produtora mundial de trigo. A Ucrânia ocupa a quarta posição. Nesse caso, o Brasil não pode contar com outros mercados porque a seca na Argentina, tradicionalmente maior exportador do grão para o Brasil, está comprometendo a safra local.

A crise no mercado de petróleo também pressiona os alimentos. Isso porque a Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes, que também são afetados pelo petróleo mais caro. Atualmente, o Brasil compra 20% dos fertilizantes do mercado russo. O aumento do diesel também interfere indiretamente no preço da comida, ao ser repassado por meio de fretes mais caros.

Dólar e juros

O terceiro fator pelo qual a crise entre Rússia e Ucrânia pode impactar a economia brasileira será por meio do câmbio. O dólar, que chegou a atingir R$ 5 na quarta-feira (23), fechou a sexta-feira (25) a R$ 5,15 após a ocupação de cidades ucranianas por tropas russas. Por enquanto, os efeitos no câmbio são relativamente pequenos porque o Brasil se beneficiou de uma queda de quase 10% da moeda norte-americana no acumulado de 2022. O prolongamento do conflito, no entanto, pode anular a baixa do dólar no início do ano.

Nesta semana, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o Brasil está preparado para os impactos econômicos da guerra. Segundo ele, o país tem grandes reservas internacionais e baixa participação de estrangeiros na dívida pública, o que ajudaria a enfrentar os riscos de uma turbulência externa prolongada.

No entanto, caso o dólar continue a subir e a inflação não ceder, o Banco Central pode ver-se obrigado a aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) mais que o previsto. Nesse caso, o crescimento econômico para este ano ficaria ainda mais prejudicado. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado elevaram a projeção anual de inflação oficial para 5,56% em 2022. Essa foi a sexta semana seguida de alta na estimativa. A previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em apenas 0,3% neste ano.

Informações Agência Brasil


O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou nesse sábado (26) uma oferta dos Estados Unidos de retirada da capital Kiev. O anúncio foi feito pela embaixada da Ucrânia no Twitter.

Segundo a embaixada, Zelensky disse aos EUA: “A luta está aqui. Preciso de munição, não de carona.” “Os ucranianos estão orgulhosos de seu presidente”, acrescenta o tweet.

Zelensky afirmou ainda que informações da inteligência do país informaram que ele se tornou um alvo chave na operação da Rússia.

A batalha pelo controle de Kiev, capital da Ucrânia, se intensifica. Os combates se espalham pelas ruas, e explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.

*Metro1


Ataque teria deixado uma pessoa ferida, mas sem risco de morte

Rússia teria atingido navio japonês de bandeira panamenha Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO

Um míssil russo atingiu um navio de carga japonês ao largo da costa da Ucrânia na sexta-feira (25), ferindo um membro da tripulação, informou neste sábado (26) a agência de notícias japonesa “Kyodo”.

O navio, chamado Namura Queen, contava com 20 tripulantes filipinos no momento do disparo, e um deles ficou ferido em um ombro, disse a empresa proprietária da embarcação à “Kyodo”, além de ressaltar que ele não corre risco de morte.

Ainda de acordo com a “Kyodo”, o fato ocorreu perto de um porto na região de Odessa, no sul da Ucrânia, em águas que os navios foram alertados a evitar. O Namura Queen, porém, não sabia do aviso inicial e foi atingida pelo míssil enquanto tentava se mover para fora da área. O navio estava programado para atracar e carregar grãos.

O navio de carga tem bandeira panamenha, mas pertence a uma empresa de logística com sede em Ehime, no oeste do Japão. O navio está em condições de navegar e está atualmente em trânsito no Mar Negro a caminho da Turquia, onde terá os danos avaliados.

*Com informações EFE


O presidente da Rússia, Vladimir Putin - Alexey Nikolsky/Kremlin/Sputnik via Reuters
O presidente da Rússia, Vladimir Putin Imagem: Alexey Nikolsky/Kremlin/Sputnik via Reuters

A expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) rumo ao Leste Europeu nas últimas três décadas criou um dilema estratégico entre a Rússia e as potências ocidentais, tendo à frente os Estados Unidos.

Para especialistas em relações internacionais ouvidos pelo UOL, nos últimos dez anos, o presidente russo, Vladimir Putin, mudou a postura do país em relação à Otan, apelando inclusive para manter o que considera a zona de influência russa.

Segundo Maurício Santoro, professor do Departamento de Relações Internacionais da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), desde o fim da União Soviética, houve uma expansão simultânea da Otan e da União Europeia rumo aos países do Leste Europeu.

Em 2008, foram iniciadas tratativas para a inclusão na Otan da Geórgia e da Ucrânia —duas ex-repúblicas soviéticas que fazem fronteira com a Rússia. O Kremlin considerou o movimento inaceitável e interveio na Geórgia.Imagem: Arte/UOL

A causa estrutural dessa guerra é um conflito entre a Rússia, Estados Unidos e União Europeia pela delimitação de suas esferas de influência no leste da Europa.”Maurício Santoro, do Departamento de Relações Internacionais da Uerj

Ainda segundo Santoro, as agendas opostas de Putin e dos ucranianos —que buscam uma aproximação com o Ocidente desde o Euromaidan (onda de manifestações que levou à deposição do presidente Viktor Yanukovytch, em 2014)— representam o que a literatura acadêmica chama de dilema de segurança.

“Isso ocorre quando um determinado país ou conjunto de países está buscando se fortalecer, tentando apenas se proteger, mas essa busca vai ser vista pelos vizinhos como ameaça. Isso pode ocorrer mesmo que não haja nenhuma intenção agressiva”, explica.

Aliança contra a União Soviética

Criada em 1949, a Otan tinha como principal objetivo estratégico impedir a expansão da União Soviética rumo à Europa Ocidental. No entanto, esse objetivo chegou a ser rediscutido após o fim da potência socialista, no início dos anos 1990.

Apesar disso, a Rússia continuou sendo tratada como uma ameaça em potencial, segundo explica o geógrafo Tito Lívio Barcellos Pereira, mestre em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).

“Com o fim da União Soviética, de fato existia a esperança, inclusive do próprio governo russo, de que o país [Rússia] seria integrado a esse sistema internacional. De que seria integrado à Otan, à União Europeia e seria um interlocutor dos interesses americanos e europeus no espaço pós-soviético”, diz.

“Isso vai moldando a cabeça das elites russas. Em dado momento, essa desilusão com o Ocidente passa a se tornar uma desconfiança.”

Ainda segundo Pereira, nas negociações para a dissolução da União Soviética, as lideranças do Ocidente prometeram não avançar rumo ao Leste Europeu. Mas esse compromisso verbal não foi cumprido.

Em 1999, Polônia, Hungria e Chéquia (a antiga República Tcheca) ingressaram na Otan. O mesmo foi feito por Letônia, Estônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Eslováquia e Eslovênia em 2004 —todos os países tinham regimes comunistas na chamada Cortina de Ferro criada na Guerra Fria.

“À medida que os anos 2000 avançaram, no contexto da guerra ao terror, o presidente George W. Bush incentivava os países do Leste Europeu a entrarem na Otan como uma pré-condição para entrarem na União Europeia”, avalia.

“As demandas de Putin em relação à expansão da Otan são uma reclamação que existe desde o período [Boris] Iéltsin [presidente da Rússia entre 1991 e 1999], quando a Otan vai fazer sua primeira expansão pós-Guerra Fria, em 1999”.

Lucas Rezende, professor do Departamento de Ciência Política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz que a postura das potências ocidentais em relação à expansão da Otan tem grande peso nas tensões que culminaram no conflito da Ucrânia.

Em sua avaliação, após a dissolução do bloco soviético o objetivo da Otan foi alterado, passando a servir como um braço dos interesses norte-americanos na região.

“Desde o fim da Guerra Fria, a Otan mudou seu propósito. De uma aliança para se proteger da União Soviética, passou a ser uma aliança para garantir mais apoios aos Estados Unidos no continente europeu”, afirma.

Rezende destaca que o mapa de países membros da Otan —que revela um crescente cerco da Rússia mesmo após o fim do regime comunista— teve o objetivo de isolar um potencial rival para os Estados Unidos.

No entanto, movido pelos recursos obtidos com a exploração de petróleo e gás na última década, Putin ampliou muito o poderio bélico russo e, neste momento, “tem capacidade para reagir”.

Por outro lado, ele vê a adesão dos países da antiga esfera soviética como um processo acertado. “O histórico expansionista da Rússia é notável, então tendo um gigante forte e com um histórico de ocupação, esses países quiseram garantir que continuariam estados independentes”.

Informações UOL

1 75 76 77 78 79 114