Variante responde por 73% das novas infecções registradas na semana passada
A Ômicron superou outras variantes do coronavírus e, no momento, é a versão dominante nos Estados Unidos, respondendo por 73% das novas infecções na semana passada, segundo informaram as autoridades federais de saúde, nesta segunda-feira (20).
Os números dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) mostraram um aumento de quase seis vezes na participação da Ômicron nas infecções em apenas uma semana, de acordo com a Associated Press.
Em grande parte do país, a prevalência de Ômicron é ainda maior. É responsável por cerca de 90% das novas infecções na área de Nova Iorque, no Sudeste, no Centro-Oeste industrial e no Noroeste do Pacífico. A taxa nacional sugere que mais de 650 mil infecções pela cepa ocorreram nos EUA na semana passada.
A diretora do CDC, Rochelle Walensky, disse que os novos números refletem o tipo de crescimento visto em outros países.
– Estes números são nítidos, mas não surpreendem – disse ela.
Enquanto isso, Jen Psaki, a secretária de imprensa da Casa Branca, fez uma prévia de parte do conteúdo dos comentários planejados pelo presidente Joe Biden em discurso marcado para esta terça-feira (21).
– Este não é um discurso sobre lockdown – disse ela em coletiva de imprensa.
Psaki acrescentou que o presidente terá mais a dizer na terça-feira sobre os “esforços para expandir o acesso aos testes e vacinas da Covid-19”. Ainda segundo Psaki, Biden deverá se direcionar aos não vacinados, indicando que eles deverão seguir liderando as hospitalizações e mortes.
*AE
Medida permite que brasileiros e estrangeiros residentes não vacinados possam adotar quarentena de 5 dias
O governo atendeu à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e editou nesta tarde uma nova portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), que oficializa a necessidade de comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada no país, tanto no modal aéreo quanto no terrestre.
Brasileiros e estrangeiros residentes não vacinados, por sua vez, podem optar por uma quarentena de no mínimo cinco dias, que só se encerraria com a apresentação de um teste negativo para o coronavírus colhido ao final desse período. A condição não vale para estrangeiros não residentes no Brasil. Todos os viajantes devem apresentar teste negativo no momento do embarque.
Também poderão substituir o comprovante de vacinação pela quarentena indivíduos considerados não elegíveis; provenientes de países sem vacinação de amplo alcance; ou, ainda, por motivos humanitários excepcionais.
Outra exceção será aberta para brasileiros ou residentes que saíram do país até 14/12/2021. Estes serão submetidos às regras anteriores à portaria e estão dispensados do comprovante de vacinação ou de quarentena no regresso ao Brasil, mas seguem obrigados a apresentar teste negativo para Covid-19.
Na última quarta-feira (15), o STF atingiu os votos necessários para manter a obrigatoriedade do passaporte da vacina determinada em liminar de Barroso no dia 11.
A portaria ainda mantém a proibição de desembarque no país de viajantes que tenham origem ou passagem pela África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue nos últimos quatorze dias.
A portaria do governo pode ser vista aqui.
*AE
Sistemas do Ministério da Saúde estão instáveis após ataque hacker no último dia 10 de dezembro
Fora do ar desde o último dia 10 de dezembro, após um ataque hacker, a plataforma ConecteSUS, do Ministério da Saúde, deve voltar ao ar nesta quarta-feira (22). A previsão é do ministro da pasta, Marcelo Queiroga.
Desde o ataque cibernético que os sistemas estão fora do ar. Com isso, os dados diários de casos e mortes por Covid-19 de diversos estados estão sendo publicados incompletos.
Na ocasião, Queiroga comentou também sobre as ameaças de morte sofridas por membros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por causa da autorização da vacinação contra Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos. Segundo o ministro “São ações de criminosos que ameaçam os funcionários públicos. Eu mesmo sofro ameaças também, a gente está trabalhando firme para resolver o problema da pandemia, mas são ações que devem ser resolvidas pela Polícia Federal”.
Informações Bahia.ba
A Agência também pede proteção policial para diretores e servidores
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu à Polícia Federal (PF) e a outros órgãos a apuração de ameaças contra diretores e servidores, além de reforçar pedido de proteção policial.
“A Anvisa informa que, em face das ameaças de violência recebidas e intensificadas de forma crescente nas últimas 24 horas, foram expedidos neste domingo (19) ofícios reiterando os pedidos de proteção policial aos membros da Agência. Tais solicitações já haviam sido feitas no último mês de novembro quando a agência recebeu as primeiras ameaças”, diz o órgão, em nota.
As ameaças surgiram após decisão da Anvisa de autorizar a aplicação da vacina da Pfizer contra covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, na última quinta-feira (16). “O crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os autores e apurar responsabilidades”, diz a Anvisa.
O ofício de hoje da Anvisa foi encaminhado para o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; o procurador-geral da República, Augusto Aras; o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, e o superintendente regional da Polícia Federal no Distrito Federal, Victor Cesar Carvalho dos Santos.
“Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas”, acrescenta a nota.
A Anvisa informou ainda que não publicará os anexos que materializam as ameaças recebidas para não expor os dados pessoais dos envolvidos, no entanto, disse que todas as informações foram encaminhadas às autoridades responsáveis.
Na última sexta-feira, a diretoria da Anvisa divulgou nota rebatendo questionamentos do presidente Jair Bolsonaro acerca da decisão de autorizar a vacinação em crianças com o imunizante da Pfizer-BioNTech.
Em live em redes sociais, na quinta-feira, Jair Bolsonaro disse que pediu extraoficialmente o “nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos”. “Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem foram essas pessoas e forme seu juízo.”
Informações Agência Brasil
Distribuição será feita pelo consórcio Covax Facility, da OMS
O governo Bolsonaro doará 30 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus a países de renda baixa e média, por meio do consórcio da OMS, Covax Facility. Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o anúncio deve ser feito nesta segunda-feira (20).
Para o Ministério da Saúde, o repasse não impactará na vacinação brasileira, que já é considerada pelo governo como bem sucedida. Até o fim do ano de 2022, o país receberá mais 770 milhões de doses de imunizantes anticovid.
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Em outubro deste ano, durante a Cúpula do G20, o governo brasileiro assumiu o compromisso de solidariedade para com os países com baixos índices de vacinação. Atualmente, apenas metade da população mundial recebeu ao menos uma dose de vacina.
A vítima era um homem de 84 anos que morava em Colinas de Periperi, região do subúrbio da capital baiana.
Salvador registrou, neste sábado (18), a segunda morte causada pela gripe Influenza A H3N2. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a vítima era um homem de 84 anos que morava em Colinas de Periperi, região do subúrbio da capital baiana.
A SMS não informou a data da morte e nem se o homem tinha sido vacinado contra a doença. De acordo com a prefeitura, ele teve sintomas comuns da gripe como febre, coriza, desconforto respiratório e dispneia. O quadro evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e ele não resistiu. Não há detalhes sobre onde ele estava internado.
Na quarta-feira (16), a Secretaria da Saúde da Bahia registrou a primeira morte pelo Influenza H3N2, de uma idosa de 80 anos, que morava em Salvador e não estava vacinada contra a gripe.
Informações Bahia Notícias
A pandemia do novo coronavírus mal foi controlada no Brasil e um surto de gripe se abate sobre cidades de ao menos cinco estados, incluindo as duas maiores capitais brasileiras. Surgido em Hong Kong na década de 1960, o vírus influenza A (H3N2) sofreu uma nova mutação na Austrália este ano, suficiente para aumentar os atendimentos nos prontos-socorros e internações nos hospitais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Enquanto a cidade do Rio já contabilizou mais de 23 mil casos da doença nas últimas semanas, na capital paulista foram 19 internações na semana terminada no dia 14, contra 12 casos de março a junho do ano passado. Ontem, a Bahia registrou a primeira morte relacionada ao vírus, que já chegou também a Rondônia e ao Espírito Santo.
À CNN, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a vigilância epidemiológica notou que os pacientes com gripe se restringem ao primeiro atendimento, em nível ambulatorial, como acontece no Rio.
Não estamos vendo como uma situação de gravidade, por enquanto, e sim de atenção.”
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo
Mas, afinal, o que é preciso saber sobre essa nova variante?
O vírus H3N2 é um dos subtipos do vírus influenza A. Conhecido oficialmente como influenza A (H3N2), esse vírus é sazonal. Ele circula entre humanos desde uma epidemia em Hong Kong em 1968. Mas foi apenas a partir de 2005 que ele começou a circular pelo mundo mais frequentemente.
Embora a H3N2 tenha aparecido em Hong Kong, uma nova mutação foi identificada “há seis meses na Austrália”, diz o virologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) José Luiz Proença Módena. A cepa foi batizada de Darwin em referência à cidade em que ela foi sequenciada.
Como os vírus influenza passam por mais mutações do que o coronavírus, as vacinas precisam mudar todos os anos para garantir eficácia. A vacina contra a gripe usada no Brasil já tem em sua composição a H3N2, mas não se trata da variante Darwin, a que agora circula no Rio e em São Paulo.
Desde que a variante foi encontrada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda uma nova formulação para as vacinas contra a gripe que serão aplicadas em 2022, agora com a H3N2 Darwin.
Mesmo assim, a vacina à disposição “ajuda a pelo menos reduzir hospitalização”, diz Cristina Bonorino, imunologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). “Essa variante não está na vacina, mas a H3N2 está. Então a vacina tem alguma proteção.”
A variante atinge principalmente idosos e —ao contrário do coronavírus— crianças. Nesses grupos, a gripe pode ser ainda mais grave, resultando até em internação.
“O [vírus] influenza atinge crianças, mas ninguém sabe ao certo por quê. É uma grande incógnita que ainda buscamos resposta”, diz a imunologista.
Ela diz, no entanto, que os infectados até o momento pela Darwin são adultos não vacinados, já que “a campanha de vacinação contra a gripe foca em geral em idosos e crianças, o principal grupo de risco”.
Os principais sintomas provocados pela Darwin são os mesmos da gripe comum: febre alta, dores nas articulações, nariz congestionado, tosse, inflamação na garganta e fortes dores de cabeça. Pode haver vômito e diarreia principalmente em crianças.
A especialista recomenda os mesmos cuidados para fugir da covid-19: usar máscaras, lavar as mãos frequentemente e evitar aglomerações.
Se o paciente apresentar os sintomas dessa gripe, o conselho é se isolar por até seis dias e só sair de casa 24 horas depois que a temperatura tiver caído para 36°C.
Para cuidar do paciente infectado por esse subtipo do vírus, recomenda-se o mesmo tratamento para a gripe comum, com remédios para conter os sintomas. Os casos graves da doença podem precisar de internação.
A médica alerta para o fato de o influenza “conter uma infecção bacteriana associada”. Alguns casos, diz, começam “primeiro com resfriado, depois agrava. O paciente fica bem em seguida, mas volta a piorar e pode acabar com uma pneumonia que precisa ser tratada com antibiótico”.
Todas as vacinações caíram nos últimos anos, como a da gripe, “e isso pode ajudar a espalhar o vírus agora”. A imunologista acrescenta que a flexibilização das medidas restritivas contra a covid-19 também motiva o aumento de infectados pela H3N2.
“O vírus da gripe está voltando justo agora que começaram a reabrir alguns setores e flexibilizar as medidas de contenção ao coronavírus”, diz.
É a mesma coisa que a covid-19. A gente tem de vacinar todo mundo. Toda vez que a população não se vacina, pode surgir variante nova. Isso acontece todo ano com o influenza.”
Informações UOL
Por Felipe Pereira
“Avanços significativos na ciência muitas vezes têm uma qualidade peculiar: contradizem opiniões óbvias e de senso comum.” – Salvador Luria, Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1969
O COVID-19 pode ser considerado a maior crise mundial desde a Segunda Guerra, e o grande divisor de águas no tratamento da infecção vai, quem sabe, ter origem nas pesquisas realizadas pelo endocrinologista e pesquisador brasileiro Flavio Cadegiani, com o fármaco proxulatamida.
Caros compatriotas, não se deixem enganar pelo incurável complexo de vira-latas que cultivamos. Não se contaminem do ranço contra cientistas que as pataquadas dos autoproclamados arautos da “reta ciência” da velha mídia insistem em inspirar. A ciência brasileira é sim digna de admiração. Somos um país de terreno intelectual fértil. Na nossa pátria em se plantando ciência, tudo dá!
O Brasil é o país de Cesar Lattes que com idade inferior à do menino Neymar, quando foi contratado pelo Barcelona, já realizava experimentos que renderiam um Nobel de Física ao seu supervisor Cecil Powell. O Brasil é o país de um Carlos Chagas que sozinho descobriu o agente etiológico e o ciclo natural do parasita T. cruzi causador da doença que hoje leva seu nome.
A Terra de Santa Cruz é o país de Maurício Rocha e Silva e Sergio Ferreira, farmacologistas cujo pesquisas foram fundamentais no desenvolvimento de medicamentos contra hipertensão arterial como o captopril.
O Brasil, caros leitores, que pese o atual cenário da ciência nacional, não é um “anão científico.” Temos muitos feitos grandiosos e uma notada vocação científica. O imperador Dom Pedro II dialogava com gente como Pasteur e Charles Darwin além de financiar ciência de diferentes áreas. Assim, a possibilidade de que uma estratégia terapêutica de ação efetiva no COVID-19 seja liderada por um cientista brasileiro não deveria causar espanto algum. A palavra orgulho cabe bem na história da ciência brasileira.
Porém, vivemos tempos estranhos em que o debate científico foi completamente interditado. Tempos em que cientistas e médicos com notórias contribuições à sociedade são “cancelados”, perseguidos (algumas vezes por militantes disfarçados de burocratas1) e tratados como charlatões pelo simples motivo de realizarem a atividade cientifica de modo livre.
Dentro da miríade de ações perpetradas intencionalmente para silenciar cientistas que não abrem mão de atuarem livremente, um componente nada novo no mundo acadêmico, vem sendo utilizado exaustivamente: O viés contra pesquisas de países de baixa renda, que nada mais é do que o bom e velho preconceito.
Esse viés contra pesquisadores de países menos desenvolvidos é largamente documentado na literatura científica e tem implicações sérias para a difusão do conhecimento e das inovações desses países.2 Triste foi ler recentemente em uma revista tão prestigiosa quanto a Science um artigo opinativo que usa desse viés tão moralmente baixo para criticar os trabalhos do cientista brasileiro Flavio Cadegiani.3
Não me entendam mal, a dúvida sobre a essência do empreendimento científico é necessária. O que não é normal é usar de preconceito e interesses nada científicos para tentar descontruir um trabalho científico que não apresenta erros éticos ou metodológicos até o momento.
Um artigo de opinião publicado em uma revista científica na qual a maior premissa para crítica do trabalho de um par é a de que o “trabalho é bom demais para ser verdadeiro” abdicou completamente da imparcialidade e honestidade intelectual requeridas na boa ciência. Observem que a crítica pelos pares pode e deve ser feita de maneira ética questionando as limitações e incongruências no desenho experimental do trabalho.
Um exemplo disso é um outro artigo opinativo publicado em março desse ano na Science Translational Medicine4 curiosamente, também do grupo Science, em que o autor faz o dever de casa atendo-se às questões científicas da pesquisa e não aos preconceitos de quem na ânsia de “vencer” uma tese elimina todo rigor e imparcialidade que a análise científica exige.
A linha de pesquisa do brasileiro tem incomodado os negacionistas do tratamento farmacológico que não vem das grandes indústrias farmacêuticas. Ela é baseada nas inúmeras evidências indicando que o sexo masculino é um fator de risco para um desenvolvimento mais grave da doença e morte por COVID-19. A maior mortalidade masculina na infecção por COVID-19 é observada em quase todos os países nos dados desagregados por sexo disponíveis. O risco de morte em homens é quase duas vezes maior do que em mulheres.5
Uma observação de Cadegiani e outros pesquisadores envolvidos no projeto denominado AndroCov6 é de que essas diferenças de gênero e demográficas são muito semelhantes às observadas em condições dermatológicas que são mediadas por andrógenos, hormônios responsáveis por características biológicas do sexo masculino, por exemplo, alopecia androgenética que é a forma mais comum de calvície entre os homens.
O projeto AndroCOV investiga a associação entre andrógenos e patogênese do COVID-19. Dentre os diversos mecanismos que os andrógenos podem impactar a evolução do COVID-19 podemos destacar mecanismo de entrada do vírus em células pulmonares humanas. O SARS-CoV-2 infecta principalmente um tipo específico de células pulmonares, pneumócitos, e entra nas células hospedeiras ancorando-se no receptor de superfície celular chamado ACE2.
Para se ligar ao receptor, as proteínas da superfície viral requerem modificação de outra proteína pulmonar humana, a TMPRSS2. Em humanos, o gene TMPRSS2 é regulado pelo receptor andrógeno. É nesse contexto que vieram as publicações com a proxalutamida, que é uma potente droga anti-androgênica atualmente em ensaios clínicos para o tratamento de câncer de próstata.
O leitor pode perguntar qual o motivo de utilizar a proxalutamida, que é uma droga experimental, produzida pela empresa chinesa Kintor Pharmaceutical e não outra droga análoga? A resposta é simples: os estudos desenvolvidos por Cadegiani NÃO são financiados pelo governo brasileiro, ao contrário da infantil tentativa dos detratores do Cadegiani quando tentam associá-lo ao Governo Federal.
A Kintor foi a única indústria farmacêutica que disponibilizou gratuitamente uma molécula de ação anti-adrogênica para a realização de estudos clínicos que testassem a hipótese do AndroCov.
Para surpresa dos próprios pesquisadores envolvidos no projeto os resultados obtidos com a proxalutamida são muito promissores. Em março foi disponibilizada na versão pré-print, aguardando a revisão pelos pares para a publicação final, os dados do estudo realizado em Manaus. Nesse estudo 645 pacientes internados com covid-19 que respiravam sem ajuda de respirador receberam proxalutamida por 14 dias ou placebo, além de cuidados padrão. Após duas semanas, a taxa de recuperação foi de 81,4% para o grupo tratado com proxalutamida contra 35,7% dos tratados com placebo.7
Após quatro semanas, 49,4% no grupo placebo morreram, contra 11% com proxalutamida. No último mês de julho, mais um trabalho com proxulatamida liderado pelo também brasileiro Carlos Gustavo Wambier foi publicado na revista Frontiers in Medicine.
Os dados deste estudo clínico randomizado, duplo-cego realizado em Brasília apenas com homens (268 pacientes) mostraram uma redução de 91% na taxa de hospitalização nos pacientes tratados com a droga em comparação ao grupo controle.8
Apesar do ataque ignóbil que a “teoria androgênica” do COVID-19 vem sofrendo por grande parte da imprensa, divulgadores científicos e parte da classe científica, publicações recentes corroboram os dados do projeto AndroCov, exemplo disse é o artigo publicado por um grupo britânico na excelente revista Nature Communications mostrando que a droga anti-androgênica enzalutamida (usada no tratamento de câncer de próstata) reduz os níveis de TMPRSS2 e a entrada do vírus SARS-CoV-2 em células pulmonares humanas.9
Além disso, a empresa Kintor Pharmaceutical recebeu autorização de uso emergencial da proxalutamida para COVID-19 no Paraguai; a Kintor também fechou uma parceria com a Fosun Pharma para comercialização da proxulatamida na Índia e África.
No Brasil, o maior adversário da proxulatamida chama-se Jair Bolsonaro. Infelizmente, a pior coisa que pode acontecer para um cientista hoje é ver o fármaco ou tratamento que estuda ser mencionado pelo presidente como uma esperança. Acredito que com boa intenção e algum cálculo político, também, para agradar a base que quer opções viáveis no tratamento do COVID-19 para não contar apenas com a sorte e dipirona, o presidente Bolsonaro provoca o que eu chamo de “fenômeno de midas ao reverso.”
Ele obtém a vilificação instantânea de qualquer assunto que promove. Não importa o tema: futebol, política ou a discussão técnica e complexa da utilização de fármacos numa doença. Não interessa, se algo foi mencionado pelo Bolsonaro pode ter certeza de que será rechaçado e destruído, sem consideração alguma ao mérito da coisa em si.
Mas, como as contingências ideológicas e políticas, se apequenam diante de verdadeiros resultados científicos, com o tempo a história fará justiça aos médicos, pesquisadores e todos aqueles que lutam e doam suas vidas exercendo seu direito de perseguir o saber. Dr. Cadegiani, para a ordem e progresso da nossa ciência não desanime, não desista nosso país precisa de você!
Informações O Livre
Vírus é resistente às vacinas desenvolvidas até o momento
A cidade de São Paulo enfrenta um surto do vírus influenza A H3N2, vírus também associado à rápida disseminação da doença no Rio de Janeiro na última semana. A situação era inesperada por autoridades de ambos os locais, dado que o mês de dezembro não traz o pico de doenças como essas no país — que, frequentemente, têm seu ápice no inverno. Para ter uma ideia, em apenas uma semana, em SP, 19 casos da doença foram registrados, mais do que o pico de 12 casos registrados de março a junho, no pico da disseminação da doença (março a junho).
Além de São Paulo e Rio, Salvador também confirmou que a capital baiana passa por um surto de influenza. Segundo informações do G1, a cidade registrou 77 casos da doença, sendo 74 entre o final de novembro e início de dezembro. Do total registrado nos últimos dois meses, 56 são da nova cepa do vírus.
“Em função da grande circulação diária de passageiros entre os principais centros urbanos do País, especialmente a partir de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, doenças infecciosas e, particularmente, vírus respiratórios têm uma facilidade muito grande de pular de um local para outro rapidamente”, afirmou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Boletim InfoGripe da Fiocruz.
Especialistas explicam que, ao longo de 2020, a covid-19 dominou o cenário. Praticamente, não foram registrados casos de gripe no ano retrasado. A partir do segundo semestre de 2021, no entanto, com o avanço da vacinação contra a covid, outros vírus respiratórios começaram a reaparecer. Foi o que ocorreu com o sincicial, o bocavírus e, finalmente, o influenza no mês passado.
Informações divulgadas pela BBC na última semana mostram que, até o momento, tudo indica que a nova cepa de influenza que transita no Brasil veio do Hemisfério Norte — região que passa atualmente pelo inverno. A informação é confirmada pelo fato de que a cepa daqui é a mesma presente na Europa e nos Estados Unidos.
De acordo com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo, o vírus identificado é resistente às vacinas de Influenza aplicadas até o momento. Atualizadas anualmente, as vacinas do próximo ano devem contar com proteção para a nova cepa, chamada de Darwin, algo que ainda não foi contemplado.
Ainda segundo as informações divulgadas pelo jornal, a letalidade é menor quando comparada aos grupos de risco da covid-19, mas os sintomas clínicos são piores: febre alta, calafrios, dor de cabeça e mal-estar. Em crianças, a doença pode evoluir para pneumonia e otite e os idosos apresentam o principal grupo de risco de sintomas graves, especialmente os que têm mais de 70 anos.
Especialistas apontam, em informações à mídia, que a rápida disseminação pode estar associada ao relaxamento nas medidas contra a covid-19 (principalmente o uso de máscaras, fundamental para a prevenção de ambas as doenças) e a alta taxa de pessoas sem proteção a esse novo vírus. Portanto, o uso de máscaras e o distanciamento social são medidas que continuam válidas para evitar o contato com a doença. Outras medidas, disponíveis no site da Fiocruz, incluem: higienizar as mãos com frequência, alimentar-se bem e manter-se hidratado, além de não compartilhar itens de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros.
A infectologista Nancy Bellei, professora da Unifest e coordenadora de testagem do Hospital São Paulo, afirmou à Folha de S. Paulo que é necessário se isolar entre cinco e seis dias após apresentar os sintomas. Após esse período, é necessário esperar a febre cessar completamente por 24 horas e, só então, retomar o contato social.
Se estiver em São Paulo, a prefeitura começou a fazer testes rápidos para síndrome gripal em suas unidades de Pronto Atendimento (UPA), de assistências Médica Ambulatorial (AMA), de prontos Atendimento (PA) e prontos-socorros. O teste está sendo feito no setor de triagem para identificar os casos positivos de covid-19. O método utilizado nos pacientes é o de antígeno, para identificar os casos com maior rapidez e manter o monitoramento do paciente na capital paulista.
Informações Exame
A Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana já aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em 482.060 pessoas. Desse total, 400.765 receberam a segunda dose e 45.650 a dose de reforço. Outros 8.612 estão imunizados com a dose única.
A aplicação da vacina continua nesta quinta-feira, 16, nas unidades de saúde da sede e dos distritos. Confira os grupos e locais de vacinação:
PRIMEIRA DOSE PARA MAIORES DE 18 ANOS (NASCIDOS ATÉ 16 DE DEZEMBRO DE 2003)
A vacinação para esse público deve ser realizada na Unidade de Saúde da Família Parque Ipê I, II e III, vinculada ao Programa Saúde na Hora, das 8h às 21h. É necessário apresentar RG, CPF e comprovante de residência. Para puérperas e gestantes é necessário levar uma prescrição médica após avaliação individualizada de riscos e benefícios.
PRIMEIRA DOSE EM ADOLESCENTES ENTRE 12 E 17 ANOS
Adolescentes entre 12 e 17 anos podem receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 nos distritos, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSS) Irmã Dulce, Cassa, Mangabeira, Caseb I, Serraria Brasil, Dispensário Santana e Subaé, das 8h às 16h e nas Unidades de Saúde da Família, vinculadas ao Programa Saúde na Hora, das 8h às 21h.
Também haverá imunização para esse público nas Unidades de Saúde da Família (USFs) Centro Social Urbano (CSU), Caseb II, Baraúnas, Jardim Cruzeiro, Alto do Papagaio, Asa Branca III, Campo limpo II, Aviário I e II, Conceição II, Feira VI-I e II, Francisco Pinto, George Américo III, IV e Campo Limpo IV, Rua Nova II, III e Barroquinha, Santo Antônio dos Prazeres I e II, Tomba I e III, das 8h às 16h.
O adolescente tem que ter 12 anos completos, não sendo possível vacinar quem ainda não completou a idade recomendada pelo Ministério da Saúde. É obrigatório estar acompanhado de um adulto.
SEGUNDA DOSE DA PFIZER COM APRAZAMENTO ATÉ 19 DE DEZEMBRO
A segunda dose da vacina Pfizer será aplicada nas USFs dos distritos e nas UBSs Irmã Dulce, Cassa, Mangabeira, Caseb I, Serraria Brasil, Dispensário Santana e Subaé, das 8h às 16h.
Também haverá imunização nas USFs vinculadas ao Programa Saúde na Hora, das 8h às 21h e nas USFs Centro Social Urbano (CSU), Parque Ipê I, II e III, Caseb II, Baraúnas, Jardim Cruzeiro, Alto do Papagaio, Asa Branca III, Campo limpo II, Aviário I e II, Conceição II, Feira VI-I e II, Francisco Pinto, George Américo III, IV e Campo Limpo IV, Rua Nova II, III e Barroquinha, Santo Antônio dos Prazeres I e II, Tomba I e III.
É obrigatório levar o cartão de vacina com a comprovação da primeira dose, RG, CPF, cartão do SUS e comprovante de residência. Vale salientar que não será possível antecipar a vacinação. Somente aqueles que estão no período recomendado, de acordo com a caderneta de vacinação, poderão receber a segunda dose.
SEGUNDA DOSE CORONAVAC E ASTRAZENECA/OXFORD
A vacinação das pessoas que estão no período recomendado para aplicação na segunda dose das vacinas Coronavac e Astrazeneca/Oxford até o dia 19 de dezembro, será nos distritos e nas Unidades de Saúde da Família Centro Social Urbano (CSU), Caseb II, Baraúnas, Jardim Cruzeiro, Alto do Papagaio, Asa Branca III, Campo limpo II, Aviário I e II, Conceição II, Feira VI-I e II, Francisco Pinto, George Américo III, IV e Campo Limpo IV, Rua Nova II, III e Barroquinha, Santo Antônio dos Prazeres I e II, Tomba I e III, das 8h às 16h.
Também haverá vacinação para esse grupo no Shopping Cidade das Compras, nas Unidades Básicas de Saúde Irmã Dulce, Cassa, Mangabeira, Caseb I, Serraria Brasil, Dispensário Santana e Subaé, das 8h às 16h, e nas Unidades de Saúde da Família vinculadas ao Programa Saúde na Hora, das 8h às 21h. É obrigatório apresentar o cartão de vacina com a comprovação da primeira dose, RG, CPF, cartão do SUS e comprovante de residência.
DOSE DE REFORÇO PARA PESSOAS ACIMA DE 18 ANOS
A dose de reforço destinada a pessoas a partir de 18 anos, que tenham tomado a segunda dose há 5 meses (até o dia 16 de julho de 2021) será aplicada no Shopping Cidade das Compras, nos distritos e nas Unidades Básicas de Saúde Cassa, Caseb I, Dispensário Santana, Irmã Dulce, Mangabeira, Serraria Brasil e Subaé, das 8h às 16h.
Também haverá vacinação para este público nas Unidades de Saúde da Família Centro Social Urbano (CSU), Caseb II, Jardim Cruzeiro, Alto do Papagaio, Asa Branca III, Campo limpo II, Aviário I e II, Conceição II, Feira VI-I e II, Francisco Pinto, George Américo III, IV e Campo Limpo IV, Rua Nova II, III e Barroquinha, Santo Antônio dos Prazeres I e II, Tomba I e III, a imunização acontece das 8h às 16h e nas Unidades de Saúde da Família vinculadas ao Programa Saúde na Hora, das 8h às 21h.
Para receber a terceira dose é preciso, além de estar no período recomendado pelo Ministério da Saúde, apresentar RG, CPF, caderneta de vacinação com a comprovação da segunda dose e comprovante de residência.
Pacientes imunossuprimidos, que tenham 28 dias que tomaram a segunda dose (é necessário apresentar relatório médico), também podem ser vacinados.
Confira o endereço das Unidades de Saúde da Família Saúde na Hora:
USF Campo Limpo I, V e VI: Rua Hosita Serafim, S/N, bairro Campo Limpo.
USF Liberdade I, II e III: Rua El Salvador, S/N, bairro Feira VII.
USF Queimadinha I, II e III: Rua Pernambuco, S/N, bairro Queimadinha.
USF Parque Ipê I, II e III: Rua Ilha do Retiro, S/N, bairro Parque Ipê.
USF Videiras I, II e III: Rua Iguatemi, S/N, bairro Mangabeira.
*Secom