Pensilvânia dará 19 delegados ao vencedor, maior quantidade entre os estados-chave das eleições nos EUA. Candidata democrata concentrará esforços no estado, enquanto o republicano também visitará Carolina do Norte e Michigan.
Kamala Harris e Donald Trump — Foto: Reuters
Os candidatos Kamala Harris e Donald Trump têm uma agenda cheia nesta segunda-feira (4), na véspera das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Com eventos finais de campanha planejados em busca de votos que podem decidir a disputa, ambos vão à Pensilvânia, estado-chave mais decisivo do pleito.
Kamala e Trump travam uma disputa acirrada pela Casa Branca, e isso se traduz nas pesquisas de intenção de voto nos estados-chave da eleição. Eles estão em uma situação de empate técnico em todos sete estados considerados determinantes para eleger o vencedor.
O candidato republicano e ex-presidente Donald Trump fará quatro comícios em três estados nesta segunda: ele discursou em evento em Raleigh, na Carolina do Norte, e depois vai para Reading e Pittsburgh, na Pensilvânia. Trump encerra sua campanha em um evento noturno em Grand Rapids, no Michigan — da mesma forma que encerrou as duas primeiras.
Já vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris passará o dia todo na Pensilvânia, cujos 19 votos eleitorais oferecem o maior prêmio entre os estados que devem decidir o resultado do Colégio Eleitoral. Kamala visitará áreas de classe trabalhadora, incluindo Allentown, e encerrará com um comício noturno na Filadélfia, que contará com a presença de Lady Gaga e Oprah Winfrey.
Nas últimas semanas, os candidatos têm concentrado seus esforços de campanha nos estados-chave (Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Nevada e Wisconsin), com diversos comícios e eventos com indecisos e grupos étnicos segmentados para roubar votos do adversário.
A corrida eleitoral nas eleições de 2024 foi marcada por momentos-chave em 2024, que reveleram uma campanha fora do comum, ou “tumultuada”, como chamou o jornal americano “The New York Times”. Veja alguns desses momentos decisivos:
Donald Trump e Joe Biden em debate presidencial, em 27 de junho de 2024 — Foto: Gerald Herbert/AP
A campanha presidencial em 2024 teve uma reviravolta em 27 de junho: o debate travado entre Donald Trump e o presidente Joe Biden, que encabeçava a chapa democrata após vencer as primárias do partido sem concorrentes, transmitido pela emissora CNN.
O presidente democrata, de 81 anos, teve um desempenho desastroso: estava rouco e hesitante, se enrolava ao falar e às vezes parecia perdido.
O pânico se apoderou dos democratas e cresceu de vez a pressão sobre o estado mental de Biden. Para surpresa de todos, Donald Trump optou pela moderação diante dos problemas do rival.
Trump com os punhos cerrados logo depois de levar um tiro na orelha — Foto: Evan Vucci/AP
Em 13 de julho, Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia. Ele ficou ferido na orelha direita, ao ser alvejado por tiros disparados por um homem que estava em um telhado.
Com um punho para cima, ele foi retirado do local por agentes do Serviço Secreto que o cercaram no palanque, enquanto o murmurava a palavra “Lutem”.
Imagem do presidente dos EUA, Joe Biden, em entrevista durante coletiva no dia 11 de julho de 2024, em Washington. O presidente Joe Biden desistiu da corrida para a Casa Branca neste domingo (21). — Foto: AP Photo/Jacquelyn Martin
Menos de um mês após o debate contra Trump, Biden cedeu à pressão e deixou a corrida presidencial. O presidente imediatamente apoiou sua vice, Kamala Harris, para assumir a chapa democrata.
Donald Trump e Kamala Harris trocam acusações no debate da ABC News, em 10 de setembro de 2024 — Foto: REUTERS/Brian Snyder
Em 10 de setembro, Donald Trump e Kamala Harris se enfrentaram em seu primeiro e único debate. O republicano se recusou a participar de outro confronto cara a cara com a adversária.
A democrata se impôs, atacando o rival nos temas que mais ferem seu ego: sua capacidade de mobilização em seus comícios e sua reputação internacional.
Donald Trump fez seus ataques habituais, particularmente focados no tema migratório e acusou sua adversária de ser “marxista”.
O momento alto do debate foi quando o republicano foi desmentido ao vivo quando disse que imigrantes haitianos estão comendo pets de cidadãos americanos em Springfield, no estado de Ohio. Ao fim do debate, ele atacou os moderadores, questionando sua imparcialidade. A alegação de Trump sobre os pets foi falseada por diversas autoridades.
Embora o debate tenha sido acompanhado por mais de 67 milhões de telespectadores, não está claro que tenha tido impacto na campanha. As pesquisas de opinião antecipam eleições extremamente acirradas em 5 de novembro.
Kamala e Trump (montagem home um de frente para o outro) — Foto: Reuters
A reta final da campanha mostra um cenário acirrado e imprevisível: Kamala e Trump estão em um empate técnico em todos os sete estados-chave da eleição.
Cerca de 77 milhões de americanos já votaram antecipadamente, mas Kamala e Trump estão empenhados em mobilizar milhões de apoiadores adicionais para o dia da votação. Qualquer que seja o resultado no Dia da Eleição, será um resultado histórico.
Uma vitória de Trump o tornaria o primeiro presidente eleito a ter sido indiciado e condenado criminalmente, após seu julgamento por fraude em Nova York. Ele ganharia o poder de encerrar outras investigações federais pendentes contra ele. Trump também se tornaria o segundo presidente da história a conquistar mandatos não consecutivos na Casa Branca, após Grover Cleveland, no final do século XIX.
Kamala Harris disputa para se tornar a primeira mulher, primeira mulher negra e primeira pessoa de ascendência sul-asiática a chegar à presidência, quatro anos após romper as mesmas barreiras no governo nacional ao se tornar vice-presidente.
Kamala ascendeu ao topo da chapa democrata após o desempenho desastroso de Biden em um debate em junho, que culminou em sua saída da corrida eleitoral. Mas esse foi apenas um dos vários eventos tumultuados que abalaram a campanha deste ano.
Trump sobreviveu por milímetros a uma bala de um suposto assassino em um comício em Butler, Pensilvânia. Seu serviço secreto frustrou uma segunda tentativa em setembro, quando um atirador armou um rifle enquanto Trump jogava golfe em um de seus campos na Flórida.
Aos 60 anos, Kamala minimizou o caráter histórico de sua candidatura, que se concretizou apenas depois que o presidente de 81 anos encerrou sua candidatura à reeleição após o debate de junho contra Trump, de 78 anos, intensificar questionamentos sobre a idade de Biden.
Em vez disso, Kamala se apresentou como uma mudança geracional, enfatizando seu apoio aos direitos ao aborto após a decisão da Suprema Corte de 2022 que encerrou o direito constitucional ao serviço de aborto, e regularmente lembrou o papel do ex-presidente no ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA. Montando uma coalizão que vai de progressistas como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, ao ex-vice-presidente republicano Dick Cheney, Harris chamou Trump de ameaça à democracia e, no final da campanha, até abraçou a crítica de que Trump pode ser descrito com precisão como um “fascista”.
A eleição provavelmente será decidida em sete estados. Trump venceu Pensilvânia, Michigan e Wisconsin em 2016, mas viu esses estados virarem para Biden em 2020. Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada completam o mapa de batalha eleitoral.
Trump venceu na Carolina do Norte duas vezes e perdeu em Nevada duas vezes. Ele venceu no Arizona e na Geórgia em 2016, mas os viu passar para os democratas em 2020.
A equipe da democrata projetou confiança nos últimos dias, apontando para uma grande diferença de gênero nos dados de votação antecipada e pesquisas mostrando que os eleitores indecisos de última hora têm preferido Kamala. Eles também acreditam na força de sua infraestrutura de campanha. Neste final de semana, a campanha de Kamala Harris contava com mais de 90.000 voluntários ajudando a mobilizar eleitores — e bateu em mais de 3 milhões de portas nos estados decisivos. Ainda assim, assessores de Harris insistem que ela continua sendo a azarã.
A equipe de Trump também demonstrou confiança, argumentando que o apelo populista do ex-presidente atrairá eleitores mais jovens e da classe trabalhadora, de diversas origens raciais e étnicas. A ideia é que Trump pode formar uma coalizão republicana atípica, mesmo enquanto outros blocos tradicionais do Partido Republicano — notadamente eleitores com ensino superior — se tornam mais democratas.
Informações G1
Por Mario Sabino para Revista Oeste
Kamala Harris é um misto de Dilma Rousseff e Rolando Lero, aquele personagem de Chico Anysio. A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos é incapaz de responder a perguntas objetivas sobre si própria ou a respeito dos seus planos de governo.
Na semana passada, no Town Hall organizado pela CNN, canal amigo que a ajudou a ser candidata no lugar de Joe Biden, depois que ficou impossível esconder que ele não apresenta condição física e mental para buscar a reeleição, Kamala deixou todo mundo constrangido, inclusive o condutor da emissão, o jornalista Anderson Cooper.
Town Hall é um evento no qual um político responde a perguntas de um público previamente selecionado. No caso do Town Hall da CNN, era um público composto por eleitores indecisos sobre a quem dar o seu voto. As perguntas foram as de uma entrevista de emprego, nada além disso.
Kamala foi tão mal no evento, que um integrante da bancada da CNN encarregada de analisar o seu desempenho disse que ela havia conseguido perder para si mesma. Outro declarou que a enrolação de Kamala o havia enervado.
Um dos eleitores indecisos perguntou à candidata democrata qual seria a maior fraqueza dela. Depois de rolar o lero, Kamala disse que era a sua força.
A patetice não escapou à Fox News, emissora que faz propaganda descarada para o candidato republicano Donald Trump. O canal conservador justapôs a resposta de Kamala à cena da série cômica The Office em que o personagem de Steve Carrell dá resposta idêntica ao entrevistador que o selecionava para uma vaga em um escritório. Ri alto.
Em qualquer ocasião, a candidata democrata não sabe responder por que representaria uma mudança (ela se vende assim), já que ela é vice de Joe Biden. Kamala rola o mesmo lero de que a sua trajetória de vida é diferente. Repete o lenga-lenga da sua mãe indiana que lutou muito para educar as filhas sozinha, como se isso fosse garantia de alguma coisa.
Kamala Harris também não dá resposta convincente sobre o motivo do descontrole na fronteira com o México, que virou queijo suíço desde que Joe Biden e ela estão na Casa Branca — na soma de 2022 e 2023, mais de 4 milhões de imigrantes ilegais adentraram os Estados Unidos, segundo os dados da patrulha de fronteira.
Como o descontrole é um dos principais assuntos de Donald Trump, Joe Biden lançou mão da manobra eleitoreira da deportação em massa de milhares de latinos ilegais, uma das promessas do oponente republicano. Talvez tenha sido tarde demais.
O republicano credita a criminalidade à imigração ilegal. Como Kamala foi procuradora-geral da Califórnia, antes da sua passagem insípida pelo Senado, ela bate na tecla de que, entre os dois candidatos, é a única a ter enfrentado bandidos — e não ter sido condenada à prisão, mas esse é um detalhe que deixou de ser definidor.
O problema é que, quando era procuradora, Kamala era durona com gente pobre, mandava prender pais de alunos humildes que faltavam muito à escola, ao mesmo tempo que se posicionava contra a pena de morte para criminosos violentos, fato que vem sendo explorado pela campanha republicana.
Foi no Town Hall da CNN que Kamala disse que Donald Trump é “fascista”, concordando com a afirmação de um ex-assessor do ex-presidente republicano. Isso serviu para obnubilar um pouco a falta de preparo desse misto de Dilma Rousseff e Rolando Lero para o mais importante cargo executivo do planeta.
Sem estofo, Kamala se compraz em bater em Donald Trump, com a ajuda do casal Obama, fiador da sua candidatura, e do casal Clinton. Todos tentam assustar os eleitores indecisos com o suposto plano do oponente de instalar um regime autoritário nos Estados Unidos. A vigarice dele é outra, no entanto. Donald Trump será o assunto de um próximo artigo.
Informações Revista Oeste
Há 178 anos, a Associated Press desempenha um papel fundamental nas eleições dos EUA, contando os votos, declarando os vencedores e reportando-os ao mundo.
Editor da AP durante anúncio de resultado após contagem da agência em 2020 — Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP
Uma pergunta será feita repetidamente na noite do dia 5 de novembro, nos Estados Unidos: “Quem venceu a eleição presidencial?”. Os norte-americanos não possuem um órgão que centraliza a apuração, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil. Daí que entra o papel da imprensa.
Há 178 anos, a Associated Press é uma das fontes mais confiáveis para contabilizar os votos das eleições nos Estados Unidos. Isso porque a agência reúne os dados de mais de 5 mil disputas eleitorais em todo o país e entrega informações precisas e padronizadas.
Como cada estado tem autonomia própria, o sistema de votação pode variar dentro dos Estados Unidos. Em algumas localidades, a votação acontece em cédulas de papel, enquanto outros possuem urnas eletrônicas. Também é possível votar pelo correio.
Diante dessa complexidade, a apuração dos votos nos Estados Unidos pode demorar dias, com cada estado fazendo a sua própria contagem. Ou seja, pode ser que o público só conheça quem será o novo presidente dias depois da eleição.
Segundo a Associated Press, apenas uma análise cuidadosa e completa de todos os dados eleitorais pode determinar quem será o vencedor. A agência também costuma fazer projeções para indicar quem foi o candidato mais votado em cada estado antes mesmo da apuração ser concluída.
“Desde o início da república, as eleições nos EUA são geridas nos níveis estadual e local; não há um órgão federal que conte os votos ou compartilhe os resultados. É por isso que a AP entrou em cena para preencher esse vazio logo após nossa fundação em 1846 – para entregar os resultados das eleições ao mundo de forma independente”, diz Julie Pace, editora-executiva da agência, em um artigo em 29 de outubro.
A AP não faz diretamente a contagem manual do voto depositado nas urnas. Esse trabalho é realizado pelas autoridades eleitorais locais que administram as eleições de cada estado dos EUA.
Segundo a Constituição dos Estados Unidos, as regras das eleições são definidas por cada um dos estados. Contando o Distrito de Colúmbia, onde fica Washington D.C., são 51 conjuntos de normas diferentes para a realização das eleições.
Algumas dessas regras são mais favoráveis aos eleitores do que outras.
Em New Hampshire, os resultados das eleições podem ser oficialmente certificados alguns dias após a votação. Já na Califórnia, o processo de tabulação leva várias semanas, e os resultados finais não são disponibilizados até o início de dezembro.
Além disso, o modo como os dados são disponibilizados varia de localidade para localidade. Em algumas jurisdições não são divulgados os percentuais de votos totais, por exemplo. Lembrando que o voto nos EUA não é obrigatório.
A contagem de votos da AP é um esforço para dar sentido a todas essas informações.
“O que estamos fazendo é costurar todos os totais de votos de milhares de condados e cidades em todo o país em um formato único e padronizado, para que os eleitores tenham acesso ao total geral de votos para uma disputa”, afirma o presidente da agência, David Scott.
Tela mostra apuração dos votos feita pela Associated Press, em 2020 — Foto: AP Photo/Eugene Hoshiko
A eleição presidencial dos Estados Unidos acontece por meio do Colégio Eleitoral. Nesse sistema, cada estado norte-americano tem um peso diferente e pode ser decisivo.
Em tese, vence as eleições quem tiver 270 dos 538 delegados que compõem o Colégio Eleitoral. A Califórnia, por exemplo, tem 54 delegados. Já o Texas, tem 40. O candidato que for o mais votado em um estado leva todos os delegados da área, mesmo que vença por apenas um voto.
Em 2016, Hillary Clinton foi a candidata mais votada nas eleições em âmbito nacional, mas foi derrotada por Donald Trump na soma do Colégio Eleitoral.
Na apuração dos votos, a Associated Press pode declarar o vencedor em um estado antes mesmo de 100% dos votos serem contados.
Para isso, um time de análise faz a contagem de dados que garantem que o candidato que está liderando a disputa não pode mais ser ultrapassado. Para isso são levados em consideração:
Mesmo em disputas acirradas, comparar os padrões de votação atuais com os das eleições anteriores pode fornecer pistas importantes.
Por exemplo, se um candidato democrata estiver obtendo resultados melhores do que o partido teve nas eleições anteriores — em locais onde venceu — isso pode indicar uma vitória mais folgada no pleito deste ano.
Por outro lado, se o candidato republicano estiver indo melhor ou, até mesmo, liderar em um local com tradição democrata, isso pode indicar uma disputa muito acirrada ou uma virada.
Os dados demográficos também ajudam a esclarecer a contagem de votos. Por exemplo, variações em relação às tendências estaduais podem ser explicadas por alterações dentro de um grupo específico, como eleitores hispânicos ou brancos sem diploma universitário.
EUA: 3 Estados iniciam a votação para presidente 45 dias antes do dia da eleição
Um fator que pode dificultar a contagem ou projetar um vencedor é o fato de que, nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório. Sendo assim, as autoridades não conseguem precisar o percentual exato de votos apurados. No entanto, a AP costuma fazer estimativas.
Para isso, assim que a votação começa, a agência solicita informações das autoridades eleitorais sobre o número de cédulas de voto ausente solicitadas e o número de votos antecipados registrados.
Esses números não contêm resultados, que só são divulgados após o fechamento das urnas. No entanto, os dados podem fornecer informações valiosas sobre o perfil das pessoas que votaram.
O grande esforço começa após o fechamento das urnas, quando aproximadamente 4.000 repórteres de contagem de votos da AP se espalham pelos distritos e escritórios eleitorais dos condados americanos.
Um repórter da AP estará presente em quase todos os escritórios eleitorais dos condados no dia da eleição, bem como em cidades e vilarejos-chave, coletando dados diretamente da fonte.
Os jornalistas trabalham com funcionários eleitorais para coletar os resultados diretamente dos locais onde eles são contados. De lá, os dados são enviados por telefone ou eletronicamente. Os resultados são transmitidos ao centro de entrada de votos da AP.
Além disso, a AP monitora sites governamentais oficiais para coletar os resultados. Funcionários eleitorais também enviam dados para agência. Com isso, a apuração das eleições é checada e rechecada por mais de uma fonte de informação.
Nas noites de eleição geral, a AP pode ter até cinco ou seis fontes potenciais de resultados eleitorais em cada condado e escolher entre elas, dependendo de qual está mais atualizada e precisa.
A Associated Press foi formada em 1846 como uma cooperativa de jornais. Ela tabulou resultados eleitorais pela primeira vez dois anos depois, quando Zachary Taylor venceu a eleição presidencial.
O esforço para reunir os resultados de jurisdições em todo o país contou com o uso do telégrafo, durou 72 horas e custou, na época, o valor exorbitante de US$ 1.000.
Em 1916, a primeira transmissão eleitoral foi ao ar em uma pequena rede de rádios amadores, de acordo com uma história escrita pelo ex-diretor político da CBS News Martin Plissner.
À época, o apresentador encerrou o programa declarando incorretamente que o republicano Charles Evans Hughes havia derrotado democrata Woodrow Wilson. A AP anunciou a vitória de Wilson dois dias depois, quando conseguiu reportar os resultados da Califórnia.
No início da década de 1960, a AP e três redes de televisão — ABC, CBS e NBC — estavam realizando contagens de votos independentes. Elas concordaram em unir seus recursos na eleição de 1964 para compilar a contagem para as principais disputas.
Após a eleição de 2016, a AP deixou o pool de redes para continuar sua operação independente de contagem de votos e lançar a pesquisa “AP VoteCast” do eleitorado americano. O levantamento é uma alternativa às pesquisas de boca de urna das redes.
Informações G1
Presidente dos EUA, Joe Biden. — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez críticas aos apoiadores de Donald Trump nesta terça-feira (29) e sugeriu que eles seriam “lixo” durante tentativa de rebater uma polêmica fala sobre Porto Rico ocorrida em comício marcado por insultos. No entanto, o comentário de Biden pegou mal e ele se retratou horas depois.
Durante discurso ao grupo Voto Latino, Biden disse que os porto-riquenhos são “pessoas boas, decentes e honradas”, e fez o ataque aos trumpistas.
“O único lixo que vejo flutuando por aí são os apoiadores dele (Trump). A demonização dos latinos por ele é inconcebível e antinorte-americana. É totalmente contrária a tudo o que fizemos, tudo o que somos”, afirmou Biden.
O presidente dos EUA se referia a uma fala do humorista Tony Hinchcliffe, que afirmou que Porto Rico é uma “ilha flutuante de lixo no meio do oceano” no domingo (27), durante comício de Trump no Madison Square Garden, em Nova York. Os comentários causaram polêmica em todo o país e podem ter influência na eleição dos EUA.
Horas após o comentário, Biden se explicou e disse que chamou de “lixo” a retórica de ódio entoada pelos apoiadores de Trump, e não as pessoas.“Mais cedo, eu me referi à retórica de ódio sobre Porto Rico proferida pelo apoiador de Trump em seu comício no Madison Square Garden como ‘lixo’ — essa é a única palavra que consigo pensar para descrevê-la. Sua demonização dos latinos é inconcebível. Isso é tudo o que eu queria dizer. Os comentários feitos naquele comício não refletem quem somos como nação”, afirmou o presidente em publicação no X.
Candidato republicano à Casa Branca, Trump utilizou a seu favor o comentário de Biden, para afirmar que a campanha republicana traz “soluções positivas” aos EUA, diferentemente da dos democratas, e que ele lidera uma coalizão com minorias –que ele criticou durante o ciclo eleitoral.
“Agora, além de tudo, Joe Biden chama nossos apoiadores de ‘lixo’. Você não pode liderar os Estados Unidos se não ama o povo americano. Kamala Harris e Joe Biden demonstraram que ambos são inaptos para serem presidentes dos EUA”, disse o republicano nas redes sociais.
Trump e aliados criticam Porto Rico e se tornam alvos de críticas em comício gigante em Nova York
Comediante Tony Hinchcliffe participou de comício de Trump — Foto: Reuters
Durante o comício em Nova York, Tony Hinchcliffe zombou dos latinos, dizendo que “eles adoram fazer bebês”, parodiou judeus e palestinos e ridicularizou um homem negro com o estereótipo de que afro-americanos gostam muito de melancia. Além disso, falou sobre Porto Rico.
“Há uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano neste momento, acho que se chama Porto Rico”, disse o humorista.
Os comentários fizeram com que artistas como Bad Bunny, Jennifer Lopez e Ricky Martin anunciassem apoio a Kamala Harris.
O governador Pedro Pierluisi, que é democrata, criticou o humorista em uma rede social e disse que todos que aplaudiram Hinchcliffe deveriam se sentir envergonhados. Ele afirmou ainda que “lixo” é o que “saiu da boca” do comediante.
“Comentários como esse expõem os preconceitos e o racismo que, lamentavelmente, ainda existem em nossa nação”, disse.
Kamala Harris aproveitou o episódio para compartilhar um vídeo em que promete “desenhar um caminho novo e feliz para o futuro” de Porto Rico.
Enquanto isso, a campanha republicana argumenta que os comentários dos humorista Tony Hinchcliffe não representam a opinião de Trump.
Veja onde fica Porto Rico — Foto: Sofia Alves/g1
Kamala Harris faz discurso de campanha em Washington, DC, nos EUA, em 29 de outubro de 2024 — Foto: Hannah McKay/Reuters
Kamala Harris subiu ao púlpito nesta terça-feira (29) em Washington para o comício que marca o ato final de sua campanha para a Presidência dos Estados Unidos.
Em seu discurso, ela classificou seu adversário, Donald Trump, como o candidato do “caos” e da “divisão”, enquanto ela se coloca como a escolha de quem quer a união do país: “Prometo ser a presidente para todos os americanos”, disse a democrata.
A candidata democrata optou por um local na capital chamado Ellipse, logo ao sul da Casa Branca. A escolha é carregada de simbolismo, visto que foi lá que seu adversário, Donald Trump, fez um discurso para inflamar seus apoiadores no dia 6 de janeiro de 2021, culminando na invasão do Capitólio.
Baseando-se em falsas acusações, Trump não aceitou a derrota para Joe Biden, e seus apoiadores buscavam impedir que os congressistas, reunidos na sede do Legislativo dos EUA, validassem os resultados do colégio eleitoral que confirmaram a vitória do candidato democrata.
“Esta eleição é mais do que apenas uma escolha entre dois partidos e dois candidatos diferentes”, disse Kamala, em seu discurso. “É uma escolha entre termos um país enraizado na liberdade para todos os americanos ou governado pelo caos e pela divisão.”
“Donald Trump passou uma década tentando manter o povo americano dividido e com medo um do outro. Ele é assim, mas América, estou aqui esta noite para dizer que não somos assim. Não somos assim”, discursou Harris, para a multidão.
Ela também aludiu a seu rival à Presidência como “traidor mesquinho” e “projeto de ditador”.
Ao falar sobre suas propostas, Harris defendeu os direitos reprodutivos das mulheres, um assunto pouco abordado por Trump, que escolheu juízes conservadores para a Suprema Corte, que acabaram votando pela derrubada do direito ao aborto no país.
Sobre a imigração, ela disse que vai “remover rapidamente aqueles que chegam aqui fora da lei” — a campanha republicana tem investido na narrativa de uma “invasão” de imigrantes ilegais nos EUA, possibilitada pelo governo democrata.
Informações G1
A nova pesquisa mostrou que Trump tem vantagens significativas sobre Harris em várias das questões que os eleitores consideram mais urgentes. Em relação à economia, desemprego e empregos, por exemplo, os eleitores na pesquisa escolheram Trump por 47% a 37%.
Os candidatos à presidência dos EUA Kamala Harris e Donald Trump. — Foto: Nathan Howard, Jeenah Moon/ Reuters
A liderança de Kamala Harris sobre Donald Trumpdiminuiu na reta final da disputa presidencial dos EUA, com a democrata à frente por apenas um ponto percentual sobre o republicano, 44% a 43%, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada nesta terça-feira (29).
Embora Harris tenha liderado Trump em todas as pesquisas Reuters/Ipsos de eleitores registrados desde que entrou na disputa em julho, sua liderança tem diminuído constantemente desde o final de setembro.
A nova pesquisa, que entrevistou 1.150 adultos norte-americanos em todo o país – 975 eleitores registrados – mostrou que Trump tem vantagens significativas sobre Harris em várias das questões que os eleitores consideram mais urgentes.
Questionados sobre qual dos dois candidatos tinha uma abordagem melhor para a economia, desemprego e empregos, os eleitores na pesquisa escolheram Trump por 47% a 37%, por exemplo.
A pesquisa também mostrou que a vantagem de Harris na questão do extremismo político está diminuindo. Cerca de 40% dos eleitores na pesquisa disseram que ela tinha uma abordagem melhor para lidar com o extremismo político e ameaças à democracia, em comparação com 38% que escolheram Trump. A liderança de dois pontos de Harris na questão em comparação com sua liderança de sete pontos sobre Trump no extremismo na pesquisa de 16 a 21 de outubro.
Empatados na reta final da eleição dos Estados Unidos, Donald Trump e Kamala Harris abocanharam dois eleitorados tradicionais dos partidos rivais, segundo revelou uma análise das pesquisas feitas pela agência de notícias Reuters e do Instituto Ipsos divulgada na sexta-feira (25).
A análise mostrou que Trump cresceu entre o eleitorado de homens latino-americanos, que sempre votaram em maioria nos democratas, enquanto Kamala ganhou mais votos entre mulheres brancas, parcela que sempre votou mais no Partido Republicano.
Em ambos os casos, os candidatos seguem atrás de seus rivais nesses eleitorados, mas por uma diferença significativamente menor que a das eleições passadas.
Entre os homens latinos, o ex-presidente Trump agora está atrás de Kamala por apenas dois pontos percentuais — 44% a 46%. Em 2020, quando concorreu contra Joe Biden, o republicano ficou 19 pontos percentuais atrás do rival nesse eleitorado específico.
Já Kamala Harris, por outro lado, compensou comaumento de votos entre as mulheres brancas. Segundo a análise das pesquisas, ela fica abaixo de Trump nesse eleitorado por uma diferença de três pontos percentuais — 43% a 46%. Já na disputa de 2020, essa margem foi de 12 pontos percentuais.
As mulheres brancas representavam cerca de quatro em cada 10 eleitores em 2020, o dobro da parcela combinada de eleitores negros e latino-americanos.
A conclusão foi feita a partir de uma análise de 15.000 respostas às pesquisas Reuters/Ipsos conduzidas até 21 de outubro e durante o mesmo período de 2020.
Robert Alomia, um eleitor latino-americano que vive na cidade de Elizabeth, em Nova Jersey disse a Reuters que planeja votar em Trump.
“Precisamos de pessoas que pensem rápido e que estejam dispostas a liderar — ele é um líder”, disse Alomia, de 42 anos e que trabalha em uma empresa de segurança. Ele afirmou também ser simpático às visões linha-dura de Trump sobre imigração. “Basicamente a porta está aberta para essas pessoas.”
Os eleitores latino-americanos, o segmento de crescimento mais rápido do eleitorado dos EUA, inclinaram-se fortemente para os democratas na maioria das eleições presidenciais desde a década de 1970, mas Trump fez avanços significativos.
Ao longo da gestão de Joe Biden, Donald Trump acusou o atual presidente de deixar a fronteira sul dos EUA aberta para imigrantes. Já Kamala Harris, atual vice de Biden, culpa Trump por pressionar os republicanos no Congresso a rejeitar o projeto de lei bipartidário que foi negociado este ano entre as duas siglas e que reforçaria os controles de fronteira.
Já a moradora de St. Charles, no Illinois, Donna Berg, uma mulher branca, Illinois, contou que votou em Trump em 2016 e novamente “relutantemente” em 2020, mas abandonou Trump decisivamente após o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Ela votará em Kamala este ano.
“Depois de 6 de janeiro, tudo acabou”, disse Berg, para quem o Partido Republicano se desviou para o extremismo sob a liderança de Trump.
Entre os eleitores latino-americanos em geral, Kamala tem 51% dos votos, um pouco abaixo dos 54% que votaram em Biden, segundo a análise. Já Trump aparece com 37% dos votos entre esse eleitorado, contra os 30% que conquistou nas eleições passadas.
Os números estão sujeitos a erro de amostragem e têm níveis de precisão entre 2 e 6 pontos percentuais.
Kamala Harris muda estratégia e passa a usar o termo “fascista” para se referir a Donlad Trump
O republicano também está a caminho de reduzir a diferença para os democratas entre o eleitorado negro. Cerca de 18% dos homens negros disseram que votariam em Trump em pesquisas recentes da Reuters/Ipsos, contra 14% desse eleitorado nas eleições passadas. Entre as mulheres negras, esse percentual foi de 8%, contra 4% no pleito de 2020.
Pesquisas de boca de urna após a eleição de 2020 mostraram que cerca de 8% dos eleitores negros em geral escolheram Trump em 2020, enquanto a pesquisa recente da Reuters/Ipsos mostra que esse percepentual cresceu para 12%.
A estrategista de campanha republicana Kristin Davison disse à Reuters que Trump está cortejando os eleitores negros e tentando convencê-los de que o Partido Democrata é muito radical em questões sociais.
“É isso que Trump conseguiu fazer com os homens negros e com os latino-americanos nos últimos quatro anos, não apenas nas questões da economia e do trabalho duro, mas com o país e a família”, disse Davison.
A história de tensão racial e injustiça dos Estados Unidos paira nas mentes dos apoiadores e detratores de Trump. Trump perguntou aos eleitores negros durante sua campanha presidencial de 2016: “O que diabos você tem a perder?”
“Muitas pessoas podem jogar a carta da raça. Podem dizer que ele é racista, podem dizer que está usando os negros. Podem dizer muitas coisas. Mas para mim, pessoalmente, sinto que ele provou que quer ver todo mundo vencer”, disse Kedrick Benford, um eleitor negro em Houston que não votou em 2020, mas disse que acha que votará em Trump desta vez.
Benford, 30, um varejista autônomo, disse que considerava Trump mais experiente do que Kamala.
Embora as cotas de apoio dos dois candidatos entre homens brancos permaneçam praticamente inalteradas, o aumento de Kamala entre mulheres brancas significa que Trump está liderando por apenas nove pontos com eleitores brancos em geral, em comparação a quando ele liderava Biden por 14 pontos com eles em 2020.
A estrategista de campanha Kristin Davison disse ainda que muitas mulheres se voltaram para Harris em parte porque os democratas efetivamente as concentraram no aborto após a decisão da Suprema Corte dos EUA de 2022, encerrando o direito nacional à interrupção voluntária da gravidez.
As mulheres também estão avaliando “o forte contraste em liderança e caráter entre o vice-presidente e Trump, o que está influenciando suas escolhas”, afirmou a estrategista democrata Meghan Hays, ex-assessora sênior de comunicações do presidente Biden.
“A vice-presidente deve ampliar sua liderança entre as eleitoras para compensar a vantagem de Trump com homens negros e latinos”, acrescentou Hays. “Esta eleição será vencida pela menor das margens.”
Informações G1
O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à Presidência neste ano, Donald Trump, está numericamente à frente da atual vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, nas intenções de voto. Conforme uma pesquisa divulgada pelo jornal The Wall Street Journal, o representante da direita é o preferido de 49% dos eleitores, enquanto a rival aparece com 46%.
A pesquisa do WSJ entrevistou 1,5 mil eleitores entre os dias 19 e 22 de outubro. Com uma margem de erro de 2,5 pontos porcentuais, o cenário é de empate técnico entre os candidatos. No mesmo contexto, um levantamento da rede de televisão CNBC mostra que Trump lidera com 48% das intenções de voto, contra 46% de Kamala. A pesquisa da CNBC foi realizada entre os dias 15 e 19 deste mês, com mil eleitores, e tem uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais.
Os dados do WSJ mostram que 53% dos entrevistados têm opiniões desfavoráveis sobre Kamala Harris, enquanto 45% têm uma visão positiva. Para Donald Trump, 52% dos eleitores aprovam seu desempenho atual e 48% desaprovam. A maioria dos eleitores, 54%, desaprova o trabalho de Kamala, em contraste com 42% que o aprovam.
As preocupações dos eleitores fortalecem a disputa eleitoral. Questões econômicas são prioritárias, conforme aponta a CNBC: 42% dos eleitores acreditam que a economia melhoraria com Trump, enquanto 24% têm mais esperança em Harris, e 29% não veem diferença significativa em qualquer dos cenários.
Além da economia, outros temas de campanha também preocupam os eleitores. No que diz respeito à imigração, Trump está 35 pontos porcentuais à frente de Harris. O republicano também tem uma vantagem de 19 pontos entre os que se preocupam com crimes e segurança pública.
Em contrapartida, Kamala Harris lidera em outras áreas. Ela tem uma vantagem de 60 pontos na gestão das mudanças climáticas, de 31 pontos em relação ao aborto, de nove pontos na defesa da democracia e de oito pontos em assistência médica e serviços de saúde.
O panorama geral aponta para um empate técnico no resultado final, com as campanhas focando em convencer os eleitores, especialmente nos sete estados-pêndulo. As informações foram coletadas a partir de pesquisas conduzidas pelo The Wall Street Journal e CNBC.
Informações Revista Oeste
A duas semanas das eleições, o candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, aparece à frente da candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, no Colégio Eleitoral. Trump tem 219 delegados, enquanto Kamala tem 215. Para vencer a eleição de 5 de novembro, são necessários 270. Há 104 em disputa nos chamados “swing States”.
A vice-presidente dos EUA possui o maior número de delegados “sólidos” –de Estados que com certeza darão maioria aos democratas– na comparação com o republicano. São 139 contra 93. Os dados são do agregador de pesquisas Real Clear Politics.
Em disputa estão 104 delegados divididos em 7 “swing States” que definirão o resultado da disputa eleitoral dos Estados Unidos. São eles: Arizona (11), Carolina do Norte (16), Geórgia (16), Michigan (15), Nevada (6), Pensilvânia (20) e Wisconsin (10). Já Minnesota (10), embora não seja considerado um “swing State”, também tem cenário apertado.
“Swing State” é o termo que se refere às regiões nas quais os eleitores ora votam nos republicanos, ora nos democratas. Ou seja, não há uma fidelidade partidária clara. É diferente de Estados historicamente alinhados –como a Califórnia, que vota em um democrata desde 1992, ou o Alabama, onde os votos vão para ao Partido Republicano há 44 anos.
Também são onde os candidatos à Casa Branca focam suas campanhas a fim de conquistar votos de eleitores divididos. Os “swing States” variam de acordo com cada eleição.
Conforme o agregador de pesquisas Real Clear Politics, Donald Trump está numericamente à frente de Kamala Harris em intenções de voto nos 7 Estados-chave. A boa notícia para a democrata é que, na prática, ambos estão empatados tecnicamente pela margem de erro.
Informações Poder 360
Depois do anúncio da Cúpula do Brics de que as ditaduras da Venezuela e da Nicarágua tinham sido vetadas para ingressar no grupo, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, desembarcou em Kazan na noite de terça-feira 22, de surpresa. Embora fosse convidado de Vladimir Putin, o presidente russo, a ida de Maduro não era esperada. Ele havia informado a interlocutores que não iria para a Rússia.
Maduro pretende pressionar pela inclusão da Venezuela no bloco, contando com o apoio russo. Até então, o ditador não planejava participar, mas a resistência do Brasil pode ter motivado sua decisão. Ao chegar a Kazan, Maduro afirmou que sua presença representa um avanço significativo para a geopolítica global.
Diplomatas brasileiros são céticos sobre a possibilidade de uma reviravolta — depois de um consenso ter sido alcançado — e lembram que os próprios russos sabem da atual irritação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o chavista e do esgarçamento das relações. No entanto, reconhecem que pode ocorrer mudança no cenário, uma vez que a cúpula não se encerrou ainda e que a instância decisória máxima é a reunião de líderes.
Na segunda-feira, Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelou que era contra a entrada da Venezuela no bloco. “Há um excesso de nomes colocados à mesa. O Brics tem que conservar a sua essência de países expressivos e com influência nas relações internacionais. Não estou diminuindo os outros países [candidatos], mas para isso tem a ONU e o G-77”, afirmou.
O Brasil era contra a entrada da Nicarágua, que também foi vetada, assim como a Venezuela. Lula e o antigo aliado, Daniel Ortega, se afastaram depois que o Brasil tentou interceder por religiosos católicos perseguidos pela ditadura do aliado de longa data do petista. O embaixador brasileiro em Manágua foi expulso do país em agosto.
A nova lista de membros convidados para o Brics inclui Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Uzbequistão, Casaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda, Turquia e Belarus.
Depois do acordo fechado, a ideia do Brics era não anunciar os novos membros imediatamente. A presidência da Rússia ficou de consultar se os 12 países se comprometem com os critérios de expansão, os princípios e as regras do Brics para chegar a pelo menos dez membros novos.
A intenção era evitar constrangimentos, como a demora da Arábia Saudita em formalizar a adesão e a recusa formal da Argentina de Javier Milei, depois dos convites anunciados durante a expansão do ano passado.
Esses novos países não se tornarão membros “plenos” do Brics, como os atuais — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã. A ampliação acertada nesta terça na Rússia cria uma nova categoria de associação, os chamados países “parceiros”.
Segundo o Itamaraty, entre as condições avaliadas estavam relevância política, equilíbrio na distribuição regional dos países, alinhamento à agenda de reforma da governança global, inclusive do Conselho de Segurança da ONU, rejeição a sanções não autorizadas pelas Nações Unidas no âmbito do conselho e relações “amigáveis” com todos os membros.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado
Artigo de opinião de Josette Goulart da TixaNews
As pesquisas eleitorais americanas erraram bastante nas duas últimas eleições. Em 2016, elas previram que a Hillary ia ganhar e o Trump é que ganhou. Em 2020, previram que Biden ia ganhar com uma boa margem de diferença, ganhou por poucos votos. Agora em 2024, só o que as pesquisas dizem é que eles estão empatados (assim fica fácil porque ninguém crava nada e deixa a serviço de Deus).
Dito isso, faltando 16 dias para as eleições (sim, BRASEW, apenas duas semanas), vou falar das pesquisas porque a gente gosta de especular mesmo.
E o que as pesquisas estão dizendo é que parece estarmos no meio de uma onda Trump. Ok, pode ser que seja só uma ondinha. Tem 16 dias aí para tudo mudar.
Tixa, mas você escreveu que as pesquisas estavam mostrando empate. E estão, darling. Empate técnico.
Mas a Kamala Harris vem perdendo pontos dentro da margem de erro. Pelo agregado das pesquisas feito pelo New York Times, Kamala está apenas um ponto na frente de Trump. É a sua menor liderança desde a convenção democrata. (Nem aquele US$ 1 bi que ela arrecadou fizeram diferença.)
O combinado das pesquisas da semana passada mostram uma mudança de direção. Se a gente reparar que o noticiário só fala de Trump, já dava para notar essa ondinha. Mais eis os dados:
Os analistas do site Politico dizem que está tendo uma escassez de pesquisas que eles consideram de alta qualidade (que conseguem captar melhor o público eleitor que fica meio escondido). No fim de semana, não teve nenhuma pesquisa importante divulgada, mesmo faltando só duas semanas para a eleição. E pior, relatam que a escassez de pesquisas nos estados indecisos é pior ainda. Isso é verdade, e estamos falando dos estados que vão decidir a eleição.
“O que é menos claro é se — se você estiver olhando para agregadores de pesquisas como RealClearPolitics, FiveThirtyEight ou Nate Silver’s Silver Bulletin — está distorcendo a visão do público sobre as corridas”, diz o Steven Shepard, que é um editor sênior de campanhas e eleição.
E estes são justamente os agregadores que a gente olha, BRASEW.
O Nate Silver, por exemplo, que é um cara super respeitado no mundo das pesquisas, chegou a escrever no fim de semana os 24 motivos pelos quais Trump pode vencer. Sim, darling, teve isso. Vou listar aqui 16 pontos:
Mas se tem uma campanha empatada aí nas pesquisas, significa que os candidatos precisam ganhar os indecisos dos sete estados-campo de batalha.
A campanha da Kamala acredita que existem 10% de eleitores indecisos (a pesquisa New York Times diz que são menos de 4%). Mas eles acham que muitas mulheres republicanas podem mudar o voto por conta da política de aborto. Mas elas querem saber mais o que Kamala tem a dizer sobre a economia e a política de fronteira. Sim, darling, por isso Kamala foi dar entrevista na FoxNews, na semana passada. Mas também em vários outros programas porque não é fácil atingir uma audiência fragmentada como a dos dias de hoje.
Além disso, ela desfila por aí com a tal Liz Cheney (que já foi congressista republicana) e com mais uma penca de republicanos para mostrar: tá vendo? você mulher republicana também pode vir para o nosso lado nesta eleição.
Eles também começaram a fazer propaganda durante a programação diurna da FoxNews quando mais mulheres assistem ao canal.
As pesquisas da campanha de Trump mostram que os eleitores dos campos de batalha são seis vezes mais motivados por suas visões da guerra de Israel em Gaza do que em outros estados.
Cerca de 25% dos eleitores indecisos são homens negros. E os indecisos estão focados na economia porque sofrem dificuldades financeiras. Eles ganham menos do que os eleitores que já se decidiram. Aí, a estratégia de dizer o tempo todo que a economia está mal no governo Biden, que Kamala é uma continuação do Biden. De fazer sorteios milionários ?. De ser funcionário por um dia no McDonald’s?
Para os Perdidos: Trump vestiu o avental de uma das lojas McDonald’s neste fim de semana para confrontar a Kamala que diz que começou a vida trabalhando no McDonald’s e não como bilionária como Trump.
Resumo da ópera: ninguém sabe o que vai acontecer. Muito menos eu.
Informações UOL
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou neste domingo, 20, que o governo do ditador Nicolás Maduro está próximo do fim. Segundo ela, a coalizão opositora se fortaleceu depois das últimas eleições e está mais focada do que nunca na busca por mudanças.
“Vamos tirar Maduro do cargo”, declarou durante sua participação no congresso do partido Voluntad Popular, realizado em Madrid, onde ela está exilada. As informações são do El Diario NY.
Machado conclamou a oposição a concentrar esforços na data de 10 de janeiro, quando esperam que Edmundo González Urrutia assuma a presidência da Venezuela, conforme reportado pela agência EFE. A oposição o considera o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho.
A data de 10 de janeiro de 2025 foi citada porque é o dia que a Constituição estabelece para a posse do presidente eleito.
Embora o Conselho Nacional Eleitoral tenha anunciado a suposta vitória de Maduro, até agora não foram apresentadas evidências que comprovem isso, observa o El Diario. A oposição insiste que González ganhou e publicou as atas que coletou no dia das eleições.
“O dia 10 de janeiro é fundamental, e precisamos direcionar todas as nossas forças para essa data”, disse a líder, ao afirmar que o regime de Maduro está mais isolado do que nunca. Ela também enfatizou que não há retorno no caminho para a mudança e reafirmou seu compromisso de seguir adiante.
Leopoldo López, que lidera o Voluntad Popular, respondeu às declarações de Machado a partir de Madrid. Ele disse que seu partido não permitirá divisões internas e que os resultados do dia 28 de julho devem ser respeitados antes de quaisquer novas eleições.
“Maduro não conseguirá evitar essa data, nem o dia 10 de janeiro”, declarou com convicção.
Edmundo González, candidato da coalizão opositora, também enviou uma mensagem gravada. Nela, destacou a importância da união entre as forças democráticas para garantir que a vontade do povo venezuelano, conforme ressalta, expressa nas urnas há quase três meses, seja respeitada.
González é alvo de um mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça venezuelana. Ele foi, no mínimo, o terceiro opositor de peso do regime de Maduro a sair da Venezuela em busca de asilo político. Ele se mudou para a Espanha em setembro último.
Machado ressaltou que a comunidade internacional reconhece o caráter autoritário do ditador Maduro. Ela destacou, como um ponto positivo, que foi alcançada uma união entre diferentes setores da sociedade venezuelana. Dentro e fora do país. “Conseguimos unir esquerda e direita, ricos e pobres, para lutar contra a ditadura”, acrescentou.
O congresso reuniu membros do Voluntad Popular de mais de 23 países. Funcionou como um espaço de encontro para a oposição venezuelana. Os opositores continuam com as manifestações a partir de outros países, por estarem exilados pela ditadura.
“Nós não nos renderemos”, garantiu Leopoldo López, que, depois de ficar preso por três anos, 2014 a 2017, permaneceu sob prisão domiciliar, até, que, em 2017, se refugiou na Embaixada da Espanha. Lá, ficou por cerca de dois anos, até fugir da Venezuela, em 2020. Atualmente também mora em Madrid.
Informações Revista Oeste