Hugo Barreto/Metrópoles
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), Matthew Miller, afirmou que o secretário norte-americano Antony Blinken manifestou desacordo com recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Lula recebeu Blinken nesta quarta-feira (21/2), no Palácio do Planalto, em Brasília.
“O Secretário teve a chance de discutir os comentários com o presidente Lula e deixou claro que esses são comentários com os quais discordamos”, afirmou Matthew Miller, em entrevista coletiva nos EUA.
Confira:
Lula e Antony Blinken se reuniram na manhã desta quarta-feira (21/2) no Palácio do Planalto, em Brasília, para discutir “questões bilaterais e globais”.
O Metrópoles apurou que Blinken também relatou a Lula que seu padrasto foi sobrevivente do Holocausto, e o presidente brasileiro respondeu que sempre condenou a perseguição nazista ao povo judeu.
Em uma publicação na rede social X, antigo Twitter, após o encontro, o presidente brasileiro destacou que, durante o encontro, foram debatidas questões ligadas à cooperação entre os dois países e à paz na Ucrânia e em Gaza.
“Conversamos sobre o G20, a iniciativa pela melhoria da condição dos trabalhadores que lançamos com o presidente Biden, a proteção do meio ambiente, a transição energética, a ampliação dos laços de investimento e cooperação entre nossos países e sobre a paz na Ucrânia e em Gaza”, escreveu o petista.
Logo depois do encontro, o governo norte-americano emitiu uma nota com os principais pontos da conversa entre Lula e Antony Blinken.
“O Secretário discutiu o envolvimento dos EUA no conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos. O secretário Blinken agradeceu ao presidente Lula pela participação do Brasil no processo da Fórmula da Paz da Ucrânia”, informou o governo dos EUA.
O Metrópoles questionou o Palácio do Planalto sobre o possível desacordo em relação às últimas declarações de Lula sobre os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Em viagem à Etiópia na última semana, o líder brasileiro foi questionado sobre o corte de recursos de diversos países para a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta auxílio aos refugiados palestinos, a UNRWA.
“Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse o presidente Lula.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, destacou o chefe do Executivo.
Informações Metrópoles
Foto: Reprodução/Instagram @javiermilei
Na noite de sexta-feira (16), o governo argentino anunciou que obteve superávit fiscal em janeiro pela primeira vez em quase 12 anos. O superávit acontece quando as receitas do governo são maiores que as despesas. Desde a sua posse, o libertário Javier Milei instaurou fortes medidas de corte de gastos no país da América do Sul.
O balanço para as finanças do setor público da Argentina foi positivo no 1º mês completo: o superávit foi de cerca de US$ 589 milhões (R$ 2,93 bilhões no câmbio oficial). A cifra também contempla o pagamento de juros da dívida pública.
É o “primeiro superávit financeiro [mensal] desde agosto de 2012 e o primeiro superávit financeiro em um mês de janeiro desde 2011”, afirmou o Ministério da Economia da Argentina.
Zerar o déficit público da Argentina é a principal meta da gestão de Milei. O ministro da Economia argentino, Luis Caputo, comentou o resultado em um post nas redes sociais. “Déficit zero não se negocia”, disse Caputo.
“Vaaaamooos Toto!”, respondeu Milei na rede social em referência a “Caput”o, para em seguida acrescentar seu lema de campanha e slogan de seu governo: “Viva a liberdade, carajo!”
“Será como uma espécie de ‘V’, um primeiro momento de queda, com o período mais difícil em torno de março e abril, que é quando chegará ao fundo e, a partir daí, começará a se recuperar. E quando se abrir o ‘cepo’ [restrições ao acesso a dólares que se mantém desde 2019], a economia vai disparar”, estimou o presidente da Argentina.
Gazeta Brasil
Fontes oficiais da Argentina divulgaram que o país alcançou um superávit financeiro de 518,408 bilhões de pesos argentinos em janeiro, aproximadamente US$ 620 milhões. Este é o primeiro resultado positivo desde agosto de 2012 para o país e o primeiro superávit registrado em um mês de janeiro desde 2011.
Os dados do Ministério da Economia indicam que, no primeiro mês de 2024, a Argentina teve um superávit primário de 2,01 trilhões de pesos argentinos (US$ 2,408 bilhões). As receitas totais atingiram 6,1 trilhões (US$ 7,361 bilhões), representando um aumento de 256,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento nas receitas tributárias foi impulsionado pelo desempenho do comércio exterior e da atividade econômica interna argentina.
Os cortes significativos nos gastos públicos realizados pelo presidente Javier Milei podem estar associados a esses resultados positivos. Milei implementou um plano de “choque” fiscal, incluindo a eliminação por decreto de fundos fiduciários milionários. Os gastos de capital, que englobam áreas como energia, transporte, educação e moradia, registraram uma redução de 50,3% em termos líquidos em relação ao ano anterior.
No último mês de 2023, a Argentina teve um déficit primário de US$ 2,384 bilhões, enquanto o déficit financeiro foi de US$ 6,383 bilhões. Ao longo de 2023, o PIB do país sofreu uma queda de 2,9%.
Com informações da Jovem Pan.
O ditador da Venezuela, Nicolas Maduro, decidiu chantagear o governo de Joe Biden por causa das possíveis sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela. Isso porque Delcy Rodrígues, vice-presidente de Maduro, alertou Washington no dia 30 de janeiro que a Venezuela estava disposta a se recusar a receber migrantes deportados dos EUA se Biden impusesse novas sanções ao país sul-americano. A partir de amanhã 13, a Venezuela deve pôr em prática sua chantagem.
Se cometerem o erro de intensificar a agressão econômica contra a Venezuela, os voos de repatriação de migrantes venezuelanos serão imediatamente revogados a partir de 13 de fevereiro Rodríguez
De acordo com Maria Anastasia O’Grady, analista política do jornal norte-americano The Wall Street Journal, a decisão de Maduro é um ato de desespero por parte de um governo ilegítimo — reforçado pela tentativa da Venezuela de anexar a Guiana. Caracas está sentindo a pressão internacional (inclusive de governos de centro-esquerda) para realizar eleições livres.
O’Grady lamenta que, dado o histórico de complacência do governo Biden com regimes totalitários, há motivos para temer que Maduro cumpra sua ameaça a partir de amanhã. E que seja beneficiado por Biden. A analista diz também que Vladimir Putin e Xi Jinping dominam o “homem forte venezuelano”.
Em outubro deste ano, a ditadura de Maduro prometeu eleições limpas em 2024, quando assinou um acordo — mediado pela Noruega — com a oposição em Barbados. A analista diz que ninguém esperava que Maduro fosse cumprir sua palavra, exceto talvez Biden. As sanções contra a ditadura sul-americana estavam em vigor desde a administração Trump.
Porém, com Joe Biden, os EUA permitiram que a Venezuela descumprisse o prazo para reintegrar candidatos “banidos” nas eleições. Em janeiro, o Supremo Tribunal, escolhido a dedo por Maduro, desqualificou a candidata popular da oposição, Maria Corina Machado, sob alegações consideradas “absurdas” pelos observadores internacionais. Machado foi acusada de “conspiração” contra o seu país — e viu membros de sua equipe serem presos a mando do ditador venezuelano.
Em 2023, Machado vencera Maduro nas primárias com mais de 90% dos votos, e por isso ela é a grande favorita para derrotar o ditador em caso de eleições justas. O atual governo venezuelano quer eliminar Machado das urnas, na esperança de que surja um “multicandidato”, o que fragmentaria a oposição. Esta é uma velha tática dos governos autoritários para se perpetuarem no poder.
Em janeiro, os EUA afirmaram que estavam se preparando para reimpor as sanções ao petróleo e ao gás venezuelanos em abril. O que deve acontecer em meio à “ausência de progresso” por parte de Caracas no que tange às eleições legítimas.
Ainda de acordo com o Wall Street, a Venezuela está habituada a intimidar Biden com chantagens e vê-lo recuar, e agora está usando a situação dos migrantes para convencer os EUA a desistirem das sanções. No entanto, bloquear a entrada de cidadãos venezuelanos no próprio país seria uma seriíssima violação do Direito internacional.
Na quinta-feira 8, o Parlamento Europeuaprovou uma resolução (446-21) em que afirma que não reconhecerá as eleições na Venezuela se Machado não conseguir autorização para concorrer. A Europa também quer sanções contra o Supremo Tribunal da Venezuela e às suas forças de segurança por causa de “abusos de poder” contra opositores da ditadura comunista.
Na semana passada, o site oficial do presidente Lula, chamado de “pró-Cuba” pela analista norte-americana, anunciou apoio do Brasil à implementação do acordo de Barbados — desacreditado pela maioria das democracias do mundo. Nos EUA, até mesmo líderes da esquerda disseram que na Venezuela “todos os candidatos devem ser elegíveis para competir. Machado é a candidata da oposição”.
Porém, a sensação de otimismo na ditadura comunista sul-americana durou pouco. Isso porque o presidente colombiano Gustavo Petro, antigo terrorista de esquerda, foi sugerido como mediador entre a ditadura da Venezuela e a oposição. O’Grady conclui com uma ironia: “Aparentemente, Raúl Castro não está disponível”.
Informações Revista Oeste
Deputados do partido A Liberdade Avança, do presidente Javier Milei, apresentaram um projeto para revogar a lei que permite o aborto na Argentina, aprovada em dezembro de 2020 e em vigor desde janeiro de 2021. O texto é de autoria de Rocío Bonacci, uma parlamentar de 27 anos.
A proposta dos deputados da base governista vai além da lei recente do aborto, atingindo também a uma regulamentação anterior que dava autorização para o procedimento de interrupção da gestação por várias razões, como risco para a saúde da mulher e casos de estupro, presentes no Código Civil argentino desde 1921 e ratificadas pela Suprema Corte em 2012.
A proposta libertária apenas menciona casos de interrupção em situação de “risco de vida”.
O texto foi assinado pelo líder da bancada libertária, Oscar Zago, e pelos deputados Beltrán Benedit, Maria Fernanda Araujo, Manuel Quintar e Lilia Lemoine, esta última conhecida na Argentina por sua luta antiaborto.
Embora o projeto da bancada governista para revogar a Lei 27.610, cujo nome é Interrupção Voluntária da Gravidez, tenha sido registrado no sistema de entrada da Câmara dos Deputados na segunda-feira, dia 5, só foi divulgado na noite desta quarta-feira, dia 7.
Se a proposta for aprovada, a pena para quem causar aborto com o consentimento da mulher será de um a quatro anos de reclusão. Se for sem o consentimento da gestante, a pena aumentará de três a dez anos de prisão.
O projeto também prevê penalidades para médicos, cirurgiões, parteiras e farmacêuticos, que receberão uma suspensão especial pelo dobro do tempo da pena se “abusarem de seu conhecimento ou arte para causar o aborto ou cooperarem para causá-lo”.
Os deputados libertários afirmam no texto que a escolha do nome da lei em vigor, Interrupção Voluntária da Gravidez, teve como objetivo confundir a população.
“A intenção foi confundir através de um eufemismo que busca apenas fazer crer no reconhecimento por lei de um direito ao aborto”, escreveram, “quando na realidade se trata do direito de acabar com a vida da pessoa por nascer.”
A deputada Rocío encerra o documento ao alegar que “não existe nenhuma razão, por mais dramática que seja, que justifique o descarte de uma vida inocente”.
Informações Revista Oeste
Nesta terça-feira (06), o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou a transferência da embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém. A declaração foi dada ao ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.
“É uma honra estar aqui. Estou cumprindo minha promessa de que o 1º país que visitaria seria Israel e, obviamente, estou aqui para apoiar Israel contra os terroristas do Hamas”, disse Milei ao desembarcar no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv.
O presidente argentino também afirmou defender o direito à “defesa legítima” de Israel na guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas.
Milei já chegou em Jerusalém, visitou o Muro das Lamentações e se encontrará com o presidente de Israel, Isaac Herzog.
Informações Vista Patria
A Argentina publicou, na edição da última segunda-feira, 5, do seu Diário Oficial, um decreto que determina a intervenção em empresas estatais da área de comunicação. A nova medida do governo do presidente Javier Milei tem validade de um ano, podendo ser renovada pelo mesmo período.
De acordo com o decreto, as estatais estão “em situação de emergência pública em matérias econômica, financeira, fiscal, administrativa, previdenciária, tarifária, sanitária e social”.
O atual governo explica que esta situação emergencial foi decretada em 20 de dezembro de 2023. Por isso, “será necessária uma profunda reorganização das empresas”. A ideia é provocar “a maior eficiência no funcionamento do setor público”.
Diego Martín Chaher será o interventor da Rádio e TV Argentina. O advogado também irá supervisionar o processo nas demais empresas.
Anteriormente, Chaher atuou no Grupo América, que controla os veículos de comunicação da Argentina há pelo menos 20 anos.
Diego Sebastián Marias, ex-deputado argentino, vai ocupar o cargo de interventor adjunto. Ambos poderão realizar obras, comprar bens, contratar e demitir funcionários.
A partir de agora, ficará a cargo dos interventores “avaliar e modificar o regime de administração de fundos, ampliando ou reduzindo as peças orçamentárias, ou aprovar um novo regime”.
Em sua campanha eleitoral, Milei classificava os veículos públicos de comunicação argentinos como “mecanismos de propaganda”.
Ele prometeu fazer cortes nas estatais no chamado “plano motossera”, um megapacotecom reformas que restringem as funções do Estado e fortalecem as forças de mercado.
Informações Revista Oeste
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo governo de Nicolás Maduro, deu início ao processo de diálogo com autoridades do regime e da oposição nesta segunda-feira, 5 de fevereiro, visando a definição da data das eleições presidenciais, as quais são suspeitas de serem manipuladas.
Ao término desse procedimento, o plano será encaminhado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a entidade encarregada de convocar as eleições e que também é influenciada pelo chavismo.
A etapa de agendamento ocorre poucos dias após os Estados Unidos imporem, em 29 de janeiro, novas sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela. Essas sanções foram uma resposta à decisão da Suprema Corte de Caracas de declarar inelegível por 15 anos a principal candidata da oposição ao governo Maduro, a ex-deputada María Corina Machado.
Setores dissidentes da oposição a Maduro sugerem que as eleições possam acontecer entre maio e setembro. A Ação Democrática, um dos partidos opositores, propôs o dia 5 de julho, aniversário da independência da Venezuela, como a data para a realização do pleito.
No entanto, María Corina recusou-se a participar da consulta iniciada pelo Parlamento, classificando-a como uma “manobra” para uma “via eleitoral fraudulenta”.
Em outubro, o governo de Maduro e a oposição assinaram um acordo estabelecendo que as eleições ocorreriam no segundo semestre deste ano, com a presença de monitoramento e observadores internacionais. Contudo, as recentes prisões de opositores e a decisão do Supremo contra María Corina levaram os EUA a reintroduzir suas sanções.
Com informações de O Antagonista
Durante uma coletiva de imprensa realizada na transição do domingo (4) para a segunda-feira (5), o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, foi abordado acerca da questão da criminalidade no país.
Ao assumir o governo, Bukele encontrou El Salvador figurando como um dos locais mais perigosos do mundo. Desde 2019, ano de sua posse, o governo liderado por ele empreendeu inúmeras prisões de criminosos, inaugurou várias unidades prisionais e mobilizou as Forças Armadas para patrulharem as ruas e combaterem a criminalidade.
De maneira enérgica, Nayib conseguiu desmantelar gangues violentas que há muito assolavam o território caribenho. Sua administração concentrou-se na restauração da segurança pública, anteriormente dominada por décadas de conflitos entre gangues, que resultaram em colapso econômico, milhares de mortes de civis inocentes e uma expressiva migração da população para outros países.
Até as 05h30 desta segunda-feira (5), horário de Brasília, Bukele acumulava aproximadamente 83% dos votos válidos. A contagem dos votos ainda está em andamento no país, que não oficializou o nome do próximo presidente eleito. Com base nos números, Bukele está prestes a conquistar a reeleição para mais um mandato.
Abordando a questão da criminalidade, o presidente foi incisivo ao afirmar que países como o Brasil são ‘parceiros de criminosos’. Segundo ele, as autoridades caribenhas estão conseguindo abordar um problema tão complexo graças à existência de vontade política e apoio popular.
“El Salvador está resolvendo seus problemas com vontade política e apoio do povo. Por isso que esse exemplo se aplica no Brasil e em qualquer país do mundo”, disse Nayib, em coletiva aberta, com repórteres e mídias de todo o mundo presentes no local.
Com informações de Conexão Política
Pela primeira vez desde 2010, a Argentina vai receber em maio o porta-aviões USS George Washington, que comanda a Sétima Frota dos Estados Unidos baseada no Japão.
A informação foi divulgada pelo diário Clarín.
De acordo com o jornal, trata-se de mais um gesto dos Estados Unidos para enfrentar a crescente influência da China na América do Sul.
Sob Javier Milei, a Argentina se tornará uma peão de Washington para atrapalhar os planos de integração continental apoiados sobretudo pelo Brasil.
Recentemente, depois de ser aceita nos BRICs, por indicação do Brasil, a Argentina voltou atrás e desistiu de aderir ao bloco.
Nesta semana, com apoio dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional concedeu empréstimo de U$ 3,7 bilhões para dar sustentação econômica ao governo de Milei.
O BRICs Plus, agora integrado por China, Rússia, Brasil, África do Sul, Índia, Egito, Arábia Saudita, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, dispõe de seu próprio banco, sob comando da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Os integrantes do bloco planejam realizar trocas comerciais utilizando suas moedas locais, o que já está acontecendo de maneira bilateral.
Os Estados Unidos usam o dólar para manter sua hegemonia planetária, além de instituições multilaterais que controlam, como o Banco Mundial e o FMI.
Também controlam a Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Sociedade para Telecomunicação Financeira Mundial Interbancária), conhecida por SWIFT, através da qual são feitas transações internacionais.
O pagamento de uma conta em Nova York com um cartão de crédito emitido no Brasil só é possível graças ao SWIFT.
Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, foi excluída do SWIFT.
Como a maioria dos países recorre parcialmente a títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos para acumular reservas, em caso de sanções internacionais eles ficam sujeitos a decisões tomadas em Washington.
Hoje os Estados Unidos aplicam sanções contra centenas de indivíduos, organizações e países, dentre os quais Cuba, Rússia, Irã, Síria e Coreia do Norte.
Os EUA podem emitir dólares à vontade e com isso, ainda que indiretamente, acabam condicionando a vida econômica em quase todo o planeta.
Desde que assumiram a hegemonia, depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos privilegiam alguns países em suas relações bilaterais, como Israel e o Reino Unido.
A Argentina sob Javier Milei assumiu este papel, que herdou da Colômbia, hoje governada pelo esquerdista Gustavo Petro.
Em recente viagem a Davos, Milei encontrou-se com o ministro das relações exteriores do Reino Unido, David Cameron, representante de um país que trava uma disputa internacional com a Argentina pelas ilhas Malvinas.
De acordo com o diário Daily Express, Londres pretende dar ajuda econômica à Argentina em troca de colocar a questão das Malvinas em segundo plano.
Aparentemente, os EUA estão triangulando sua relação com a Argentina através do Reino Unido por conta dos elogios que Milei fez a Donald Trump, provável adversário de Joe Biden nas eleições de 2024.
Mas um encontro entre Biden e Milei ainda este ano não está descartado.
Antes de se eleger, Milei falou em acabar com as relações comerciais com o Brasil e a China, dois dos principais parceiros de Buenos Aires.
A chanceler Diana Mondino, numa óbvia provocação, recebeu em audiência o representante comercial de Taiwan em Buenos Aires.
A China, então, cancelou um empréstimo que havia acordado com o ex-presidente Alberto Fernandez e ameaçou substituir o trigo, a soja e a carne que compra da Argentina por produtos do Brasil e do Uruguai.
A China considera Taiwan uma província e tem como meta a reunificação da ilha, que sobrevive do apoio recebido dos EUA.
Em abril deste ano, o navio USCGC Stone, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, fará exercícios na Argentina supostamente para combater a pesca ilegal.
Para garantir uma presença militar na região da Tríplice Fronteira — entre Brasil, Argentina e Paraguai — funcionários dos EUA já fizeram alertas no passado sobre a atuação de “terroristas” ligados ao Hezbollah, mas nunca apresentaram provas.
Eles também expressaram desgosto com a parceria entre China e Argentina para a construção de um observatório espacial na província de Neuquén. Ele começou a funcionar em 2018, como parte de um sistema acordo de 50 anos de duração.
Os chineses dizem que a base foi essencial para permitir o pouso de uma nave no lado escuro da lua.
Como o lado chinês no projeto é representado por uma divisão da Força de Apoio Estratégico do Exército Popular da China, as suspeitas sem provas espalhadas na Argentina falam que a base pode ter utilidade em guerra espacial, cibernética e eletrônica.
O porta-aviões que vai visitar a Argentina depois de um hiato de 14 anos, o George Washington, foi recentemente reformado e pode levar a bordo um avião de reabastecimento que dá autonomia de 800 quilômetros para os caças que carrega.
Por isso, em eventual guerra no estreito de Taiwan, o porta-aviões muito provavelmente seria utilizado — um detalhe que não escapou aos analistas.
Informações Revista Fórum