Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados com 34 votos favoráveis e 30 votos contrários. O projeto, de autoria da presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), permite que estados e o Distrito Federal legislem sobre posse e porte de armas de fogo para defesa pessoal, práticas desportivas e controle de espécies exóticas invasoras.
De Toni defendeu a iniciativa como uma forma de reverter as limitações impostas pelo novo governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a base governista argumentou que o projeto é inconstitucional, citando decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF). O PSOL anunciou planos de acionar o STF caso o projeto avance, baseando-se no artigo 21 da Constituição, que atribui à União a competência exclusiva para legislar sobre armamento.
Informações TBN
Seja na igreja, em um vestiário de futebol antes de uma partida ou em casa, o Pai-Nosso é a oração mais conhecida do cristianismo. Católicos, protestantes, ortodoxos e espíritas kardecistas recitam a “oração que Jesus nos ensinou”.
Na Bíblia, o Pai-Nosso aparece duas vezes: no Evangelho de Mateus e no de Lucas. Em ambas, Jesus aparece ensinando seus discípulos a orar. No entanto, essa oração tem uma origem que precede Jesus e o Novo Testamento.
Jesus não era cristão, mas judeu. E foi justamente dentro da tradição judaica que ele se inspira na criação do Pai-Nosso. Pesquisadores consideram natural que Jesus, sendo judeu, tenha se familiarizado muito com as ideias e as próprias verbalizações da liturgia na sinagoga. Até porque Jesus participava da sinagoga.
Essa origem judaica se comprova, por exemplo, na semelhança que há entre o Pai-Nosso e a Amidá, ou Oração das 18 Preces, central da liturgia judaica.
A expressão Pai-Nosso aparece muitas vezes no Antigo Testamento, porque os judeus consideram Deus como pai e Deus considera os judeus como seus filhos. Isso já era muito comum nas orações judaicas.
Ao analisarmos o Pai-Nosso, são feitos sete pedidos a Deus. Esse número, na Bíblia, significa plenitude daquilo que o homem precisa.
Os três primeiros têm relação com o reino de Deus:
Já os quatro últimos pedidos são relacionados à vida do ser humano:
Na tradição católica, o Pai-Nosso está no centro das Sagradas Escrituras e é a oração do Senhor. Não é à toa que o Pai-Nosso é rezado em todas as missas.
Já para os protestantes, aparece como guia. Nessa tradição, o Pai-Nosso até pode ser rezado na íntegra — e muitas denominações de fato rezam em suas liturgias —, mas está mais para um guia de como orar.
Assim, Jesus não ensina uma fórmula, mas sim como se dirigir a Deus. Ao longo da história, essa oração foi tomada dos evangelhos para fazer parte da liturgia. Por isso que, na missa, reza-se a oração do Pai-Nosso no final.
Existem diversas versões e traduções do Pai-Nosso. Na Igreja Católica, usa-se a segunda pessoa do plural (vós) e a expressão “perdoai-nos as nossas ofensas”. Já no protestantismo, reza-se utilizando a expressão “nossas dívidas”.
Tanto o uso de dívidas quanto o de ofensas vêm de diferentes traduções e não podem ser considerados errados. No Brasil, a Igreja Católica usava “dívidas” até o Concílio Vaticano 2º, quando mudou para “ofensas”.
Outra diferença se dá no final da oração. Os protestantes, entre eles os evangélicos, terminam com “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”, frase que não aparece em versões católicas da Bíblia. É provável que tenha sido um acréscimo feito por copistas e não tenha sido escrito por Mateus.
Ainda assim, é necessário ressaltar que, no uso litúrgico do Pai-Nosso dentro da Missa, após o “livrai-nos do mal”, o sacerdote reza uma prece em nome da assembleia, que responde, ao fim, “vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre”.
O Pai-Nosso já foi usado até como medida de tempo. Muito antes dos cronômetros na cozinha, cozinheiros utilizavam a oração para poder saber o tempo que determinado alimento deveria ficar no fogo.
A oração também já virou algumas músicas. Liszt, Tchaikovsky e Verdi são só alguns dos compositores que já musicaram o Pai-Nosso.
Fonte: Donizete Scardelai, pesquisador, doutor pela USP e professor de Teologia na PUC-Campinas
Informações UOL
No entanto, na prática, as consequências do artigo são bem diferentes da fiscalização de excesso de velocidade, muito mais comum e nociva, sendo a principal causa de fatalidades no trânsito, segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
O caso será avaliado, não necessariamente será autuado o condutor. O mais importante é se o veículo está retardando ou obstruindo o tráfego. No caso, ele será multado” Luciano Salvador, da Polícia Rodoviária Federal
Não se trata de algo tão simples. Além das exceções de condições de tráfego e meteorológicas, as razões pelas quais o motorista está trafegando lento demais são várias. Na maioria das vezes, a exceção da faixa direita está valendo, uma vez que poucos se arriscam a fazer isso na faixa esquerda.
“Caso detectem o que está acontecendo, os policiais devem ajudar para saber o que está acontecendo. Pode ser um defeito mecânico, veículo muito pesado, problemas assim, alguém sentindo um mal-estar”.
Informações UOL
Foto: Reprodução/Creta 2024/Motor1.com.
O mercado automobilístico brasileiro continua movimentado em 2024, com uma variedade de modelos conquistando os consumidores. Com base nos dados de vendas divulgados pelo site Car.Blog.Br até o momento, compilamos a lista dos 10 carros mais vendidos no Brasil este ano:
1. Volkswagen Polo – 34.650 unidades vendidas
O Volkswagen Polo lidera o ranking de vendas em 2024, com 11.943 unidades comercializadas. Apesar de uma queda de 17,5% em relação ao ano anterior, o Polo continua sendo uma escolha popular entre os consumidores que buscam um carro compacto e confortável.
2. Fiat Strada – 33.906 unidades vendidas
A picape Fiat Strada conquista o segundo lugar, com 9.990 unidades vendidas. Versátil e econômica, a Strada mantém sua posição entre os mais vendidos, mesmo com uma leve queda de 2,2%.
3. Hyundai HB20 – 24.443 unidades vendidas
O Hyundai HB20 registra um aumento significativo de vendas em 2024, com 5.288 unidades comercializadas, representando um crescimento de 61,1%. Seu design arrojado e sua tecnologia embarcada atraem os consumidores em busca de um carro moderno.
4. Chevrolet Onix – 23.522 unidades vendidas
O Chevrolet Onix, um dos líderes de vendas nos anos anteriores, ocupa o quarto lugar, com 7.753 unidades vendidas. Apesar de uma pequena queda de 1,0%, o Onix continua sendo uma opção popular entre os brasileiros.
5. Fiat Argo – 23.179 unidades vendidas
O Fiat Argo mantém sua posição entre os mais vendidos, com 6.850 unidades comercializadas. Apesar de uma leve queda de 0,2%, o Argo continua sendo uma escolha sólida para quem busca um carro versátil e econômico.
6. Chevrolet Onix Plus – 14.936 unidades vendidas
O sedã Chevrolet Onix Plus mostra um aumento expressivo de vendas em 2024, com 3.986 unidades comercializadas, representando um crescimento de 38,2%. Seu design moderno e sua eficiência no consumo de combustível atraem os consumidores que buscam um sedan compacto.
7. Chevrolet Tracker – 16.559 unidades vendidas
O SUV compacto Chevrolet Tracker registra um aumento de vendas, com 4.711 unidades comercializadas, representando um crescimento de 10,2%. Seu design robusto e sua tecnologia embarcada conquistam os consumidores que buscam um veículo urbano e versátil.
8. Volkswagen T-Cross – 16.632 unidades vendidas
O Volkswagen T-Cross mantém sua posição entre os mais vendidos, com 5.462 unidades comercializadas. Apesar de uma queda de 7,9%, o T-Cross continua atraindo os consumidores que buscam um SUV compacto com bom desempenho e espaço interno.
9. Volkswagen Saveiro – 15.993 unidades vendidas
A picape Volkswagen Saveiro registra um aumento de vendas em 2024, com 4.607 unidades comercializadas, representando um crescimento de 5,0%. Sua versatilidade e robustez atraem os consumidores que buscam um veículo de trabalho confiável.
10. Hyundai Creta – 17.205 unidades vendidas
O Hyundai Creta fecha a lista dos 10 mais vendidos, com 4.317 unidades comercializadas. Seu design moderno e sua dirigibilidade atraem os consumidores que buscam um SUV compacto com estilo e conforto.
Informações UOL
STJ/Divulgação
Um dos maiores sites de conteúdo adulto do Brasil, o Brasileirinhas, enfrenta uma longa disputa judicial contra o Facebook Brasil, controlado pela Meta, para recuperar seus perfis e o selo de verificado nas redes sociais. O caso começou no Tribunal de Justiça de São Paulo e agora está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), aguardando o julgamento de dois recursos. Em um desses recursos, a empresa de tecnologia contesta uma multa de 340 mil reais.
A disputa teve início em 2021, quando a produtora entrou com uma ação judicial para que o Instagram (então administrado pelo Facebook, hoje sob a Meta) restabelecesse sua conta e concedesse o selo de “verificado” (o tique azul e branco que identifica perfis oficiais). O argumento do Brasileirinhas era que, sem o selo, outros perfis falsos se passavam pela empresa, vendendo seus conteúdos sem autorização e aplicando golpes.
A primeira vitória veio ainda em 2021, em dezembro, quando a 36ª Vara Cível de São Paulo determinou que o Facebook restabelecesse o perfil do Brasileirinhas no Instagram e concedesse o selo de verificação. O caso foi então para o Tribunal de Justiça de São Paulo, onde a 2ª Câmara de Direito Privado manteve a decisão. A plataforma apelou ao STJ, onde o processo chegou em setembro de 2023, ainda sem data para julgamento.
Enquanto isso, o site de conteúdo adulto iniciou uma ação para cumprir provisoriamente a sentença. Normalmente, é necessário esperar o fim de todos os prazos de recurso para executar uma sentença, mas a lei permite exceções em casos reversíveis ou que envolvam apenas questões patrimoniais.
Até o momento, o Facebook não cumpriu a decisão de restabelecer e verificar o perfil do Brasileirinhas. A empresa afirma que a conta que o site adulto deseja foi deletada definitivamente, tornando impossível sua restauração ou verificação. Autor e réu discordam sobre quem deletou o perfil — um diz que foi o outro. O recurso mais recente apresentado pela Meta foi em fevereiro deste ano, contestando a multa de 340 mil reais por descumprir a decisão.
Procurada pela VEJA, a Meta afirmou que não vai comentar o caso.
Informações TBN
Em março deste ano, uma gama de benefícios cruciais foi anunciada para os cidadãos brasileiros acima de 60 anos, muitos dos quais eram pouco conhecidos pelo público em geral. Segundo informações do site Seu Crédito Digital, esses benefícios incluem a possibilidade de receber R$ 2 mil, a isenção de taxas para a emissão de documentos e a eliminação da necessidade de pagar aluguel.
Essas medidas foram introduzidas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos, facilitando a obtenção de documentos importantes, aumentando o apoio financeiro e proporcionando moradias mais acessíveis. O impacto potencial dessas mudanças é considerável, prometendo uma melhora significativa na qualidade de vida dessa parcela vital da sociedade.
Um dos destaques é a compatibilidade entre o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Agora, os idosos que recebem o BPC podem também ser elegíveis para o programa social Bolsa Família, conforme esclarecido pelo portal Meu Tudo.
Outra conquista importante é a prioridade dada aos idosos para a aquisição de imóveis em programas habitacionais públicos ou subsidiados pelo governo. A lei determina que 3% das unidades habitacionais sejam reservadas para esse público. Além disso, o retorno do programa Minha Casa, Minha Vida, sob o Governo Lula, trouxe mudanças significativas, ajudando famílias de baixa renda a sair do aluguel e oferecendo acesso facilitado a financiamentos imobiliários.
Por fim, uma nova legislação aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados estabelece a gratuidade da segunda via de documentos de identificação pessoal para idosos de baixa renda em caso de perda, furto ou roubo. Essa conquista, agora incluída no Estatuto do Idoso, aguarda aprovação no Senado.
O programa Minha Casa, Minha Vida classifica as famílias em faixas de renda, facilitando o acesso ao financiamento adequado. Com essas mudanças e definições de grupos, o Governo Federal planeja expandir o programa, ampliando as oportunidades para os idosos e outras famílias de baixa renda em todo o país.
Informações TBN
Jair Bolsonaro irá quitar a dívida de R$ 360 mil que Jair Renan tem com o Santander. O filho do ex-presidente foi alvo de um pedido do banco, na Justiça do Distrito Federal, de apreensão de bens por causa da dívida.
Bolsonaro considera que a dívida de seu filho está respingando no nome dele e afetando o sobrenome da família.
A dívida de Jair Renan está no centro de uma denúncia contra Jair Renan feita pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), e aceita pelo TJDFT, por lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
A cobrança da dívida está sendo feita por uma empresa que comprou diversos débitos de clientes com o Santander.
Informações Metrópoles
Goleiro Adriel, do Bahia, foi expulso após o fim da partida
Emerson Ricardo relatou em súmula problemas ocorridos durante o Ba-Vi Crédito: Letícia Martins/EC Bahia
Responsável por apitar a final do Campeonato Baiano, o árbitro Emerson Ricardo relatou em súmula problemas que foram registrados durante o clássico entre Bahia e Vitória, disputado neste domingo (7), na Fonte Nova. O empate por 1×1 deu o título ao rubro-negro.
De acordo com o documento, objetos foram arremessados no campo pela pela torcida do Bahia em direção aos jogadores do Vitória que comemoravam o título. Emerson Ricardo cita ainda que foi informado pelo comandante da Polícia de que os rubro-negros se posicionaram e comemoraram de forma provocativa.
Em outra parte da súmula, Emerson Ricardo relata que foi xingado pelo atacante Biel, do Bahia, quando se dirigia ao vestiário.
“Após o término do jogo quando estava me dirigindo ao vestiário de arbitragem, o atleta do Esporte Clube Bahia, srº Gabriel Teixeira Aragao, se encontrava na zona mista no espaço destinado aos árbitros, reclamando de maneira acintosa e agressiva proferindo as seguintes palavras: “Você é incompetente, vagabundo, estava comemorando o título do Vitória”. Vale ressaltar que me senti ofendido pelas palavras direcionadas a mim”, escreveu.
O árbitro também relatou que expulsou o goleiro Adriel, do Bahia, por agredir o assistente Luanderson Lima.
“Expulsei com o cartão vermelho direto o atleta nº23 da equipe Esporte Clube Bahia, srº Adriel Vasconcelos Ramos, após o término da partida, por protestar e agredir o assistente nº.01 Luanderson Lima, informo ainda que o referido atleta deu um tranco no oficial de arbitragem, protestando de forma irônica, aplaudindo e suas palmas atingiram o rosto do assistente”, apontou.
O Bahia entrou em campo precisando vencer por dois gols de diferença para ser campeão, ou por um gol para levar a decisão para os pênaltis. O tricolor saiu atrás após Wagner Leonardo abrir o placar para o Vitória. Everton Ribeiro empatou ainda no primeiro tempo, mas o Esquadrão teve o volante Rezende expulso e não conseguiu reagir.
Informações Jornal Correio
As 200 vagas disponibilizadas aos ambulantes interessados em trabalhar no Esquenta Micareta, no próximo domingo (7), foram todas preenchidas logo quando foram abertos os portões do Teatro Municipal Margarida Ribeiro. A quantidade de interessados surpreendeu a equipe da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).
O secretário da pasta, Jairo Carneiro Filho, acompanhou o início do credenciamento e destacou o número expressivo de interessados pela festa. “A quantidade de ambulantes demonstra a movimentação do mês de abril, o clima de folia, numa vibração positiva em torno da nossa Micareta”.
Neste ano, a Prefeitura de Feira de Santana ampliou o percurso do Esquenta Micareta, que acontece pelo segundo ano na avenida Francisco Fraga Maia. Isso possibilitou ampliar o número de vagas, gerando mais oportunidades para os ambulantes.
Todos eles só poderão atuar no canteiro central da avenida com o crachá de identificação fornecido pela Secel. “A festa no domingo começará ao meio-dia. Contudo, às 6h os fiscais da Prefeitura já estarão no local para vistoriar o espaço. Os vendedores que não estiverem com o crachá serão impossibilitados de adentrar ao local da festa”, esclarece.
Além disso, está proibida a comercialização de produtos em materiais perfurocortantes, como espetinhos e bebidas em garrafas de vidro. O Decreto Municipal com as normas de comercialização foi publicado pela Prefeitura nesta terça-feira (2), em edição extra do Diário Oficial Eletrônico.
A vendedora de bebidas Edileuza da Cruz, 58 anos, vai participar pela primeira vez do Esquenta Micareta. Para garantir um espaço na festa pré-micaretesca, a moradora do George Américo disse chegou no local do credenciamento ontem (2), às 5h da madrugada.
“A minha expectativa é de boas vendas e que tenhamos uma festa de paz e muita diversão”, disse a ambulante, uma das primeiras chamadas para fazer o credenciamento. No ato de assinatura do documento todos tiveram que apresentar RG e comprovante de endereço.
Para a ambulante Maria Vanda dos Santos, 76, que é moradora do Tanque da Nação, o Esquenta Micareta é também uma oportunidade de conseguir uma renda extra. “A gente consegue ganhar um trocadinho a mais. E se Deus me permitir também estarei na Micareta”.
*Secom/PMFS
A crucificação e a morte de Jesus na cruz estão entre os eventos centrais do cristianismo. Diversas igrejas ao redor do mundo afirmam ter um fragmento da chamada ‘verdadeira cruz’. Mas como elas conseguiram essas relíquias?
Na tradição cristã, Jesus morreu crucificado — Foto: Getty Images via BBC
Segundo a história em que os cristãos se baseiam, Jesus de Nazaré morreu crucificado por ordem do então prefeito romano da Judeia, Pôncio Pilatos.
A jornada dele até aquela morte — uma série de episódios conhecida como Paixão de Cristo — é um dos elementos centrais das comemorações da Semana Santa.
A crucificação é tão simbólica para o Cristianismo que a cruz acabou se tornando o símbolo das religiões que professam devoção à figura de Jesus Cristo.
Mas o que aconteceu com a cruz original?
Dezenas de mosteiros e igrejas em todo o mundo afirmam ter pelo menos um pedaço da chamada “verdadeira cruz” nos altares, para louvor dos seus fiéis.
E muitos deles baseiam a veracidade da origem dessas relíquias em textos dos séculos 3 e 4, que narram a descoberta em Jerusalém do pedaço de madeira onde Jesus Cristo foi executado pelos romanos.
“Essa história, que inclui o imperador romano Constantino e a mãe dele, Helena, foi o ponto inicial dessa trajetória da cruz de Cristo, que sobrevive até hoje”, explica Candida Moss, professora de História dos Evangelhos e Cristianismo Primitivo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
Ela baseia-se nos escritos de historiadores antigos como Gelásio de Cesareia e Tiago de Vorágine. Mas, para muitos historiadores de hoje, eles não determinam a autenticidade dos pedaços de madeira que vemos em vários templos ao redor do mundo — nem podem servir como confirmação da origem dessas relíquias.
“É muito provável que aquele pedaço de madeira não seja a cruz onde Jesus foi crucificado, porque muitas coisas poderiam ter acontecido com esse objeto. Por exemplo, os romanos podem tê-lo reutilizado para outra crucificação, em outro lugar e com outras pessoas”, raciocina Moss.
A cruz também simboliza o sofrimento de Jesus antes da morte, segundo o relato das homilias — Foto: Getty Images via BBC
Mas, então, como surgiu a história da “verdadeira cruz” e por que existem tantas peças que supostamente fazem parte da madeira “original”?
“(Isso se deve ao) desejo de ter uma proximidade física com algo que acreditamos”, responde o historiador Mark Goodacre, especialista em Novo Testamento da Universidade Duke, nos Estados Unidos.
“As relíquias cristãs são mais um desejo do que algo verdadeiro”, diz ele.
Procissão do Fogaréu: entenda túnica usada por farricocos
Na narrativa do Evangelho, após a morte de Jesus na cruz, o corpo dele foi levado para um túmulo onde hoje é a Cidade Velha de Jerusalém.
E, durante quase 300 anos, não houve menção alguma ao pedaço de madeira usado na crucificação.
Foi por volta do século 4 que o bispo e historiador Gelásio de Cesaréia publicou um relato em seu livro A História da Igreja sobre a descoberta em Jerusalém da “verdadeira cruz” por Helena, uma santa da Igreja Católica.
Helena também era mãe do imperador romano Constantino, que impôs o Cristianismo como religião oficial do império.
A história, referenciada por outros historiadores e por escritores como Tiago de Voragine no livro Lenda Dourada, do século 13, indica que Helena, enviada pelo filho para encontrar a cruz de Cristo, foi levada para um local próximo do Monte Gólgota, onde Jesus foi supostamente crucificado. Havia ali três cruzes.
Algumas versões indicam que Helena, ao duvidar de qual seria a cruz verdadeira, colocou uma mulher doente próxima de cada uma das cruzes — e aquela que curou a mulher foi considerada a autêntica.
Outros historiadores afirmam que a “cruz verdadeira” foi reconhecida porque era a única das três que apresentava sinais de ter sido usado para uma crucificação com pregos — segundo o Evangelho de João, Jesus foi o único que foi crucificado com esse método naquele dia.
“Toda essa história faz parte do desejo por relíquias que começou a ocorrer no cristianismo durante os séculos 3 e 4”, contextualiza Goodacre.
O acadêmico destaca que os primeiros cristãos não tinham como foco a busca ou a preservação desse tipo de objeto como fonte de devoção.
“Nenhum cristão durante o primeiro século colecionava relíquias de Jesus”, destaca ele.
“À medida que o tempo passou e o cristianismo se expandiu pelo mundo naquela época, os seguidores da religião começaram a criar formas de ter alguma conexão física com a pessoa que consideram o salvador”, acrescenta o acadêmico.
A origem da busca por essas relíquias tem muito a ver com os mártires.
Segundo historiadores, o culto aos santos começou a ser uma tendência dentro da Igreja Católica. Desde cedo, por exemplo, se estabeleceu que os ossos dos mártires eram evidências do “poder de Deus operando no mundo”, pois eles supostamente produziam milagres que “provavam” a eficácia da fé.
E, como Jesus ressuscitou, não foi possível procurar os ossos dele: segundo a Bíblia, depois de três dias no túmulo, o regresso de Cristo à vida e a posterior “ascensão ao céu” foram corporais.
Com isso, só restaram os objetos, como a cruz e a coroa de espinhos, entre outros.
“Esse período de tempo, quase três séculos após a morte de Jesus, é o que torna improvável que os objetos encontrados em Jerusalém, como a cruz onde ele morreu ou a coroa de espinhos, sejam autênticos”, observa Goodacre. .
“Se isso tivesse sido feito pelos primeiros cristãos, que tiveram um contato mais próximo com os acontecimentos, poderíamos falar na possibilidade de que fossem reais, mas não foi assim que aconteceu.”
Parte da cruz entregue à missão capitaneada por Helena foi levada para Roma (o outro pedaço permaneceu em Jerusalém). Segundo a tradição, grande parte dos restos de madeira está preservada na Basílica de Santa Cruz, na capital italiana.
Com o “descobrimento” e a expansão do cristianismo pela Europa durante a Idade Média, a cruz se tornou o símbolo universal da religião. Nesse período, iniciou-se também a multiplicação de fragmentos da cruz, que foram parar em outros templos.
Esses pedaços são conhecidos como lignum crucis (“madeira da cruz”, em latim).
Além da Basílica da Santa Cruz, as catedrais de Cosenza, Nápoles e Gênova, na Itália, o mosteiro de Santo Turíbio de Liébana (que tem a peça maior), Santa Maria dels Turers e a Basílica de Vera Cruz, na Espanha, afirmam ter um fragmento do tronco onde Jesus Cristo foi executado.
A Abadia de Heiligenkreuz, na Áustria, também guarda uma peça. Outro segmento muito importante está na Igreja da Santa Cruz, em Jerusalém.
Junto com as evidências físicas, os concílios de Niceia, no século 4, e de Trento, no século 16, deram validade espiritual à devoção destas relíquias.
Devido à perseguição, os primeiros cristãos não guardaram muitos objetos relacionados à presença física de Jesus, afirmam historiadores — Foto: Getty Images via BBC
Um tratado católico de 1674 afirma: “O sentido religioso do povo cristão encontrou, em todos os tempos, uma expressão em formas variadas de piedade em torno da vida sacramental da Igreja com a veneração das relíquias.”
Esses registros também indicam que as próprias relíquias não são “objetos de salvação”, mas meios para alcançar intercessão e “benefícios por meio de Jesus Cristo, seu Filho, nosso Senhor, que é nosso redentor e salvador”.
Da mesma forma, a multiplicidade de fragmentos foi questionada na época por diversos pensadores.
O teólogo francês João Calvino destacou no século 16, em meio a um boom no tráfico de relíquias onde pedaços da chamada “verdadeira cruz” foram espalhados por igrejas e mosteiros, que, “se quiséssemos recolher tudo o que foi encontrado (da cruz), haveria o suficiente para encher um grande navio”.
No entanto, esta afirmação foi posteriormente refutada por vários teólogos e cientistas ao longo da História.
Recentemente, Baima Bollone, professor da Universidade de Turim, na Itália, destacou num estudo que, se todos os fragmentos que afirmam fazer parte da cruz de Cristo fossem reunidos, “só conseguiríamos restaurar 50% do tronco principal”.
“É muito provável que Helena tenha encontrado um pedaço de madeira, mas o que também é muito provável é que alguém o tenha colocado naquele local para dar ideia de que aquela era a cruz onde Jesus morreu”, pondera Moss.
O acadêmico indica que há outra dificuldade em comprovar se estas peças realmente pertenceram, pelo menos, a uma crucificação ocorrida no tempo de Cristo.
“Por exemplo, a datação por carbono, que seria uma das primeiras coisas a se fazer num caso desses, é cara. Uma igreja de porte médio não tem fundos para realizar este tipo de trabalho”, diz ele.
Mesmo que fosse possível financiar tal estudo, a investigação pode afetar a integridade da relíquia.
“A datação por carbono é considerada intrusiva e um tanto destrutiva. Mesmo que seja necessária apenas cerca de 10 miligramas de madeira, esse processo ainda envolve o corte de um objeto sagrado”, observa Moss.
Em 2010, o pesquisador americano Joe Kickell, membro do Comitê de Investigação Cética, conduziu um estudo para determinar a origem das lascas que eram consideradas parte da “verdadeira cruz”.
“Não há uma única evidência que apoie que a cruz encontrada por Helena em Jerusalém, ou por qualquer outra pessoa, venha da verdadeira cruz onde Jesus morreu”, escreveu Kickell num artigo.
Tanto para Moss quanto para Goodacre, a possibilidade de encontrar a verdadeira cruz de Cristo é muito remota.
“Teríamos que fazer um trabalho arqueológico, não teológico. E, mesmo assim, seria muito improvável encontrar uma madeira de mais de dois milênios atrás”, especula Goodacre.
Nesse sentido, para Moss as dificuldades vêm até do objeto a ser procurado.
“Tanto em grego como em latim, a palavra cruz se refere a uma árvore ou a uma vara vertical onde se praticava tortura”, explica o historiador.
“Ou seja, possivelmente estamos falando de um único pedaço de madeira ou estaca, — e não do símbolo que conhecemos atualmente”, conclui ele.
Informações G1