Negociações entre representantes da Rússia e da Ucrânia começaram nesta segunda-feira (28) na fronteira da BIelorrússia, no momento em que a Rússia enfrenta o aumento do isolamento econômico quatro dias depois de invadir a Ucrânia, no maior ataque a um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
As forças russas capturaram duas pequenas cidades no Sudeste da Ucrânia e a área em torno de uma usina nuclear, informou a agência de notícias Interfax, mas enfrentam dura resistência em outras partes do país.
As conversas começam com o objetivo de um cessar-fogo imediato e a retirada do Exército russo, disse a Presidência da Ucrânia, depois de um avanço da Rússia considerado mais lento que o esperado.
A Rússia tem sido cautelosa sobre as negociações, e o Kremlin se recusa a comentar qual o seu objetivo. Não está claro se será possível ter algum progresso depois de o presidente Vladimir Putin por as forças nucleares russas em alerta nesse domingo (27).
As negociações estão ocorrendo na fronteira da Bielorrússia, aliado russo, onde foi aprovada ontem nova Constituição que retirou do país o status de não nuclear, no momento em que o aliado russo se tornou plataforma de lançamento de ataques contra a Ucrânia.
“Queridos amigos, o presidente da Bielorrússia me pediu para dar as boas-vindas a vocês e facilitar o trabalho o máximo possível. Como foi acordado com os presidentes (Volodymyr) Zelenskiy e Putin, podem se sentir completamente seguros”, disse o ministro das Relações Exteriores da Bielorrússia, Vladimir Makei,, no início das reuniões, de acordo com postagem do ministério no Twitter.
Explosões foram ouvidas na madrugada desta segunda-feira na capital Kiev e em Kharkiv, disseram autoridades ucranianas. Mas as tentativas das forças terrestres russas de capturar os principais centros urbanos foram repelidas, acrescentaram.
O Ministério da Defesa da Rússia, no entanto, informou que suas forças tomaram as cidades de Berdyansk e Enerhodar, na região de Zaporizhzhya, no Sudeste da Ucrânia, bem como a área ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhya, informou a Interfax. A Ucrânia negou que a usina nuclear tenha caído em mãos russas, de acordo com a agência.
Dezenas de pessoas foram mortas hoje em ataques por foguetes russos em Kharkiv, disse o assessor do Ministério do Interior ucraniano, Anton Herashchenko.
Pelo menos 102 civis na Ucrânia foram mortos desde quinta-feira(24) e 304 ficaram feridos, mas teme-se que o número real seja “consideravelmente maior”, afirmou a chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet.
Mais de meio milhão de pessoas fugiram para países vizinhos, segundo a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados.
Houve combates ao redor da cidade portuária ucraniana de Mariupol durante toda a noite, informou Pavlo Kyrylenko, chefe da administração regional de Donetsk.
Um alto funcionário de defesa dos EUA afirmou que a Rússia disparou mais de 350 mísseis contra alvos ucranianos desde quinta-feira, alguns atingindo infraestrutura civil.
“Parece que eles estão adotando mentalidade de cerco. E qualquer estudante de tática e estratégia militar lhe dirá: quando você adota táticas de cerco, aumenta a probabilidade de danos colaterais”, disse o funcionário, sob condição de anonimato.
Parceiros da aliança de defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), liderada pelos Estados Unidos (EUA), estão fornecendo à Ucrânia mísseis de defesa aérea e armas antitanque, disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg em um tuíte.
O Kremlin acusou a União Europeia de comportamento hostil, acrescentando que o fornecimento de armas para a Ucrânia estava desestabilizando a região e provou que a Rússia estava certa em seus esforços para desmilitarizar o vizinho.
“Não apenas na administração presidencial, mas em toda a Rússia, a grande maioria da população tem amigos ou parentes que moram na Ucrânia. Naturalmente, o coração de todos está dolorido pelo que está acontecendo com esses parentes”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Ele se recusou a comentar se havia risco de confronto entre a Rússia e a Otan. Uma das exigências da Rússia para supostamente evitar o conflito era que a Otan nunca admitisse a Ucrânia.
O governo alemão informou que aumentaria maciçamente os gastos com defesa, eliminando décadas de relutância em igualar seu poder econômico com influência militar.
Sanções
O rublo da Rússia despencou quase 30% em relação ao dólar nesta segunda-feira, depois que nações ocidentais anunciaram no sábado sanções abrangentes, incluindo o bloqueio de alguns bancos russos do sistema de pagamentos internacionais SWIFT.
O Banco Central russo elevou a taxa de juros para 20%, saindo de 9,5%, em medida de emergência, e as autoridades disseram às empresas voltadas à exportação que estejam prontas para vender moeda estrangeira. Também ordenou aos corretores que bloqueassem a tentativa de estrangeiros de vender títulos russos.
Várias subsidiárias europeias do Sberbank Rússia, de propriedade majoritária do governo, estavam falindo ou provavelmente a caminho de falir devido ao custo reputacional da guerra na Ucrânia, disse o Banco Central Europeu.
O Reino Unido informou que está tomando novas medidas contra a Rússia, em conjunto com os Estados Unidos e a União Europeia.
Gigantes corporativos também entraram em ação, com a petrolífera britânica BP, o maior investidor estrangeiro na Rússia, afirmando que abandonaria sua participação na petrolífera estatal Rosneft ROSN.MM a um custo de até US$ 25 bilhões.
Protestos
Protestos contínuos foram feitos em todo o mundo contra a invasão, inclusive na Rússia, onde quase 6 mil pessoas foram detidas em manifestações contra a guerra desde quinta-feira, informou o monitor de protestos OVD-Info.
O site da agência de notícias estatal russa TASS foi invadido, mostraram verificações da Reuters de vários dispositivos, com o site regular substituído por uma mensagem antiguerra.
“Pedimos que pare com essa loucura”, dizia a mensagem.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU concordou com o pedido da Ucrânia de realizar um debate urgente nesta semana sobre a invasão da Rússia, minutos depois que o enviado de Kiev disse ao Fórum de Genebra que algumas das ações militares de Moscou “podem ser crimes de guerra”.
O conselho, de 47 membros, adotou a proposta por 29 votos a favor e cinco contra, incluindo Rússia e China.
Zelenskiy à União Europeia que permita que a Ucrânia se torne membro imediatamente.
“Nosso objetivo é estar com todos os europeus e, o mais importante, ser igual. Tenho certeza de que merecemos”, disse ele em mensagem de vídeo compartilhada nas redes sociais.
O presidente dos EUA, Joe Biden, conversará com aliados e parceiros para coordenar uma resposta unida, afirmou a Casa Branca.
A Rússia chama suas ações na Ucrânia de “operação especial” que, segundo ela, não foi projetada para ocupar território, mas para destruir a capacidade militar do vizinho do Sul e capturar o que considera nacionalistas perigosos.
A UE proibiu a circulação de todos os aviões russos fora de seu espaço aéreo, assim como o Canadá, forçando a companhia aérea russa Aeroflot a cancelar todos os voos para destinos europeus até novo aviso.
*Agência Brasil
Horas depois de rejeitar uma negociação com a Rússia em Belarus, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mudou de ideia e decidiu que vai negociar com Moscou “sem pré-condições”. Zelensky, que acusa Belarus de servir de plataforma para Moscou, confirmou ter telefonado ao presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Em seu canal oficial no Telegram, Zelensky afirmou que os dois lados se encontrariam perto do rio Pripyat, mas não divulgou um horário para a reunião. Uma delegação enviada de Moscou chegou neste domingo (27) em Gomel, cidade do sudeste da Bielorrússia, também perto da fronteira.
– Concordamos que a delegação ucraniana se reuniria com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat – afirmou o presidente ucraniano.
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse às agências de notícias russas que representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Defesa e do Gabinete presidencial chegaram à Belarus para as negociações. O Kremlin também afirmou que o premier israelense, Naftali Benett, propôs mediar a conversa.
*Pleno.News
Aumento das pressões inflacionárias e redução das perspectivas de crescimento econômico serão alguns dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia na economia brasileira, segundo especialistas consultados pela Forbes.
Na madrugada de hoje (24), o presidente russo Vladimir Putin ordenou uma invasão total da Ucrânia por terra, ar e mar, dando início ao maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Putin disse que não tinha outra opção a não ser ordenar o que chamou de uma operação especial contra a Ucrânia, dizendo que todas as tentativas anteriores de Moscou para alterar a situação de segurança não deram em nada.
Os mercados acionários globais amanheceram em território de baixa, e até mesmo o bitcoin caiu para seu menor nível em um mês, a US$ 34.324, refletindo o movimento de venda de ativos mais arriscados.
Confira os demais efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A Rússia é o terceiro maior produtor e segundo maior exportador de petróleo do mundo, e um conflito envolvendo o país prejudica o fornecimento da commodity. Os efeitos da diminuição da oferta podem ser ainda mais devastadores por conta do crescimento da demanda por combustíveis com a reabertura das economias pós-pandemia.
Hoje, os preços dos petróleos Brent e WTI atingiram os níveis mais altos desde agosto e julho de 2014, respectivamente. O Brent subia 5,37% para US$ 102,25 o barril às 15h35 do horário de Brasília, enquanto o WTI avançava 3,65% para US$ 95,46 o barril.
O aumento dos preços impulsionou os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4), que registram ganhos na tarde de hoje.
Roberto Dumas, professor de economia internacional do Insper, aponta que o repasse desses aumentos deve encarecer ainda mais os combustíveis no Brasil, o que, por sua vez, pode reforçar argumentos para a privatização da petroleira.
“Podemos ter uma pressão maior do Executivo para intervir na Petrobras, principalmente por causa das eleições”, argumenta ele. Desde o ano passado, o presidente Jair Bolsonaro expressa interesse em privatizar a estatal e alterar a política de preços de combustíveis da petrolífera.
Cláudio Mastella, diretor-executivo de comercialização e logística da Petrobras, afirmou nesta manhã que a empresa avaliará os impactos da alta volatilidade da commodity no mercado internacional antes de tomar qualquer decisão sobre os preços domésticos.
A Rússia é a maior fornecedora de gás natural para a Europa – o país é responsável por cerca de 35% da oferta ao continente. Por isso, o início de um conflito, bem como a imposição de sanções a Moscou, terá efeitos negativos sobre o setor energético da zona do euro.
Apesar de não depender do fornecimento russo, o Brasil também fica suscetível à redução da oferta de gás natural.
Pedro Brites, professor da escola de relações internacionais da FGV (Fundação Getulio Vargas), explica que a maior parte dos fertilizantes importados pelo Brasil vem da Rússia. Esses produtos são produzidos a partir de gás natural – especialmente os nitrogenados, fosfatados e o cloreto de potássio.
O gás natural chegou a registrar alta de 40% na Europa no pregão de hoje. Com o repasse desses aumentos, a agricultura brasileira também deve ser impactada, e os preços dos alimentos devem subir.
Brites também chama atenção para o fato de o Brasil possuir uma participação significativa no mercado de importação de trigo. “Mais de 80% do trigo importado pelo nosso país vem da Argentina. Mas como esses preços são cotados internacionalmente, surge uma pressão inflacionária sobre os alimentos também.”
A Rússia e a Ucrânia respondem por 29% das exportações globais de trigo, 19% do fornecimento mundial de milho e 80% das exportações mundiais de óleo de girassol.
Tradicionalmente, períodos de incerteza na economia mundial elevam a busca por mercados e ativos considerados mais seguros, como ações de empresas norte-americanas, dólar e ouro.
Após acumular perdas de 2,5% no início da semana, o dólar voltou a subir frente ao real, e opera em alta de mais de 2% nesta tarde. O mesmo avanço foi observado em outros países emergentes, como a Turquia, que viu a lira cair mais de 5% frente à divisa norte-americana neste pregão.
Esse movimento interrompe o recente fluxo de entrada de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira. “A narrativa da busca por ativos de ‘valor’, a despeito da fuga de tecnologia e empresas ainda sem lucro, contribuiu para que o Brasil recebesse um fluxo muito positivo nos últimos meses”, comenta João Beck, economista e sócio da BRA.
“Essa narrativa foi reforçada pela alta das taxas de juros globais, que prejudicou empresas com previsão de lucro mais à frente e reforçou a busca por empresas de valor – característica mais presente no Ibovespa”, complementa.
Às 15h35 do horário de Brasília de hoje, o Ibovespa registrava queda de 2,16%.
Segundo os especialistas, diante das pressões inflacionárias observadas principalmente no setor energético, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia deve intensificar ainda mais a política monetária contracionista no Brasil.
Em sua última reunião, no início do mês, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic, taxa básica de juros, em 1,5 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, a 10,75% ao ano. Economistas esperam, agora, que ela chegue a 12,25% no final de 2022, enquanto analistas do Citi citam 12,75% como o patamar máximo do atual ciclo de aperto monetário.
“Se nós víamos um PIB [Produto Interno Bruto] estável em 2022, ou com avanço de 0,3%, agora eu já aposto em um recuo de 0,5% diante desse cenário contracionista”, afirma Dumas.
Os conflitos no leste europeu não devem trazer benefícios ao cenário macroeconômico brasileiro, embora algumas empresas de exportação, que têm receita em dólar, possam encontrar algumas vantagens.
“Não temos muitos precedentes recentes de guerras que aconteceram no coração da Europa”, comenta Brites. “Mas podemos citar o conflito entre o Irã e os EUA há alguns anos, que também provocou a elevação do barril de petróleo.”
O professor explica que os demais impactos econômicos vão depender do agravamento da crise: “Se houver uma participação mais efetiva dos países europeus e dos Estados Unidos no conflito, por exemplo, o cenário pode ficar mais crítico.”
Informações Forbes
Forças Armadas também convocaram cidadãos para defender o país
Nesta quinta-feira (24), o governo da Ucrânia utilizou as redes sociais para pedir à população do país que ajude o Exército a economia. A iniciativa ocorre após a Rússia invadir o país.
A invasão ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24), após semanas de tensão na fronteira da Rússia com a Ucrânia. O anúncio da “operação militar no leste da Ucrânia” foi feito pelo presidente russo, Vladimir Putin, em um discurso transmitido na televisão. De acordo com ele, o “objetivo é proteger as pessoas que são submetidas a abusos, genocídio de Kiev durante oito anos, e, para isso, buscaremos desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e levar à Justiça aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra pessoas pacíficas, incluindo cidadãos russos”.
– Não cometa erros. Os ucranianos prevalecerão. Lutamos contra os impérios russo e soviético no passado e — sempre — a liberdade e a democracia venceram. Nós precisamos do seu apoio agora. Apoie o exército e a economia ucranianos. Vamos #ParaaAgressãodaRússia juntos – disse a Ucrânia em sua publicação.
Na mesma publicação, o governo ucraniano colocou um link pedindo doações financeiras. Os recursos serão destinados ao “apoio logístico e médico das Forças Armadas da Ucrânia”.
Já em outra publicação, as Forças Armadas ucranianas convocaram cidadãos para a luta contra a Rússia. “Quem estiver pronto para manter as armas, junte-se às fileiras das Forças Armadas da Ucrânia. Simplificamos todos os procedimentos. Tudo o que precisa é de um passaporte. Apenas um passaporte. Damos as armas a todos os patriotas que estão prontos para usá-las contra o inimigo sem hesitação! Mantendo a calma!”, disse o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov.
Informações Pleno News
Presidente disse que, em sua gestão, Putin teria tomado outras atitudes
Nesta terça-feira (22), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, e culpou o presidente Joe Biden pela crise política na Ucrânia. Em entrevista ao programa The Clay Travis and Buck Sexton Show, Trump disse que, se estivesse no comando da Casa Branca, a situação na região seria outra.
– Se [o cenário fosse] gerido corretamente, não haveria absolutamente nenhuma razão para que a situação se precipitasse na Ucrânia – afirmou Trump.
O ex-presidente americano classificou o movimento de Putin como “genial” e disse que os EUA poderiam fazer com o México o mesmo que a Rússia está fazendo com a Ucrânia, que, em sua visão, enviou uma “força de paz”.
– É um movimento genial. Ele vai entrar lá como um pacificador. Esta é a força de paz mais poderosa que já vi. Poderíamos fazer algo parecido em nossa fronteira sul [com o México]. Isso é maravilhoso – elogiou.
No tempo em que esteve no comando do país, Trump se aproximou de Putin, a quem diz conhecer “muito bem”. Trump disse ainda que o chefe do Executivo russo teria uma atitude diferente durante sua gestão.
– Eu conheço Vladimir Putin muito bem, e ele nunca teria feito sob o governo Trump o que ele está fazendo agora, de forma nenhuma – declarou.
Informações Pleno News
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em declaração nesta terça-feira (22) que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia e anunciou sanções econômicas contra o país voltadas a dificultar o financiamentos e a atuação internacional de instituições financeiras russas.
Biden divulgou sanções à dívida soberana da Rússia e medidas para que o país não consiga mais buscar recursos no Ocidente, proibindo também que a Rússia compre títulos no mercado ocidental.
O governante declarou restrições para dois bancos russos, embora não de perfis comerciais. Ele acrescentou que dialogou com o governo da Alemanha para que o gasoduto ligando o país e a Rússia “não avance”.
“Vou começar a impor sanções muito mais duras do que as que implementamos em 2014 [ano do conflito anterior entre Rússia e Ucrânia]. E iremos avançar ainda mais se Rússia continuar a invasão”, disse.
O presidente dos EUA criticou a Rússia pelo reconhecimento da independência de duas províncias separatistas localizadas na Ucrânia (Donetsk e Luhansk) e pelo envio de tropas a esses territórios, adentrando a fronteira ucraniana.
Hoje, Vladimir Putin, presidente da Rússia, pediu e obteve a autorização do Parlamento do país para o emprego de Forças Armadas no exterior.
“Putin conseguiu o apoio do Congresso. Isso significa que ele pode agir de forma mais violenta. Nós ainda achamos que Putin vai avançar ainda mais e atacar a Ucrânia. Espero que esteja errado, mas só fazem escalar as agressões”, comentou.
Embora tenha dito que não pretende lutar contra a Rússia, Biden afirmou que irá defender os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e apoiar a Ucrânia.
“Vamos julgar a Rússia por ações e não por palavras. O que a Rússia fizer estaremos prontos para reagir. A Rússia vai pagar um preço ainda mais alto se continuar essas agressões. Os Estados Unidos vão dar assistência militar para a Ucrânia. Autorizei novas tropas na medida em que soubemos que tropas russas não vão sair de Belarus”, pontuou.
Biden assinalou que está discutindo alternativas para os impactos econômicos aos cidadãos dos Estados Unidos. A Rússia é um dos maiores fornecedores de petróleo e gás do mundo, o que pode afetar o mercado norte-Brasíliamericano.
Informações Agência Brasil
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (22) que os acordos de Minsk, que garantiam a paz com a Ucrânia não existem mais. Em entrevista a jornalistas, Putin culpou o governo ucraniano pelo fim dos acordos.
O chefe do Executivo russo reafirmou ainda o reconhecimento das províncias separatistas de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes e disse que, “em caso de necessidade”, fornecerá ajuda militar aos separatistas.
– Reconhecemos todos os documentos fundamentais [de Donetsk e Luhansk], inclusive sua Constituição. Mas eu gostaria de destacar que todas as questões serão discutidas entre as autoridades das repúblicas e Kiev. Entendemos que, nesse momento, isso é impossível porque está tendo conflitos armados na região, mas isso acontecerá no futuro – garantiu.
ACORDOS DE MINSK
Em 2014, seis meses após a Rússia anexar a península ucraniana da Crimeia, o acordo de Minsk 1 foi assinado pelos dois países, que se comprometeram com 12 pontos que promoviam um cessar-fogo na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Um ano depois, Minsk 2 foi assinado para tentar solucionar os conflitos que permaneceram após Minsk 1. Os principais pontos do tratado incluíam um cessar-fogo imediato, a retirada dos armamentos pesados, o monitoramento da região pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a retomada dos vínculos econômicos e sociais plenos entre os dois países.
A Ucrânia afirma que a Rússia nunca cumpriu os acordos e que, desde que foram assinados, cerca de 14 mil pessoas já morreram nos conflitos na região do leste ucraniano. Áreas como as de Donetsk e Luhansk são dominadas por grupos paramilitares separatistas apoiados pela Rússia.
*Pleno.News
Eles também alertaram para sérias consequências econômicas contra uma ampla gama de alvos setoriais e individuais do país
O grupo dos sete países mais industrializados do mundo, o G7, divulgou uma carta na qual cobra que a Rússia escolha o caminho da diplomacia para diminuir as tensões com a Ucrânia e alertou para a adoção de sérias consequências econômicas contra uma ampla gama de alvos setoriais e individuais do país.
A carta é assinada pelos ministros da Economia do G7 e pede também que os russos cumpram integralmente os compromissos internacionais assumidos, incluindo a redução de riscos e a transparência das atividades militares, além de retirar suas tropas da região de fronteira com a Ucrânia, como forma de diminuir as tensões no leste europeu.
“Embora estejamos prontos para explorar soluções diplomáticas para lidar com preocupações legítimas de segurança, a Rússia não deve ter dúvidas de que qualquer nova agressão militar contra a Ucrânia terá consequências maciças, incluindo sanções financeiras e econômicas contra uma ampla gama de alvos setoriais e individuais que imporiam severas e custos sem precedentes para a economia russa. Tomaremos medidas restritivas coordenadas em caso de tal evento”, aponta o documento.
Os ministros do G7 também disseram no documento que o aumento das violações do cessar-fogo nos últimos dias é altamente preocupante. Além disso, eles condenaram o uso de armamento pesado e o bombardeio indiscriminado de áreas civis, o que seria uma violação dos Acordos de Minsk.
“Condenamos também que a Federação Russa continue a distribuir passaportes russos aos habitantes das áreas não controladas pelo governo da Ucrânia. Isto vai claramente contra o espírito dos acordos de Minsk.”
No texto, os ministros ainda demonstram preocupação com as medidas tomadas pelas autoproclamadas “Repúblicas Populares”, que na opinião deles devem ser vistas como terreno para a escalada militar.
“Estamos preocupados que incidentes encenados possam ser usados como pretexto para uma possível escalada militar. A Rússia deve usar sua influência sobre as repúblicas autoproclamadas para exercer contenção e diminuir a escalada.”
*AE
Presidente russo também aceitou convite para vir ao Brasil
O comunicado oficial do encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Vladimir Putin, que aconteceu nesta quarta-feira (16), diz que os dois países discutiram as perspectivas de fortalecimento da cooperação e intercâmbio militar bilateral.
Segundo o comunicado, os presidentes manifestaram ainda interesse compartilhado em estimular a cooperação em outras esferas da atividade espacial com fins pacíficos e “expressaram preocupação com o aumento da instabilidade em diferentes partes do mundo, coincidindo na necessidade de que os conflitos sejam solucionados por meios pacíficos e pelo engajamento diplomático”.
Para Bolsonaro e Putin, o G-20 deve ter papel central na cooperação econômica internacional e a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve ser fortalecida, diz o Itamaraty. O texto acrescenta que “os presidentes encorajaram o diálogo entre o Mercosul e a União Econômica Euroasiática”.
VISITA DE PUTIN
O comunicado oficial do encontro entre os presidentes diz ainda que “Jair Bolsonaro agradeceu a hospitalidade da parte russa durante a sua estada em Moscou e convidou o presidente Vladimir Putin a realizar visita ao Brasil. O convite foi aceito com satisfação. As datas da visita serão acordadas pelos canais diplomáticos”, diz o texto.
Bolsonaro realiza visita oficial a Moscou, de onde deve sair, nesta quinta-feira (17), para Budapeste, capital da Hungria, para agenda com o primeiro-ministro Viktor Orbán, considerado um nacionalista de extrema-direita.
*AE
Após se reunir com o líder russo Vladimir Putin no palácio do Kremlin, em Moscou, nesta quarta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro classificou o encontro como “profícuo e de amplo interesse dos nossos países”.
De acordo com a Agência Brasil, durante seu pronunciamento, o mandatário agradeceu os votos de solidariedade do russo às famílias vitimadas pelas chuvas em Petrópolis e afirmou que “somos solidários a todos os países que querem e se empenham pela paz”.
“Temos uma colaboração intensa nos principais foros internacionais, como Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], G-20 e Nações Unidas, onde defendemos a soberania dos estados, o respeito ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas”, acrescentou.
Em sua fala, Bolsonaro destacou a posição do Brasil como potência no agronegócio e reafirmou o interesse no comércio de fertilizantes com a Rússia, defendendo ainda a cooperação em outras áreas. “No campo da energia, existem amplas oportunidades para ampliarmos negócios nas áreas de extração de gás, petróleo e derivados”, afirmou, manifestando também o desejo de estreitar o diálogo em temas como exploração em águas profundas e hidrogênio.
“Atribuímos elevada prioridade à dinamização da aliança tecnológica entre Brasil e Rússia e sugeri trabalharmos juntos em áreas de ponta como nanotecnologia, biotecnologia, inteligência artificial, tecnologia de informação e comunicações, e pesquisa em saúde”, finalizou o presidente.
Putin, por sua vez, disse que “ao trocar opiniões sobre temas da agenda global e regional, constatamos que, sobre muitos assuntos, as posições dos nossos países são próximas ou coincidentes. Mantemos diálogo ativo entre os nossos ministérios das Relações Exteriores e Defesa. À propósito, os chefes dessas pastas hoje realizaram a primeira reunião no formato 2+2. Os nossos países defendem a formação do mundo multipolar, com base no direito internacional e no papel central coordenador da ONU”.
Mais cedo, durante declarações conjuntas à imprensa antes da reunião com Putin, Bolsonaro disse ser “solidário” à Rússia, agradeceu pelo convite para a visita e pelo indulto concedido a brasileiro preso no país.
*Bahia.ba