A escassez de clínicos gerais levou uma pequena cidade no estado da Austrália Ocidental a oferecer um pacote de até 800 mil dólares australianos (cerca de R$ 2,9 milhões) e moradia em uma casa com quatro quartos para um médico que aceite trabalhar no local.
Quairading tem cerca de 1.200 habitantes, apenas, e recebeu do atual clínico geral o aviso de que ele deixará a unidade médica local em março. A cidade fica a 160 km de Perth, capital do estado, já numa região marcada por clima quente e predominantemente seco, devido à proximidade com o Grande Deserto de Vitória.
Com a saída do médico, o conselho municipal iniciou a busca por seu substituto, mas a região possui um déficit de médicos especializados em clínica geral, segundo a agência 7News.
Para aumentar as chances de encontrar o novo profissional, além do salário significativo, ainda é oferecida moradia em uma casa de quatro quartos no centro da cidade. Os custos para a prática médica também serão cobertos pelo município.
Peter Smith, presidente do Conselho de Quairading, disse que a cidade está preocupada que seus moradores precisem viajar por mais de uma hora para obter tratamento médico de emergência. “É bastante generoso. Posso dizer que tivemos algum interesse positivo até agora”, disse ele sobre a oferta de emprego, que só diante do alto salário e regalias passou a ganhar visibilidade.
Agora, a cidade informa ter recebido 80 candidaturas para a vaga — mas não foi confirmado se a vaga já foi preenchida.
Segundo a imprensa australiana, o país vive uma escassez de médicos e um aumento de 50% da demanda, em um momento delicado, já que a população passa por um processo de envelhecimento.
A Associação Médica Australiana indicou em novembro que haverá 11 mil profissionais em falta nesta área até 2031, caso não se tome atitudes para formar novos clínicos gerais.
Informações UOL
Um navio que afundou em 1854 durante uma tempestade no Lago Michigan, nos Estados Unidos, pode, finalmente, ser recuperado. O navio Westmoreland, que transportava ouro e raríssimas garrafas de uísque do século 19 foi encontrado em Platte Bay, no Michigan, em 2010. Porém, só agora uma operação de resgate será colocada em prática.
“Estamos nos estágios iniciais de discussão”, afirmou Ross Richardson, descobridor do navio, ao jornal inglês Mirror.
O Westmoreland afundou com relíquias dos anos 1850. A bordo do navio, estavam cerca de 280 barris com uísque e moedas de ouro. A carga foi avaliada em US$ 20 milhões (mais de R$ 100 milhões).
Destilarias ao redor do mundo estão interessadas na bebida. “A composição genética do milho era muito diferente em 1854 e pode ter um sabor diferente do milho de hoje”, diz Richardson. Isso pode acelerar o interesse por uma operação que leve ao navio.
Apesar da expectativa, a missão pode levar algum tempo ainda. Além de ser necessária uma permissão especial, as condições do Westmoreland também dificultam a operação de resgate. O navio está a cerca de 60 metros de profundidade no lago, imerso em água a 1ºC, além de não estar fixo no local.
Informações Revista Oeste
Maura Muñoz precisou fazer a retirada da mama, que mal havia se desenvolvido ainda
A chilena Maura Muñoz, de 7 anos, precisou fazer a retirada da mama, que mal havia se desenvolvido ainda, ao descobrir que estava com câncer de mama. A mãe da menina, Patricia Muñoz, estranhou ao encontrar um pequeno caroço no mamilo da filha.
Patricia contou que percebeu a alteração logo depois da menina tomar banho. “Depois de secar e passar creme, notei que ela tinha um [caroço como um] feijãozinho embaixo do mamilo. Aí o médico me disse que o que a Maura tinha não era normal, que se eu esperasse muito isso iria crescer, mas ele nunca me disse que poderia chegar a isso. Isso foi em agosto e, em setembro [de 2022], descobrimos que Maura tinha câncer (de mama)”, disse a mãe em entrevista ao programa 24horas, da Televisión Nacional de Chile (TVN).
Segundo o oncologista pediátrico, Francisco Barriga, câncer de mama é bem raro entre crianças e adolescentes. “Pensei que iria morrer sem ver um câncer de mama em uma criança com menos de 10 anos”, afirmou o hematologista.
Maura precisou passar por uma cirurgia e fazer a retirada da mama, que mal havia se desenvolvido ainda. Por conta disso, uma das preocupações da mãe é a de que a filha tenha problemas de autoestima. “A única coisa que ela me falou quando a levei ao oncologista é que ela não queria ficar careca, mas além disso, ela não entende que não tem a mama dela”, disse a mãe.
Segundo a revista Crescer, Maura está sendo observada pelos médicos e esperando os resultados para saber se houve metástase. “Minha filha está mutilada e essa é a dor que eu tenho, porque isso já é forte para uma pessoa adulta”, lamentou Patrícia.
Maura mora com a mãe em Quillota, no Chile, mas consideram viajar para Europa para fornecer um tratamento mais especializado. Os médicos que tratam da menina no Chile estão em contato com especialistas da Espanha, que já trataram casos parecidos.
Informações TBN
Segundo os Estados Unidos, balões semelhantes sobrevoaram mais de 40 países
O balão chinês abatido pelos Estados Unidos sobre o oceano Atlântico, no sábado 4, conseguia coletar algumas formas de comunicação eletrônica. Fazia parte de uma frota de balões dirigidos pelos militares chineses que sobrevoaram mais de 40 países nos cinco continentes, segundo o Departamento de Estado, nesta quinta-feira, 9.
Antes de o balão ser abatido, os aviões de vigilância americanos U-2 tiraram fotos para analisar e determinar a capacidade do equipamento, acrescentando que o balão era “claramente para vigilância de inteligência e inconsistente com o equipamento a bordo“.
O departamento dos EUA informou que o balão tinha diversas antenas em um arranjo que “provavelmente conseguia coletar e geo-localizar comunicações”. Os painéis solares da máquina eram grandes o suficiente para produzir energia para operar “vários sensores ativos de coleta de inteligência”.
O governo dos EUA disse que estava “confiante” de que a empresa que comercializa esses balões tem relações comerciais diretas com o Exército Popular de Libertação da China. O departamento não divulgou o nome da empresa.
“Examinaremos os esforços mais amplos para expor e abordar as atividades mais amplas de vigilância da RPC que representam uma ameaça à nossa segurança nacional e aos nossos aliados e parceiros”, disse o departamento norte-americano.
Depois que um caça dos EUA derrubou o balão, o governo chinês disse que os Estados Unidos reagiram de forma exagerada e violaram a convenção internacional, e que a China tinha “o direito de responder ainda mais”.
Informações Revista Oeste
Jill Biden e Doug Emhoff se inclinaram para um abraço de cumprimento e acabaram dando um beijo que parecia, na transmissão oficial, ter sido nos lábios. Momento foi bastante comentado nas redes sociais.
Jill Biden e Doug Emhoff se cumprimentam no Congresso americano — Foto: Jim Watson/AFP
A primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, e o marido da vice-presidente Kamala Harris, Doug Emhoff, chamaram a atenção durante o discurso sobre o Estado da União do presidente Joe Biden na terça-feira (7). Pela transmissão oficial, Jill e Emhoff deram o que pareceu ser um “selinho” quando se encontraram no Congresso.
Jill entrou no recinto e, sob aplausos, chegou até a fileira de cadeiras em que Doug estava.
Os dois se inclinaram para um abraço de cumprimento, mas acabaram dando um beijo, que pareceu ter sido nos lábios.
Primeira-dama dos EUA beija marido da vice-presidente em evento
Adversários políticos do presidente Joe Biden fizeram comentários sobre o beijo. A rede de TV “Fox News” exibiu o vídeo. Kellyanne Conway, uma ex-assessora de Donald Trump, compartilhou uma foto e escreveu: “Uau, a Covid realmente acabou.”
O “New York Post” fez um trocadilho com o nome do discurso, dizendo que foi o “beijo da União”.
O site “TMZ” só publicou emojis de lábios vermelhos com o link de um texto sobre o beijo.
Jill Biden e Doug Emhoff se cumprimentam no Congresso americano — Foto: Jim Watson/AFP
O jornalista espanhol Francesc Garriga comentou no Twitter que a imagem deveria ser analisada pelo VAR (o sistema para tirar dúvidas da arbitragem durante jogos de futebol).
Mollie Hemingway, uma comentarista de direita, disse no Twitter, em tom de ironia, “fico contente ao ver que Jill e Doug se dão tão bem”.
Nas redes sociais houve mais piadas: “Jill pensou ‘por que só Joe está se divertindo?’”; “quem tira sarro do beijo só está com inveja e provavelmente precisa de um beijo”; “encontre alguém que te beije como Jill beija Doug e Doug beija Jill”.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (esquerda), e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy (direita), aplaudem quando o presidente dos EUA, Joe Biden (centro), chega para fazer comentários o discurso do Estado da União na Câmara do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 7 de fevereiro de 2023. — Foto: SAUL LOEB / AFP
Informações G1
Durante o primeiro discurso do Estado da União, um dos mais importantes eventos da política norte-americana, o presidente norte-americano Joe Biden foi chamado de “mentiroso” pela deputada Marjorie Taylor Greene, que estava na plateia. A acusação ocorreu quando Biden afirmou que os republicanos querem “acabar com o Medicare e a segurança social”.
Biden também pediu aos republicanos que aprovem sua proposta de aumentar impostos sobre os ricos e estender a ajuda social ao que chama de “necessitados”.
“Para meus amigos republicanos, se pudemos trabalhar juntos no último Congresso, não há razão para não trabalharmos juntos e encontrar um consenso sobre coisas importantes neste Congresso também”.
O presidente norte-americano pediu ainda que o Congresso revise o esquema de policiamento do país. Biden apresentou os pais de Tire Nichols, homem negro que morreu espancado por cinco policiais em Memphis. “Façam alguma coisa”, afirmou Biden, repetidamente. “Façam alguma coisa.”
Mais tarde, Biden pediu o fim da crise do fentanil nos Estados Unidos. Neste momento, um parlamentar gritou: “A culpa é sua!” — fazendo referência à quantidade de drogas contrabandeadas através da fronteira entre Estados Unidos e México.
Informações Revista Oeste
Greve prevista para segunda (6) será a maior dos 75 anos do Serviço Nacional de Saúde (NHS). Enfermeiros e trabalhadores de ambulâncias aderem ao pedido de reajuste salarial.
Trabalhadores de saúde protestam por reajustes de salários no Reino Unido em janeiro de 2023. — Foto: REUTERS/Toby Melville
O Reino Unido enfrentará a maior greve de profissionais da saúde de sua história nesta segunda (6), quando dezenas de milhares de enfermeiros e trabalhadores de ambulância aderirem à greve em meio a uma crescente disputa salarial com o governo britânico, o que significa mais perturbação para um sistema de saúde já sobrecarregado.
Enfermeiros e trabalhadores de ambulância têm feito paralisações separadamente desde o final do ano passado, mas a greve prevista para segunda-feira (6), envolvendo ambos, principalmente na Inglaterra, representará a maior na história de 75 anos do Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Os trabalhadores da saúde estão exigindo um aumento salarial alinhado à pior inflação em quatro décadas no Reino Unido, enquanto o governo diz que isso seria insustentável e causaria mais aumentos de preços que, por sua vez, fariam as taxas de juros e as parcelas de hipoteca subirem ainda mais.
Cerca de 500 mil trabalhadores, muitos do setor público, têm realizado greves desde o verão europeu no ano passado, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro, Rishi Sunak, para resolver os conflitos e limitar a interrupção dos serviços públicos, como ferrovias e escolas.
Quando perguntado pela Sky News se as greves colocariam vidas em risco, o ministro de Negócios, Grant Shapps, disse que estava “preocupado que sim” devido à falta de cooperação entre os serviços de apoio, como o Exército, e aqueles trabalhadores que estão em greve.
O sindicato de enfermeiros “afirmou com muita responsabilidade ao NHS que aqui é onde vamos entrar em greve e que eles conseguem colocar o atendimento de emergência em vigor. Infelizmente, temos visto uma situação com os sindicatos de ambulâncias onde eles se recusam a fornecer essa informação”, disse Shapps.
Os trabalhadores de ambulância negaram a acusação de Shapps.
Sharon Graham, a líder do sindicato Unite, disse à BBC neste domingo que quer que Sunak vá à mesa de negociações, acusando o governo de mentir sobre os trabalhadores de ambulância. “Este governo está colocando vidas em risco”, disse ela.
Informações G1
Foto: Reprodução/Reuters.
O Banco Central da Argentina aprovou a emissão da nota de 2 mil pesos na sexta-feira 3. A criação ocorre em razão da alta inflação do país, que fez disparar a quantidade de cédulas em circulação.
Na cotação oficial, a nova cédula vale por volta de US$ 10 — mas no câmbio paralelo seu valor equivale a a cerca de de US$ 5. De acordo com o jornal La Nacion, a criação da nota de 2 mil pesos é uma “imposição da realidade”. A publicação afirma ainda que a autoridade monetária argentina admitiu já estar trabalhando para imprimir uma cédula com cifras ainda maiores — a de 5 mil pesos.
A demanda por notas com cifras maiores vem dos empresários locais que estão preocupados com aumentos dos custos e da insegurança para transportar o dinheiro. No começo de janeiro, a Federação do Comércio e Indústria da Cidade de Buenos Aires (Fecoba) pediu as novas emissões alegando esses motivos.
“Transportar, mobilizar, extrair um número cada vez maior de cédulas, além de gerar complicações e gastos, provoca situações de insegurança cada vez mais frequentes”, disse Fabián Castillo, presidente da Fecoba.
A inflação da Argentina fechou em 95% em 2022. Em Buenos Aires, por exemplo, um litro de leite custa 215 pesos, conforme a monitoria de preços feita pelo governo. Ou seja: a nota de 2 mil pesos vale, por exemplo, pouco menos de dez litros desse produto.
Informações TBN
Foto: REUTERS/Agustin Marcarian.
“Aqui tem muitos russos”, conta, em inglês, Sviatoslav um russo de 28 anos que mora na Argentina e prefere não revelar o sobrenome. Ele chegou com sua família em novembro para ter o segundo filho no país e eles ainda não falam espanhol.
Eles fazem parte dos casais russos que decidem viver e e ter filhos na Argentina, fenômeno que vem crescendo desde o início de 2022. E têm muitos motivos para escolher a Argentina como local para se distanciar de seu país, onde a invasão da Ucrânia e a guerra em curso desde fevereiro do ano passado criaram um estado de incerteza e isolamento internacional.
O país sul-americano é um dos que não exigem visto para viajantes russos, e onde, além da qualidade da medicina, eles também podem residir legalmente apenas tendo um filho nascido lá, e dois anos depois se tornarem cidadãos.
“Começamos a perceber o aumento gradual desde o início de 2022, muito gradual no início com uma projeção, um crescimento quase exponencial no final do ano”, diz o Dr. Guido Manrique, chefe de Obstetrícia do Hospital Finochietto, uma das clínicas privadas mais escolhidas por mães russas para ter seus filhos.
Embora não existam estatísticas oficiais disponíveis, apenas na clínica Finochietto os números são expressivos: no início de 2022, eles tiveram apenas um ou dois nascimentos por mês. Mas em dezembro, de um total de 180 partos, 50 foram para mães russas.
A maioria das mulheres russas que vêm para dar à luz não fala espanhol e muitas vão a consultas médicas e partos com tradutores que integram a equipe médica, aponta o hospital.
“Em alguns casos, quando o paciente não traz tradutor, às vezes com o inglês é possível porque é o idioma mais universal. Muitos têm um bom conhecimento, mas há alguns pacientes que têm um conhecimento mais limitado e nesses casos recorremos a aplicativos de celular, com os quais se consegue uma comunicação aceitável, digamos assim”, explica o Dr. Manrique.
“É porque é um país onde o visto não é exigido. É um país muito livre”, diz Hanna Shaforostova, uma refugiada ucraniana de 28 anos que chegou ao país há oito anos e que, há alguns meses, ajuda mães russas que querem se estabelecer no país.
“Nunca pensei que moraria na América Latina. É muito, muito longe da Rússia“, diz Sviatoslav, que trabalha remotamente para uma empresa francesa e é casado com Vera.
Eles moravam em Moscou, têm dois filhos e estavam construindo sua casa lá. Mas pouco antes da chegada do último filho, Daniel, decidiram vir para a Argentina para que ele nascesse neste país latino-americano.
“Eu acho que é como outra vida. Eu não sabia o que iria acontecer na Rússia no próximo ano ou nos próximos cinco anos. Coisas realmente terríveis estão acontecendo na Ucrânia e outras na Rússia. Então, não tenho certeza se será um bom país para se viver nos próximos dez anos ou algo assim”, explica enquanto caminha com os filhos por um parque no bairro de Palermo.
“As pessoas são muito mais abertas aqui”, diz ele, acrescentando: “Era raro ver pessoas praticando esportes ou ioga nos parques. Não temos isso em Moscou”.
Existem várias razões pelas quais os russos acham a Argentina atrativa: é um dos poucos países onde atualmente podem entrar sem visto e solicitar residência legal, o que lhes permitirá tornar-se cidadãos argentinos após dois anos de residência.
O passaporte argentino também permite a entrada em mais de 170 países sem visto, muitos dos quais atualmente fechados para russos devido a sanções relacionadas à guerra na Ucrânia.
Além disso, para quem quer ser pai ou mãe, há outros motivos: seus filhos são automaticamente argentinos só porque nasceram no país e destacam a alta qualidade do atendimento médico para gestantes, que é muito mais barato do que em outros países, ou mesmo gratuita nos hospitais públicos.
“Lembremo-nos de que não é o mais comum uma mãe no terceiro trimestre de gravidez deixar o seu lugar, a sua família, o seu negócio, os seus pertences, a sua zona de conforto para ir para outro país dar à luz. Então, para nós, da obstetrícia é um boom, é uma coisa nova”, sustenta Manrique.
“Uma mulher que deu à luz na Rússia nunca mais vai querer ter um filho na Rússia, por quê? Porque eles os tratam muito mal, eles dizem para você não gritar, deitar, não andar, eles não dão condições para um bom parto e aqui elas têm tudo para ter um bom parto”, diz Shaforostova, que diz que na Ucrânia não é um tratamento muito diferente.
Ela, que se casou na Argentina e tem dois filhos, recebe a cada dia mais perguntas de russas que querem ter filhos na Argentina e se estabelecer no país: entre 40 ou 50 por dia. “Recebo ligações e mensagens o dia todo. Recebo muitas perguntas”, diz.
A economia também pesa: a vida em geral na Argentina é mais barata que na Rússia, principalmente para quem ganha em rublos ou dólares, e as agências que ajudam as mulheres russas a se estabelecerem no país afirmam que um parto em uma clínica privada Argentina é muito mais barato do que em outros países da região.
“O hospital era muito bom. Muito melhor e muito mais barato que na Rússia”, diz Sviatoslav. A mulher, Vera, deu à luz um filho em Moscou e outro em Buenos Aires e mostra as fotos da comida que lhe foi entregue nos dois lugares: a da clínica de Buenos Aires é bem mais farta e parece um prato de restaurante.
A não discriminação é outro dos pontos que os russos destacam na Argentina: “É um país muito amigo dos imigrantes”, diz Sviatoslav.
“Nunca sofremos discriminação. É um negócio espetacular. Os russos que chegam ficam surpresos com a forma como são tratados aqui”, acrescenta Shaforostova.
A liberdade é outro ponto que, dizem, pesa. E muito.
“Muita gente disse: ‘E por que os russos não saem às ruas para dizer que são contra a guerra?’ Não podem. Conheço casos em que a polícia estava entrando nos apartamentos. Não se pode falar mal de Putin”, afirma Shaforostova categoricamente.
Víctor Feshchenko, que chegou a Buenos Aires no final de dezembro, confirma isso. “Não sou ativista, mas participei de algumas passeatas. Mas em dois grandes protestos, a polícia foi à casa dos meus pais e me alertou para não ir a essas manifestações”.
Por isso nem todo mundo vem para ter filhos ou porque é fácil obter um passaporte argentino.
“Não estávamos pensando em ter um filho para nos legalizar na Argentina ou receber a nacionalidade argentina. Não, só queremos um filho e o queremos onde estamos. Como é a Argentina, possivelmente vamos ter um filho aqui”, afirma ela com um espanhol bastante claro, aprendido nos anos de universidade em Moscou.
Feshchenko e Lisa originalmente moravam em Moscou. Mas quando a guerra começou, eles decidiram deixar a Rússia e finalmente chegaram a Buenos Aires em dezembro.
“Quando a guerra começou, dissemos a nós mesmos que não poderíamos estar no país que começou o conflito e que mata nossos vizinhos. Morrem as pessoas do país de quem gostamos muito e onde passamos dias de nossas vidas e decidimos que não queríamos ajudar a economia da Rússia com nossos impostos”, diz.
Por isso, primeiro foram para a Geórgia, país vizinho para o qual não precisavam de visto. Mas vendo que a guerra continuava, começaram a procurar outras opções: não queriam estar num país próximo da Rússia porque os consideram instáveis e a Europa, devido às sanções impostas, está fechada aos russos.
“E é por isso que decidimos procurar algo na América Latina e nossos amigos vieram para a Argentina em julho para trabalhar. Eles trabalham remotamente para a Rússia. E eles nos disseram que a Argentina é um bom país e está tudo bem aqui, exceto na economia”, explica Feshchenko.
Embora trabalhem remotamente para a Rússia, o que lhes garante um bom salário para os padrões argentinos, é difícil juntar dinheiro.
“Os problemas da economia argentina, combinados com problemas de sanções contra a Rússia, são um coquetel muito sério”, diz ele rindo.
Devido às restrições cambiais argentinas, o uso de cartão de crédito é desvantajoso para estrangeiros. É conveniente para eles trocar seus dólares no mercado informal ou receber cheques, que são liquidados a uma taxa semelhante.
“Enviamos o dinheiro da Rússia para a Geórgia, onde temos nossos cartões. Da Geórgia mandamos para outros países europeus ou para os Estados Unidos a nossos amigos ou parentes e eles nos mandam de seus países para a Argentina”, explica.
Sviatoslav também usa criptomoedas. “Para trazer o dinheiro para cá há duas maneiras: se você tiver uma carteira de criptomoedas ou se tiver algum amigo que mora em outro país e pode trazer o dinheiro ou usar a Western Union”.
Apesar das complicações, a mudança os ajuda. “Os preços são baixos se compararmos com Moscou e é por isso que podemos viver bem aqui com nossos salários. Não como os milionários, mas podemos viver bem”, diz Feshchenko.
Aos poucos, os russos recém-chegados vão se adaptando à vida na Argentina e, principalmente, aprendendo o idioma, um de seus principais desafios. Mas também estão formando sua comunidade: só em um grupo do Telegram são mais de 3.700 pessoas que compartilham suas dúvidas e experiências no país.
“Cresceu muito”, diz Shaforostova, e antecipa: “Em fevereiro vai explodir porque vai vir muito mais gente. Já estão me ligando para vir em fevereiro. É muita gente”.
Créditos: CNN Brasil.
O governo de Hong Kong anunciou planos para distribuir 500 mil passagens aéreas gratuitas como parte dos esforços para reviver sua indústria do turismo e atrair visitantes de volta à cidade.
A iniciativa “Hello Hong Kong” foi lançada na quinta-feira (2), mas está em andamento há mais de dois anos.
As passagens serão distribuídas entre as três companhias aéreas da cidade – Cathay Pacific, HK Express e Hongkong Airlines. Os 500 mil tickets custaram à cidade cerca de US$ 254,8 milhões no total.
Os turistas que desejam viajar para Hong Kong podem visitar a página inicial do World of Winners a partir de 1º de março para inserir seus nomes na loteria de passagens aéreas.
Os ingressos serão distribuídos em três etapas: a partir de 1º de março para pessoas do Sudeste Asiático, de 1º de abril para pessoas que vivem na China continental e de 1º de maio para residentes no resto do mundo.
A população local também podem entrar em ação. A partir de 1º de julho, algumas passagens aéreas serão distribuídas aos habitantes de Hong Kong ansiosos por uma chance de compensar o tempo de viagem perdido.
Quem já esteve em Hong Kong antes encontrará uma cidade diferente daquela de que se lembra.
Algumas atrações locais amadas, como o restaurante flutuante Jumbo Kingdom, fecharam permanentemente. Outros, como o famoso Peak Tram, passaram por uma reformulação durante a pandemia.
Hong Kong foi lenta e cautelosa em sua abordagem à pandemia de Covid-19.
A cidade começou a cancelar eventos presenciais em janeiro de 2020, quando os primeiros casos de pacientes com sintomas de uma nova doença semelhante à gripe foram relatados em Wuhan, na China.
Viajar para dentro e fora de Hong Kong foi desafiador e caro durante a pandemia. Quarentenas rígidas, que chegaram a 21 dias de isolamento, e requisitos para vários testes de diagnóstico molecular (PCR) mantiveram a maioria dos viajantes distantes.
Essas quarentenas eram oferecidas em hotéis e pagas pelos viajantes. Aqueles que testaram positivo para o vírus na chegada foram enviados para instalações do governo. A entrada na cidade era restrita aos residentes de Hong Kong.
Um grupo do Facebook com mais de 30 mil membros ajudou os habitantes de Hong Kong a apoiar uns aos outros durante o período desafiador, com alguns membros compartilhando entregas de comida, dando conselhos sobre como lidar com a solidão e trocando dicas de exercícios.
Antes da pandemia, Hong Kong recebia 56 milhões de visitantes em um ano típico. Em 2022, esse número caiu para cerca de 100 mil.
E não eram apenas os turistas estrangeiros que se afastavam. O centro financeiro experimentou sua maior queda populacional desde 1961, caindo 1,6%.
Quando o executivo-chefe da cidade, John Lee, anunciou em setembro de 2022 que as quarentenas terminariam, alguns temeram que pudesse ser tarde demais.
Créditos: CNN Brasil.