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Jogar vários bilhetes, escolher mais dezenas... afinal, existe como tornar a Mega da Virada mais possível? - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Jogar vários bilhetes, escolher mais dezenas… afinal, existe como tornar a Mega da Virada mais possível? Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Se você chegou até aqui a fim de conhecer estratégias e táticas para faturar uma bolada na loteria mais cobiçada do Brasil, a Mega da Virada, temos uma péssima notícia: não existem dicas infalíveis para aumentar as chances dos apostadores. É na sorte mesmo! E não somos nós que estamos dizendo. São os matemáticos.

Nesta época do ano, aparecem muitas gente que jura ter ganhado dezenas de vezes em concursos de apostas. E a alegação geralmente é acompanhada de fórmulas mágicas e supostos cases de sucesso como prova social. Há até mesmo livros e cartilhas, encontrados facilmente em bancas de jornais, ensinando o caminho das pedras para quem quer ficar rico por meio de apostas em loteria.

Parece picaretagem, sem dúvida, mas especialistas afirmam que essas “fórmulas” até têm um fundo de verdade. Elas se baseiam em resultados passados, analisando números ou sequências mais sorteadas, ou lugares que, historicamente, tiveram mais vencedores, por exemplo.

A questão é que elas são ótimas para fazer uma análise de jogos passados, mas não dizem absolutamente nada sobre os próximos resultados. “É uma verdade frustrante porque todo mundo espera que exista um segredo”, afirma o professor titular do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), Fábio Machado.

Se o número 15 foi sorteado nos últimos 100 concursos da Mega Sena, isso não significa que ele será sorteado no próximo concurso. A chance de qualquer número sair é a mesma em qualquer concurso, não importa quais foram os resultados passados, conforme explica o professor.

Em uma análise rápida a pedido de Tilt, Machado observou que a dezena 58 não aparece há 25 concursos, por exemplo. Ela está “atrasada”, como chamam os veteranos desse tipo de aposta. E seguindo a linha de raciocínio dos estrategistas, não seria um número indicado para jogar.

Mas, segundo o professor da USP, nada impede que no próximo concurso a dezena 58 seja sorteada. “Na USP temos matemáticos brilhantes. Se houvesse fórmulas, nós estaríamos ricos há muito tempo”, brinca.

Machado reforça que se alguém jogar uma sequência hoje e ganhar na Mega Sena, na próxima semana a possibilidade dessa pessoa ganhar é a mesma de quem nunca acertou as seis dezenas, ainda que ela jogue os mesmos números.

Esse desejo de encontrar uma “lógica” em situações aparentemente sem explicações é uma atitude típica dos seres humanos na tentativa de encontrar respostas para eventos aleatórios. Mas, acredite, é impossível tentar prever esses padrões.

A área da matemática que estuda os eventos aleatórios é a probabilidade. No caso de loterias como a Mega Sena, também há a ciência da análise combinatória para explicar os resultados. Ela estuda todos os agrupamentos possíveis dentro de um conjunto por meio de condições pré-determinadas.

“Seria bom que tivéssemos o número da sorte. Mas ele não existe”, afirma o professor de matemática, especialista em probabilidade, da Universidade de Pernambuco (UPE), Fabrício Lopes de Araújo Paz.

Ganhar na Mega Sena beira o impossível

Para jogar na Mega Sena (inclusive na Mega da Virada), o apostador precisa escolher no mínimo seis dezenas – entre 1 e 60 – até no máximo 15 dezenas em uma mesma cartela. A ordem de escolha dos números, se crescente ou decrescente, não vai alterar o resultado final. Vencerá aquele que, literalmente, adivinhar as seis dezenas sorteadas para uma mesma cartela.

As chances disso acontecer é de 1 em 50,7 milhões, para apostas simples de apenas seis números e que atualmente custa R$ 4,50. Para chegar a esse valor, Paz calculou todas as combinações possíveis para os números entre 1 a 60. Na prática, cada apostador tem 0,000002% de ganhar a Mega Sena, inclusive a Mega da Virada.

Quanto mais números uma pessoa jogar em uma mesma cartela, mais chances ela terá de acertar seis dezenas. Por exemplo, se jogar dez números aumenta a possibilidade de vitória, mas também ela terá que pagar mais pela aposta.

Assim, fazer a aposta máxima permitida, de 15 dezenas por cartela, é a única maneira real de aumentar as chances de vitória. Neste caso, a probabilidade de conquistar o prêmio milionário vai para 1 de 10 mil. Só que para isso, o apostador precisa desembolsar R$ 22.522,50, valor muito maior do que o pago por uma aposta simples, de seis números, que sai por R$ 4,50.

“Há quem jogue várias cartelas com seis números, mas o cálculo é diferente para quem joga 15 números em uma mesma cartela. Neste caso, a pessoa teria que jogar muitas e muitas cartelas para aumentar as chances e se igualar a probabilidade de 1 para 10 mil. De qualquer forma, todas as chances são muito pequenas”, explica Paz.

Jogar números diferentes em várias cartelas também aumenta a possibilidade dos números ficarem distribuídos nas diferentes cartelas, sem que se consiga pontuar o suficiente.

Se já é difícil ganhar com uma aposta simples, se tornar o único sorteado no prêmio é ainda mais raro, porque além de acertar as seis dezenas, é preciso contar com a sorte para que ninguém mais faça uma aposta igual.

“A chance de ganhar na Mega é parecida com a de alguém que tenta encontrar uma moeda de 25 centavos, de forma aleatória, após alguém escondê-la em um um campo de futebol oficial da Copa do Mundo”, compara Machado.

Partindo desse raciocínio, a probabilidade de ganhar sozinho a Mega-Sena da Virada com uma única aposta, supondo-se 180 milhões de apostas — uma média das anteriores — é de aproximadamente 1 em 1,8 bilhão, ou seja, 0,0000000548%.

Apesar dos dados desanimadores, ganhar na Mega Sena não é impossível. E você só vai conseguir de uma forma: jogando.

Além disso, também é possível ganhar algum dinheiro acertando na quadra (quatro números) ou na quina (cinco números), já que o número de combinações possíveis diminui. No entanto, os prêmios também são bem menores se comparados aos da sena.

Os bolões da Mega, encontrados até mesmo nas lotéricas, aumentam as chances de vencer, mas o valor do prêmio também diminui.

“Na Mega Sena, as chances são sempre proporcionais ao que se paga. Não há como pagar menos e ampliar as chances. Muitas vezes, a pessoa faz um bolão na casa lotérica, mas vai ganhar uma quantia muito menor se acertar, a depender da quantidade de pessoas que estiverem participando do bolão”, alerta Machado.

Segundo ele, nos últimos 50 concursos da Mega Sena, em 80% deles não houve um vencedor e em 20% houve pelo menos um vencedor. “Já em quase todos os jogos da Mega da Virada houve ganhadores porque o volume de apostas aumenta muito, aumentando também a probabilidade de alguém vencer”, acrescenta o professor da USP.

Quem sabe então se em 2023 não é o seu ano de sorte para se tornar um milionário?

Ganhar na Mega Sena é mais difícil do que:

Informações UOL


Impressionante: Guedes sai como superministro mais poderoso desde a redemocratização
Foto: Reprodução

O ministro Paulo Guedes (Economia) deixa o governo depois de ser o superministro mais forte desde a redemocratização da República. O “Posto Ipiranga”, como foi apelidado pelo presidente Jair Bolsonaro, deixa o cargo com avanços rumo ao liberalismo econômico, mas uma agenda de reformas incompleta.

Guedes iniciou as conversas com Bolsonaro em 2017 para criar o plano econômico da campanha presidencial de 2018.

A primeira vez que Bolsonaro mencionou o nome dele publicamente como possível ministro da Fazenda (hoje Economia) foi em um seminário da revista Veja, em 27 de novembro de 2017. Ao ser citado, Guedes era reconhecido como um ultraliberal. Ele ajudou a fundar o grupo BR Investimentos e o que se tornou o Banco BTG Pactual.

Indagado se o economista seria o futuro chefe da equipe econômica, Bolsonaro respondeu na época: “É uma pessoa que a gente espera continuar namorando, quem sabe ficar noivo né?”

O noivado deu certo. Guedes passou a ser fiador do ex-capitão do Exército e deputado na mesa de comensais da Faria Lima (região da capital paulista sede de grandes bancos e corretoras do mercado financeiro).

Bolsonaro foi eleito em 2018. Teve o apoio da maioria dos investidores pregando a defesa de uma agenda liberal para o Brasil –diferentemente da visão estatizante e nacionalista que ele havia defendido quando era deputado.

O noivado chegou ao fim. Depois de 4 anos, Guedes deixa o governo que ajudou a eleger. Bolsonaro perdeu a eleição para o opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Acabou o combustível do “Posto Ipiranga” na gestão federal.

SUPERMINISTRO

Bolsonaro deu carta branca para o Guedes escolher sua equipe. O economista tinha metas ousadas, como zerar o deficit primário das contas do governo e privatizar a maioria (ou todas) estatais do país.

Montou um time conhecido como “Chicago oldies” –uma alusão aos Chicago boys, time de jovens liberais egressos da Universidade de Chicago que reformou a economia chilena durante a ditadura de Augusto Pinochet (1974-1990).

As decisões econômicas foram concentradas em Guedes, que agrupou 4 ministérios e se tornou o superministro mais forte do governo (Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, também tinha concentrado poder Esplanada).

O Ministério da Economia juntou as seguintes pastas:

Ao longo do governo, Guedes criou 8 secretarias especiais para cuidar dos mais variados temas. São elas:

  1. Tesouro e Orçamento;
  2. Receita Federal;
  3. Previdência e Trabalho;
  4. Comércio Exterior e Assuntos Internacionais;
  5. Desestatização, Desinvestimento e Mercados;
  6. Produtividade, Emprego e Competitividade;
  7. Desburocratização, Gestão e Governo Digital;
  8. Programa de Parcerias de Investimentos.

Até hoje, há a discussão sobre os benefícios e malefícios desta medida. De um lado, a concentração dos poderes em uma única pessoa cria problemas de priorização da agenda econômica, segundo parte dos analistas. Do outro, a gestão da área foi unificada e ganhou eficiência na tomada de decisões.

O fato é que Guedes concentrou forças e teve papel importante no governo Bolsonaro. Além do ministério, teve seu dedo na escolha de ministros e presidentes de diversas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil.

DEBANDADA

Do economista com mais poderes da história, Guedes teve sua equipe enfraquecida ao longo do tempo. Colecionou desistências depois de barreiras políticas e de articulação na pauta liberal.

Em 2020, Rubem Novaes e André Brandão deixaram o comando do Banco do Brasil. O último ganhou antipatia de Bolsonaro por cortar gastos em agências e promover a demissão de 5.000 funcionários. Em seu lugar, o presidente colocou um bolsonarista que fez carreira na instituição. Mas manteve o legado liberal no banco.

Durante o governo, o maior baque foi na Petrobras, a maior estatal e petrolífera do país. Em fevereiro de 2021, Bolsonaro mandou trocar Roberto Castello Branco –indicado por Guedes– por um general. O motivo: descontentamento com a política de reajustes semanais da companhia. Assumiu a função Joaquim Silva e Luna, diretor-geral da Itaipu Binacional e ex-ministro da Defesa no governo Temer.

A empresa não tinha um militar no comando desde 1988. Sob nova gestão, a companhia passou a investir mais em uma campanha para explicar a composição dos preços dos combustíveis. A política de preços da petrolífera (paridade com o dólar e o barril cotado nos mercados internacionais) não foi alterada.

Outro aliado de Guedes que deixou o governo foi a presidente do IBGE. Susana Guerra pediu demissão em 26 de março de 2021 –um dia após o Congresso meter a faca e quase zerar a verba do Censo (coleta dados detalhados sobre a população) para financiar emendas parlamentares. A pesquisa ficou para 2022.

Guedes perdeu uma de suas secretarias para a criação do Ministério do Trabalho e Previdência, que passou a ser comandado por Onyx Lorenzoni. Guedes avaliava que isso não foi uma redução de poder porque a principal missão da Secretaria de Previdência e Trabalho era fazer a reforma do regime de aposentadorias, implantada em 2019.

Do “time A” de Guedes, deixaram o governo:

Os 2 últimos saíram por descontentamentos com a agenda liberal. Na época da demissão, em agosto de 2020, Guedes fez os seguintes comentários:

O 1º secretário de Receita de Guedes, Marcos Cintra, foi demitido em setembro de 2019 por causa de especulações sobre a volta da CPMF, tributo que tinha incidência sobre as movimentações bancárias. Guedes o batizou de microimposto digital. Negou diversas vezes ser um tipo de CMPF. Disse que o objetivo era financiar a desoneração de tributos que incidem sobre a folha de pagamentos. Até agora, a proposta não foi apresentada por causa de resistências políticas, inclusive de Bolsonaro.

Na reta final do governo, auxiliares do ministro ganham posição de destaque no 1º escalão do governo.

O ex-secretário de Trabalho e Previdência Bruno Bianco tornou-se advogado-geral da União. Adolfo Sachsida foi nomeado ministro de Minas e Energia. O então secretário especial Caio Paes de Andrade foi para a presidência da Petrobras.

PANDEMIA ATRASOU PLANOS

Zerar o déficit público em um ano e arrecadar R$ 2 trilhões com privatizações e venda de imóveis da União. Essas foram umas das promessas feitas por Guedes na campanha presidencial.

Guedes não zerou o deficit no 1º ano do governo, mas fez com que a dívida pública caísse em 2019. O endividamento bruto recuou a 75,8% do PIB naquele ano. Foi um grande feito. A dívida bruta não caia desde 2013. O dado mostrou que a economia estava no trilho.

Mais tarde, a pandemia frustrou os planos econômicos do governo. Só em 2020, a União desembolsou R$ 771,5 bilhões (10% do PIB) para conter a crise econômica. A dívida bruta saltou para R$ 6,6 trilhões. O equivalente a 89,3% do PIB, o maior percentual da história.

Em 2020, a retração causada pelo confinamento social e a redução da atividade econômica foi atenuada pelo pagamento de vouchers do auxílio emergencial (que variaram de R$ 1.200 a R$ 300). Quase 70 milhões de pobres e miseráveis foram beneficiados a um custo recorde de R$ 294 bilhões, o equivalente a 10 anos do orçamento do Bolsa Família.

O PIB, que teve desempenho modesto em 2019 (1,2%), registrou forte queda em 2020 (-3,3%). Subiu fortemente em 2021 (5%) e deve fechar o ano de 2022 com alta de 3,05% (segundo estimativa de analistas do mercado).

Com alta do PIB e controle das contas públicas, a dívida voltou a cair para um patamar próximo ao do início do governo Bolsonaro. O endividamento recuou por causa da venda de reservas, da antecipação de pagamentos pelo BNDES ao Tesouro e de um melhor resultado das contas públicas.

O Tesouro Nacional espera ter superavit primário (saldo positivo no Orçamento) de R$ 34,14 bilhões em 2022, o primeiro desde 2013.

Guedes sai como superministro mais poderoso desde a redemocratização

O IPCA, índice que mede a inflação, deve encerrar o ano na faixa de 5,8%. Há perspectiva de queda. É possível que o Banco Central atinja a meta de inflação em 2024.

O desemprego caiu para 8,3% em novembro, o menor patamar desde 2015. Os salários crescem acima da inflação desde julho e encontravam-se, em outubro, 5% acima do valor do mesmo mês de 2021.

Guedes sai como superministro mais poderoso desde a redemocratização

PRIVATIZAÇÕES

O governo Bolsonaro conseguiu arrecadar R$ 304,2 bilhões com privatizações e desinvestimentos de estatais até julho de 2022.  A maior parte do montante (R$ 237 bilhões) foi levantado com a venda de subsidiárias de estatais e de ações detidas pela União e suas empresas.

Bolsonaro arrecada R$ 304,2 bilhões com privatizações

Foram arrecadados R$ 110,1 bilhões em 2019, no 1º ano de gestão. Mais R$ 59,7 bilhões em 2020. Depois, outros R$ 57,8 bilhões em 2022. E mais R$ 76,6 bilhões em 2022. O dinheiro foi utilizado para reduzir a dívida pública.

Bolsonaro arrecada R$ 304,2 bilhões com privatizações

A agenda privatizante ainda influenciou diversos Estados. De 2019 a 2021, 4 unidades da Federação levantaram R$ 27,5 bilhões com a privatização de empresas:

A cifra mostra que a equipe do ministro da Economia conseguiu cumprir parte do prometido na eleição de 2018, que era arrecadar R$ 1 trilhão em privatizações. Além do R$ 304,2 bilhões arrecadados pelo governo, os novos donos das companhias se comprometem a investir nessas empresas.

O Ministério da Economia diz que o governo Bolsonaro conseguiu R$ 925 bilhões em compromissos de investimentos para a próxima década por meio dessas privatizações e concessões. A equipe econômica avalia que essa estratégia dará suporte para o crescimento da economia nos próximos anos. O governo espera alta de 2,1% para o PIB em 2023.

RELAÇÃO COM O CONGRESSO

Paulo Guedes teve uma relação conflituosa com o Legislativo, mas obteve algumas vitórias.

Com ajuda do Congresso, pelo seu posterior desafeto, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), conseguiu aprovar uma reforma da Previdência. O texto inicial foi desidratado. Mas deve resultar em uma economia de R$ 855 bilhões em 10 anos.

Em 2021, o economista disse que realizou um sonho que foi ver o Banco Central ser independente. Sob gestão de Arthur Lira (PP-AL), a Câmara deu aval para a autonomia da autoridade monetária, algo que os liberais defendiam há décadas.

Em sua 1ª entrevista depois do resultado da eleição, Guedes reafirmou que iria perseguir o caminho das reformas: “Precisamos de uma reforma da Previdência. O 2º grande item do controle de gastos públicos: as despesas de juros […] O 3º é uma reforma do Estado, são os gastos com a máquina pública. Vamos ter que reduzir privilégios e desperdícios”.

Guedes dizia estar otimista com o Congresso eleito em 2018. Disse que os deputados e senadores desta legislatura eram reformistas. “O Brasil vai surpreender o mundo”, repetiu diversas vezes em fóruns para empresários e investidores.

Várias reformas microeconômicos avançaram, como, por exemplo:

Mas houve embates com o Legislativo. Além das resistências dentro do governo, a relação com Rodrigo Maia azedou ao longo do tempo. Maia foi presidente da Câmara na 1ª metade do governo Bolsonaro e tinha o poder de pautar a agenda da Casa. Guedes acusou o então presidente da Câmara de ter feito um acordo com a esquerda para não avançar com as privatizações.

Já Maia disse que o governo fazia corpo-mole com as reformas e queria jogar a culpa no Legislativo. Acusou Guedes de interditar a reforma tributária:“Eu acho muito interessante porque 6 meses atrás eu fiquei até empolgado. O ministro da Economia disse que faria em 90 dias 4 privatizações”, disparou o presidente da Câmara na reta final de seu mandato, em dezembro de 2020. “Eu estou procurando as privatizações até hoje. Procurando por um lado, procurando por outro, e não vi nenhuma até agora”.

Em entrevista à revista “Veja“, em dezembro de 2020, Guedes disse que houve um plano de impeachment contra Bolsonaro no auge da pandemia arquitetado por governadores, Maia e outros: “Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em 60 dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos”.

Guedes contou na sequência que ligou para os ministros do Supremo Tribunal Federal para entender o que estava acontecendo. “Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles”, afirmou à revista.

Na época, Maia riu das declarações: “Estou esperando o Paulo Guedes cumprir 10% das promessas feitas pra eu voltar a respeitá-lo”.

Em audiências com senadores, o ministro também vivenciou climas de inimizade. Em abril de 2018, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) referiu-se ao economista como “tigrão” e “tchutchuca”. Zeca Dirceu discordava dos cortes sugeridos pelo governo na reforma da Previdência.

“O senhor é tigrão quando é com os agricultores, os professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país”, disse o deputado.

Guedes retrucou: “Eu não vim aqui para ser desrespeitado, não. Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas. Isso é ofensa”.

Outro entrave que Guedes enfrentou em sua gestão foi a criação de um novo programa social para substituir o Bolsa Família, o chamado Renda Brasil/Auxílio Brasil.

A equipe do ministro sugeriu o congelamento das aposentadorias para obter recursos para a iniciativa. A notícia repercutiu negativamente. Bolsonaro foi às redes sociais e deu um cartão vermelho ao então secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, que ventilou a ideia.

Desde o início da campanha eleitoral, Guedes propôs os “3 Ds” para mudar a gestão dos recursos públicos. A sigla significa: desvincular (retirar carimbos de verbas públicas), desindexar (acabar reajustes automáticos, com as das aposentadorias) e desobrigar gastos no Orçamento.

O ministro queria incentivar a contratação formal de jovens de 18 a 29 anos, que nunca haviam tido carteira assinada. Criou o programa Verde e Amarelo. Em troca da adesão, as empresas pagariam menos tributos e encargos trabalhistas. A Medida Provisória que editou o projeto foi rechaçada pelos congressistas. Considerado complexa, recebeu mais de duas mil emendas. Por causa do impasse, Bolsonaro revogou o texto e mandou de volta para a prateleira de projetos da equipe econômica.

Outra ideia que Guedes enviou ao Legislativo foi a PEC do pacto federativo, que leva mais recursos a Estados e municípios.

Tem ainda a reforma tributária. No fim de 2019, Guedes, os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara) selaram acordo para criar comissão mista no Legislativo que discutiria novas regras para o sistema de impostos.

Guedes enviou uma parte do que ele planejava para a reforma tributária. A fusão do PIS/Cofins num novo tributo, a CBS (Contribuição Sobre Bens e Serviços). Até o momento, não houve acordo. As presidências das casas legislativas foram trocadas. Um relatório final sequer foi votado.

Fora isso, Bolsonaro havia prometido na campanha a ampliação do contingente de isentos do Imposto de Renda Pessoa Física. Guedes queria tributar dividendos (parte dos lucros das empresas distribuído aos acionistas) para diminuir os impostos sobre as empresas. O texto foi aprovado na Câmara e está parado no Senado.

O ministro também apostava em desonerar a folha de pagamento para reduzir o custo de contratações. Nada andou. 

ABERTURA ECONÔMICA

Guedes disse que sempre foi uma das metas do governo impulsionar a abertura econômica. Mas, por causa da pandemia, o Brasil teve que manter parte de seu protecionismo para evitar uma quebradeira das companhias nacionais. Afirmou que antes da flexibilização do comércio internacional seria necessário fazer reformas estruturais.

Justificou diversas vezes que o empresário brasileiro anda com “duas bolas de ferro” nas pernas e teria que “correr dos chineses” (que conseguem produzir com alta eficiência) em caso de uma abertura vertiginosa.

“Você amarra uma bola de ferro na perna direita dos empresários (os juros altos), uma bola de ferro na perna esquerda dos empresários (os impostos elevados), 1 piano das costas (os encargos trabalhistas). Eu abro e falo para o brasileiro: corre que o chinês vai te pegar”.

Por meio de acordo com o Mercosul, foi feita uma redução horizontal de 10% da TEC (tarifa externa comum) até dezembro de 2023. Internamente, o governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em até 35% para a maioria dos produtos fabricados no país e ainda preservou a competitividade dos produtos produzidos na Zona Franca de Manaus.

Para melhorar a competitividade, a equipe econômica digitalizou 4.000 serviço no gov.br.

Umas das grandes metas do governo é incluir o Brasil na OCDE, grupo de países mais ricos do mundo. Para a adesão, são necessárias diversas modernizações no país para torná-lo mais atraente aos investidores estrangeiros. O Brasil já adotou uma série de regras. Mas sua classificação no grupo deve ficar para o próximo governo.

Guedes sai como superministro mais poderoso desde a redemocratização

METÁFORAS DE GUEDES

Desde quando assumiu o posto, o czar da economia recheou seus discursos com frases metafóricas repetidas exaustivamente.

Em 15 de dezembro de 2022, durante evento na sede do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Paulo Guedes disse que “tem sempre alguém fora das 4 linhas [da Constituição], em referência aos Três Poderes. 

Foi seu último discurso público antes de deixar o governo. Ele afirmou que, quando isso se dá, “a democracia vai lá, tem que pescar o cara e botar para dentro de novo para dentro da caixinha”. 

A expressão “fora das 4 linhas da Constituição” foi dita diversas vezes por Bolsonaro durante seu mandato presidencial.

Na ocasião, o então ministro da Economia também comparou o socialismo com o nazismo. Declarou que “eram todos socialistas” e as duas ideologias “gostam de dirigismo”.

“Na política, o socialismo foi avassalador. Ele varreu corações no mundo inteiro, provocou guerra, dividiu povos. Se você pegar, até o nazismo é o nacional-socialismo. Era uma reação conservadora aos socialistas.”

Em 30 de setembro, Paulo Guedes equiparou a democracia brasileira a um saci pererê, personagem do folclore que tem só uma perna. Segundo ele, havia um domínio da esquerda antes de Bolsonaro assumir.

 “A democracia brasileira era um saci pererê. Só pulava na perna esquerda. É preciso ter tolerância com os religiosos, com os patriotas”, declarou.

O economista já afirmou que juros e impostos muito altos são “bolas de ferro” nas pernas dos empresários brasileiros. Ele defendeu “acabar com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)” para melhorar o ambiente de negócios e não quebrar a indústria nacional.

Disse, ainda, não querer a “chinesada” entrando no país, em referência aos produtos chineses, atribuindo uma competitividade. 

“O empresariado brasileiro tem uma bola de ferro na perna direita, que são juros muito altos, uma bola de ferro na perna esquerda, que são impostos muito altos, você bota um piano nas costas dele, que são os encargos trabalhistas, e fala: ‘corre que o chinês vai te pegar’”, declarou em 26 de agosto.

Paulo Guedes também fez uma analogia com as mulheres: “Não existe mulher feia. Existe mulher observada do ângulo errado”

A declaração foi dada no seminário “A Nova Economia do Brasil – o impacto para a região Nordeste”, realizado pelo Poder360 em parceria com o Sistema Jangadeiro, em 5 de setembro de 2019. O então ministro se referiu a um comentário considerado sexista de Bolsonaro no Facebook sobre a primeira-dama da França, Brigitte Macron. 

Na ocasião, Guedes também afirmou que a mulher do presidente Emmanuel Macron “é feia mesmo”. Depois, pediu desculpas.

Em junho de 2019, durante uma audiência pública na Câmara, se referiu a uma baleia que agoniza no mar para descrever o desempenho econômico do Brasil.

“O Brasil é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes, foi sangrando e parou de se mover. Precisamos retirar os arpões”.

Classificou de “anomalia” a existência de estatais listadas na Bolsa de Valores (que têm capital público e privado), como a Petrobras e Banco do Brasil.

“Não é tatu nem cobra. Não é a Caixa Econômica Federal, que é 100% do governo, não tem acionistas minoritários. E ao mesmo tempo não é cobra. Ela não agrada nem ao mercado nem ao governo”, declarou o ministro.

Guedes já disse que o dólar mais alto é “bom para todo mundo”. Afirmou que, com o câmbio mais baixo, “todo mundo” estava indo para a Disney, nos Estados Unidos, inclusive “empregada doméstica”. E recomendou que a população viaje mais pelo Brasil.

“O câmbio não está nervoso, mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí”, declarou.

Ao assumir o cargo, falou que a máquina do governo virou gigantesca engrenagem perversa de transferência de renda. Chamou de “piratas privados” as empresas que foram beneficiadas por recursos de bancos públicos sem que gerassem o retorno esperado.

“Os bancos públicos se perderam em grandes problemas com piratas privados e burocratas políticos. Burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro”.

Para justificar que o Brasil gasta mal o dinheiro da população, declarou que o governo “joga” a dívida para frente, e que o país “reconstrói” uma Europa por ano com os juros da dívida pública. “A principal despesa do governo hoje são os gastos com a Previdência. O 2º são gastos com juros da dívida interna. O Brasil reconstrói uma Europa por ano, que é um Plano Marshall por ano”.

Guedes ainda ilustrou o esgotamento do sistema de aposentadorias como um passageiro de um avião sem combustível.

“Seu filho entra no mesmo voo condenado, indo para alto-mar sem combustível. O seu paraquedas você segura, e ele vai para o inferno. É isso o que essa geração quer fazer?”, dizia. “Nossos filhos e netos, por falta de coragem nossa, estão condenados a continuar nesse mesmo avião, que vai cair por falta de combustível.”

Em defesa do ajuste fiscal, o ministro comparou servidores públicos a parasitas, que estão matando o hospedeiro (o governo) ao receberem reajustes automáticos enquanto os Estados estão quebrados.

“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita.”

Durante a pandemia, o economista disse que o emprego era uma asa quebrada que precisa ser consertada para voar. “O capítulo mais importante vem agora, que é a vacinação em massa”, afirmou. “Aí o Brasil vai bater as duas asas e vai voar”.

QUEM É PAULO GUEDES

Paulo Roberto Nunes Guedes, 73 anos, nasceu no Rio de Janeiro em 24 de agosto de 1949. É graduado em economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Guedes é filho de uma servidora pública e de 1 vendedor de materiais escolares. É mestre pela Universidade de Chicago, onde recebeu seu Ph.D.

O economista é o grande responsável pelo apoio que o governo Jair Bolsonaro recebeu do mercado financeiro. As expectativas dos investidores eram de que Guedes prosseguisse com as reformas necessárias para recuperação da economia. Guedes é sócio majoritário do grupo BR Investimentos, parte da Bozano Investimentos. Participou dos conselhos de administração de empresas como a Localiza, a PDG Realty, e a HSM e Gaec.

Fundou o Instituto Millenium, disseminador do pensamento econômico liberal, e foi professor de macroeconomia na PUC-RJ, na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e no IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Fundou o primeiro curso de MBA em finanças do país quando foi sócio majoritário do Ibmec.

Participou também da elaboração da proposta do plano de governo de Guilherme Afif, em 1989, quando este se candidatou a presidente. Afif foi assessor especial de Guedes no Ministério.

Créditos: Poder 360.


Os alimentos da Ceia de Natal subiram 16,48% nos 12 meses entre dezembro do ano passado e novembro último. No mesmo período, a variação inflacionária média ficou em 4,53%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI). O levantamento é do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre). Considerando os presentes, a ‘inflação de Natal’ estie ano ficou em 11,03%.

O pesquisador Matheus Peçanha, do FGV Ibre, ressaltou que os alimentos têm sido o vilão da inflação há três anos. “Os pequenos produtores, que são os principais responsáveis por fornecer produtos à mesa do brasileiro, têm sofrido, perdido renda, sem conseguirem renovar a produção. Com isso, a gente teve uma redução de área plantada de diversos produtos de hortifrúti”, disse.

Nos produtos alimentícios, as frutas desempenham a maior pressão inflacionária em termos absolutos (alta de 38% em 12 meses), seguida da farinha de trigo (30%) e da maionese (29,93%). O frango e o bacalhau subiram, neste mesmo intervalo, 11,88% e 11,63%. Já o lombo e o pernil suínos oscilaram 0,13% e 0,64%, respectivamente.

Entre os presentes, que tiveram inflação média de 6,95%, o setor de vestuário está com produtos 10,62% mais caros. Depois da alta da demanda no começo da pandemia de Covid-19, eletrônicos variaram apenas 0,64%.

*CNN Brasil


Os dependentes do segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm direito à pensão por morte, caso o cidadão falecido tenha contribuído com a Previdência Social ou esteja em período de graça, que é o período em que o trabalhador pode ficar sem contribuir para o INSS, que pode variar entre 6 e 36 meses.

Assim, tem direito a pensão por morte os seguintes familiares do segurado por ordem de prioridade:

Dessa forma, em todos os casos, é preciso apresentar a certidão de óbito do segurado ao INSS.

Por quanto tempo é paga a pensão por morte?

Em síntese, o tempo de duração da pensão por morte varia de acordo com o tipo de beneficiário. Sendo que para filhos e irmãos, por exemplo, a pensão é paga até os 21 anos de idade, mas em caso de deficiência do dependente, não há limite de tempo de pagamento.

Já em relação aos cônjuges e companheiros o tempo de pagamento é de acordo com a idade do beneficiário no momento da morte do segurado do INSS. Conforme apresenta a tabela:

Idade do cônjuge ou companheiro (a) no momento da morte do segurado do INSSDuração do pagamento da pensão por morte
Até 22 anos3 anos
22 a 27 anos6 anos
28 a 30 anos10 anos
31 a 41 anos15 anos
42 a 44 anos20 anos
45 anos ou maisPensão por morte vitalícia

Fonte: INSS

Como solicitar?

Por fim, para solicitar a pensão por morte é preciso enviar documentos como os de identificação e os que comprovem casamento, união estável ou dependência econômica. Confira:

Informações Seu Crédito Digital


Tendência é de redução para a próxima semana

Gasolina, etanol, diesel e GLP apresentaram queda na média nacional

O preço médio da gasolina voltou a ficar abaixo dos R$ 5 por litro nos postos de abastecimento nesta semana. Em média, o valor do combustível apresentou redução de 1,4%, em comparação a semana anterior, segundo a ANP.

A queda está ligada à diminuição feita pela Petrobras em suas refinarias, anunciada em 6 de dezembro. O valor do insumo teve redução de 6,1%, ou R$ 0,20 por litro, puxada pelas movimentações internacionais do barril de petróleo, que segue próximo dos US$ 80.

Outro fator determinante foi a diminuição do preço do litro do etanol anidro, que compõe 27% da mistura do combustível nacional. O etanol anidro tem queda acumulada de 5%, vendido por R$ 3,10.

Outros combustíveis

O Diesel S10 apresenta a mesma tendência, seguindo a lógica da diminuição do insumo que sai da refinaria. O combustível terminou a semana 2,2% mais barato, avaliado em R$ 6,48. Essa redução veio depois do corte de 8,1%, ou R$ 0,40, por litro na saída distribuidora.

Já o valor do gás de cozinha (GLP) teve uma queda mais ligeira — apenas 0,5% no preço médio praticado ao consumidor final. O botijão de 13 quilos, mais comum, fechou semana em R$ 109,43. Após a flutuação de preços, o GLP experimenta queda nas ultimas semanas. Isso reflete na redução de 9,7% no preço do produto comercializado com os distribuidores.

Informações Revista Oeste


Rahel Patrasso/Reuters
Imagem: Rahel Patrasso/Reuters

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valoresbrasileira (B3), fechou hoje em queda de 0,85%, aos 102.855,70 pontos. Na semana, a baixa foi ainda maior: 4,34%.

A Bolsa caiu diante de cenário negativo nos mercados internacionais depois de sinalizações duras de bancos centrais pelo mundo nesta semana, em especial o Federal Reserve e o BCE (Banco Central Europeu), enquanto localmente mantinham-se as indefinições de pautas como a PEC da Transição e a Lei das Estatais no Congresso.

O dólar comercial encerrou hoje cotado a R$ 5,294, em queda de 0,41%. Durante a semana, a moeda estrangeira teve crescimento de 0,92%. O mercado repercutiu o adiamento da votação da PEC, inicialmente prevista para a quinta-feira, mas remarcada para a próxima terça-feira (20).

“A resistência que a pauta enfrenta na Câmara aumenta as chances de desidratação do projeto, já que o futuro governo pretende aprová-la ainda este ano e o Congresso entra em recesso na semana que vem”, avaliou a Levante Investimentos em nota.

A PEC da Transição, da forma como saiu do Senado, permite a expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões para pagamento do Bolsa Família e o desbloqueio de dotações provisionadas que seriam canceladas até o fim de 2022.

A possibilidade de as alterações na Lei das Estatais que viabilizariam a indicação do petista Aloizio Mercadante à presidência do BNDES serem votadas apenas no ano que vem também oferecia algum alívio ao sentimento de investidores, disse à Reuters Gustavo Sung, analista-chefe da Suno Research.

O analista disse ainda que falas recentes do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, colaboraram para a descompressão de riscos fiscais nos últimos dias.

No entanto, ao contrário de alguns participantes do mercado, Sung enxerga os entraves para a aprovação da PEC da Transição como fonte de incerteza, e não de alívio.

“Se a gente já tivesse definido (os termos finais da PEC), talvez a maior certeza poderia fazer o mercado se ajustar, em vez de ter picos de volatilidade”, disse o especialista.

Já no exterior, o dólar tinha pouca alteração contra uma cesta de pares fortes, conforme investidores tentavam avaliar os efeitos dos ciclos de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo.

Informações UOL


O Banco Central (BC) revisou a projeção de crescimento da economia, neste ano, de 2,7% para 2,9%. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, está no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (15), pelo BC. Para 2023, a projeção de crescimento do PIB continua em 1%.

De acordo com o relatório, a alta na projeção do PIB, neste ano, refletiu a “elevação na previsão para o setor de serviços, parcialmente compensada por recuo nas estimativas para agropecuária e indústria”.

“A projeção da agropecuária foi alterada de estabilidade para recuo de 2%, refletindo, principalmente, o resultado do terceiro trimestre”. O relatório acrescenta que o recuo na comparação com o trimestre anterior surpreendeu o BC, que “esperava um resultado positivo, influenciado pela base relativamente fraca do segundo trimestre – ainda sob impacto da quebra parcial da safra de soja, cultura com colheita concentrada nos dois primeiros trimestres do ano – e por altas na produção de laranja e de algodão, culturas com participação expressiva no terceiro trimestre”.

“Contudo, recuos na produção de cana-de-açúcar e mandioca sobrepujaram esses fatores altistas, levando a recuo da atividade no trimestre e a piora na estimativa para o ano”, acrescentou.

Na indústria, a projeção foi revista de 2,4% para 1,9%, com quedas nas previsões para todos os setores, com exceção da construção.

Em serviços, a estimativa de crescimento em 2022 passou de 3,4% para 4,1%, influenciada pelo resultado do terceiro trimestre e pela revisão da série histórica. “O setor terciário tem mostrado resiliência, voltando a crescer em ritmo robusto no terceiro trimestre. As altas no setor foram disseminadas e de magnitudes elevadas, iguais ou superiores a 1%, exceto pela atividade de comércio, afetada pelo arrefecimento do varejo e da produção industrial”.

Para os próximos trimestres, acrescenta o BC, “espera-se arrefecimento mais disseminado no setor, repercutindo a perspectiva de desaceleração do consumo das famílias, em ambiente de taxas de juros mais elevadas e de desaquecimento do mercado de trabalho”.

Demanda
A estimativa para a variação do consumo das famílias passou de 3,9% para 4,2%, a do consumo do governo de 0,7% para 1,6% e a da formação bruta de capital fixo (FBCF – investimentos) de -0,4% para 0,7%.

As exportações e as importações em 2022 devem variar, na ordem, de 4% e estabilidade, ante projeções de 1,5% e -2,5%. Essas estimativas refletem “altas maiores do que as esperadas no volume de exportações e importações de bens e serviços”.

Próximo ano
Para 2023, a projeção de crescimento foi influenciada pela “manutenção da perspectiva de arrefecimento na demanda interna e nos componentes mais cíclicos da oferta”.

O relatório diz ainda que “discussões sobre o orçamento de 2023 apontam para maior expansão dos gastos primários [gastos relacionados aos serviços públicos, sem considerar pagamento de empréstimos] do que a prevista na legislação atual, em especial os associados a transferências às famílias [como o Bolsa Família]”.

O BC acrescenta que o aumento de gastos do governo podem ajudar a sustentar a demanda por bens e serviços, principalmente no curto prazo. Por outro lado, “estímulos fiscais adicionais, especialmente se impactarem a percepção de sustentabilidade da dívida pública, podem prejudicar as condições financeiras e o crescimento econômico”. “Portanto, o resultado final depende da combinação da magnitude da expansão fiscal no curto prazo e da formulação exata do novo arcabouço fiscal”.

Oferta e demanda
Pelo lado da oferta, a manutenção da projeção central para a variação do PIB em 2023 refletiu recuos nas previsões para agropecuária e indústria, de, respectivamente, 7,5% e 0,4% para 7% e estabilidade, e elevação na previsão para serviços, de 0,6% para 0,9%.

No âmbito da demanda interna, as projeções para o consumo das famílias, consumo do governo e FBCF foram elevadas de, respectivamente, 0,7%, 1,0% e -0,5% para 1,2%, 1,1% e 0,3%.

As estimativas para as variações das exportações e importações ficaram praticamente inalteradas, passando, respectivamente, de 3% para 2,8% e de 0,5% para 0,7%.

*Bahia.ba


Empresas perdem R$ 652 bilhões em valor de mercado desde as eleições

As empresas brasileiras listadas na bolsa de valores tiveram uma desvalorização de R$ 651,9 bilhões desde o resultado das eleições presidenciais, no fim de outubro, segundo estudo realizado pela Economatica, plataforma de informações sobre o mercado financeiro.

Já os dados compilados pelo portal de gerenciamento de investimentos TradeMap mostram que, em 28 de outubro, última sexta-feira antes do segundo turno, todas as companhias nacionais com ações na B3 valiam, juntas, R$ 4,413 trilhões. A soma caiu para R$ 3,841 trilhões no fechamento da última terça-feira (13), uma desvalorização total de R$ 571,86 bilhões.

Entre 21 de outubro e 13 de dezembro, as empresas listadas na bolsa de São Paulo perderam R$ 730,84 bilhões em valor de mercado. Uma semana antes do dia 28 de outubro, as ações da Petrobras atingiram o valor mais alto de sua história, e a estatal, que é a maior empresa brasileira, chegou a valer R$ 520,60 bilhões. No mesmo dia, o Ibovespa encerrou o pregão em 119.933 pontos.

Na última terça, o principal índice da bolsa brasileira chegou a zerar todos os ganhos, mas fechou no positivo, em 0,5% em reais, e quase 8% em dólares, com volatilidade na curva de juros. Fechou o dia em 103.671 pontos, uma queda de 13,5%, enquanto o valor de mercado da petrolífera caiu para R$ 331,05 bilhões.

A forte queda da bolsa brasileira no início desta semana é, segundo Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico, “ainda uma resposta aos anúncios dos nomes para os ministérios do presidente eleito, ocorridos na sexta-feira, e a sinalizações sobre outros participantes do governo na manhã de segunda”.

Entre 28 de outubro e a última terça, as perdas da Petrobras foram de R$ 117,69 bilhões, e desde o fechamento de 31 de outubro, o dia seguinte ao segundo turno, o valor de mercado da caiu R$ 83,4 bilhões. Outra estatal, a Eletrobras, também apresentou queda no período, de R$ 18,4 bilhões.

Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, diz que o Ibovespa já começou a semana com a desvalorização de praticamente todas as ações que o compõem, “com o mercado precificando risco fiscal, o que estressa a curva de juros, favorece a alta do dólar e penaliza os ativos de risco”, analisa.

“Entre as principais blue chips, a Petrobras puxa a fila das perdas junto com Banco do Brasil, que recuam com maior intensidade e pesam no Ibovespa. Vale ressaltar que a desvalorização das ações da Petrobras foi na direção contrária à alta do preço do Petróleo, o que reforça o momento de aversão ao risco em meio a ruídos políticos, mesmo com o valuation atrativo da estatal”, afirma De Checchi.

Na quarta-feira (14), apesar de o Índice Bovespa ter iniciado a sessão “na contramão do mercado externo, com forte pressão vendedora, recuperou-se durante o dia”, diz o analista. Ele também informa que a desvalorização das ações da Petrobras continou forte no pregão do dia, puxando a fila das perdas no Ibovespa, enquanto as bancos privados, Vale e B3 se valorizaram, ajudando na boa recuperação do índice, que sinaliza para algum repique ao longo dessa semana.

Considerando apenas as 16 empresas sob o controledo governo brasileiro listadas na bolsa, a soma de seu valor era R$ 887,54 bilhões em 21 de outubro, e R$ 798,43 bilhões uma semana depois, no dia 28 de outubro. Em 13 de dezembro, o total havia passado para R$ 636,93 bilhões, segundo cálculo realizado pelo TradeMap, indicando perdas de R$ 250,60 bilhões entre 21 de outubro e 13 de dezembro e de R$ 161,50 bilhões se for considerado o dia 28/10 como data de início do período.

A Vale, privatizada em 1997, ganhou R$ 86,4 bilhões em valor de mercado, entre 31 de outubro e 13 de dezembro, segundo a Economatica. No setor privado, também chama a atenção o baixo desempenho das ações do Bradesco e do Itaú, companhias que perderam R$ 56,3 bilhões e R$ 61,3 bilhões, respectivamente.

Para André Meirelles, economista da InvestSmart XP, os números refletem a incerteza do mercado financeiro em relação às políticas econômicas que serão adotadas pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de certodescontentamento com as nomeações de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda e de Aloizio Mercadante para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Com informações de R7


As apostas podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília

Bilhetes de aposta da mega-sena
Doto: Marcello Casal Jr

A Mega-Sena sorteia nesta quarta-feira (14) um prêmio acumulado e estimado em R$ 135 milhões.

As seis dezenas do concurso 2.548 serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, na cidade de São Paulo, com transmissão ao vivo pelas redes sociais das Loterias Caixa, no Facebook e no YouTube.

De acordo com a Caixa, caso apenas um apostador acerte o prêmio principal e aplique todo o valor na poupança, receberá R$ 828,7 mil de rendimento no primeiro mês.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O valor da aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50. 
Informações Agência Brasil


O Ibovespa perdeu força e começou a acelerar queda na tarde desta terça-feira (13), assim como o dólar passou a subir, após a nomeação de Aloizio Mercadante para chefiar BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, também disse nesta terça que as privatizações no país vão acabar.

Às 16h26 (de Brasília), o Ibovespa caía 1,35%, a 103.919,49 pontos, após subir até 1,3% mais cedo com suporte do cenário externo. No mercado de câmbio, a moeda norte-americana à vista fechou com variação negativa de 0,04%, a R$ 5,3098 na venda, bem distante do menor patamar do dia, quando chegou a recuar 1,31%, a R$ 5,2427.
Pouco antes da confirmação de Mercadante, a moeda norte-americana estava sendo negociada em baixa de cerca de 0,55%, em linha com movimento internacional de apetite por risco na esteira de dados de inflação norte-americanos mais fracos que o esperado.

Segundo participantes do mercado, a nomeação de Mercadante para ocupar o comando de alguma estatal sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com expansão do gasto público para impulsionar o crescimento, o que derrubava o Ibovespa.

Na véspera, notícias que cotavam o petista Mercadante para chefiar BNDES ou Petrobras, e potenciais alterações do novo governo na Lei das Estatais pesaram negativamente na bolsa. O Ibovespa caiu 2,02%, para o menor patamar em 4 meses, à medida que essas notícias reiteraram no mercado a perspectiva de uma política econômica mais voltada aos gastos públicos e potencialmente intervencionista nas estatais.
Nesta tarde, o ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Haddad, confirmou que o economista Gabriel Galípolo será seu secretário-executivo.

Além disso, o Banco Central disse na ata da última reunião do Copom que o impacto sobre a inflação de “estímulos fiscais significativos” tende a ser maior que os efeitos almejados para a atividade econômica.

A posição reitera alertas feitos recentemente pelo BC em meio à tramitação no Congresso da PEC da Transição, que abre espaço no teto de gastos para o Bolsa Família.

Os agentes financeiros também monitoravam o noticiário envolvendo um episódio da véspera, quando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília. O movimento ocorreu na sequência da prisão pela PF de um líder indígena ligado ao grupo bolsonarista.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o fato de o Ibovespa estar andando atrás dos índices de Nova York na sessão “tem mais a ver com o riscos na economia e na política do que o que aconteceu nas ruas ontem. A escolha da equipe do Lula é o cerne da preocupação do mercado agora”, disse.

Petrobras destoava da alta de cerca de 3% do petróleo no exterior e das ações de outras petrolíferas e tinha variação negativa de 0,25%, após analistas do Bradesco BBI rebaixarem recomendação da ação para “neutra” por receios com a estratégia do novo governo para empresa e estatais em geral.

Vale avançava 1,15%, 86,83 a reais, mesmo com queda no minério de ferro na Ásia na sessão e após a ação ceder 3% na véspera.

*R7

1 48 49 50 51 52 130