Um acordo fechado entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e as operadoras de planos de saúde, anunciado na terça-feira (27/5), resultou, daqui para frente, na suspensão dos cancelamentos unilaterais de contratos de planos coletivos por adesão. Não fosse o trato, disse uma fonte do setor ao Metrópoles, os cortes continuariam. Agora, as empresas aguardam que os parlamentares iniciem um debate não só sobre o tema, mas que avance sobre a definição de um novo marco legal para o segmento.
Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mostram que o total de queixas de consumidores contra o cancelamento de planos de saúde chegou a 5.888 entre janeiro e abril deste ano, o que representou um crescimento de 30,9% em relação ao mesmo período no ano passado. Em 2023, eles somaram 15.279 e, em 2022, foram 11.096.
Os cortes tinham como alvo os planos coletivos por adesão, feitos por pessoas jurídicas de classes ou setores, como sindicatos e associações profissionais. Eles foram encerrados por um motivo simples – davam prejuízo. As empresas, porém, alegam que não houve seleção por tipos de doenças nessas interrupções.
Com o acordo, as operadoras deixam de fazer novos cancelamentos daqui para frente e reintegram as pessoas recentemente desligadas que estavam internadas, em tratamento médico grave ou são portadoras de diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA). Aliás, dizem as empresas, os custos do setor com TEA já superam a soma das despesas com pacientes com câncer e os cardíacos.
Agora, o que se espera é que os deputados ouçam as companhias, além de outras entidades envolvidos na questão, como a ANS e órgãos de defesa do consumidor, para estabelecer uma maneira de aperfeiçoar a legislação sobre o tema. Os planos de saúde, entretanto, consideram que o segmento precisa de uma nova base legal. Dizem que a atual legislação, de 1998, está ultrapassada. Essas mudanças incluiriam pontos como a possibilidade da segmentação de produtos e novas regras que diminuam a judicialização dos contratos.
A respeito da judicialização, a expectativa das operadoras é que sejam definidas regras que garantam a primazia dos contratos. Isso, em grande medida, por causa dos custos elevados com as novas terapias gênicas, cuja tecnologia está baseada em modificações no material genético de células.
O acordo firmado entre Lira e as empresas, no entanto, é verbal e já provocou desentendimentos. Eles ocorreram, por exemplo, em relação à Amil. A empresa tem perto de 70 mil contratos de planos coletivos por adesão e 35 mil deles seriam cancelados a partir deste sábado (1º/6).
Desses 35 mil, cerca de 5 mil cancelamentos foram revistos, porque incluem pacientes internados, em tratamento grave ou com diagnóstico de TEA. Na semana passada, a Justiça do Distrito Federalconcedeu uma liminar que proíbe os planos de saúde de excluírem pacientes autistas do serviço.
Os outros 30 mil cortes do lote inicial, contudo, serão mantidos e valem a partir de junho. O compromisso firmado com Lira seria o de não extinguir contratos dos 35 mil planos coletivos por adesão que ainda permanecem na carteira da empresa.
Nas últimas semanas, o cancelamento unilateral de planos de saúde também teve forte repercussão negativa. Diversos casos divulgados pela mídia mostraram pacientes com autismo, câncer e paralisia cerebral que ficariam sem o serviço. As empresas também passaram a ser pressionadas pelo Ministério da Justiça e por políticos com a criação (ou possível criação) de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso Nacional e em Assembleias Legislativas para investigar o assunto.
Informações Metrópoles
Artistas, intelectuais e advogados se reuniram em carta conjunta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo que ele corte relações diplomáticas e comerciais com Israel fdevido à “carnificina insuportável” na Faixa de Gaza. O texto é assinado por 44 personalidades, incluindo os cantores Chico Buarque, Gilberto Gil e Emicida, os atores José de Abreu e Wagner Moura, e o político José Dirceu (PT).
A missiva inicia elogiando o “comportamento sempre firme e coerente” de Lula em “solidariedade ao povo palestino”. Entretanto, os signatários defendem que o governo Netanyahu “obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas”.
– Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se juntar às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino – assinalam.
A carta aberta conclui dizendo que uma medida como essa tomada sob a liderança da “envergadura” de Lula serviria de exemplo a outros governos.
Assinam o documento Amanda Harumy, Anita Leocadia Prestes, Antônio Carlos de Almeida Castro, Arlene Clemesha, Berenice Bento, Breno Altman, Bruno Huberman, Carol Proner, Cézar Brito, Chico Buarque, Eleonora Menicucci de Oliveira, Emicida, Eugênio Aragão, Francirosy Campos Barbosa, Gilberto Gil, Heloísa Vilela, Jamal Suleiman, Jessé Souza, João Pedro Stédile, Jones Manoel, José de Abreu eJosé Dirceu.
Também aderiram à carta José Genoíno, Juliana Neuenschwander, Juarez Tavares, Kenarik Boujikian, Larissa Ramina, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Luiz Carlos da Rocha, Manoel Caetano Ferreira Filho, Manuella Mirella, Margarida Lacombe, Marly Vianna, Milton Hatoum, Nathalia Urban, Ney Strozake, Paulo Borba Casella, Paulo Nogueira Batista Jr., Paulo Sérgio Pinheiro, Paulo Vannuchi, Pedro Serrano, Reginaldo Nasser, Salem Nasser, Ualid Rabah e Wagner Moura.
A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO ESTÁ DISPONÍVEL ABAIXO:
Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino
Estimado presidente Lula,
Antes de mais nada, queremos saudá-lo por seu comportamento sempre firme e coerente em solidariedade ao povo palestino, denunciando reiteradamente o genocídio do qual é vítima, especialmente suas mulheres e crianças.
O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais. Graças ao seu governo, somos uma das nações que reconhecem, no âmbito das Nações Unidas, a soberania e a independência da Palestina.
No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões.
O governo Netanyahu viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça, colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU.
Recentes ataques contra um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária.
Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se juntar às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino.
Essas medidas, adotadas por nosso país e sob uma liderança de sua envergadura, certamente serviriam de exemplo a outros governos e constituiriam uma imensa contribuição para que se encerre essa carnificina insuportável.
*Pleno.News
Foto: Ricardo Stuckert / PR
foto: Reprodução
Câmeras de segurança registraram a execução do empresário e pré-candidato a vereador Edgar dos Reis (Avante), conhecido como Edgar do Fort, de 43 anos, na noite de sexta-feira (24/5) no Guarujá, litoral de São Paulo.
Nas imagens, é possível ver um carro modelo Peugeot branco estacionando na esquina das ruas 1º de Junho e Caraguatatuba, no bairro Sítio Paecara. Dois homens saem do veículo e começam a atirar contra o prédio onde Edgar estava. Em seguida, um terceiro homem sai do carro e se junta aos atiradores. Após vários disparos, os três retornam ao veículo e fogem.
De acordo com a namorada de Edgar, ele estava em um escritório em frente à sua casa de eventos quando foi atingido. Socorrido pelo Samu, Edgar foi levado ao Hospital Santo Amaro, mas não resistiu. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o Peugeot branco foi encontrado incendiado na rua Iguapé, no bairro Vila Áurea.
O assassinato de Edgar ocorreu perto do local onde o jornalista Thiago Rodrigues foi assassinado em dezembro de 2023. Thiago foi baleado por um ciclista enquanto estava em um evento na casa de shows de Edgar. Um dos suspeitos do assassinato do jornalista é Cristiano Lopes Costa, conhecido como Meia Folha, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Guarujá.
Informações TBN
O único senador do PT que votou a favor da derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no projeto de lei sobre à “saidinha” temporária de presos, Fabiano Contarato (ES), disse que não apoiou a decisão do petista, porque “não acha razoável” a quantidade de benefícios já existentes aos presidiários.
Segundo ele, os benefícios passam “a certeza de impunidade” para famílias de vítimas por homicídio. Nesta terça-feira (28), o Congresso Nacional rechaçou o corte do chefe do Executivo ao texto, que buscou abrir uma brecha para permitir permissão de visita de presos aos parentes.
Ao Estadão, Contarato afirmou que a quantidade de benefícios existentes na Lei de Execução Penal e no Código Penal “não é razoável”.
– Passa para as famílias das vítimas de qualquer crime não a sensação, mas a certeza de impunidade. Por isso que votei pela derrubada do veto. Vamos considerar que uma pessoa, então, foi condenada a nove anos. Com um sexto ela já sai para o regime aberto. A cada três dias que trabalha ela ganha um, por remição da pena de trabalho, e com um terço da pena hoje ela já sai de vez do livramento condicional – disse Contarato.
E completou:
– A pessoa já tem inúmeros benefícios, tanto no Código Penal quanto na Lei de Execução Penal, e com a saída temporária de forma indiscriminada, 35 dias em cinco vezes por ano. Como explica isso para uma mãe cujo filho foi morto por disparo de arma de fogo que o culpado vai ficar pouco mais de dois anos preso? Não é razoável.
Por 314 votos pela queda, 126 pela manutenção e duas abstenções, os deputados preferiram retomar o texto original aprovado na Casa. No Senado, 51 parlamentares acompanharam a posição da Câmara, 11 votaram em favor da “saidinha” e um senador se absteve.
Entre os deputados, 56 petistas apoiaram a manutenção do veto. Apenas uma deputada foi contra a decisão de Lula: Maria do Rosário (RS), histórica defensora das pautas que envolvem os direitos humanos. O Estadão procurou a parlamentar, mas não obteve retorno.
Delegado de polícia por 27 anos, Fabiano Contarato foi eleito senador pelo Espírito Santo em 2018, pela Rede Sustentabilidade. Em dezembro de 2021, ele deixou o partido pelo qual venceu o pleito e ingressou no PT. Entre 2022 e 2023, ele foi líder da sigla de Lula no Senado.
*AE
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (28/5), a suspensão dos trechos do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a regulamentação de posse e colecionismo de armas e clubes de tiro. O projeto também autoriza a instalação de clubes de tiro a uma distância inferior a 1 km de escolas públicas ou privadas.
Poderão ser colecionadas armas automáticas de qualquer calibre, longas semiautomáticas de uso restrito, bem como armamentos do mesmo tipo, marca, modelo e calibre utilizados pelas Forças Armadas – eram proibidos no decreto. O projeto ainda passará pelo Senado.
A sessão se aproximava do fim quando a proposta foi incluída como item extra devido a uma articulação entre deputados e governo, não estando na pauta original.
A atividade de colecionamento não estará mais restrita a pessoa jurídica qualificada como museu, segundo a nota. Foi retirada, do texto, a definição do rol sobre armas de pressão por gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis milímetros.
Projeto também suspende critérios para progressão de nível e concessão de registro para Colecionadores de Armas, Atiradores e Caçadores (CACs). A relatora da sessão foi a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).
Certificado de Registro
A relatora do projeto, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), propôs a exclusão do artigo que exigia que os atiradores comprovassem, a cada 12 meses, a participação em treinamentos ou competições em clube de tiro para a concessão do Certificado de Registro.
“Tal exigência é socialmente inviável, especialmente para atiradores amadores que têm outras ocupações. A imposição de participar de inúmeros eventos com inúmeras armas ao mesmo tempo contraria os princípios da segurança pública e da promoção do desporto”, destacou a parlamentar.
Informações Metrópoles
Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que novas diretrizes afetam a avaliação e a regulação dos cursos.
Na imagem, lançamento do curso de licenciatura intercultural indígena, em Caruaru, em 2022 — Foto: José Urbano/Divulgação
O Ministério da Educação (MEC) homologou nesta segunda-feira (27) as novas diretrizes curriculares nacionais para cursos de formação de professores. A principal mudança é que o ensino à distância (EAD) só poderá ocupar até 50% da carga horária. Com isso, as faculdades devem oferecer ao menos metade do curso no modo presencial.
O debate sobre o tema era acompanhado com interesse pelos especialistas no setor diante do aumento da oferta de cursos de pedagogia por universidades com notas baixas nas avaliações do MEC e do crescimento expressivo de cursos de licenciatura EAD. No caso dos futuros professores, as matrículas na modalidade EAD representam quase 40% do total no país.
A decisão, publicada no Diário Oficial da União (DOU), é válida para:
As novas diretrizes foram sugeridas em um parecer do Conselho Nacional da Educação (CNE) e definem quanto da carga horária pode ser EAD e qual a estrutura curricular dos cursos, entre outros detalhes.
As principais mudanças são:
Apesar de ser uma resolução importante, de acordo com entidades do setor da educação, o documento tem pouco impacto efetivo. Isso acontece porque as diretrizes curriculares têm papel de orientar e nortear mudanças nos currículos, e impactam mecanismos de avaliação e regulação dos cursos, como o Enade, mas não têm o poder de impor uma mudança prática imediata.
Para Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas da ONG Todos Pela Educação, as novas diretrizes vão funcionar como um guia importante para mudanças necessárias na regulamentação de cursos de formação de professores.
Segundo ele, essa sinalização é muito importante e promove uma articulação entre teoria e prática na formação dos profissionais. No entanto, não é o suficiente.
Esse documento sozinho não vai resolver, essa não é uma normativa que resolve todos os problemas da formação dos professores no Brasil, é só um ponto importante para nortear os próximos avanços necessários.
— Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas da Todos Pela Educação
Segundo o especialista, para que as mudanças ocorram de fato, seriam necessários um programa de apoio do MEC às instituições de ensino superior para a promoção de cursos de maior qualidade, e uma iniciativa para especificar a forma com que o MEC vai avaliar a qualidade destes cursos.
Ainda assim, Elizabeth Guedes, que preside a Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), considera que as novas diretrizes representam o avanço e a melhoria do ensino da formação inicial de professores.
“[A mudança nas diretrizes] representa o que foi o consenso em torno da necessidade de se melhorar a oferta desses cursos. E parte importante disso foi o reconhecimento de que, para formar um profissional que vai ser um bom professor dentro da sala de aula, é preciso que esse profissional esteja antes posição de aluno na sala”, avalia.
O g1 procurou a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) para saber do posicionamento da entidade diante da resolução do MEC, mas não teve retorno até o fechamento do texto.
De 2002 a 2022, o índice de professores que se formaram em cursos de licenciatura à distância, em faculdades particulares, saltou de 28,2% para 60,2%. Mesmo com o avanço do EAD no país, o desempenho dos alunos na modalidade era inferior aos da modalidade presencial. Os dados são de um levantamento da Todos Pela Educação divulgado em outubro passado.
Mesmo apoiando a decisão de limitar a 50% a carga horária EAD de cursos para formar professores, Gabriel Corrêa defende que o problema não é a modalidade em si.
“Também existem cursos presenciais que deixam a desejar. O grande problema são as instituições que dependem do EAD em sua forma de ser, que oferecem uma formação muitas vezes deficiente, e que não garante ao aluno o mínimo em sua preparação para se tornar professor”, explica Gabriel.
O especialista acredita que a melhor maneira de garantir um resultado melhor dos cursos de formação inicial de professores é definir ferramentas específicas para mensurar a qualidade dos cursos e da formação dos profissionais.
Elizabeth Guedes, da ANUP, defende ponto de vista semelhante e cobra métricas específicas de avaliação da qualidade do ensino.
“Só vamos saber se essas mudanças propostas agora, e outras que podem vir mais para a frente, estão funcionando e melhorando o nível de formação inicial dos nossos professores, se tivermos métricas de avaliação específicas que considerem os cursos, instituições e conteúdos aplicados”, conclui.
Informações G1
O CFM (Conselho Federal de Medicina) vai recorrer ainda esta semana de uma decisão do STF que suspendeu uma resolução da entidade que impedia a realização de uma técnica preparatória do abortoem gestações com mais de 22 semanas, mesmo em caso de estupro — como prevê a lei.
Um dos argumentos do CFM é que a chamada assistolia fetal traz sofrimento ao feto. “Não é um procedimento simples e isento de sofrimento”, argumenta o Conselho em nota. “É injetada no coração do feto uma solução de cloreto de potássio e de lidocaína. Num ser já formado, essa substância agirá causando a sua morte.”
O conselho dirá que, com 22 semanas, o feto pode sobreviver fora do útero. “Toda pessoa tem direito de que se respeite sua vida desde o momento da concepção, não podendo ser privada da vida arbitrariamente”, diz o CFM.
A autarquia defende que a resolução só muda a vida para mulheres com gestação superior a 22 semanas. Nesse caso, o bebê seria encaminhado para adoção após o parto.
O conselho também dirá que sua resolução foi amparada em estudos científicos. Eles defenderão que o documento é amparado pela Constituição, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela a Convenção Americana de Direitos Humanos.
A assistolia fetal é indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade recomenda a técnica porque ela evita que o feto seja retirado do útero ainda com sinais vitais. A avaliação é que também previne desgaste emocional das pacientes e das equipes médicas.
Ainda falta consenso sobre o momento em que a vida começa, diz especialista. “Mas a gente só se preocupa com o feto e se esquece das meninas e mulheres que foram violentadas”, diz Daniela Pedroso, psicóloga com experiência em atender mulheres vítima de violência sexual.
Falta esclarecimento às mulheres. “Com educação, ninguém precisaria chegar às 22 semanas de gestação”, diz Pedroso. “A gente falha em mostrar a elas que é possível buscar ajuda imediata após violência. A gente também precisa de campanhas que ajudem a detecção precoce dessas gestações.”Continua após a publicidade
Negar o aborto previsto em lei também é violento. “É um ato de tortura, um sofrimento psicológico”, diz a especialista.
Elas chegam extremamente abaladas, com um sentimento de que interromper a gestação é a melhor dentre as piores opções. São pessoas com sentimentos difusos, como medo, vergonha e culpa.
Daniela Pedroso, psicóloga
Por que elas demoram pra chegar ao hospital? Imagina contar para a mãe que foi estuprada. Muitas vezes o crime acontece dentro de casa.
Daniela Pedroso, psicóloga
O CFM tem até o dia 31 para recorrer. Aprovado em abril pela autarquia, o documento que proíbe a assistolia fetal foi derrubado em 17 de maio por uma liminar do ministro Alexandre de Moraes.Continua após a publicidade
Os argumentos do CFM serão avaliados a partir da sexta-feira. É quando a decisão de Moraes começa a ser analisada pelos outros ministros do STF em sessão virtual. O TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região já havia se manifestado favorável à norma do CFM.
Moraes derrubou a resolução após a suspensão de duas médicas em São Paulo. As profissionais do Hospital Vila Nova Cachoeirinha foram punidas pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) por realizarem o método vetado pelo conselho federal.
Com a decisão, o ministro suspendeu a instauração de novos procedimentos administrativos como base a resolução do CFM.
Informações UOL
Em meio a um aumento da criminalidade nas ruas da Zona Norte do Rio de Janeiro, criminosos estão adotando um novo método de extorsão: cobrar taxas para permitir que motoristas de aplicativos circulem pela região. A TV Globo revelou detalhes desse esquema no domingo, dia 26.
Segundo a reportagem, os bandidos exigem o pagamento de uma quantia e, como prova de que o motorista efetuou a transação, solicitam que um adesivo seja colado no veículo. Somente após esse procedimento, os condutores podem operar nas ruas da região sem enfrentar retaliações.
Estima-se que cerca de 300 motoristas estejam sendo vítimas dessas extorsões atualmente, resultando em uma arrecadação mensal de aproximadamente R$ 60 mil para os criminosos.
O caso mais recente foi documentado pela Polícia Civil na última sexta-feira, dia 25. Um motorista relatou ter sido abordado por traficantes, que o questionaram sobre autorização para circular no bairro. Diante da negativa, ele e outros colegas foram conduzidos a uma comunidade e ameaçados. Para serem liberados, tiveram que pagar R$ 200 aos criminosos. Essa prática persiste há pelo menos um ano, conforme relataram as vítimas.
“Os caras me pararam aqui, me levaram pro morro. Vai ter que pagar aí pra rodar na Ilha mesmo. Não vai ter jeito não. Os caras vão botar fiscais como se fosse a van”, declarou o motorista à emissora.
Além dos adesivos, outra forma de verificação utilizada pelos criminosos é a inclusão dos motoristas em grupos de WhatsApp criados por eles.
“Tem que pagar R$ 45 e já está liberado para rodar no morro, para rodar na Ilha (do Governador). Vai entrar num grupo que eles fizeram lá que já até me botaram. Se for parado por alguém, é só mostrar o grupo”, detalhou o motorista.
Informações TBN
Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, revelou que tatuagens podem estar relacionadas ao aumento do risco de linfoma, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Embora essa descoberta seja significativa, a equipe científica ressalta que são necessárias mais investigações para compreender completamente essa possível associação.
O estudo abrangeu um total de 11.905 pessoas. Dentre elas, 2.938 indivíduos foram diagnosticados com linfoma entre as idades de 20 e 60 anos. No grupo de pacientes com linfoma, 21% haviam sido tatuados (um total de 289 indivíduos), enquanto no grupo controle, composto por 4.193 participantes, 18% tinham tatuagens, mas não apresentavam diagnóstico de linfoma (735 indivíduos).
Após ajustar para outros fatores relevantes, como tabagismo e idade, os pesquisadores constataram que o risco de desenvolver linfoma era 21% maior entre aqueles que possuíam tatuagens. É importante ressaltar que o linfoma é uma doença rara, e esses resultados se aplicam especificamente a esse grupo estudado. No entanto, a pesquisa ainda está em andamento, e os achados precisam ser confirmados e investigados mais detalhadamente.
Uma hipótese inicial do grupo de pesquisa liderado por Christel Nielsen era que o tamanho da tatuagem poderia influenciar o risco de linfoma. Eles especularam que tatuagens de corpo inteiro poderiam estar mais associadas ao câncer do que tatuagens menores, como uma simples borboleta no ombro. Surpreendentemente, a área total do corpo tatuada não demonstrou impacto significativo.
“Ainda não compreendemos completamente por que isso ocorre. Acreditamos que qualquer tatuagem, independentemente do tamanho, pode desencadear uma inflamação de baixo grau no corpo, que, por sua vez, pode estar relacionada ao desenvolvimento do câncer. O quadro é mais complexo do que inicialmente imaginávamos”, explica a pesquisadora.
Considerando que muitas pessoas fazem sua primeira tatuagem ainda jovens, ficando expostas à tinta por grande parte de suas vidas, a pesquisa apenas arranha a superfície dos efeitos a longo prazo das tatuagens na saúde.
O próximo passo para o grupo de pesquisa é analisar se existem associações entre tatuagens e outros tipos de câncer. Além disso, eles planejam investigar possíveis ligações com outras doenças inflamatórias.
Em conclusão, embora as pessoas continuem a expressar sua identidade por meio de tatuagens, é crucial que a sociedade assegure sua segurança. Para os indivíduos, é importante estar ciente de que tatuagens podem afetar a saúde e procurar orientação médica se surgirem sintomas relacionados às tatuagens.
*Terra Brasil Notícias
De acordo com uma reportagem publicada pelo portal UOL, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem intensificado os pedidos de investigação à Polícia Federal (PF) contra críticos e opositores políticos. Desde o início do terceiro mandato do presidente, houve um significativo aumento dessas ações. Entre janeiro de 2023 e abril de 2024, o Ministério da Justiça fez 159 solicitações de abertura de inquérito, resultando em uma média de 9,9 por mês. Em contraste, entre 2019 e 2022, foram registrados apenas 44 pedidos, com uma média de 0,9 por mês.
A maior parte dos pedidos ocorreu durante a gestão de Flávio Dino, que chefiou o Ministério da Justiça de janeiro de 2023 até janeiro de 2024, antes de sua nomeação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Durante esse período, foram feitos 135 dos 159 pedidos totais. Desde fevereiro, sob a liderança de Ricardo Lewandowski, foram encaminhadas 24 solicitações.
As investigações de crimes contra a honra representam a maioria dos pedidos. Do total de 159 solicitações, 91 envolvem suspeitas de crimes contra a honra relacionados ao primeiro escalão do governo. Especificamente, 65 desses pedidos estão relacionados ao presidente Lula e à primeira-dama Janja da Silva, superando todas as solicitações feitas durante o governo Bolsonaro.
Embora a maior parte dos pedidos tenha sido feita durante a gestão de Dino, a média mensal de solicitações para investigar crimes contra Lula e Janja aumentou sob Lewandowski. Ele registrou 18 pedidos em três meses, resultando em uma média de seis por mês.
O crescente número de pedidos, particularmente sob a gestão Dino, tem levantado preocupações sobre a possível politização da Polícia Federal. A natureza dos pedidos, muitas vezes relacionados a crimes de calúnia e difamação, como no caso de um parlamentar que chamou Lula de “ex-presidiário, ladrão e corrupto”, tem alimentado os questionamentos.
Os pedidos de investigação desencadearam reações de políticos da oposição, que acusam o governo de “abuso de autoridade”. Um exemplo recente é o pedido de Paulo Pimenta, então ministro da Secom, para investigar fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, incluindo um post do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O Partido Novo chegou a apresentar uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Pimenta e Lewandowski por suposto abuso de autoridade, mas o procurador-geral, Paulo Gonet, não identificou crime e arquivou o pedido.
*Terra Brasil Notícias
Foto: Ricardo Stuckert/PR