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O mês de outubro, tradicionalmente associado ao combate e prevenção do câncer de mama, também é dedicado a uma causa igualmente importante: a conscientização sobre a sífilis e a sífilis congênita através da campanha Outubro Verde. Esta Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada pela bactéria Treponema pallidum, destaca a necessidade de maior compreensão e prevenção.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), 2023 registrou um incremento significativo de casos de sífilis adquirida, com 3.913 notificações. Este número indica uma média preocupante de 10 diagnósticos diários na capital do Brasil. Além disso, foram relatados 1.135 casos em gestantes e 302 de sífilis congênita, com 7 destes casos resultando em óbitos infantis no ano passado. Estes dados refletem um aumento alarmante de 61% nas notificações em relação a 2022.
A sífilis, apesar de curável e de tratamento acessível com penicilina benzatina, continua a proliferar. Isso se deve, em parte, ao diagnóstico tardio e à natureza frequentemente assintomática da doença. O uso de preservativos, testagens regulares e acompanhamento pré-natal são medidas fundamentais na prevenção. A Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis destaca que, para interromper a cadeia de transmissão, é crucial aumentar o número de diagnósticos.
O perfil dos diagnosticados em 2023 predominantemente inclui pessoas com ensino médio, entre 19 e 39 anos, majoritariamente homens, refletindo o impacto das dinâmicas sociais contemporâneas e o uso de aplicativos de encontros. A técnica da SES-DF, Daniela Magalhães, destaca que muitos casos permanecem não diagnosticados, especialmente entre jovens sexualmente ativos.
A transmissão vertical de mãe para filho é evitável, mas requer detecção precoce. A testagem em gestantes deve ocorrer nos primeiros e últimos trimestres da gestação, assim como durante o parto ou após eventos de risco. A SES-DF registrou 1.135 casos da doença em gestantes, refletindo um aumento de 50% em quatro anos. Este cenário evidencia uma lacuna na prevenção entre mulheres fora do contexto gestacional, que muitas vezes só têm acesso ao diagnóstico ao iniciar o pré-natal.
O tempo médio de resultado para testes rápidos de sífilis é de 30 minutos, e o procedimento está disponível em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento. Diagnósticos rápidos são essenciais para reduzir complicações tanto em adultos quanto em recém-nascidos.
Informações TBN