Uma ex-enfermeira de Michael Schumacher, heptacampeão de Fórmula 1, foi incluída na investigação sobre uma suposta extorsão à família do ex-piloto.
A profissional, de acordo com o Daily Mail, teria trabalhado com Schumacher depois do acidente de esqui sofrido por ele em 2013. Ela se tornou suspeita de ter facilitado o acesso a informações médicas sigilosas.
O esquema criminoso teria sido liderado por Markus Fritsche, ex-segurança de Schumacher. Há ainda a suspeita de envolvimento de Yilmaz Tozturkan, amigo de Fritsche, e do filho deste, Daniel Lins, especialista em TI.
Os três são acusados de roubo de 1,5 mil fotos, 200 vídeos e documentos médicos privados de Schumacher, que estavam armazenados em dois dispositivos USB.
Esses materiais foram usados para extorquir a família do piloto em troca de silêncio, com um pedido de 12 milhões de libras (cerca de R$ 78 milhões), segundo o jornal.
Por oito anos, Fritsche teve acesso exclusivo aos aspectos mais íntimos dos procedimentos médicos relacionados ao heptacampeão.
Além dos dados médicos, o material coletado incluía imagens e vídeos pessoais de Schumacher.
A ex-enfermeira de Schumacher, agora implicada, é vista como uma peça-chave, pois sua possível participação no acesso aos dados médicos pode agravar as acusações contra ela.
As audiências estão marcadas para janeiro, quando será decidido se há elementos suficientes para continuar o processo judicial. Fritsche e seus cúmplices aguardam julgamento, com Tozturkan já em custódia, em Wuppertal, na Alemanha. Os outros dois estão em liberdade condicional.
Markus Fritsche optou por não se manifestar diretamente no tribunal. Os outros dois envolvidos deram depoimentos. Apenas o advogado de Fritsche, Harald Benninghoven, leu uma declaração em defesa do cliente, na qual negou qualquer envolvimento em extorsão.
“Meu cliente e Tozturkan têm uma relação de amizade, fazem negócios juntos e trabalharam em um clube noturno”, relatou o defensor.
“Fritsche foi contratado pela família Schumacher em 2012 e seu contrato terminou em 2020. Em janeiro de 2021, ele foi solicitado a deixar o apartamento fornecido pela família.”
“Durante seu tempo com a família Schumacher, ele também foi incumbido de digitalizar algumas fotografias para Corinna. Ele fez isso e as armazenou em um disco rígido azul.”
“Quando retornou ao seu apartamento em um determinado dia, encontrou tudo empacotado e presumiu que a família Schumacher havia organizado isso e ficado com as fotos. Em nenhum momento foi solicitado que ele entregasse ou falasse sobre as imagens.”
Fritsche e Lins, segundo o jornal chegaram ao tribunal a pé. Fritsche sorria e conversava com seu advogado, enquanto carregava uma mochila. Michaela, mãe de Lins, também compareceu, ao lado de outros familiares.
Por exigência da família Schumacher, algumas partes do julgamento foram realizadas em sessão privada, como revelou Mail.
Corinna Schumacher, mulher do ex-piloto, tem atuado em defesa da privacidade e saúde de seu marido desde o trágico acidente. Ela solicitou aos advogados que tomassem essa medida antes do início do julgamento.
Informações Revista Oeste