ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Feira de Santana

Em dois dias, 350 mulheres foram cadastradas para cirurgia bariátrica

A obesidade é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo Feira de...
Read More
Bahia

Chuva em Salvador triplica média mensal e marca novembro mais chuvoso desde 1961

Foto: Stephanie Suerdieck/Metropress A chuva intensa em Salvador fez com que o acumulado de novembro superasse 319 mm, quase três...
Read More
Feira de Santana

Curso de orientação profissional prepara jovens para o mercado e já garante contratações

Foto: Valto Novaes Jovens entre 14 e 24 anos participaram, nesta quarta-feira (27), da segunda etapa do curso gratuito de...
Read More
Outros

PEC que proíbe militar da ativa na política terá relatoria do PL

Nome do deputado Paulo Bilynskyj foi indicado pela presidente da CCJ, Caroline de Toni Paulo Bilynskyj Foto: Mario Agra / Câmara...
Read More
Famosos

Angelina Jolie vence batalha judicial contra Brad Pitt sobre abusos alegados

A decisão judicial também abriu a possibilidade de revelação de novos detalhes sobre os supostos abusos sofridos por Jolie durante...
Read More
Economia

Com maior cotação da história, dólar fecha a R$ 5,91

A expectativa de isenção de Imposto de Renda e o pacote fiscal do governo Lula elevaram a moeda norte-americana O...
Read More
Brasil Economia

Haddad anuncia isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

Ministro afirma que haverá aumento de imposto para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês O ministro da...
Read More
Feira de Santana

Zé Neto propõe criação de grupo para discutir melhoria de condições sociais e estruturais do Minha Casa Minha Vida, em Feira

Em evento proposto pela Caixa na última sexta-feira (22), o deputado federal Zé Neto (PT) propôs, para discutir estratégias de...
Read More
Política

Bolsonaro teria 37,6% contra 33,6% de Lula se eleição fosse hoje

Dados do Paraná Pesquisas mostram ex-presidente, que está inelegível, numericamente à frente do petista para a disputa do Planalto em...
Read More
Artigo

Artigo: Consciência Negra

Stoodi/Reprodução Por Frei Jorge Rocha: Concordo plenamente, contudo, enquanto a consciência humana não seja a ordem do dia, precisamos, sim,...
Read More
{"dots":"false","arrows":"true","autoplay":"true","autoplay_interval":3000,"speed":600,"loop":"true","design":"design-2"}

O STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou hoje (21), por nove votos a dois, o marco temporal para demarcação de terras indígenas.

A tese do julgamento (o entendimento da Corte sobre o tema), porém, deve ser firmada na próxima quarta-feira (27) uma vez que ainda há divergências nos pontos sobre indenizações a proprietários de terra que ocuparam as áreas de boa-fé.

O que aconteceu

Os ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia seguiram a ala contrária ao marco temporal, já composta pelo relator, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli, que votou ontem. Para eles, a proteção dos direitos indígenas sobre as terras independe de um marco temporal.

Primeiro a votar, Fux afirmou que as terras indígenas devem ter a proteção do Estado, mesmo que ainda não tenham sido demarcadas. Cármen Lúcia afirmou que o Supremo discute um tema que envolve a “dignidade de um povo”.

As áreas ocupadas pelos indígenas e aquelas áreas que guardam ainda uma vinculação com a ancestralidade, ainda que não estejam demarcadas, elas têm proteção constitucional
Luiz Fux, ministro do STF

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo, também votou contra o marco temporal, mas fez diversas ressalvas ao tema. Afirmou que era preciso estabelecer limites e defendeu a discussão sobre a exploração das terras indígenas, apontando que é preciso distinguir os interesses dos indígenas dos interesses de “tutores”.

A mim me parece que há uma concepção segundo a qual uns ficam com direito a bastante terra, e o direito também de viverem empobrecidos neste país rico
Gilmar Mendes, decano do STF

Apenas Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Jair Bolsonaro (PL), se manifestaram favoráveis à tese. A discussão do tema é criticada pelo ex-presidente. 

O marco temporal é uma tese jurídica que estabelece que povos indígenas só podem reivindicar as terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em outubro de 1988. Para os povos originários, a norma valida invasões e usurpações de seus territórios. Já ruralistas a defendem como um mecanismo de segurança jurídica.

Indenizações ainda são debatidas

Apesar da maioria, os ministros ainda divergem sobre as indenizações que podem ser pagas a proprietários que ocuparam terras indígenas de boa-fé, ou seja, sem histórico de esbulho (usurpação) ou conflito.

Fachin propôs que a indenização deve ser paga somente pelas benfeitorias no terreno.Cármen acompanhou o colega neste ponto, mas disse estar aberta a discutir outros modelos. 

Moraes, por sua vez, sugeriu que a indenização também deve alcançar a terra nua e deve ser paga previamente ao processo de demarcação.

O voto de Moraes foi visto com preocupação por lideranças indígenas, que temem atraso nas demarcações se o pagamento da indenização for critério prévio ao processo.

A AGU (Advocacia-Geral da União) também demonstrou temor e afirmou que os pagamentos poderiam levar a um “gasto incalculável”, como mostrou o UOL.

Cristiano Zanin, por sua vez, deu um voto semelhante ao de Moraes, defendendo, porém, que a indenização não deve ser vinculada à demarcação e que o pagamento não caberá somente à União, mas também aos estados e municípios que tenham promovido a titulação indevida. Toffoli acompanhou o colega.

Indígenas comemoram do lado de fora do Supremo a maioria no STF contra a tese do marco temporal
Indígenas comemoram do lado de fora do Supremo a maioria no STF contra a tese do marco temporal Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Indicados por Bolsonaro votam a favor de marco

Para Nunes Marques, o marco temporal é a solução que “concilia” os interesses dos indígenas e dos proprietários de terras. Mendonça afirmou que a tese é um critério objetivo que “imuniza” riscos de conflitos e garante segurança jurídica.Continua após a publicidade

Posses posteriores à promulgação da Constituição Federal não podem ser consideradas tradicionais, porque isso implicaria o direito de expandi-las ilimitadamente para novas áreas já definitivamente incorporadas ao mercado imobiliário nacional
Nunes Marques

Não se trata de negar as atrocidades cometidas, mas antes compreender que o olhar do passado deve ter a perspectiva, a possibilidade de uma reconstrução do presente e do futuro.
André Mendonça

Na contramão do STF, Senado discute PL pró-marco

Na contramão do entendimento da maioria da Corte, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado começou a discutir um projeto de lei que fixa o marco temporal como critério para demarcação de terras indígenas.

Ontem (20), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) pediu vista (mais tempo de análise) e os governistas assinaram coletivamente o pedido. Com isso o texto será apreciado na próxima quarta (27).

O secretário dos Povos Indígenas, Eloy Terena, afirmou ao UOL que vê a possibilidade da proposta do Congresso cair, mesmo se aprovado.

É uma questão que mesmo que o Congresso aprove esse projeto, ele vai, querendo ou não, ser judicializado e decidido no âmbito do STF.
Eloy Terena, secretário dos Povos Indígenas

Decisão do STF terá repercussão geral

A decisão do Supremo sobre marco temporal servirá para solucionar disputas judiciais em todas as instâncias do país. Há 226 processos parados aguardando a solução da Corte.

O caso específico envolve uma disputa entre o governo de Santa Catarina e indígenas do povo xokleng, que reivindicam um território na região central do estado.

Em janeiro de 2009, cerca de cem deles ocuparam uma área onde hoje está a reserva biológica do Sassafrás, uma área de proteção ambiental. O governo pediu a reintegração de posse, e obteve em primeira instância, mas a Funai recorreu, e o caso chegou ao Supremo em 2016.

Informações UOL

Comente pelo facebook:
Comente pelo Blog: