We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.
The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ...
Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.
Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.
Uma das características mais fascinantes do universo é a semelhança que ocorre ocasionalmente entre formas e padrões em diferentes contextos. Assim, um novo estudo feito por Franco Vazza, astrofísico da Universidade de Bolonha, e Alberto Feletti, neurocirurgião da Universidade de Verona, comparou a rede de células neurais com a rede cósmica de galáxias — e o resultado trouxe semelhanças surpreendentes.
A dupla passou os últimos anos investigando, afinal, que semelhanças seriam essas — e note que essa comparação não é tão estranha quanto parece, já que a equipe sugere que, enquanto os processos físicos que guiam a estrutura do universo e a estrutura do cérebro humano sejam extremamente diferentes, eles podem levar a níveis de complexidade e auto-organização similares. Além das diferenças óbvias de escala que existem entre essas duas redes, eles realizam uma análise quantitativa com base na cosmologia e neurocirurgia.
Então, o ponto de partida do estudo foram as semelhanças entre as duas redes: o cérebro humano funciona graças a uma rede composta por cerca de 69 bilhões de neurônios, enquanto o universo observável tem uma rede cósmica de pelo menos 100 bilhões de galáxias. Estes dois sistemas são organizados em redes bem definidas, com nódulos conectados por filamentos — no cérebro, os nódulos são os neurônios e, no universo, são as galáxias. Em ambos os sistemas, apenas 30% da massa é composto por galáxias e neurônios. Finalmente, os dois sistemas têm composição parecida: cerca de 77% do cérebro é composto por água, enquanto 72% do universo é energia escura.
Com as semelhanças definidas, os pesquisadores realizaram comparações quantitativas de ambos, baseadas em imagens. Para isso, eles usaram cortes do cerebelo e córtex em diferentes ampliações e as compararam a uma simulação da rede de galáxias para observar como as flutuações de matéria se espalham em escalas tão diferentes. O resultado mostrou grande similaridade nos dois sistemas: “nossa análise mostrou que a distribuição da flutuação dentro da rede neural do cerebelo em uma escala de 1 micrômetro para 0,1 milímetros segue a mesma progressão da distribuição da matéria na teia cósmica, mas claro, em uma escala bem maior que vai de 5 milhões a 500 milhões anos-luz”, explica Vazza.
Os dois pesquisadores também observaram características morfológicas, como números de filamentos conectados a cada nódulo. A teia cósmica, baseada em uma amostra de 3.800 a 4.700 nódulos, teve uma média de 3,8 a 4,1 conexões por nódulo; enquanto isso, uma amostra do córtex humano apresentou 1.800 a 2 mil nódulos, com média de conexão de 4,6 a 5,4 para cada um. “Mais uma vez, os parâmetros estruturais identificaram níveis de concordância inesperados. Provavelmente, a conectividade entre as duas redes envolve princípios físicos similares apesar da diferença óbvia entre as forças físicas que regulam galáxias e neurônios”, completa Feletti. “Essas duas redes complexas mostram mais similaridades do que aquelas compartilhadas entre a teia cósmica e uma galáxia ou uma rede neural e o interior de um corpo neural”.
O estudo trouxe resultados animadores, que levam os pesquisadores a pensar que novas técnicas efetivas nos campos da cosmologia e neurocirurgia vão permitir uma compreensão mais eficiente da dinâmica que ocorre na evolução temporal destes dois sistemas. Além disso, eles concluem que a análise realizada no trabalho e as similaridades encontradas deverão motivar o desenvolvimento de algoritmos poderosos que indiquem as analogias e diferenças destes sistemas tão fascinantes.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Frontiers in Physics.
Fonte: UniBo, Live Science