O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou na quarta-feira 18, que a recente valorização do dólar está relacionada a incertezas no Congresso. Ele acredita que a moeda estrangeira se estabilizará com o tempo.
O governo Lula se esforça para aprovar rapidamente o pacote fiscal e o Orçamento de 2025, que estão em tramitação na Câmara e no Senado. Haddad reuniu-se com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir essas questões.
Haddad destacou a flutuação do câmbio brasileiro e mencionou que o dólar estava operando próximo a R$ 6,18 por volta do meio-dia. Ele expressou confiança na acomodação futura do câmbio, citando conversas com instituições financeiras.
“Temos câmbio flutuante que neste momento, em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que vai fazer o câmbio flutuar”, afirmou Haddad. “Mas acredito que vai se acomodar.”
Questionado sobre “ataques especulativos” para elevar o dólar, Haddad não descartou a possibilidade, mas prefere focar os fundamentos econômicos e as políticas em execução.
“Enfim, o câmbio flutua, o Banco Central tem intervindo, o Tesouro passou a atuar também na recompra de títulos. Vamos continuar acompanhando até estabilizar”, disse o ministro.
Ele reafirmou o compromisso do governo em monitorar a situação com medidas já tomadas pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional para ajudar na estabilização do câmbio.
O governo federal apresentou um pacote de medidas fiscais para economizar até R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, e R$ 327 bilhões até 2030. As medidas incluem revisão de gastos sociais, limitação do aumento do salário mínimo e reforma na aposentadoria dos militares.
A Câmara dos Deputados votou a primeira parte do pacote fiscal, e os parlamentares devem continuar analisando mais um projeto de lei e uma Proposta de Emenda à Constituição após a sessão do Congresso que discute o Orçamento de 2025.
Haddad destacou o compromisso do governo em enviar medidas de ajuste fiscal ao Congresso e garantir que não sejam desidratadas durante o processo legislativo.
Ele enfatizou a importância de convencer os parlamentares sobre a necessidade dessas medidas para fortalecer o arcabouço fiscal do país.
Em resposta a perguntas sobre novos ajustes nas contas públicas no próximo ano, Haddad afirmou que o pacote de medidas não representa um “trabalho que se encerra”.
O ministro mencionou a perda de R$ 45 bilhões em arrecadação devido à desoneração da folha de pagamento e ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
Ele reconheceu que parte dessa perda será recuperada no próximo ano, mas não totalmente.
De acordo com Haddad, será necessário encontrar uma nova fonte de financiamento para cobrir essa lacuna, especialmente para atender a uma decisão unânime do Supremo Tribunal Federal.
Informações Revista Oeste