Os advogados da cantora britânica Adele e da grvadora Universal Music pediram à Justiça do Rio de Janeiro, na última terça-feira, 7, o pagamento de R$ 1 milhão pelo músico Toninho Geraes. O compositor brasileiro move um processo por plágio contra a artista internacional.
De acordo com Geraes, a música Million Years Ago, interpretada por Adele, teria copiado trechos de Mulheres, que ganhou as paradas de sucesso na voz do sambista Martinho da Vila.
Agora, a defesa de Adelle pede a quantia milionária para cobrir possíveis prejuízos decorrentes da decisão liminar que determinou a retirada da Million Years Ago das plataformas digitais. A suspensão da música se dá, a saber, no ambiente digital do Brasil.
Em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro ordenou a suspensão da reprodução da canção de Adele em plataformas digitais, ao considerá-la um plágio de Mulheres. A decisão foi tomada com base em análises técnicas de ondas sonoras, sobreposição melódica e pareceres de especialistas.
O Judiciário fluminense também ouviu as duas músicas, para confirmar a existência de semelhanças substanciais. O juiz Victor Agustin Jaccoud Diz Torres, da 6ª Vara Empresarial da Capital, ordenou a remoção da música das plataformas de streaming e de compartilhamento, como YouTube, Spotify e Deezer. Há, além disso, aplicação de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da ordem.
Regravada por vários artistas, Mulheres alcançou grande sucesso na voz de Martinho da Vila, na década de 1990. Já Adele gravou Million Years Agoem 2015. Em 2021, a defesa de Toninho Geraes notificou as gravadoras, a cantora e um compositor que trabalha com ela, mas alegou não ter recebido resposta. Desde então, começou a reunir provas para enviar à Justiça.
O músico brasileiro pede, além da indenização por danos morais, o pagamento retroativo de direitos autorais desde o lançamento da música, com correção monetária e juros, além de compensação por perdas e danos.
O advogado de Geraes, Fredímio Biasotto Trotta, afirmou ao portal Poder360 que a Universal Music fez o pedido em nome de Adele “indevidamente”, pois “não demonstrou ter autorização para falar ou pedir algo em nome ou em favor” da cantora. Ele afirmou ainda que Adele “pode nem estar a par desse pedido”.
Em resposta, a defesa de Geraes entrou com uma ação na última quarta-feira, 8, na qual acusa a Universal Music de má-fé e destaca a improcedência do pedido. Trotta explicou que, em casos como este, quando há alta probabilidade do direito ser favorável, como no reconhecimento do plágio, os tribunais não exigem caução.
O advogado também comentou suspeitas de falsificação de assinaturas no processo de plágio. Ele disse que a situação começou com a ausência de Adele em uma reunião de conciliação em dezembro, quando a equipe dos réus teria apresentado procurações para atuar no caso. Em um dos documentos com a assinatura da cantora, havia sinais de adulteração, como rabiscos e entrelinhas manuscritas.
Segundo a defesa de Geraes, o pedido de R$ 1 milhão feito pela Universal Music busca, de um lado, desviar a atenção das procurações irregulares e, de outro, inverter a situação, exigindo um valor milionário impossível de ser pago, com o objetivo de derrubar a liminar por outros meios.
Informações Revista Oeste