Um adolescente de 17 anos que planejava um atentado contra alunos e professores numa escola do Centro do Rio foi apreendido na manhã desta sexta-feira (24). O jovem foi localizado na própria escola, por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Como parte da Operação Liberatio, os agentes foram às ruas cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar e de adolescente infrator. Outro mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de outro adolescente, em Realengo, na Zona Oeste. Ele também teria compartilhado os vídeos do outro jovem na internet.
A operação é resultado de uma troca de informações entre a Polícia Civil, a Polícia Federal, a Interpol e a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc). Segundo o delegado Marcus Vinicius Braga, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o alerta foi feito pela Interpol, com material de vídeo. A ação para a apreensão do jovem foi feita em 24 horas.
As investigações revelaram que o ataque estava planejado para o dia 20 de abril deste ano. A data marca os 24 anos do massacre de Columbine, nos Estados Unidos. Na ocasião, dois alunos entraram armados em um colégio do estado do Colorado e mataram 12 estudantes e uma professora. Outras 24 pessoas ficaram feridas.
A Polícia Civil tenta entender se o adolescente agia sozinho ou se participava de uma rede de terroristas.
Segundo as investigações, o adolescente se declarava nazista e tinha um perfil introspectivo. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, o jovem apreendido fazia ameaças a professores e colegas da escola.
— Trata-se de um caso bem delicado, que a polícia está levando bem a sério. A PF nos procurou a partir de um alerta da Interpol. Entre as diligências e a apreensão, foram 24 horas. Esse menor, hoje adolescente infrator, praticava o ato de terrorismo — explica o delegado.
No material, conforme aponta a polícia, o adolescente também afirmava que teria ajuda de três amigos para o massacre programado para este mês. Sobre Columbine, ele dizia ter estudado o caso e falava sobre em suas publicações, demonstrando admiração e inspiração.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) entenderá até onde vai essa apologia e se existe uma rede, enquanto a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) analisará se o jovem agia sozinho.
Em 20 de abril de 1999, a Escola de Ensino Médio Columbine, em Denver, no Colorado, foi alvo de um massacre que chocou o mundo, quando dois estudantes, identificados como Dylan Klebold e Eric Harris, de 17 e 18 anos, entraram na unidade de ensino fortemente armados e atiraram contra colegas e professores. Ao todo, 13 pessoas morreram e 24 ficaram feridas. Após trocarem tiros com a polícia, os dois se suicidaram. O episódio foi o mais aterrorizante ataque a uma escola.
Segundo autoridades, no dia do atentado, os adolescentes espalharam bombas caseiras pelo prédio do colégio com o intuito de atrasar o resgate e explodir o edifício. Dois locais foram foco da dupla, o refeitório e a biblioteca.
Créditos: O Globo.