Jairo Marques, que também é editor do jornal, afirma que ‘não dá para passar pano’ para o presidente
As recentes falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva renderam críticas até no jornal Folha de S.Paulo. Colunista e editor da publicação paulistana, Jairo Marques afirmou que o petista é “capacitista”.
A afirmação de Lula ser “capacitista” se dá depois de comentário da possível aparência dele depois de passar por cirurgia no quadril. Para corrigir problema de artrose, o presidente será operado, em Brasília, na sexta-feira 29.
Durante o podcast Conversa com o Presidente, que foi ao ar na terça-feira 26, Lula associou a feiura a problemas físicos. O petista avisou que deverá usar andador depois da cirurgia, mas que isso não ganhará registros públicos.
“Vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito”, disse Lula, ao mencionar que o fotógrafo oficial da Presidência da República, Ricardo Stuckert, teria dito que não irá filmá-lo nessas condições. “Como se eu não tivesse sequer operado.”
Detalhe: Lula sorriu ao associar a beleza à ausência de problemas físicos.
A fala rendeu crítica por parte do jornalista Jairo Marques. Colunista da Folha, onde também atua como editor de Vida Pública, ele faz questão de avisar: é cadeirante desde a infância.
“Não dá para passar pano, Lula é capacitista”, afirmou Marques no título do texto publicado na versão on-line da Folha de S.Paulo. O artigo com a crítica ao presidente está no ar desde terça-feira.
“Está gasto argumento de que seria pior se fosse no governo Bolsonaro”, prosseguiu o colunista da Folha. “Dores da discriminação não se aliviam com comparativo.”
A critica sobre Lula ser “capacitista”, o que significa alguém com preconceito com pessoas com deficiência, chama a atenção por ter sido publicada na Folha. Nos últimos anos, o jornal acumulou ofensas, inclusive via colunistas, direcionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em julho de 2020, por exemplo, Hélio Schwartsman assumiu a torcida para Bolsonaro morrer em decorrência da covid-19. Meses depois, ele, além de colunista, ganhou o cargo de conselho editorial do jornal.
Em maio deste ano, Giovana Madalosso publicoufake news ao tentar — equivocadamente — associar ao nazismo uma cidade do interior de Santa Catarina. No texto, ela se referiu ao ex-presidente como “fascista”. Apesar da acusação contra o povo catarinense e Bolsonaro, ela seguiu como contratada da Folha.
Informações Revista Oeste