A Associação Americana de Pediatria (AAP), embora reconheça a importância da mudança de estilo de vida e a adequação de hábitos alimentares, considera adequada a indicação combinada entre medicamentos emagrecedores (a partir dos 8 anos) ou cirurgia metabólica e bariátrica (em casos de obesidade grave e pacientes com 13 anos ou mais).
A nova posição da AAP é divulgada no momento em que a obesidade passa a ser considerada uma epidemia, potencializada com o isolamento social na pandemia de Covid-19.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, no Brasil, o percentual de pessoas com obesidade na população adulta, entre os anos de 2003 e 2019, mais que dobrou, saltando de 12,2% para 26,8%. Em 2022, o Ministério da Saúde notificou que a obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no País, enquanto o excesso de peso chega a 6,4 milhões.
– O Brasil curiosamente saltou da desnutrição para a obesidade. Não tivemos um intermediário – disse o chefe de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Durval Damiani.
A indicação de medicamentos emagrecedores [a partir dos 8 anos] e até uma intervenção cirúrgica [a partir dos 13 anos] divide opiniões, mesmo em casos de obesidade mórbida, por se tratar de medida vista por muitos como radical e, no caso cirúrgico, arriscada e até irreversível.
Informações Pleno News
Polêmica começou depois de revelado que hospital em São Paulo promove transição de gênero em quase 300 menores de idade
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou um pedido para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara. O objetivo é investigar o caso envolvendo a transição de gênero de quase 300 crianças e adolescentes, no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade de São Paulo.
“O processo é extremamente agressivo”, constatou o parlamentar, em um tuíte publicado nesta quinta-feira, 2, um dia depois de apresentar o requerimento. “Tal procedimento jamais deveria ser permitido em crianças. Elas não têm a capacidade de escolher o próprio sexo. Alguém escolheu por elas.”
A peça vai ao plenário da Casa. Para a CPI ser instalada, é preciso ter aprovação da maioria simples dos vereadores. Entre os que assinaram o pedido, estão Isac Felix (PL), Marlon Luz (MDB), Fernando Holiday (Republicanos), Marcelo Messias (MDB), Sansão Pereira (Republicanos) e Major Palumbo (PP).
Se sair do papel, Nunes disse que a CPI vai investigar pais, médicos e o HC, que recebe dinheiro dos pagadores de impostos do Estado. Nunes também defende a cassação da licença de médicos e estudantes de medicina, caso seja confirmada alguma ilegalidade nos procedimentos do HC.
Revista Oeste
Mudanças no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) podem deixar os remédios mais caros a partir de fevereiro. Além de alteração na base de cálculo do imposto em São Paulo, outros 12 estados aumentaram as alíquotas sobre medicamentos para 19% a 22% (veja tabela abaixo).
As associações da indústria e dos laboratórios já se mobilizaram e mandaram ofícios aos estados para tentar reverter ou suspender essas medidas.
Além do impacto do ICMS, em abril também está previsto reajuste de 10 mil medicamentos que são regulamentados uma vez por ano. Quem define os valores é o CMED (Comitê Técnico-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que é o órgão interministerial responsável pela regulação do mercado de medicamentos, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exerce o papel de secretária-executiva.
Outros estados
Nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins, o aumento das alíquotas estão previstos para vigorar entre março e abril.
O presidente executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), Nelson Mussolini, afirmou que já enviou ofício aos 12 estados. “O Sindusfarma vem fazendo gestões junto aos estados, para tentar reverter este aumento do ICMS, um absurdo tributário, repito, que, por força de lei, é repassado automaticamente para o consumido”, afirma Mussolini.
R7
No Três anos depois da eclosão do surto da covid-19, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anuncia que a crise continua sendo uma emergência global e que não está no momento de declarar o fim da pandemia.
Eliminar o vírus passou a ser “altamente improvável”, diz a entidade, embora a crise esteja em um momento de “transição”.
Na última sexta-feira (27), alguns dos principais especialistas do mundo se reuniram para avaliar se a crise poderia ser declarada como encerrada. Em três anos, o FMI estima que a emergência gerou perdas de US$ 13 trilhões.
Nesta segunda-feira, depois de avaliar a resposta dos especialistas, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyeus, indicou que “concorda com o conselho oferecido pelo Comitê de Emergência a respeito da pandemia em curso e determina que o evento continua a constituir uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”.
Para os especialistas, a covid-19 está “provavelmente em um ponto de transição”. Mas essa situação exigirá que governos “naveguem cuidadosamente para mitigar as potenciais consequências negativas”.
Em seu discurso diante do comitê, Tedros indicou que a semana marca o terceiro aniversário da determinação da covid-19 como uma emergência.
Enquanto o mundo está em melhor posição do que estava durante o pico da transmissão da ômicron um ano atrás, mais de 170 mil mortes relacionadas à covid-19 foram relatadas globalmente nas últimas oito semanas.”
Tedros Ghebreyeus, diretor-geral da OMS
Além disso, a vigilância e o sequenciamento genético diminuíram globalmente, tornando mais difícil rastrear variantes conhecidas e detectar novas variantes.
“Os sistemas de saúde estão atualmente lutando contra a covid-19 e cuidando de pacientes com influenza e vírus respiratório, escassez de mão de obra de saúde e trabalhadores da saúde fatigados”, insistiu.
A resposta ao vírus continua sendo, na sua opinião, minada em muitos países que são “incapazes de fornecer ferramentas para as populações mais necessitadas, pessoas idosas e trabalhadores da saúde”.
Na avaliação da OMS, a pandemia continua sendo caracterizada como uma emergência de “risco global elevado”, sobrecarregando alguns sistemas de saúde já em dificuldade.
“A secretaria da OMS expressou preocupação com a contínua evolução do vírus no contexto da circulação descontrolada do SRA-CoV-2 e a diminuição substancial dos relatórios dos Estados-Membros sobre dados relacionados à morbidade, mortalidade, hospitalização e sequenciamento da covid-19”, diz.
Diante da situação, a OMS pede aos países para:
A lista de recomendações ainda inclui:
1. Manter a dinâmica para que a vacinação da covid-19 alcance 100% de cobertura de grupos de alta prioridade.
2. Os governos devem planejar a integração da vacinação da covid-19 em parte dos programas de imunização do ciclo de vida.
3. Coletar de forma regular dados e os relatórios sobre a cobertura vacinal.
4. Melhorar a comunicação dos dados de vigilância do SARS-CoV-2 à OMS.
5. Recomenda-se aos governo vigilância de doenças infecciosas respiratórias
6, Os governos devem melhorar o acesso às vacinas, diagnósticos e terapêuticas da covid-19
7. Os governos devem considerar como fortalecer a prontidão do país para responder a surtos, incluindo atenção à capacidade da força de trabalho de saúde, prevenção e controle de infecções e financiamento para a preparação e resposta a patógenos respiratórios e não respiratórios.
8. Combater a desinformação e implementar efetivamente medidas sociais.
9. Continuar a ajustar quaisquer medidas remanescentes relacionadas a viagens internacionais, com base na avaliação de risco, e não exigir prova de vacinação contra a covid-19 como um pré-requisito para viagens internacionais.
10. Continuar a apoiar a pesquisa para melhorar as vacinas que reduzem a transmissão
O comitê foi informado de que, globalmente, 13,1 bilhões de doses de vacinas covid-19 foram administradas, com 89% dos trabalhadores da saúde e 81% dos adultos mais velhos (mais de 60 anos) tendo completado a série primária.
Na avaliação dos especialistas, outra preocupação vem da constatação de que com o número de mortes continua elevado em comparação com outras doenças infecciosas respiratórias. A isso se soma a “insuficiente adoção de vacinas em países de baixa e média renda, bem como nos grupos de maior risco em todo o mundo”.
Há um reconhecimento entre os especialistas de que, depois de três anos, há uma “fadiga pandêmica” e a redução da percepção pública de risco levaram a uma redução drástica do uso de medidas sociais e de saúde pública, tais como máscaras e distanciamento social.
“A hesitação na vacinação e a contínua disseminação de desinformação continuam a ser obstáculos extras para a implementação de intervenções cruciais de saúde pública”, alerta a OMS.
Ponto de transição
Na avaliação da agência, a covid-19 “continua sendo uma doença infecciosa perigosa com a capacidade de causar danos substanciais à saúde e aos sistemas de saúde”. Mas a percepção é de que ela pode “estar se aproximando de um ponto de inflexão”.
“Atingir níveis mais altos de imunidade da população globalmente, seja através de infecção e/ou vacinação, pode limitar o impacto do SRA-CoV-2 na morbidade e mortalidade, mas há poucas dúvidas de que este vírus permanecerá um patógeno permanentemente estabelecido em humanos e animais por um futuro previsível”, disse.
Para a OMS, uma ação de saúde pública a longo prazo é “criticamente necessária”.
“Embora a eliminação deste vírus de reservatórios humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação de seu impacto devastador sobre a morbidade e mortalidade é alcançável e deve continuar a ser uma meta prioritária”, insistiu.
Informações UOL
Cem adultos que se identificam como transgêneros também são acompanhados pelo Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas. Pessoas trans podem passar por intervenções médicas como bloqueio da puberdade, hormonização e cirurgia de redesignação sexual.
Jovens trans falam sobre transição de gênero — Foto: Reprodução/Divulgação/Juan Silva/g1 Design
Atualmente, 380 pessoas de todo o Brasil identificadas como trans fazem transição de gênero gratuitamente no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Desse total, são 100 crianças de 4 a 12 anos de idade, 180 são adolescentes de 13 a 17 anos e 100 são adultos a partir dos 18 anos.
Para lembrar o Dia da Visibilidade Trans, que ocorre neste domingo (29), o g1 conversou com transgêneros que estão em busca ou conseguiram passar por processos como o bloqueio da puberdade, a hormonização cruzada e a cirurgia de redesignação sexual. Médicos especializados no assunto também foram ouvidos.
Jovens trans contam como estão sendo suas transições — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Juan Silva/g1 Design
‘Percebi que o Gustavo era uma criança trans quando ele tinha 2 anos’, diz mãe
“Eu me sentia muito inseguro. Eu sentia que não tinha pessoas confiáveis, mas eu tinha minha mãe, minha família”, disse ao g1 Gustavo Queiroga, de 8 anos.
Ele faz acompanhamento no Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos) do HC da USP. “Um dia, eu ia conseguir o que eu queria. E eu consegui.”
O menino trans, que biologicamente nasceu com características físicas femininas, mora com a mãe e a família na capital paulista.
“Eu percebi que o Gustavo era uma criança trans quando ele tinha 2 anos de idade. Ele sempre rejeitava tudo que era feminino”, falou Jaciana Batista Leandro de Lima, chefe de cozinha e assistente de cabeleireiro de 35 anos.
A procura pelo atendimento na rede pública de saúde é tão grande que o Amtigos foi obrigado a suspender as triagens em novembro de 2022, por não conseguir atender a demanda.
Existe a possibilidade de que elas voltem a ser realizadas a partir de fevereiro deste ano. Enquanto isso, 160 famílias que têm crianças e adolescentes que se identificam como transgêneros estão na fila de espera da triagem, que é feita por uma equipe multidisciplinar de especialistas.
Além dos filhos, a família também é acompanhada durante o processo de transição.
O Amtigos foi criado em 2010 para atender gratuitamente adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde também disponibiliza gratuitamente para pessoas trans o Processo Transexualizador em 12 locais habilitados pela pasta do governo federal. Veja abaixo onde ficam.
O Amtigos deixou de atender adultos em 2015, quando notou que eles tinham outros equipamentos públicos e até particulares de saúde para recorrer. E também por notar uma busca maior de responsáveis por crianças e adolescentes trans pelo serviço em São Paulo.
Os maiores de idade que ainda são atendidos no Amtigos são remanescentes das primeiras turmas ou eram menores quando entraram no programa de transição.
131 pessoas trans foram mortas no Brasil em 2022
Pela lei brasileira, a operação para adequação sexual só pode ser realizada em adultos acima dos 18 anos. Esta é a última etapa do processo de transição ou acompanhamento.
Em homens trans, além da retirada dos seios e útero, a genitália feminina pode ser modificada para se aproximar a um órgão sexual masculino. Nas mulheres trans, existe a possibilidade de se retirar o pênis e transformá-lo numa espécie de vagina.
Antes da cirurgia, no entanto, há a hormonização, que consiste na utilização de hormônio do sexo oposto no paciente. Injeções são aplicadas regularmente em adolescentes a partir dos 16 anos, seguindo recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Por exemplo, pessoas que nasceram com o sexo biológico masculino, mas depois se identificam como garotas trans, recebem o estrogênio. Este hormônio feminino irá causar mudanças corporais desejadas, entre elas o aumento das mamas.
Em uma situação inversa: quem nasceu com a genitália feminina, mas se vê como um garoto trans, receberá a testosterona. O hormônio masculino levará ao aparecimento de barba, por exemplo.
As crianças e os adolescentes atendidos na USP podem receber um bloqueador hormonal para não entrarem na puberdade e desenvolverem características físicas com as quais não se identificam. Nos garotos trans, o bloqueio impedirá a menstruação e o crescimento das mamas. Nas meninas trans, os pelos do rosto deixarão de crescer, e a voz não engrossará.
A aplicação do bloqueio varia entre cada paciente, mas pode acontecer entre 9 a 13 anos em crianças com características biológicas femininas e de 10 a 14 anos naquelas que têm o fenótipo masculino.
“Atualmente temos disponível no Brasil uma injeção para fazer o bloqueio hormonal assim que a criança for entrar na puberdade”, disse ao g1 a endocrinologista pediátrica Leandra Steinmetz, do Instituto da Criança e do Adolescente do HC da USP.
Instituto de Psiquiatria da USP onde 380 pessoas trans são acompanhadas no processo de transição de gênero — Foto: Divulgação/HCFMUSP
‘Eu não me encaixava na caixinha que era posta sobre mim’, diz Stefan Vicenzo, homem trans
O promotor de vendas Stefan Vicenzo Barreto Soares da Cruz tem 25 anos e é um homem trans. Ele contou ao g1 que fez toda a sua transição no Hospital das Clínicas da USP, mas pela rede particular de saúde.
“Eu tive que fazer pelo particular porque na rede pública demorava muito, tinha muita burocracia”, falou Stefan, que passou pela cirurgia de mastectomia, para retirada das mamas. Ele ainda tem vontade de retirar o útero. Mas não decidiu se fará a redesignação sexual.
Segundo especialistas, não é preciso se submeter ao processo de transição para ser considerada uma pessoa transgênera. Isso vale tanto para homens quanto mulheres trans.
Sofia Albuquerck, mulher trans, conta como foi o seu processo de redesignação sexual
As irmãs gêmeas Sofia Albuquerck e Mayla Phoebepagaram para ter o corpo adequado ao gênero com o qual se identificam: o feminino. Elas tinham nascido biologicamente com o sexo masculino.
Dois anos antes, quando tinham 19 anos, elas saíram de Minas Gerais para serem operadas numa clínica particular em Blumenau, Santa Catarina. As duas passaram por cirurgia de redesignação sexual. Antes, já haviam colocado implantes de silicone nos seios.
“A partir dos meus 8 anos para cima, até os 14, eu começava a não entender mais o meu órgão genital. Isso deu uma disforia tão grande, tão grande, nessa época, que eu não entendia ao certo. Então até [fui] pesquisar e entender mais e começar minha transição”, disse Sofia ao g1.
Atualmente ela namora um rapaz e estuda engenharia civil em Franca, interior paulista.
“Quando era adolescente, eu já tinha repúdio com meu órgão genital”, diz mulher trans
“Quando eu era adolescente eu já tinha repúdio, eu tinha disforia tão grande com meu órgão genital, porque eu tinha dificuldade para tomar banho, porque eu sentia pavor em ver”, falou Mayla, que mora na Argentina, onde estuda medicina.
“A gente [ela e a irmã] sempre esteve junta. O maior presente que Deus deu em ‘mi vida’ foi alma de ser gêmea.”
A respeito da cirurgia de readequação, o médico José Carlos Martins Júnior, da Transgender Center Brazil e que operou as gêmeas, explicou que nem sempre ela é necessária.
“A mulher trans, ela não tem indicação de cirurgia. Ela é uma mulher trans pelo simples fato de se entender como tal. Quando a cirurgia entra? Quando há o diagnóstico da chamada ‘disforia de gênero’. A disforia de gênero não é uma doença, mas ela é um mal-estar.”
Cirurgião explica quando há indicação para cirurgia em mulheres trans
“O termo transgênero é um termo guarda-chuva e se refere a qualquer variedade de gênero, sejam transexuais, travestis, gênero não binário, agênero, gênero fluído”, disse ao g1 o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do Amtigos.
Segundo o especialista, no caso dos transgêneros, existe uma hipótese científica de que essa identidade de gênero se manifeste no cérebro na formação do bebê, ainda na fase intrauterina, depois do desenvolvimento dos órgãos sexuais.
Em outras palavras, de acordo com Saadeh, isso quer dizer que alguém que nasce com a genitália feminina não necessariamente terá um cérebro feminino. E vice-versa.
“Aliás, é importante falar que a questão trans, a transexualidade ou qualquer variabilidade de gênero não é considerada uma doença”, disse o psiquiatra.
Dia da Visibilidade Trans: Alexandre Saadeh fala sobre o AMTIGOS
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS)retirou a transexualidade da lista de transtornos mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID) e passou a ser considerada uma “condição”. Apesar disso ela continua no CID, mas numa categoria chamada de “saúde sexual”.
Oficialmente, a transexualidade é citada com o termo “incongruência de gênero” na CID-11, e descrita como “uma incongruência marcada e persistente entre o gênero que um indivíduo experimenta e o sexo ao qual ele foi designado”.
Essa inadequação vivenciada por transgêneros pode provocar o que especialistas chamam de “disforia de gênero“, que é quando uma pessoa não se sente confortável com as características masculinas ou femininas de seu corpo.
“É importante o diagnóstico no sentido de viabilizar e legalizar uma intervenção médica que se faça necessária. Desde hormonização até cirurgia”, falou Saadeh.
Garoto trans fala sobre apoio da mãe e mudança após se assumir: ‘sou muito orgulhoso’
Callebe Ferreira Marques, de 14 anos, não fez nenhum bloqueio hormonal, mas espera começar a tomar hormônios masculinos a partir dos 16 anos. O estudante também pretende fazer a cirurgia para a retirada dos seios depois dos 18 anos.
“Parece que eu saí de uma prisão, um casulo”, disse o menino, que mora com a mãe na Zona Sul de São Paulo, ao falar sobre o que mudou desde que assumiu sua transexualidade.
Informações G1
Foto: AP Photo/Antonio Calanni.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região autorizou, em decisão na noite desta sexta-feira (27) obtida pela CNN, a recontratação de profissionais cubanos do Programa Mais Médicos. A medida terá que ser cumprida pelo governo federal.
No fim de 2018, os médicos tiveram que retornar a seu país de origem depois que Cuba decidiu interromper o contrato com o Brasil, como reação a declarações do então recém-eleito presidente, Jair Bolsonaro, de que iria revisar as regras do programa.
Eles integravam a 20ª turma do Mais Médicos, a única desde o início do programa que não foi contemplada com a prorrogação. Na ocasião, Bolsonaro chegou a acusar o governo cubano de cometer irresponsabilidade.
O novo governo já havia manifestado interesse de recomeçar o Mais Médicos. Agora, a decisão judicial acelera etapas porque permite que todos os 1.789 cubanos demitidos no último ciclo sejam recontratados e tenham que retornar ao Brasil
O pedido foi apresentado pela Associação Nacional dos Profissionais Médicos Formados em Instituições Estrangeiras e Intercambistas. A decisão é assinada pelo desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do TRF-1.
Ele entendeu que a liberação é tão importante para os médicos cubanos que terão de ser recontratados, quanto para a saúde pública brasileira, especialmente de regiões de mais difícil acesso.
Uma das características do programa é destinar o efetivo de médicos para áreas mais vulneráveis onde, em via de regra, muito profissional de saúde prefere não trabalhar devido à precariedade, de equipe e insumos.
Crise Yanomami
Exemplo de área assim, de acordo com o magistrado, é a comunidade indígena dos Yanomami, que enfrenta fome e desnutrição.
“Há um outro fato a recomendar esta urgente medida judicial. O Programa Mais Médicos para o Brasil permite implementar ações de saúde pública de combate à crise sanitária que se firmou na região do povo indígena Yanomami. Há estado de emergência de saúde pública declarado, decretado por intermédio do Ministério da Saúde”.
O magistrado lembra que o programa foi instituto em 2013 e teve a constitucionalidade reconhecida pelo Congresso.
“Não se pode deixar de reconhecer que o programa reflete um especial esforço do Governo Federal, com apoio de Estados e Municípios, em proporcionar acréscimos de médicos no âmbito de geográficas caracterizadas por escassez ou mesmo ausência desses profissionais”, ressaltou.
“Há questões humanitárias levantadas nos autos a exigir posicionamento judicial neste momento. Em todo esse contexto de inação pública, com a interrupção do Programa Mais Médicos, atinge-se, principalmente, as camadas mais vulneráveis da população. Não se pode negar que esse programa prioriza a ocupação de vagas nos municípios mais carentes, inclusive com a função de combater os efeitos deletérios da pandemia do coronavírus.”
O desembargador destaca também a situação dos médicos que não tiveram seus contratos renovados. Segundo ele, a maioria já havia estabelecido família no Brasil.
“Os médicos cubanos então contratados, e agora frustrados na recontratação, encontram-se em contexto que lhes restringe o mínimo existencial, por inação exclusiva da União, com ofensa direta a estatutos de direitos humanos, já internalizados no Brasil. Cabe ressaltar que questões humanitárias também se materializam em torno do núcleo familiar dos profissionais envolvidos. Mostra-se evidente a quebra de legítima expectativa desses médicos, que, em sua ampla maioria, já constituíram famílias em solo brasileiro”, afirma.
“A decisão do desembargador foi técnica, precisa e consciente. O direito à saúde não pode ser afastado em hipótese alguma. O Brasil é um país que necessita de atenção especial na área de saúde. Não podemos fechar os olhos para questões humanitárias. Vivemos em um país desigual. O Programa Mais Médicos é política pública desenhada para atender enfrentar problema concreto dos brasileiros na área de saúde. Não se trata de questão partidária. Trata-se de questão de saúde do povo brasileiro, que inclui os Yanomami”, afirmou à CNN, neste sábado (28), o advogado Rafael Papini, que representa os médicos cubanos.
Créditos: CNN.
Uma mulher de 24 anos morreu após usar uma colher com resquícios de leite para misturar um chá. Ela tinha acabado de ser pedida em casamento pelo namorado, com quem viajava pela África do Sul.
Jess Prinsloo, de Wiltshire, na Inglaterra, foi vítima de uma crise aguda, causada por sua alergia à proteína do leite da vaca (APLV). Ela e o então namorado, Craig, ficaram noivos no dia 27 de dezembro. Depois de comemorações com “muito champanhe e alegrias”, os dois foram visitar a mãe da noiva, aproveitando para tomar um chá.
Com alergia desde os 9 meses, ela carregava antialérgicos para caso consumisse leite por engano, mas os remédios não foram suficientes para evitar o choque anafilático —ela foi socorrida e ficou internada por um dia, mas não resistiu.
Os sintomas são imediatos e ocorrem até uma hora após a ingestão do alimento. Os principais são:
Intolerância à lactose ocorre quando o corpo não é capaz de digerir um certo nutriente (no caso, a lactose, que é o açúcar do leite). Isso ocorre devido à falta de uma enzima chamada lactase, que quebra esse açúcar em versões menores.
Já a alergia à proteína do leite é uma reação do sistema imunológico ao consumo do alimento, que pode ser grave, resultando em morte —o que ocorreu com Jess.
Os sintomas também podem ser bastante semelhantes. Mas a intolerância é marcada por sinais como:
Sim, em ambos os casos é recomendado evitar leites e derivados.
Informações UOL
Falta de tempo não é desculpa para alguém deixar de meditar. Apesar de a prática tradicional pedir um espaço e condições adequados, é possível recorrer a técnicas meditativas em qualquer local e horário —inclusive durante o expediente de trabalho.
O mais interessante é que, muitas vezes, bastam alguns minutos, na própria mesa, para alcançar os benefícios da prática, que vão desde alívio de estresse e controle da ansiedade até melhoras na produtividade e na performance profissional.
“Meditação é a arte de se abrir a cada momento com a consciência calma. É uma atividade de consciência mental. Dominar a mente e trazê-la para o entendimento correto da realidade não é tarefa fácil e requer um processo lento e gradual”, argumenta Jairo Xavier, professor de yoga e meditação e terapeuta no Kurma Spa.
Segundo o especialista, a mente pode ser dividida em consciência sensorial (visão, audição, olfato, paladar e tato) e consciência mental —esta última oscila entre as experiências mais grosseiras (como raiva ou desejos)— e o nível mais sutil de completa tranquilidade e transparência. “Inclui nossos processos intelectuais, sentimentos, emoções, memória e sonhos”, explica.
Jairo Xavier acrescenta que há muitas técnicas de meditação, mas todas podem ser incluídas sob dois títulos: estabilizadoras e analíticas. “Usá-las nesses dois sentidos, dentro do ambiente de trabalho, pode ser algo bem proveitoso”, opina.
1. Mais saúde mental, desprendimento, estabilidade emocional e independência;
2. Menos ansiedade e depressão;
3. Raciocínio mais apurado;
4. Pensamentos criativos;
5. Aumento da concentração e empatia;
6. Melhora da memória e da inteligência;
7. Redução do estresse e doenças relacionadas (como cardiopatias, hipertensão e insônia)
O terapeuta reforça que é necessário praticar regularmente a meditação para vivenciar seus benefícios, como ocorre com qualquer outra atividade. Quanto mais meditação for realizada, mais a pessoa consegue entrar em contato consigo mesmo, tendo maior consciência do que fazer em cada momento.
As diferentes técnicas de meditação apresentadas a seguir podem ser feitas em qualquer lugar ou situação, inclusive no trabalho. Uma paradinha de 5 a 10 minutos já é suficiente para as práticas, que devem ser feitas toda vez que a pessoa sentir necessidade de se acalmar ou lidar melhor com determinada circunstância.
Se o ambiente for barulhento, busque espaços calmos e ao ar livre. Na impossibilidade de sair do lugar, recorra à música. “Coloque para tocar no fone de ouvido um mantra ou alguma melodia relaxante para facilitar a concentração e conexão”, orienta Jairo.
Como ele lembra, com a prática constante, é bem possível que a pessoa se habitue a entrar em estado meditativo de maneira fácil, apesar das inquietudes externas ou mesmo internas. A partir de agora, Jairo Xavier ensina seis técnicas de meditação que podem ser adotadas na empresa. Algumas não exigem nem que deixe a mesa de trabalho.
Indicação: pode ser feita durante pausas no dia a dia, sem necessariamente ter que sair do espaço de trabalho. Também é recomendada após o almoço, antes de retomar o expediente.
Como fazer: sente-se com a coluna ereta e feche os olhos, suavemente. Preste atenção ao que sente internamente e no entorno, deixando a mente livre e o coração tranquilo. Comece a perceber as sensações do corpo, tipos de sons externos e internos, bem como quais sentimentos, pensamentos e expectativas estão presentes. Apenas permita que eles venham e vão, que subam e desçam, como ondas do mar.
Concentre-se nessas ondas e descanse sentado, em meio a elas. Tranquilize-se mais e mais. Imaginando estar no centro dessas ondas, sinta a respiração. Atente para cada inalação e exalação e onde as percebe no corpo —se no nariz ou na garganta, ou na subida e descida do peito ou abdômen.
“Relaxe e sinta cada respiração, observando seu movimento regular, natural e espontâneo. Fique à vontade, deixando que outras sensações e sentimentos continuem a ir e vir como ondas ao fundo”, ensina o instrutor. Quando notar que esteve distante por algum tempo, grave a onda que o levou, apelidando-a carinhosamente de algo como: planos, lembranças, cansaço…
Deixe ir lentamente e retorne à respiração. Algumas ondas demorarão mais a passar e outras serão rápidas. Da mesma forma, alguns pensamentos ou sentimentos serão dolorosos, enquanto outros, prazerosos. O que quer que ocorra, deixe que venham à tona.
Retomar a respiração normal tende a ser fácil, mas em algumas situações é possível ficar suscetível às sensações e pensamentos. Respeite seu tempo e descanse sossegadamente em meio a tudo. Ao término, abra suavemente os olhos e comece a se movimentar lentamente.
Indicação: para se acalmar e clarear a mente. A oxigenação correta, sem uma respiração “picada”, faz com que o cérebro fique menos estressado e cansado.
Como fazer: sente-se confortavelmente e mantenha a coluna ereta. Os olhos devem ser mantidos fechados ou entreabertos. Faça algumas respirações profundas e lentas e concentre-se na respiração da ponta do nariz.
À medida que o ar entra e sai do corpo, mantenha a atenção nessa percepção sutil e observe a duração completa de cada inalação e exalação, sem interferir nesse fluir espontâneo.
“Se por algum momento a mente for para outro lugar, volte sua atenção ao fluir da respiração e perceba a temperatura do ar que entra e sai pelas narinas”, orienta o terapeuta. Sinta em cada respiração a paz e a tranquilidade que o envolve, cada vez mais e mais. Por fim, agradeça pelo momento presente, mesmo com todos os seus desafios.
Indicação: recomenda-se que seja feita após momento de muito estresse ou para controlar a ansiedade. A respiração é um dos pontos que oscilam muito durante situações tensas.
Como fazer: trata-se de uma das técnicas mais práticas e rápidas. Mantenha-se sentado confortavelmente. Se necessário, também pode ficar em pé. Em ambas as situações, a coluna deve estar ereta e os olhos, fechados.
O primeiro passo é respirar profundamente. Após alguns movimentos, inicie a contagem de cinco a dez respirações completas. Sempre que completar o ciclo, perder o cálculo ou a mente divagar, recomece novamente pelo número 1.
É importante preservar a respiração suave e tranquila. Se algum pensamento surgir, mantenha a atitude neutra. Não reaja com aversão, nem apego. Fique contente por estar “presente” no momento.
Indicação: esta meditação pode ser feita durante o caminho para o almoço (sem perder a atenção à rua, é claro!) e no percurso antes ou depois do expediente. Até mesmo uma caminhada dentro da empresa, durante a realização de alguma tarefa, pode ser suficiente.
Como fazer: em pé, sinta o corpo inteiro por um momento e faça algumas respirações lentas e profundas. Comece a caminhar e mantenha os olhos baixos, focados em algum ponto, poucos metros adiante.
A cada respiração, leve um pé à frente do outro, seguindo as passadas de acordo com a respiração. Procure manter o estado de consciência nos pés, observe o ponto de imobilidade e foque na respiração entre as passadas.
Sinta cada fase do movimento de caminhar e, quando terminar o período de meditação, fique em silêncio por alguns minutos. Observe a paz e a calma na mente e no corpo. Busque manter esse sentimento pelo resto do dia.
Indicação: esta prática também pode ser feita durante algum percurso, em qualquer momento da rotina do trabalho —de forma imperceptível— ou em pé (no transporte público, por exemplo).
Como fazer: na prática do mantra, o objetivo da meditação é o próprio mantra. O som pode ser entoado mentalmente ou mesmo de forma verbal.
Comece com algumas respirações mais profundas e, na sequência, basta ressoar o mantra escolhido.
Algumas sugestões são: “So ham” (Eu Sou), Aummm, Amor e Paz. “Quando terminar a prática, envolva-se nessa energia e agradeça o momento presente”, ensina o professor de meditação.
Indicação: tal meditação pode ser interessante antes de uma reunião ou apresentação. Também é indicada para quando é preciso se concentrar mais do que o normal, estimular a criatividade e clarear a mente, assim como diante da necessidade de lidar com situações adversas e inesperadas.
Como fazer: independente da posição em que se encontra, respire lenta e profundamente. Ao mesmo tempo, faça perguntas para si mesmo, relacionadas à situação atual: “O que estou sentindo agora?”, “Quão intenso é esse sentimento?”, “Como estou reagindo a essa situação?”.
À medida que a mente absorve tais perguntas, é possível se sentir mais consciente da circunstância presente. Preste atenção também aos impulsos do corpo: sinta o calor de uma xícara de chá ou café, observe (e não apenas olhe) o ambiente ao seu redor, aprecie ativamente o cheiro que invade as narinas.
“Finalize apreciando três coisas ao seu entorno que normalmente não são contemplados. Agradeça e mantenha essa atitude sempre que puder”, finaliza Jairo Xavier.
Informações UOL
Casos de Covid na China subiram após o fim da política de Covid zero, imposta pelo governo desde 2020 para tentar eliminar a transmissão do vírus entre os cerca de 1,4 bilhão de habitantes do país.
China enfrenta explosão no número de casos de Covid-19 em seu território desde o abandono da chamada política de Covid Zero — Foto: AP Photo/Andy Wong
A possibilidade de a Covid-19 voltar a se espalhar na China nos próximos dois ou três meses é remota, já que 80% das pessoas já foram infectadas, disse um importante cientista ligado ao governo neste sábado.
O deslocamento em massa de pessoas durante o período do feriado do Ano Novo Lunar pode ajudar a espalhar a pandemia, aumentando as infecções em algumas áreas, mas uma segunda onda de Covid é bem improvável no curto prazo, afirmou Wu Zunyou, epidemiologista chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, na plataforma de mídia social Weibo.
Centenas de milhões de chineses estão viajando pelo país para as reuniões de fim de ano que haviam sido suspensas devido às restrições de aglomeração recentemente atenuadas, o que aumentou o medo de novos surtos em áreas rurais menos capazes de lidar com grandes surtos.
A China ultrapassou o pico de pacientes com Covid em postos de saúde, em salas de emergência e com condições críticas, disse um funcionário da Comissão Nacional de Saúde na quinta-feira.
Quase 60 mil pessoas com Covid morreram nos hospitais até o dia 12 de janeiro, cerca de um mês depois que a China encerrou abruptamente sua política de Covid-zero, de acordo com dados do governo.
Mas alguns especialistas disseram que esse número provavelmente subestima muito o impacto total, pois exclui aqueles que morreram em casa e porque muitos médicos já disseram que são desencorajados a citar a Covid-19 como causa da morte.
Informações G1
O Ministério da Saúde iniciou, nesta segunda-feira, a revogação de portarias e notas técnicas adotadas na gestão do governo de Jair Bolsonaro. O ato havia sido prometido no discurso de posse de Nísia Trindade. Entre as primeiras seis normas anuladas, está uma que exigia que médicos acionassem a polícia em casos de aborto por estupro.
A portaria foi assinada pelo então ministro Eduardo Pazuello, em setembro de 2020 e modificava as regras, inclusive, para abortos permitidos na legislação. Alvo de críticas quando autorizada, a norma recuou em alguns pontos após a ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma das exigências alteradas pelo Supremo obrigava os profissionais de saúde a oferecer às mulheres vítimas de violência sexual exames de ultrassom para ver o feto ou embrião antes de fazer o aborto legal. A lei não exigia o registro de ocorrência pela vítima e também não colocava a denúncia como compulsória, “em respeito à autonomia da mulher”.
Ao tomar posse, Nísia afirmou que irá revogar todas as leis que “ofendem a ciência, os direitos humanos e os direitos sexuais reprodutivos”. Questionada, a ministra deu como exemplo a nota técnica que autoriza a prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. A análise de atos da antiga gestão é um trabalho realizado por um grupo em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Também foram revogadas as portarias 4.809, de 30 de dezembro de 2022, que institui o Fórum Permanente de Articulação com a Sociedade Civil; 1.079, de 11 de maio de 2022, que formaliza e institui programas nacionais de prevenção e detecção precoce de câncer, na Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer; 3.473, de 12 de setembro de 2022, que dispõe sobre a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, e dá outras providências; 715, de 4 de abril de 2022, que institui a Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI); e a portaria 2.228, de 1º de julho de 2022, que dispões sobre a habilitação e o financiamento da RAMI.
Em comunicado, a pasta afirma que “todas essas ações anuladas não haviam sido pactuadas com representantes ” de ambos os conselhos das secretarias de Saúde. “A falta de transparência, diálogo e definições conjuntas entre União, estados e municípios é totalmente contrária aos preceitos básicos do SUS, que determinam uma gestão compartilhada do sistema de saúde brasileiro”, continua.
O ministério diz ainda que as revogações seguem sugestões feitas pelo grupo de trabalho da saúde, estabelecido no final do ano passado durante a transição entre os governos. Em coletiva de imprensa na última terça-feira, a titular da pasta, Nísia Trindade, afirmou que as decisões seriam debatidas para que nenhuma anulação deixe um “vazio”.
O Globo