O governo de São Paulo anunciou que o IFA para a fabricação da vacina vai chegar no dia 3 de fevereiro, e que será o suficiente para produzir quase 9 milhões de doses.
O governo de São Paulo anunciou que a matéria-prima para a fabricação da CoronaVac vai chegar na quarta-feira da semana que vem, dia 3 de fevereiro. O suficiente para quase 9 milhões de doses.
Deve acontecer com quase um mês de atraso, mas os insumos que deveriam ter chegado da China no dia 6 de janeiro estão prometidos para o dia 3 de fevereiro. O contrato entre o Instituto Butantan e a Sinovac previa um lote de 11 mil litros. Mas, a pedido da fabricante chinesa, a remessa foi divida em duas.
Chegando essa partida de matéria prima de 5,4 mil litros no próximo dia 3, iniciaremos a produção que vai originar em torno de 8,6 milhões doses, que serão liberadas 20 dias depois, cumprindo o ciclo de controle de qualidade também. E esses adicionais 5,6 que estão em processo também originarão um pouco mais de 8,6 milhões doses, permitindo a manutenção do cronograma que havíamos proposto ao Ministério da Saúde, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
O IFA, Insumo Farmacêutico Ativo, é diluído e envasado em embalagens de dez doses com pequenas sobras. Os técnicos explicam que se a vacina for aplicada corretamente, o rendimento das duas remessas de insumos deve ser de 17,2 milhões doses.
As explicações foram dadas no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, depois de uma reunião virtual com o embaixador da China. Pelo telão, Yang Wanming fez uma declaração direto de Brasília.
A CoronaVac está sendo aplicada no Brasil. Isso demostra que a nossa cooperação beneficia não só os paulistas como também todo o povo brasileiro. Acredito que todos sabíamos muito bem que se trata de uma questão técnica e não política, e as vacinas são uma arma para conter a pandemia e garantir a saúde do povo e não um instrumento político que a parte chinesa atribui muita importância no desenvolvimento da vacina. E gostaríamos de consolidar nas cooperações entre as duas partes. A parte chinesa está disposta a manter comunicações com governo federal do Brasil, com o governo estadual de São Paulo e apoiar em conjunto a parceria entre Sinovac e o Butantan, de maneira que a CoronaVac contribuía ainda mais para o combate à pandemia no Brasil, disse o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
A chegada desse próximo lote de insumos para a CoronaVac foi comunicada na segunda-feira (25) ao Ministério da Saúde em ofício enviado pelo embaixador chinês. O governo federal afirmou que a carta evidencia as negociações entre o ministério e o governo chinês para a liberação da matéria primeira para a CoronaVac.
Nesta terça-feira (26), o governador de São Paulo, João Doria, atribuiu a boa notícia ao empenho do governo do estado e do Instituto Butantan.
O embaixador da China, como todo embaixador, é um homem profundamente educado e cioso da sua condição diplomática. Ele respondeu a uma demanda feita pelo Ministério da Saúde, demanda essa feita também por escrito, e respondeu. Mas a demanda, todo o relacionamento cultivado com a China, com a Sinovac, com o governo chinês, com as liberações, sempre foram conduzidos pelo estado de São Paulo e pelo Butantan. Nunca houve, volto a repetir, nunca houve nenhuma interferência, nenhuma relação, principalmente para ajudar do governo federal, afirmou Doria.
Até agora, o Brasil tem 12,1 milhões doses de vacina: 6 milhões das primeiras doses da CoronaVac, já distribuídas no país; outros 4,1 milhões doses, autorizadas pela Anvisa, e que começarão a ser distribuídas a partir de sexta-feira (29); e também os 2 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, que chegaram para a Fiocruz no fim de semana passado. O total será suficiente para imunizar pouco mais de 6 milhões de pessoas, com as duas doses necessárias.
Informações G1
Novo estudo americano apresenta um plano de bem-estar emocional concentrado em habilidades específicas que podem ser aprendidas, como meditar. Entenda
Globo Esporte- Um novo estudo da University of Wisconsin-Madison, recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, apresentou um plano de bem-estar emocional concentrado em habilidades específicas que podem ser aprendidas. Dentre elas, está a meditação. Assim como a atividade física, que desencadeia mudanças em nosso corpo, a meditação também é considerada uma atividade neural, com possibilidade de melhora através do tempo e possíveis alterações não só no estado de espírito, mas também na nossa mente. E as primeiras horas do dia são um dos melhores momentos para praticá-la.
– A meditação pela manhã serve principalmente para você despertar de vez e potencializar o restante do seu dia. A maneira como acordamos reflete inevitavelmente no restante do nosso dia. Deste modo, meditar se torna uma forma de “limpar” as preocupações logo ao acordar. Assim, você possui mais energia e tranquilidade para enfrentar as adversidades do seu dia – afirma Adriana Camargo, profissional de educação física, instrutora de Yoga e adepta da meditação, que ensina no vídeo abaixo como fazer a postura ideal pra começar a meditar.
Em meio à pior crise de saúde do século, relaxar nem sempre é uma opção. Pesquisas ao redor do mundo apontam que houve uma piora na saúde mental das pessoas devido aos estragos causados pela pandemia de Covid-19. Diante desse cenário, o estudo conduzido pelos pesquisadores da University of Wisconsin-Madison traz uma estrutura baseada em evidências científicas que sugerem que o bem-estar pode ser cultivado por meio de prática na vida diária. Neste caso, o objetivo da pesquisa foi defender o cultivo do bem-estar em qualquer estágio, mesmo quando estamos relativamente saudáveis, visto que essas habilidades têm como objetivo nos tornarem mais resilientes para momentos como ao que vivemos agora. A estrutura se concentra em quatro pilares que foram estudados e que podem sofrer alterações com o treinamento:
A consciência e em particular a metaconsciência (estar ciente de que você está ciente) parecem diminuir o estresse e aumentar as emoções positivas, podendo ser fortalecidas por meio de práticas de treinamento mental, como meditação. Ela, por sua vez, ajuda a reduzir alguns dos efeitos prejudiciais da distração, que prejudicam a função cognitiva e aumentam as respostas do corpo ao estresse relacionado à inflamação e ao envelhecimento.
A pesquisa fornece evidências de que podemos resistir aos altos e baixos da vida com resiliência, apontando ainda que o cérebro e o corpo podem mudar e se adaptar. No entanto, em vez de substituir outras visões de bem-estar, os pesquisadores dizem que a estrutura apresentada busca complementar outros modelos, focalizando especificamente em dimensões de bem-estar que são treináveis e podem ser aprendidas. Ou seja, a ideia foi dar espaço a qualidades de uma mente saudável que muitas vezes não sabemos que são treináveis, como por meio da meditação.
– A meditação é uma técnica utilizada para se manter no momento presente. Durante a prática, você não pensa em nada objetivamente, mas o pensamento ainda existe, e você deve deixá-lo vir. Com o tempo, você vai sentir uma paz e equilíbrio cada vez mais orgânicos. Para tudo isso acontecer, é preciso uma posição adequada, um bom local e encontrar sua técnica – explica Adriana Camargo.
Meditação matinal já nos prepara para o dia — Foto: Adobe Stock
As pesquisas sobre meditação ainda buscam proporcionar novas percepções sobre os métodos de treinamento mental, embora já seja atestado o potencial de melhorar a saúde e o bem-estar emocional. Para você que pensa em começar, é preciso considerar dois fatores:
– Os tempos de meditação máxima variam. Os monges zen budistas, por exemplo, meditam cerca de 40 minutos, três vezes ao dia. Por outro lado, já na meditação com mantra tem gente que medita por uma hora, duas vezes ao dia. Desta forma, o tempo vai depender da linha que você segue. No entanto, o mais importante é fazer num horário onde você não será interrompido e em um lugar calmo – conclui Adriana.
Reagir a desafios emocionais negativos requer mais treinamento, o que pode ser alcançado por meio da meditação — Foto: Foto: Adobe Stock
Meditar não custa nada, a não ser alguns minutos do seu dia, e pode ser praticado em qualquer lugar. A meditação é um exercício milenar, inclusive fazendo parte de muitas religiões ao redor do mundo. Dentre as inúmeras formas, destacam-se o mindfulness, a meditação transcendental, meditação vipassana, raja yoga e meditação zazen. Embora haja variedade nas técnicas, Adriana Camargo ressalta que na meditação, assim como na matemática, a ordem dos fatores não altera o produto. Ou seja, o resultado final.
– Eu comecei com a meditação que é um “mantra yoga”, mas ultimamente venho utilizando mais a meditação Zazen. No fundo, o objetivo é o mesmo, embora os caminhos sejam diferentes. Todas elas objetivam você estar presente no momento, com uma consciência plena. Nós não temos uma segunda chance nessa vida, não é mesmo? Então, temos que ser felizes agora e viver esse presente, não somente ficar preso aos projetos a longo prazo. Essa necessidade de querer avançar o tempo todo, sempre pensando no passo posterior, te tira de viver o agora. Por isso, a meditação busca, se não acabar com isso, ao menos minimizar essa nossa constante necessidade de viver no depois – conta Adriana.
A meditação apresenta ganhos para saúde mental, destacando-se as modificações neurais, que cada vez mais são analisadas pela literatura médica, sobretudo o processo conhecido como neuroplasticidade.
Quando aprendemos uma habilidade nova, por exemplo, como tocar um instrumento musical, o nosso cérebro muda por meio desse processo. É o que chamamos de neuroplasticidade. E isso também ocorre na meditação, uma vez que o praticante passa por uma experiência que afeta o funcionamento e a estrutura física do cérebro de forma benéfica.
Só para ilustrar, em 2018, pesquisadores da University of Wisconsin-Madison examinaram a atividade cerebral em não meditadores, novos meditadores e praticantes da meditação, com milhares de horas de experiência vitalícia, e ficaram constatadas diferenças nas redes de emoções do cérebro entre esses grupos.
A pesquisa incluiu mais de 150 adultos, sendo que os meditadores de longa data já praticavam diariamente e completaram retiros de meditação de vários dias. Por outro lado, os novos meditadores foram designados aleatoriamente para um curso de redução do estresse baseado na atenção plena de oito semanas que incluía meditação. Por fim, o grupo de controle composto de pessoas sem experiência em meditação foi aleatoriamente designado para um “programa de melhoria da saúde” durante o mesmo período de tempo, incluindo práticas de bem-estar, mas não meditação especificamente.
Após um período de oito semanas, os participantes viram e rotularam fotografiass como emocionalmente positivas, negativas ou neutras, enquanto faziam uma varredura cerebral por ressonância magnética funcional. Tanto os praticantes de longa data quanto os novos meditadores – quando comparados aos não-meditadores – mostraram atividade reduzida na amígdala ao verem imagens emocionalmente positivas. A amígdala é uma área do cérebro crítica para a emoção e detecção de informações importantes do ambiente.
Da mesma forma, os pesquisadores também descobriram que os meditadores de longo prazo apresentaram redução da atividade em suas amígdalas ao verem imagens negativas. Embora as reduções na reatividade a imagens positivas tenham sido observadas em todos os níveis de treinamento, isso indica que reagir a desafios emocionais negativos requer mais treinamento, o que pode ser alcançado por meio da meditação.
A atividade mais baixa na amígdala em resposta a imagens negativas era uma tendência geral entre os meditadores, mas era mais forte e mais significativa em meditadores de longa duração com experiência. Além disso, a equipe descobriu que, após oito semanas de treinamento, as pessoas novas em meditação mostraram um aumento na conectividade entre a amígdala e uma área do cérebro que suporta a função executiva (que inclui autorregulação e rastreamento de metas) e emoção, a córtex pré-frontal ventromedial.
– Com a meditação, é provável que você tenha mais facilidade de viver o momento presente, além de se sentir melhor emocionalmente e fisicamente para as adversidades do dia a dia. Como consequência, você acaba levando isso, inclusive, para as pessoas ao seu entorno. O ambiente também acaba se tornando mais saudável, já que as nossas oscilações (de humor) são menores e isso reflete em todo ambiente – conta Adriana Camargo.
Nas últimas 24h, Feira de Santana registrou mais 131 pacientes recuperados da Covid-19 e atingiu a marca de 21.757 curados da doença desde o início da epidemia, índice que representa 94,8% dos casos confirmados. Enquanto isso, 299 exames foram negativos e 68 positivos.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 51 pacientes internados no município e 764 casos ativos, ou seja, pessoas que ainda estão com a doença. O informativo também confirma mais quatro mortes. A informação é da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde nesta terça-feira (26).
Relatório sobre Covid-19 em Feira de Santana
NÚMEROS DESTA TERÇA-FEIRA
26 de janeiro de 2021
Casos confirmados no dia: 68
Pacientes recuperados no dia: 131
Resultados negativos no dia: 299
Total de pacientes hospitalizados no município: 51
Óbitos comunicados no dia: 4
Datas dos óbitos: 11/01, 21/01, 22/01 e 25/01
A Secretaria de Saúde ressalta que a inclusão no boletim dos registros de óbito por Covid-19 é feita quando a declaração de óbito, ficha de notificação e resultado do exame positivo para a doença chegam à Vigilância Epidemiológica.
NÚMEROS TOTAIS
Total de pacientes ativos: 764
Total de casos confirmados no município: 22.932 (Período de 06 de março de 2020 a 26 de janeiro de 2021)
Total de pacientes em isolamento domiciliar: 713
Total de recuperados no município: 21.757
Total de exames negativos: 32.585 (Período de 06 de março de 2020 a 26 de janeiro de 2021)
Aguardando resultado do exame: 497
Total de óbitos: 411
INFORMAÇÕES TESTES RÁPIDOS
Total de testes rápidos realizados: 21.065 (Período de 06 de março de 2020 a 26 de janeiro de 2021)
Resultado positivo: 3.737 (Período de 06 de março de 2020 a 26 de janeiro de 2021)
Em isolamento domiciliar: 16
Resultado negativo: 17.328 (Período de 06 de março de 2020 a 26 de janeiro de 2021)
O teste rápido isoladamente não confirma nem exclui completamente o diagnóstico para covid-19, devendo ser usado como um teste para auxílio diagnóstico, conforme a nota técnica COE Saúde Nº 54 de 08 de abril de 2020 (atualizada em 04/06/20).
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana
Presidente disse que governo assinou uma carta de intenções favorável à aquisição
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (26), durante uma live do banco Credit Suisse, que o governo federal assinou uma carta de intenções favorável à aquisição de 33 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca por empresas brasileiras.
Segundo o chefe do Executivo, a ideia é que metade das doses seja doada para o SUS e a outra parte aplicada nos funcionários dessas companhias. Bolsonaro informou que foi procurado na semana passada por um grupo de empresários que pediu o apoio do governo para a compra das doses.
– Semana passada, nós fomos procurados por um representante de empresários, e nós assinamos carta de intenções favorável a isso, para que 33 milhões de doses da Oxford viessem do Reino Unido para o Brasil a custo zero para o governo. E metade dessas doses, 16,5 milhões, entrariam aqui para o SUS e estariam, então, no programa nacional de imunização, seguindo aqueles critérios, e outros 16,5 milhões ficariam com esses empresários para que fossem vacinados, então, os seus empregados, para que a economia não parasse – disse o presidente.
Durante a live, Bolsonaro ainda destacou que o governo vai apoiar, no que for possível, o sucesso da proposta das empresas junto à AstraZeneca. O líder afirmou que a medida pode contribuir bastante para que tanto a saúde quanto a economia possam ser beneficiadas.
– No que puder essa proposta ir à frente, nós estaremos estimulando [isso], porque com 33 milhões [de doses] de graça aqui, no Brasil, para nós ajudaria, e muito, a economia e aqueles que por ventura queiram se vacinar, porque a nossa proposta é voluntariado, o façam para ficar livre do vírus – afirmou.
Procurada, a AstraZeneca informou que, por ora, não tem condições de vender doses para o setor privado por conta dos acordos já realizados com governos e organizações multilaterais como a OMS.
– No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility [consórcio coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)], não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado – completou a farmacêutica.
Informações Pleno News
A vacinação contra a Covid-19 em Feira de Santana será realizada nesta terça-feira, 26, oitavo dia de imunização, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e em todas as unidades de saúde da zona urbana e rural – manhã e tarde.
Conforme cronograma da Secretaria de Saúde, serão imunizados pela manhã, no auditório da SMS, os profissionais que trabalham no NASF (Núcleo Ampliado de Saúde da Família) e os vacinadores. Já à tarde, a vacinação contempla os profissionais que atuam nas UPAs, policlínicas e hospitais.
A Secretaria de Saúde reforça que a população não procure as unidades de saúde, porque neste momento será vacinado somente o público-alvo da primeira fase – além dos profissionais de saúde, os idosos residentes em asilos e abrigos.
O Ministério Público Federal (MPF), no Piauí, por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, recomendou ao governador do Estado do Piauí, José Wellington Barroso de Araújo Dias, que se abstenha de encaminhar parte das vacinas destinadas à população do estado do Piauí a qualquer outro estado da federação e que diligencie para que seja cumprido o Plano Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, de modo que sejam aplicadas em toda a população piauiense (grupos prioritários) a quantidade de vacinas destinadas ao Estado do Piauí.
No documento, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Kelston Pinheiro Lages, autor da recomendação, orienta o gestor a atuar com transparência na execução da vacinação contra a covid-19,envidando esforços para que sejam amplamente divulgadas as metas vacinais atingidas.
Kelston Lages determinou o prazo de cinco dias úteis para que o Ministério Público Federal seja informado do acolhimento da recomendação e das providências adotadas no sentido de fazê-la cumprida, juntando-se cópia da documentação pertinente
A recomendação decorre da declaração do governador do Estado do Piauí, José Wellington Barroso de Araújo Dias (presidente do Consórcio Nordeste e membro do Fórum dos Governadores do Brasil), no dia 22 de janeiro de 2021, que “5% das próximas doses da Coronavac e da primeira leva da vacina Astrazeneca de todos os estados serão destinadas para o Estado do Amazonas”.
Para Kelston Lages, a destinação de 5% das já escassas doses para outro Estado representa, não apenas violação ao Plano Nacional de Vacinação, como também o desamparo dos grupos de riscos locais.
A execução do plano de vacinação contra a Covid-19 segue a coordenação do Ministério da Saúde, segundo determina o art. 4º da lei nº6.259/75, inclusive quanto aos critérios de prioridade do público-alvo em cada fase do programa, constituindo infração sanitária a inobservância das obrigações estabelecidas no referido ordenamento, sujeitando o infrator às penalidades previstas em lei, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.
No Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, destinado aos responsáveis pela gestão da operacionalização e monitoramento da vacinação nas instâncias federal, estadual e municipal, são preestabelecidas as doses destinadas a cada Estado da Federação. Para o Estado do Piauí, onde a vacinação começou no último dia 18, foram destinadas inicialmente 61.160 doses.
Na recomendação, o procurador destaca que é de conhecimento público o estoque limitado de doses de vacinas atualmente disponível no país, condição esta que tende a se agravar diante dos recorrentes impasses diplomáticos para a importação de insumos necessários para a fabricação de novas doses.
“Diante dessa limitação, faz-se necessária a definição de grupos prioritários para a vacinação, devendo ser priorizados os grupos de maior risco para agravamento e óbito: os trabalhadores da saúde, pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência(institucionalizadas), pessoas maiores de 18 anos com deficiência residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas) e indígenas vivendo em terras indígenas em conformidade com os cenários de disponibilidade da vacina”, enfatiza.
“Ressaltamos que a ordem dos referidos grupos prioritários deve ser respeitada, uma vez que as doses de vacina são limitadas e devem ser direcionadas para os grupos com mais riscos de desenvolver formas graves da doença”, destaca o procurador na recomendação.
Para a Organização Mundial de Saúde(OMS), a vacina é patrimônio público, sendo, portanto, um bem indisponível, não deve ser dada outra finalidade daquela prevista na norma, sob pena de incidir em desvio de finalidade.
Assim, o MPF reforça que constitui ato de improbidade administrativa, previsto no art. 11 da Lei nº 8.429/1992, a prática de ato que atente contra os princípios da administração pública da moralidade, da legalidade e da lealdade às instituições, e notadamente a prática de ato visando a fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência, sujeitando seu autor, servidor civil ou militar, à pena de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e multa civil de até cem vezes o valor da remuneração.
Estatísticas – O novo coronavírus já contaminou no Estado do Piauí, até o dia 23 de janeiro de 2021, o total de 155.105 pessoas, bem como levado a óbito outros 2.999 piauienses.
Inquérito Civil Público – A recomendação integra o Inquérito Civil nº 1.27.000.000369/2020-75, que tramita no MPF/PI, com o objetivo de acompanhar as políticas públicas, bem como a utilização de recursos públicos destinados ao enfrentamento do coronavírus no Estado do Piauí.
Eficácia da Recomendação – A ciência da recomendação constitui em mora o(s) destinatário(s). O não atendimento das providências apontadas, ensejará a responsabilização, sujeitando-se às consequentes medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis. A recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Federal sobre o tema, não excluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação ao agente acima indicado ou outros cuja atuação seja pertinente ao seu objeto.
Portal Novo Norte
Um prestigioso estudo internacional prova que um medicamento anticâncer bloqueia a multiplicação do coronavírus em células humanas e em ratos. Dados completos do estudo não foram publicados
El País- Uma das batalhas mais desesperadas na luta contra o novo coronavírus é encontrar tratamentos eficazes contra a infecção para ajudar as pessoas já contagiadas que estão em alto risco de sofrer de uma doença grave ou morrer de covid-19. Até o momento, a busca por tratamentos tem sido decepcionante. Apenas a dexametasona mostrou reduzir a mortalidade por covid-19 e, na realidade, não combate o vírus, mas a reação inflamatória desenfreada sofrida pelos infectados com o pior prognóstico.
Nesta segunda-feira, uma equipe internacional de pesquisadores publicou os primeiros dados científicos comprovados sobre a eficácia de um novo tratamento que pode se tornar o antiviral mais poderoso contra o novo coronavírus: a plitidepsina. Os cientistas, liderados pelo virologista espanhol Adolfo García-Sastre, do Hospital Monte Sinai, em Nova York, explicam que esse medicamento é cerca de 100 vezes mais potente que o remdesivir, o primeiro antiviral aprovado para tratar a covid-19 e que até agora não demonstrou uma eficácia contundente, como eles mesmos lembram no estudo.
A plitidepsina é uma droga sintética à base de uma substância produzida por uma espécie de ascídias do Mar Mediterrâneo: animais invertebrados e hermafroditas que vivem fixados em pedras ou cais. A empresa PharmaMar desenvolveu o medicamento com o nome comercial de Aplidina para tratar o mieloma múltiplo —um câncer do sangue—, embora por enquanto só tenha sido aprovado na Austrália.
Depois do início da pandemia, a empresa começou ensaios clínicos com o uso desse fármaco contra a covid-19. O composto reduz a carga viral em pacientes hospitalizados, segundo a empresa, apesar de ainda não terem sido publicados dados científicos devidamente revisados para confirmar isso.
A equipe de García-Sastre e especialistas da Universidade da Califórnia em San Francisco, do Instituto Pasteur de Paris e da empresa PharmaMar, rastrearam todas as proteínas do novo coronavírus que interagem com as proteínas humanas. Eles então analisaram drogas já conhecidas que pudessem interferir nessas interações e identificaram 47 promissoras. Entre elas, a plitidepsina parece ser uma das mais viáveis. É entre nove e 85 vezes mais eficaz na prevenção da multiplicação do vírus do que duas outras drogas promissoras do mesmo grupo, de acordo com o estudo, publicado nesta segunda-feira na revista hermafroditas.
Os pesquisadores compararam os efeitos desta droga com os do remdesivir em dois exemplares de ratos infectados com SARS-CoV-2. Os resultados mostram que a plitidepsina reduz a replicação do vírus cerca de 100 vezes mais e que também combate a inflamação nas vias respiratórias.
O trabalho detalha como a droga funciona. A molécula não ataca diretamente o vírus, mas uma proteína humana de que ele precisa para sequestrar o maquinário biológico das células e usá-la para fazer centenas de milhares de cópias de si mesmo. A plitidepsina bloqueia uma proteína humana conhecida como eEF1A, sem a qual o maquinário de replicação do vírus é incapaz de funcionar. “Nossos resultados e os dados positivos dos ensaios clínicos da PharmaMar sugerem que é necessário priorizar novos ensaios clínicos com a plitidepsina para o tratamento de covid”, concluem os autores.
As terapias não dirigidas contra o vírus, mas contra uma proteína específica do paciente são mais resistentes ao aparecimento de novas variantes do vírus. A genética do paciente muda muito menos depressa do que a do vírus, então esse tipo de tratamento não seria tão afetado pela chegada de novas variantes mutantes do coronavírus. A equipe de García-Sastre acaba de publicar outro estudo, neste caso ainda preliminar, no qual mostra que dois desses tratamentos —plitidepsina e ralimetinibe, outra molécula usada contra o câncer— têm eficácia semelhante contra a variante britânica do coronavírus. O mesmo ocorre com o remdesivir, que é diretamente direcionado contra o vírus, mas a plitidepsina é 10 vezes mais potente contra o SARS-CoV-2 do que o remdesivir.
“O mecanismo molecular contra o qual este fármaco é dirigido também é importante para a replicação de muitos outros vírus, incluindo a gripe e o vírus sincicial respiratório”, explicou García-Sastre em um comunicado. Isso sugere que tem potencial para criar antivirais genéricos contra muitos outros patógenos, acrescenta.
Especialistas independentes alertam que ainda há um longo caminho a percorrer. “Estamos diante de um estudo pré-clínico muito bom realizado por um grupo de pesquisadores muito confiável”, comentou Marcos López, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia. “Ainda há pela frente a parte dos ensaios clínicos em pacientes e esclarecer em que momento da infecção esse medicamento poderia ser mais eficaz”, destaca.
Elena Muñez, principal pesquisadora do ensaio Solidarity no hospital Puerta de Hierro, em Madri, alerta que esses resultados “são muito preliminares”. “Esse tipo de dados pré-clínicos se baseia em experimentos com ratos totalmente controlados, situação muito diferente da realidade que vemos com pacientes em um hospital”, destaca.
“É um estudo muito promissor porque nos fornece um novo possível tratamento contra a infecção, algo que infelizmente ainda afeta muita gente”, destaca a virologista do CSIC Isabel Sola. Sua equipe fez um estudo anterior com esse medicamento e constatou que era eficaz na prevenção da replicação de um coronavírus que causa um resfriado e outro que pode provocar uma doença fatal, o SARS de 2002. “Vimos que tinha muito mais potência do que o remdesivir”, explica Sola. A plitidepsina atua contra a proteína N do coronavírus, essencial para proteger sua sequência genética e para reunir novas cópias de si mesmo nos estágios iniciais da infecção. Esta droga bloqueia temporariamente uma proteína humana crucial para que o vírus possa realizar essas funções. “Tanto a plitidepsina como o remdesivir teriam efeito apenas nas fases iniciais da infecção, durante as quais ainda há replicação viral, mas não nos estágios posteriores e mais graves, quando já há uma inflamação generalizada”, acrescenta.
Um dos pontos fortes a favor desse novo medicamento é que há evidências abundantes de que não é tóxico em doses moderadas. Parte da informação vem de estudos realizados para medir seu efeito contra o mieloma, mas também de outros ensaios em que estava sendo testada uma dose desse medicamento muito semelhante à usada contra a covid-19 em combinação com a dexametasona, o corticosteroide que hoje é o único tratamento contra covid que demonstrou salvar vidas. Nesses estudos, a plitidepsina não teve efeitos colaterais graves. “O mecanismo de ação deste fármaco é novo”, afirma Ana Fernández Cruz, assistente de doenças infecciosas do Hospital Puerta de Hierro, em Madri. “Por ser direcionado às células da pessoa infectada e não ao vírus, poderia ser usado em combinação com o remdesivir, o que é positivo”, destaca.
A PharmaMar está finalizando o documento oficial para solicitar o início de um ensaio de fase III, no qual será estudada a eficácia do medicamento em pacientes hospitalizados por covid-19. “Este trabalho confirma tanto a poderosa atividade como o alto índice terapêutico da plitidepsina e que, por seu especial mecanismo de ação, inibe o SARS-CoV-2, independentemente de qual for sua mutação em sua proteína S, como as das cepas britânicas, sul-africanas, brasileira ou as novas variantes que surgiram recentemente na Dinamarca”, explica José María Fernández, presidente da PharmaMar. “Estamos trabalhando com as agências do medicamento para iniciar o teste de fase III que será realizado em vários países”, afirma.
Nas últimas 24h, Feira de Santana registrou mais 46 pacientes recuperados da Covid-19 e atingiu a marca de 21.626 curados da doença desde o início da epidemia, índice que representa 94,5% dos casos confirmados. Enquanto isso, 121 exames foram negativos e 102 positivos.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 51 pacientes internados no município e 831 casos ativos, ou seja, pessoas que ainda estão com a doença. O informativo também confirma mais três mortes. A informação é da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde nesta segunda-feira (25).
Relatório sobre Covid-19 em Feira de Santana
NÚMEROS DESTA SEGUNDA-FEIRA
25 de janeiro de 2021
Casos confirmados no dia: 102
Pacientes recuperados no dia: 46
Resultados negativos no dia: 121
Total de pacientes hospitalizados no município: 51
Óbitos comunicados no dia: 3
Datas dos óbitos: 17/01, 23/01 e 25/01
A Secretaria de Saúde ressalta que a inclusão no boletim dos registros de óbito por Covid-19 é feita quando a declaração de óbito, ficha de notificação e resultado do exame positivo para a doença chegam à Vigilância Epidemiológica.
NÚMEROS TOTAIS
Total de pacientes ativos: 831
Total de casos confirmados no município: 22.864 (Período de 06 de março de 2020 a 25 de janeiro de 2021)
Total de pacientes em isolamento domiciliar: 780
Total de recuperados no município: 21.626
Total de exames negativos: 32.268 (Período de 06 de março de 2020 a 25 de janeiro de 2021)
Aguardando resultado do exame: 659
Total de óbitos: 407
INFORMAÇÕES TESTES RÁPIDOS
Total de testes rápidos realizados: 21.047 (Período de 06 de março de 2020 a 25 de janeiro de 2021)
Resultado positivo: 3.734 (Período de 06 de março de 2020 a 25 de janeiro de 2021)
Em isolamento domiciliar: 14
Resultado negativo: 17.313 (Período de 06 de março de 2020 a 25 de janeiro de 2021)
O teste rápido isoladamente não confirma nem exclui completamente o diagnóstico para covid-19, devendo ser usado como um teste para auxílio diagnóstico, conforme a nota técnica COE Saúde Nº 54 de 08 de abril de 2020 (atualizada em 04/06/20).
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana
Informação foi confirmada por um dos diretores do instituto indiano Serum
10 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 devem chegar ao Brasil no mês de fevereiro. Segundo Suresh Jadhav, um dos diretores-executivos do Instituto Serum, a Índia vai providenciar toda a quantidade de imunizantes que o Brasil precisar em “um curto período de tempo”. As informações são da CNN.
Jadhav explica que a prioridade é fornecer as doses para nações vizinhas, mas que, assim que o processo estiver concluído, levará uma semana para as doses chegarem aos brasileiros. Ele garante que um novo atraso deve ocorrerá, tal como houve com as primeiras 2 milhões de doses. Isso porque o governo indiano já deu início à sua própria campanha nacional de imunização.
– Não vejo mais obstáculos do lado do governo e obteremos todas as permissões necessárias para garantir o produto para o Brasil, uma vez que as negociações com o governo brasileiro estiverem finalizadas – disse.
O diretor considera que o processo de negociação está avançado e prevê planejamentos de distribuição e transporte. De acordo com ele, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelos estudos do imunizante no Brasil, está em contato direto e diário com o departamento de exportação.
Na sexta-feira passada (22), desembarcaram no aeroporto de Guarulhos (SP) 2 milhões de doses da vacina. Os carregamentos foram conduzidos ao Rio de Janeiro e entregues à Fiocruz.
Pleno News
Em texto publicado no “The Conversation”, especialista em evolução microbiana detalha o que se sabe sobre variante brasileira, sul-africana e britânica do novo coronavírus
Revista Galileu- Quando o suprimento de oxigênio nos hospitais de Manaus, no Brasil, acabou recentemente, a força aérea foi chamada para evacuações de emergência enquanto os profissionais de saúde tentavam freneticamente salvar vidas com ventilação manual. Para aqueles que não puderam ser salvos, havia apenas morfina e um aperto de mão final.
Por mais calamitosa que seja a situação para os afetados, o aumento devastador de casos de Covid-19 em Manaus nas últimas semanas fez soar o alarme cada vez mais alto para governos e agências em todo o mundo que lutam para controlar a pandemia. Os casos continuam a aumentar no Reino Unido e na África do Sul e, como em Manaus, parecem ser principalmente devido ao surgimento de novas variantes do coronavírus.
Três variantes causando preocupação
A denominação dessas “variantes de interesse”, como os cientistas as chamam, é um tanto confusa. Para simplificar, elas serão chamadas aqui de variantes brasileira, sul-africana e britânica. Todas surgiram recentemente e todas sofreram várias mutações que marcam uma mudança distinta na evolução do vírus. Variantes semelhantes estão quase certamente espalhadas por aí. É provável que mais evoluam.
Apesar de surgirem independentemente em três continentes diferentes, as três variantes compartilham semelhanças impressionantes. Cada um sofreu várias mutações em um curto período de tempo, com muitas no gene que fornece as instruções para a produção da proteína spike do Sars-CoV-2.
A proteína spike é onde as principais batalhas entre humanos e vírus estão sendo travadas, incluindo as vacinas. É a chave de como o patógeno interage com o corpo humano, tanto em relação à resposta imune quanto na ligação e entrada nas células das vias aéreas humanas.
Não apenas várias mutações afetaram essa proteína, mas mutações idênticas surgiram independentemente tanto nas variantes de interesse quanto em outras linhagens virais. Na verdade, o vírus “tropeçou” repetidamente nas mesmas soluções evolutivas para desafios específicos. Esse fenômeno é conhecido como convergência evolutiva – um exemplo é a evolução independente de asas em morcegos, pássaros e insetos.
É difícil entender como essas mutações podem afetar o comportamento do novo coronavírus em nível molecular. O trabalho para preencher a lacuna entre o “genótipo” de cada variante (as mutações) e seu “fenótipo” (a rapidez com que se espalha) está sendo acelerado no Reino Unido e em outros lugares, mas exigirá um grande esforço multidisciplinar.
Constelações de mutações
A tarefa se torna mais difícil porque várias mutações se acumularam nessas variantes (as chamadas constelações). A variante do Reino Unido, por exemplo, tem 23 mutações separadas, representando um salto evolutivo notável, sem variantes intermediárias conhecidas, como se houvessem “elos perdidos” na cadeia evolutiva.
Embora nem todas as mutações sejam consideradas importantes, o efeito de qualquer mudança individual pode ser alterada pela presença de outras mutações (um efeito chamado epistasia). Isso complica muito os problemas que são descobrir precisamente o que essas alterações fazem e avaliar o risco de novas variantes emergentes apenas a partir dos dados de sequenciamento genético.
Apesar dessas complexidades, uma combinação de análise computacional e experimentos de laboratório rendeu evidências valiosas do efeito dessas mutações. Por exemplo, uma mudança encontrada nas três variantes é a N501Y. O nome se refere a uma alteração na proteína spike, onde o tipo de molécula de aminoácido localizada na posição 501 mudou de asparagina (N) para tirosina (Y).
A posição 501 está no local em que o vírus se liga ao receptor celular (parte da proteína spike se une a um receptor específico (ACE2) nas células do corpo humano) e essa mudança parece fortalecer a ligação entre o patógeno e as células humanas. No entanto, por razões que permanecem obscuras, o efeito da N501Y é muito amplificado quando combinado com outras mutações.
Outras mudanças na proteína spike oferecem ao Sars-CoV-2 alguma proteção contra a resposta imune. Os exemplos incluem a E484K (encontrado nas variantes brasileiras e sul-africanas, mas não na variante do Reino Unido) e uma mutação na variante do Reino Unido em que dois aminoácidos são deletados (del69-70), que é repetidamente encontrada em conjunto com mutações no domínio de ligação ao receptor.
Pressão de seleção
Desafios evolutivos específicos e pressões de seleção que favorecem a sobrevivência de algumas variantes do vírus em detrimento de outras podem estar impulsionando o surgimento de variantes preocupantes. Isso ajudaria a explicar por que eles adquirem várias mutações tão rapidamente, ou por que essas variantes estão começando a surgir agora.
Uma explicação plausível para o aparecimento da variante do Reino Unido é que ela surgiu em uma única pessoa cronicamente infectada com um sistema imunológico enfraquecido que estava sendo tratada com plasma convalescente (anticorpos de um paciente recuperado). Isso teria dado uma grande vantagem a qualquer variante que pudesse resistir aos anticorpos terapêuticos. Mas continua sendo uma teoria.
Uma segunda possibilidade diz respeito ao surgimento da variante brasileira. A atual onda de infecção em Manaus é apenas o mais recente desastre da Covid-19 a atingir essa cidade. Ondas anteriores podem ter levado à infecção de 76% da população. O alto nível de imunidade resultante na população pode ter dado vantagem às mutações na proteína spike.
Embora essas variantes estejam causando preocupação, devemos permanecer confiantes de que as vacinasterão sucesso em acabar com a pandemia e permitir o retorno à normalidade. Atualmente, não há evidências de que as vacinas sejam menos eficazes contra as novas variantes. Embora seja impossível ter certeza se ou como o vírus dará mais saltos evolutivos quando confrontado com as vacinas, as modificações no imunizantes devem garantir que estejamos um passo à frente disso.
*Ed Feil é professor de evolução microbiana na Universidade de Bath, no Reino Unido.
(Texto publicado originalmente em inglês no The Conversation.)