Programa habitacional divide os beneficiários em três grupos e prevê juros mais baixos para moradores da região Norte e Nordeste.
O governo publicou nesta sexta-feira (15) o decreto que regulamenta o programa habitacional Casa Verde e Amarela, que substitui o Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Lançado em agosto do ano passado, o programa contempla famílias residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 7 mil e famílias de áreas rurais com renda anual de até R$ 84 mil.
O Casa Verde e Amarela divide os beneficiários em três grupos e prevê juros mais baixos para moradores da região Norte e Nordeste (veja detalhes ao fim da reportagem).
O governo diz que o Casa Verde e Amarela deve atender 1,2 milhão de famílias até o fim de 2022.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, o programa habitacional vai contemplar linhas para:
Produção ou aquisição subsidiada de imóveis de imóveis novos ou usados em áreas urbanas ou rurais;Produção ou aquisição financiada de imóveis novos ou usados em áreas urbanas ou rurais;Requalificação de imóveis em áreas urbanas;Locação social de imóveis em áreas urbanas; urbanização de assentamentos precários;Melhoria habitacional em áreas urbanas e rurais; e regularização fundiária urbana.
No caso de contratação de operações de financiamento habitacional com recursos orçamentários da União, o atendimento do programa será limitado para famílias em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 4 mil e para agricultores e trabalhadores em áreas rurais com renda anual de até R$ 48 mil.
O governo diz que as solicitações de financiamento pelo programa podem ser feitas na Caixa Econômica Federal (saiba mais aqui) e também nas construtoras.
Segundo o governo, desde o lançamento do programa, já foram contratadas 113,2 mil operações de crédito imobiliário por meio do Casa Verde Amarela.
Na prática, com Casa Verde e Amarela, a faixa mais baixa do programa Minha Casa Minha Vida, que não tinha juros e contemplava as famílias com renda de até R$ 1,8 mil foi pausada.
Segundo o Ministério da Economia, novas unidades dentro dessa modalidade só podem ser contratadas caso haja “suplementação de recursos” pelo Orçamento Geral da União.
Por hora, essas famílias passam a ser atendidas pelo Grupo 1, que tem taxas a partir de 4,25%- semelhante à que era oferecida pelo MCMV na faixa 1,5.
O Casa Verde e Amarela passa a dividir o público-alvo em três grupos e, além de financiamento de imóveis, prevê outras ações, como reforma para melhorias da moradia e regularização fundiária.
Para a área rural: famílias com renda anual de até R$ 84 mil (desconsiderando benefícios temporários indenizatórios, assistenciais e previdenciários).
No programa Casa Verde e Amarela, os juros do financiamento das habitações do programa serão menores nas regiões Norte e Nordeste.
Informações G1
A quina teve 66 ganhadores, com prêmio individual de R$ 34.602,68. Foram 4.609 apostas ganhadoras da quadra, e o prêmio para cada uma é R$ 707,86.
Um apostador de Serrinha, na Bahia, acertou as seis dezenas do Concurso 2.334 da Mega-Sena, realizado nessa quarta-feira (13), no Espaço Loterias Caixa, em São Paulo.
Os números sorteados foram 04, 13, 20, 22, 25, 60 e o ganhador vai receber R$ 11.854.874,71.
A quina teve 66 ganhadores, com prêmio individual de R$ 34.602,68. Foram 4.609 apostas ganhadoras da quadra, e o prêmio para cada uma é R$ 707,86.
O prêmio estimado para o próximo sorteio, no sábado (16), é de R$ 13 milhões.
As apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio em lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.
Informações Bom Dia Feira
Agência Brasil- O Ministério da Economia publicou hoje (13) no Diário Oficial da União (DOU) portaria que oficializa o reajuste de 5,45% das aposentadorias e benefícios acima de um salário mínimo pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Com o aumento, a partir de 1º de janeiro, o teto dos benefícios pagos pelo INSS passa de R$ 6.101,06 para R$ 6.433,57.
O reajuste segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), conforme determina a legislação previdenciária. O indicador, calculado pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), fechou o ano passado em 5,45%.
A portaria também oficializa em R$ 1,1 mil o mínimo a ser pago em aposentadorias, pensões por morte, auxílio-doença e auxílio reclusão, entre outros benefícios especiais. Esse é o valor equivalente ao salário mínimo para 2021, que pela lei serve de piso para tais pagamentos feitos pelo INSS.
Neste ano, o salário mínimo foi reajustado em 5,29%, com base em estimativa do governo sobre o INPC.
Benefício concedido em 2020 e alíquotas de contribuição
No caso dos benefícios concedidos no ano passado, o beneficiário pode ter direito a um reajuste apenas proporcional, de acordo com o mês em que obteve o direito a receber o pagamento. Confira abaixo a tabela:
A portaria do Ministério da Economia também traz a tabela com o reajuste dos valores de base para a contribuição progressiva dos trabalhadores ao INSS. Os valores servem de referência para empregados com carteira assinada, domésticos e trabalhador avulso.
As taxas são progressivas. Ou seja, cada percentual incide somente a parte do salário correspondente a cada faixa de cobrança. Por exemplo, quem recebe R$ 2 mil pagará 7,5 % sobre R$ 1,1 mil e 9% sobre o restante, R$ 900, resultando em uma contribuição de R$ 163,50.
Serão beneficiadas 3,4 milhões de pessoas.
Agência Brasil- Cerca de 3,4 milhões de beneficiários do auxílio emergencial e do auxílio emergencial extensão nascidos em junho poderão sacar a última parcela do benefício a partir desta quarta-feira (13). Eles poderão sacar ou transferir os recursos da conta poupança social digital. Foram creditados cerca de R$ 2,5 bilhões para esse público nos ciclos 5 e 6 de pagamentos.
Desse total, R$ 2,2 bilhões são referentes às parcelas do auxílio emergencial extensão e o restante, cerca de R$ 300 milhões, às parcelas do auxílio emergencial.
O dinheiro havia sido depositado na conta poupança digital em 30 de novembro para os beneficiários do ciclo 5 e em 18 de dezembro para os beneficiários do ciclo 6. Até agora, os recursos podiam ser movimentados apenas por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de boletos, de contas de água, luz e telefone, compras com o cartão virtual de débito pela internet e compras em estabelecimentos parceiros por meio de maquininhas com código QR (versão avançada do código de barras).
Para realizar o saque em espécie, é necessário fazer o login no Caixa Tem, selecionar a opção “saque sem cartão” e “gerar código de saque”. Depois, o trabalhador deve inserir a senha para visualizar o código de saque na tela do celular, com validade de uma hora. O código deve ser utilizado nos caixas eletrônicos da Caixa, nas unidades lotéricas ou nos correspondentes Caixa Aqui.
Os saques em dinheiro podem ser feitos nas lotéricas, correspondentes Caixa Aqui ou nas agências.
O governo federal já decidiu que vai antecipar o pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas neste ano. O pagamento do abono salarial também será antecipado.
A medida estava em estudo como forma de compensar o fim do auxílio emergencial, programa por meio do qual o governo injetou R$ 254 bilhões na economia, desembolsando recursos para 66,4 milhões de pessoas.
A ideia é que os pagamentos comecem entre fevereiro e março.
A iniciativa é tida como viável pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, porque não tem custo fiscal: os recursos já estavam previstos no Orçamento e serão apenas desembolsados com antecedência.
A equipe econômica acredita que, com isso, será possível observar a reação ao que é definido internamente como “desmame” do auxílio emergencial.
Outras medidas estão em estudo, como a reformulação ou ampliação do Bolsa Família.
Elas não resolvem, no entanto, o problema de milhares de pessoas que estão deixando de receber o auxílio e que podem ter dificuldade para encontrar emprego em uma economia desacelerada.
O Ministério da Economia, por isso, deve insistir com a ideia da aprovação da Carteira Verde e Amarela, que reduz custo de contratação de funcionários jovens.
A proposta, no entanto, é polêmica e a primeira tentativa de aprová-la no Congresso fracassou.
Informações Bahia Notícias
Alta é temporária, mas pode afetar cenário de 2021, afirma Bruno Serra
Agência Brasil- O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, disse hoje (12) que o resultado da inflação de 4,5% em 2020, acima do centro da meta, foi “espetacularmente” melhor do que uma inflação de 2,1%, como previsto pelo Banco em setembro do ano passado. A meta projetada era de inflação de 4%. Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado ficou em 4,52%.
“Estamos entregando uma inflação acima do centro da meta, o que nunca é desejável. Mas, como a gente está sempre perseguindo o centro da meta, que era de 4% em 2020, 4,5% é espetacularmente melhor que os 2,1% que a gente imaginava no final de setembro”, disse Serra, durante videoconferência sobre a conjuntura econômica brasileira promovida pela XP Investimentos.
De acordo com Serra, a alta da inflação é temporária, mas pode afetar o cenário de 2021. O diretor do BC explicou que a alta foi puxada pelo câmbio e pelo preço de commodities(produtos primários com cotação em mercados internacionais) que subiram mais do que o esperado. Segundo Serra, outros fatores de pressão para a alta da inflação foram o dinheiro do auxílio emergencial, questões climáticas que impactaram colheitas no sul do país e a restrição na produção de petróleo da Arábia Saudita.
“Teremos uma inflação um pouco mais alta do que imaginávamos, algo que teremos que avaliar nos próximos ciclos. Mudou muito o cenário de commodities de dezembro para cá e teve uma mudança no câmbio também”, acrescentou.
Serra disse ainda que o BC deve rever em breve a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 2% ao ano, mas ressaltou que a alteração vai depender do rumo que tomar a política fiscal do país. “A taxa de juros estrutural da economia brasileira não é 2%. Não é a taxa em que o Brasil vai conviver em situações normais. É o nível que o Banco Central precisou colocar para perseguir a meta de inflação em um ambiente bastante típico”, afirmou.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza a primeira reunião de 2021, mas, de acordo com Serra, ainda não deve haver mudanças na taxa da Selic. As alterações devem ocorrer após a votação do Orçamento de 2022, após o início do ano legislativo, em fevereiro.
“É um debate que vai acontecer no devido tempo, ao longo dos próximos trimestres. O debate já está ocorrendo no mercado e é natural que ocorra do nosso lado também”, afirmou.
Presidente afirmou que automobilística queria subsídios
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou nesta terça-feira (12) a apoiadores que a Ford não disse a verdade sobre o fechamento dos parques fabris no Brasil.
– Mas o que a Ford quer? Faltou à Ford dizer a verdade: querem subsídios. Vocês querem que continuemos dando R$ 20 bilhões a eles, como fizemos nos últimos anos, dinheiro de vocês, impostos de vocês, para fabricar carro aqui? Não. Perdeu para a concorrência, lamento – disse.
Bolsonaro afirmou ainda que “em um ambiente de negócios, quando não se tem lucro, se fecha”. “Assim é na vida e na nossa casa”, completou o presidente, que disse lamentar a decisão da montadora por causa de “cinco mil empregos perdidos”.
Depois de mais de 100 anos produzindo no Brasil, a Ford anunciou na segunda-feira (11) o encerramento de sua produção de veículos no país. A decisão afeta as fábricas de Camaçari (BA), de Taubaté (SP) e de Horizonte (CE), mas a montadora segue com sua operação de vendas e assistência técnica no país, focando em produtos importados.
*Estadão
Informações Pleno News
Depois de 102 anos no Brasil, a Ford anunciou que vai fechar suas três fábricas locais. Entenda os motivos que levaram a montadora a tomar essa decisão e os riscos de outras seguirem o mesmo caminho
Sergio Quintanilha – NEO FEED O fim da produção de carros da Ford no Brasil foi o desfecho triste de uma morte que estava anunciada há anos, mas ninguém quis acreditar. Nesta segunda-feira, 11 de janeiro, a Ford Motor Company anunciou que a Ford Brasil encerra sua operação de manufatura no País, fechando suas três fábricas: Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE).
O sinal mais forte de que a Ford Brasil estava gravemente doente foi dado há menos de dois anos, no dia 19 de fevereiro de 2019, quando a empresa decidiu sair do negócio de caminhões e fechou a histórica fábrica do ABC paulista.
Para além das graves consequências para trabalhadores, concessionários e fornecedores, a saída da Ford é péssima para o Brasil. As operações na América do Sul continuam e o mercado brasileiro receberá carros importados da Argentina e do Uruguai. Um vexame para o Brasil, que é o maior produtor de veículos da região.
É a terceira vez em menos de dois anos que um fabricante de carros decide parar de fabricar no País, pois entre os dois anúncios da Ford houve a desistência da Mercedes-Benz, no dia 17 de dezembro do ano passado, fechando a fábrica de Iracemápolis (SP), de onde saiam os modelos Classe C e GLA.
Por que a Ford sai do Brasil? De quem é a culpa? Em parte, essa culpa é da própria Ford. Desde os anos 1980, a marca cometeu erros estratégicos no Brasil, abrindo mão de sua reconhecida capacidade de fabricar carros bem acabados ou úteis, para entrar numa aventura com a Volkswagen na Autolatina.
A Ford então começou a perder sua identidade, com carros que tinham mais a característica prática dos alemães do que o DNA fordista. Aos poucos, a Ford foi desistindo de seus principais produtos. Perdeu a elegância do Del Rey, a esportividade do Escort XR3, o espaço da Belina e a praticidade da picape Pampa, que era derivada do Corcel II.
Durante anos, a Ford Pampa foi um dos veículos usados mais comercializados no interior do Brasil porque era a única picape acessível com tração 4×4. O mundo se tornou globalizado e isso só piorou as coisas. O Ford Focus era ótimo, mas não conseguiu se estabelecer diante de uma concorrência feroz, com a chegada de novos e sedentos competidores.
O pequeno Ka, que era um carro aspiracional para uma geração jovem, chegou caro demais. O Fiesta, campeão de vendas em vários países da Europa, não conseguiu se impor diante da mística do Volkswagen Gol e da ousadia comercial da Fiat com os modelos Uno e Palio.
“Desde os anos 1980, a marca cometeu erros estratégicos no Brasil, abrindo mão de sua reconhecida capacidade de fabricar carros bem acabados ou úteis”
Mesmo assim, a Ford teve duas chances de se salvar. A primeira delas foi com a picape Ranger, que introduziu o conceito de utilitário médio e até hoje faz sucesso. A Ranger fica no mercado, mas, como quase todas as picapes, é produzida na Argentina.
A melhor de todas as oportunidades – e que reergueu a Ford no Brasil – foi o lançamento do EcoSport, em 2003. Uma ideia genial e barata. Pegaram a carroceria do Fiesta, levantaram a suspensão, reforçaram a estrutura do carro, criaram um design jovem, inspirado em SUVs da Land Rover, aplicaram vários adereços estéticos de aventura e deu muito certo.
Durante 10 anos o Ford EcoSport liderou sozinho um segmento que todas as outras marcas ignoravam: o de SUVs compactos. Porém, enquanto dormia sobre os louros do EcoSport, a Ford fez uma opção errada e isso mudou tudo, terminando no triste desfecho desta segunda-feira.
Ao invés de investir em uma nova picape pequena ou compacta, que poderia ser baseada no próprio EcoSport, a Ford olhou para o passado e quis fazer o seu “Gol”. Conseguiu. O Ford Ka é o Volkswagen Gol aprimorado que todos tentavam fazer e não conseguiam. Porém, a GM também quis brincar neste segmento e lançou o Chevrolet Onix.
O Ford Ka era muito bom, mas o Chevrolet Onix chegou com uma multimídia moderna e acessível, e o conceito de câmbio automático no segmento de hatches compactos. Apesar de ter na matriz americana uma das melhores multimídias do mundo, a Sync 2.5 e a Sync 3, a Ford manteve no Ka e no EcoSport a ultrapassada Sync 2. Quando atualizou os carros era tarde. O público estava mais interessado em conectividade do que em motores.
No Brasil, os custos de produção continuavam sempre altos. Para piorar, as constantes crises econômicas criaram milhões de desempregados e endividados
No Brasil, os custos de produção continuavam sempre altos. Para piorar, as constantes crises econômicas criaram milhões de desempregados e endividados. A Fiat, por exemplo, desistiu dos carros de entrada, que deixavam pouca margem de lucro e exigiam altíssimos volumes de produção, para se concentrar no mercado de picapes, altamente rentável.
Justiça seja feita a vários executivos da Ford Brasil, que queriam entrar no segmento. A picape Courier, baseada no Fiesta, não repetiu o sucesso da Pampa, mas a Ford tinha o know-how de picapes. Poderia ter feito alguma coisa.
Dearborn, sede da Ford Motor Company, nunca concordou. Todos os produtos deveriam ser globalizados, diziam. Enquanto isso, a FCA lançou no Brasil a picape Fiat Toro, uma alternativa mais barata e a diesel para as picapes médias (como a Ranger), que ficaram muito grandes e muito caras.
A Fiat hoje tem 46,5% do lucrativo segmento de comerciais leves, a Ford tem 5,9%. Entre os automóveis de passeio, a Ford, que era uma das chamadas “quatro grandes”, perdeu vendas e caiu para sexto lugar, com 7,4% do mercado. Somando os dois segmentos, a Ford ocupa a quinta posição no ranking brasileiro, com 139.255 carros vendidos em 2020 e 7,1% de participação.
Nas últimas décadas, ao contrário do que aconteceu em empresas alemãs, francesas e japonesas, nenhum presidente da Ford Brasil se comunicou em português com a imprensa ou com os funcionários próximos. A língua “oficial” dentro da Ford sempre foi o inglês. Pior: segundo informações de concessionários, até a política de preços era decidida nos EUA. Assim fica difícil.
Se não bastassem todos esses equívocos na estratégia produtiva e comercial, a Ford Brasil foi seriamente abalada com a disrupção do mundo do automóvel. O que está acontecendo hoje no mercado de carros é comparável ao que aconteceu em 1913, quando Henry Ford implantou a linha de produção e tornou o Model T acessível para a classe média dos Estados Unidos. Não há mais futuro na indústria automobilística para quem não entrar de cabeça no mundo dos carros eletrificados – sejam eles híbridos ou totalmente elétricos.
O Brasil deixou de ser interessante para qualquer fabricante que pense racionalmente. Para além do famoso “custo Brasil”, o País não transmite confiança
A Ford está muito atenta a esse movimento, mas nos EUA e na Europa. O Brasil deixou de ser interessante para qualquer fabricante que pense racionalmente. Para além do famoso “custo Brasil”, que é uma explosiva combinação de impostos altos, excesso de burocracia e moeda desvalorizada perante o dólar e o euro, o País não transmite confiança.
Todas as iniciativas para popularizar os veículos elétricos partem de marcas de luxo. Não existe um projeto de País que dê um sinal de melhora na infraestrutura. Na semana passada, numa reunião com alguns jornalistas, o presidente da Anfavea (Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luís Carlos Moraes, disse que é preciso “filtrar diariamente” as informações vindas do governo brasileiro para retransmiti-las à matriz (no caso, a Mercedes-Benz).
Moraes não fez uma crítica direta a nenhuma pessoa em especial, mas respondia a uma pergunta sobre como transmitir informações com credibilidade sobre o cenário econômico para o exterior, se dentro do próprio País o presidente num dia afirma que “o Brasil está quebrado” e no dia seguinte, após a grande repercussão, diz que “o Brasil está bem, está uma maravilha”.
Na mesma ocasião, o presidente da Anfavea criticou duramente a decisão do governo do Estado de São Paulo de aumentar o ICMS para carros zero km e para carros usados. Uma hora imprópria, pois vai encarecer as transações de carros para fabricantes, comerciantes e consumidores.
Na visão da Anfavea, todos esses elementos atrapalham o Brasil quando as empresas transnacionais, pressionadas por uma quebra de paradigma sem precedentes, precisam decidir onde vão fabricar seus próximos carros. Com altos custos internos, a indústria automobilística brasileira não consegue ser competitiva nas exportações – o que é fundamental no novo cenário global.
A decisão da Ford de parar de fabricar carros no Brasil, portanto, é o desfecho de uma morte anunciada. O pior é que talvez não seja o último fabricante a dar adeus ao País, que tropeça em seus próprios problemas e deixa de ser interessante para essas empresas transnacionais, ou seja, que não tiram passaportes eternos.
Ministério da Economia afirmou que medida “destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria” no Brasil
O Ministério da Economia lamentou, nesta segunda-feira (11), a decisão da Ford de encerrar a produção no Brasil. Em nota, a Pasta disse que a medida “destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país” e que trabalha “na redução do Custo Brasil”.
Em comunicado, a Ford informou que tomou a decisão após anos de perdas significativas no Brasil. A multinacional americana acrescentou ainda que a pandemia agravou o quadro de ociosidade e a redução de vendas na indústria. Além do encerramento da produção, a montadora também irá fechar três fábricas.
Ao comentar a decisão, o Ministério ressaltou que a decisão da empresa foi “global e estratégia” e reforçou a “necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais”.
Leia a nota do Ministério da Economia:
O Ministério da Economia lamenta a decisão global e estratégica da Ford de encerrar a produção no Brasil. A decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise. O ministério trabalha intensamente na redução do Custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes. Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais.
Agência Brasil- O Ministério da Cidadania divulgou nesta segunda-feira (11) o calendário anual de pagamentos dos benefícios do Programa Bolsa Família para 2021. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União. Em janeiro, o pagamento será feito entre os dias 18 e 29.
Programa com 14 milhões de famílias inscritas, o Bolsa Família paga os beneficiários conforme o dígito final do Número de Identificação Social. Os depósitos ocorrem sempre nos dez últimos dias úteis de cada mês. As datas já haviam sido divulgadas pela Caixa Econômica Federal, responsável por operar o Bolsa Família. Confira o calendário.
Em dezembro, a Caixa começou a migração dos beneficiários que ainda sacam o Bolsa Família exclusivamente com o Cartão Cidadão para a conta poupança social digital. Usada no pagamento do auxílio emergencial, a conta poupança permite o pagamento de boletos e de contas domésticas (como água, luz e gás).