Essa é a terceira acusação criminal que Trump recebe em quatro meses. A segurança do lado de fora do tribunal foi reforçada.
Trump se apresenta à Justiça em Washington
Donald Trump foi formalmente acusado no processo criminal sobre a tentativa de reverter os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020 –de acordo com a promotoria, o ataque ao prédio do Congresso dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, fez parte do plano de Trump para alterar os resultados das urnas.
O ex-presidente dos EUA chegou um pouco antes do horário marcado para a audiência. Lá dentro, Trump afirmou que é inocente. Ele mesmo verbalizou que não é culpado para a juíza. Pouco depois, dele deixou o prédio na cidade de Washington DC. A magistrada aprovou as condições para a liberação do ex-presidente e avisou que ele não deve cometer mais crimes.
Um pequeno grupo de manifestantes ficou do lado de fora.
A próxima audiência deste processo está marcada para o dia 28 de agosto. Segundo a mídia dos EUA, esse caso deve tramitar mais rápido que os outros em que Trump é acusado criminalmente.
No documento da acusação, o procurador Jack Smith acusa Trump e cúmplices dele de promover mentiras sobre a votação daquele ano, por ter insistido com autoridades estaduais e federais para mudar os resultados das urnas e por arregimentar colégios eleitorais falsos para tentar tirar votos de Joe Biden.
No dia 6 de janeiro de 2021, a vitória eleitoral de Biden estava sendo formalmente certificada no Capitólio (o prédio do Congresso dos EUA) quando o edifício foi invadido por uma multidão de apoiadores de Trump. Eles interromperam a sessão em que a certificação acontecia e ameaçaram o então vice-presidente Mike Pence, que conduzia o processo, por ter se recusado a reverter o resultado das urnas.
Trump enfrenta quatro acusações:
O quarto crime, mas, diferentemente dos outros, não foi como participante de uma conspiração:
Em caso de condenação, a acusação mais grave pode ser punida com uma sentença de 20 anos de prisão.
Em sua rede social, Trump afirma que a acusação tem motivações políticas e que o governo de Joe Biden é comparável a regimes fascitas.
Trump — Foto: Reprodução/GloboNews
Essa é a terceira acusação em quatro meses. As outras são ligadas aos seguintes casos:
Além disso, Trump provavelmente será acusado na Justiça do estado da Georgia, porque ele tentou reverter o resultado das eleições presidenciais naquele estado.
Apesar de sérios problemas com a Justiça, Trump é um dos candidatos do Partido Republicano à presidência do pais. Por enquanto, ele lidera as prévias do partido dele.
Desde que ele foi acusado criminalmente pela primeira vez, a intenção de voto em Trump nas prévias até mesmo aumentou.
Órgãos de segurança, como o Serviço Secreto e a polícia da cidade de Washington DC, aumentaram a proteção para a audiência. Mais agentes foram empregados do lado de fora, e algumas entradas foram bloequeadas.
Trump deixou a cidade de Bedminster, no estado da Nova Jersey, para viajar a Washington.
Muitas das acusações que constam no processo já eram conhecidas. Mas o texto traz alguns detalhes.
Antes do dia 6 de janeiro, Trump pressionava o vice dele, Mike Pence, a roubar as eleições com uma teoria sobre a certificação da votação. Pence disse que não havia base legal para executar o que o presidente queria. Trump, então, dissea Pence “você é excessivamente honesto”.
Em 6 de janeiro, enquanto falava com seus apoiadores antes de atacarem o Capitólio, Trump disse: “Se Mike Pence fizer a coisa certa, ganhamos a eleição”. Alguns invasores no Capitólio mais tarde gritaram: “Enforquem Mike Pence!”
Longe de serem desencorajados pela violência, Trump e um co-conspirador não identificado continuaram ligando para membros republicanos do Congresso horas depois que o tumulto havia terminado, ainda com a intenção de bloquear a certificação, diz a acusação.
“Precisamos de vocês, nossos amigos republicanos, para tentar apenas retardar o processo”, disse o co-conspirador em uma mensagem de voz para um senador dos EUA, segundo os promotores. A descrição do co-conspirador na acusação deixa claro que se tratava de Rudy Giuliani, ex-advogado pessoal de Trump.
Informações G1