Após o CORREIO publicar uma reportagem mostrando como Feira de Santana se tornou um distribuidor do vírus na Bahia, o prefeito da cidade, Colbert Martins (MDB) , se posicionou neste sábado (18) e disse que o município está numa situação “relativamente controlada na pandemia, embora seja extremamente complicado enfrentar essa situação”.
Considerando-se o polo econômico, educacional, social, logístico e de atendimento à saúde que significamos numa macrorregião que abrange municípios até a mais de 200 km de distância daqui”, destaca o prefeito em nota enviada ao jornal.
Martins, que também é médico e professor de Epidemiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), afirmou que no período de 6 de março a 17 de julho de 2020, Feira de Santana, com cerca de 660 mil habitantes, teve 5.741 casos da doença e 99 óbitos. O município registrou 3.305 recuperados da doença desde o início da pandemia.
“São números a se lamentar e que servem de alerta, evidentemente, mas as próprias estatísticas proporcionais da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) revelam que Feira não pode ser considerada o terror da covid-19 na Bahia”, rebate Martins.
“Além disso, dados, também, da Sesab indicam que o município está com um coeficiente de incidência da doença de 911,41, abaixo da capital e de sete municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS)”, pontua o prefeito.
Segundo dados da Sesab até a última sexta-feira (17), Feira de Santana está em 234º lugar no crescimento médio de casos de covid-19 nos últimos cinco dias, em relação a todos os municípios da Bahia. Colbert Martins afirmou ainda que o município tem um índice de letalidade da doença de 1,65%, contra 2,31% na Bahia e 3,65% no Nordeste.
De acordo com o prefeito, o retorno de nordestinos que perderam o emprego em São Paulo e dos que regressaram com medo do avanço da doença no Sudeste é outro fator que está contribuindo muito para o aumento de casos de covid-19 em cidades de pequeno porte na Bahia. “Todos os dias, veículos considerados clandestinos chegam a cidades da Bahia com muitos passageiros contaminados em São Paulo. Frequentemente há denúncias sobre isso”, afirma.
“Se confrontarmos as estatísticas da pandemia com a grande influência e a dependência de uma macrorregião de dezenas de municípios, principalmente do ponto de vista socio-econômico de Feira de Santana, além da questão logística de maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste, eu diria que a ação do vírus por aqui poderia estar muito, mais muito mesmo, pior”, acrescenta o prefeito Colbert Martins.