Jair Bolsonaro é um fenômeno de sobrevivência em processo acelerado de mutação. Cada nova pesquisa feita em tempos de coronavírus revela mais popularidade.
Simultaneamente, de acordo com pesquisas, a aprovação manteve-se praticamente igual, oscilando dentro da margem de erro de 2,2 pontos: passou de 34,5% para 32%, considerando os brasileiros que classificam sua administração como boa ou ótima. Ou seja, Bolsonaro ainda goza da simpatia de um terço do eleitorado, um respaldo que parece até agora à prova de crise e tão resistente quanto sua luta eterna contra os fantasmas do comunismo.
De acordo com especialistas, metade da fatia de 30% dos que o avaliam como bom ou ótimo são fãs do capitão, o chamado núcleo duro do bolsonarismo.
Nos últimos meses aumentaram a quantidade de eleitores que só cursaram até o ensino fundamental e com renda condizente à das camadas mais pobres da sociedade. O fenômeno, consequentemente, fez cair a rejeição que Bolsonaro tem na Região Nordeste, um reduto histórico do PT.
Uma pesquisa recente do Vox Populiencomendada pelo partido de Lula o PTquantificou o fenômeno.
Ela apresenta o desempenho do presidente por região, renda familiar e escolaridade. VEJA teve acesso aos dados. De acordo com o levantamento, Bolsonaro recebeu as seguintes avaliações: 35% positivo, 38% negativo e 24% regular.
A mesma pesquisa realizada pelo Vox Populi em dezembro revelou que a popularidade do presidente vinha numa tendência de queda desde abril do ano passado — em igual período, a rejeição a ele aumentava, chegando, no fim de 2019, a 42% dos pesquisados.
Em dezembro, Bolsonaro tinha apenas 22% de aprovação. Para lideranças do PT, o presidente soube capitalizar o medo do desemprego e da falta de renda e, ao ficar com os louros do “coronavoucher”, o auxílio emergencial financeiro da pandemia, conseguiu reverter a tendência de queda, saltando 13 pontos porcentuais em quatro meses.
Nem a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça teve impacto, segundo o levantamento. A diferença entre a aprovação nos dias anteriores à demissão do ex-juiz da Lava-Jato e nos dias após sua saída do governo, em 24 de abril, foi de apenas 1 ponto porcentual.
Rotativo News/reprodução
Foto: reprodução