Weintraub
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi confirmado nesta quinta-feira (30) como diretor executivo do conselho do Banco Mundial, informou a própria instituição em comunicado à imprensa.
Weintraub foi indicado para o cargo pelo governo brasileiro horas depois de deixar o MEC, em junho, após uma gestão turbulenta e uma saída repentina do país rumo aos EUA.
Segundo o comunicado, Weintraub “deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição.”
O banco diz também que “Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas.”
Weintraub foi eleito pelo grupo de países (constituency) formado por Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. O Banco Mundial não informou se o ex-ministro foi confirmado no cargo por unanimidade.
“Para preservar a integridade do voto, os registros de voto não são tornados públicos”, disse a instituição.
A ida de Weintraub ao Banco Mundial não foi bem recebida pela associação de funcionários, que chegaram a pedir a suspensão da indicação em carta ao Comitê de Ética da instituição até a conclusão dos processos sobre falas de cunho racista feitas pelo ministro contra a China. O órgão disse que não tinha poder para suspender a indicação.
A associação de funcionários manteve a oposição à indicação de Weintraub, afirmando que o código de conduta interno prevê recomendações sobre problemas de conduta mesmo em situações prévias ao futuro emprego.
No Brasil, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) tentou barrar a indicação de Weintraub na Justiça, sem sucesso.
Alckmin
A Justiça Eleitoral em São Paulo aceitou, nesta quinta-feira (30), denúncia contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Alckmin é acusado de falsidade ideológica eleitoral (caixa dois), corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A promotoria acusa o político de ter recebido R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha ao governo de São Paulo em 2010 e mais R$ 9,3 milhões quatro anos depois, quando foi reeleito. A acusação também envolve mais oito pessoas.
De acordo com o juiz eleitoral, o Ministério Público Eleitoral apresentou indícios suficientes de materialidade dos crimes supostamente cometidos pelo tucano.
Entre as provas listadas pela Promotoria estão depoimentos de delatores da Odebrecht, registros de pagamentos, e-mails, planilhas e trocas de mensagens.
“Os depoimentos dos colaboradores e das testemunhas, somados aos elementos de corroboração acostados nos autos, em tese, perfazem conjunto de indícios, por ora, capaz de reforçar a convicção sobre o envolvido dos denunciados no complexo esquema de solicitação e recebimento de vantagens indevidas em razão de função política, omissão de dados à Justiça Eleitoral e lavagem de capitais, supostamente erigido para dissimular os fins ilícitos dos grupos políticos e empresariais apontados”, afirmou o juiz Marco Antonio Martin Vargas.
O magistrado também autorizou o compartilhamento dos autos da ação contra o tucano com a 9ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, que move ação de improbidade administrativa contra Alckmin pelo mesmo episódio.