Edmundo González Urrutia, um notável opositor do ditador venezuelano Nicolás Maduro, fez um movimento dramático ao solicitar asilo político na Espanha, deixando a Venezuela neste fim de semana. Ele estava abrigado na embaixada espanhola em Caracas e sua saída foi permitida pelo governo venezuelano, que afirmou que a decisão foi tomada para manter a “tranquilidade e paz política no país”, conforme dito pela vice-presidente Delcy Rodríguez.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou que o pedido de asilo de González foi aprovado, expressando o firme comprometimento da Espanha com os direitos políticos e a proteção dos cidadãos venezuelanos. A chegada de González e sua esposa à base de Torrejón de Ardoz, perto de Madrid, aconteceu na manhã de domingo, após uma viagem noturna a bordo de um avião da Força Aérea espanhola.
Edmundo González Urrutia tem sido uma figura proeminente na oposição ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Recentemente, ele se encontrou no centro de uma controversa acusação de irregularidades eleitorais, após as eleições de 28 de julho de 2024. González foi acusado de divulgar ilegalmente mais de 80% das atas de votação, alegando ter vencido com mais de 60% dos votos. Em resposta, o governo venezuelano alegou que os documentos estavam cheios de inconsistências.
O Ministério Público, aliado ao ditador Maduro, emitiu um mandado de prisão contra González, acusando-o de ignorar três intimações para comparecer e prestar esclarecimentos. González denunciou o Ministério Público, alegando que a entidade estava sendo usada como um “instrumento de perseguição política” e que ele enfrentaria um julgamento “injusto e sem garantias de independência”.
A decisão de Edmundo González de deixar a Venezuela e buscar asilo político na Espanha foi uma medida extrema para garantir sua segurança e liberdade. María Corina Machado, outra líder proeminente da oposição, afirmou que a saída de González foi essencial para proteger sua vida em meio a uma intensa “onda de repressão”. Ela destacou que o ex-diplomata estava sob constante ameaça devido à sua postura política, enfrentando tentativas de coação e intimidação.
Machado garantiu ainda que González continuará sua luta pela democracia e liberdade da Venezuela a partir do exterior, enquanto outros líderes da oposição, como ela, permanecem no país, enfrentando a repressão de frente. Esta fuga destaca a severidade e os riscos enfrentados por aqueles que desafiam o regime de Maduro.
A comunidade internacional reagiu fortemente à situação de Edmundo González Urrutia. Desde a contestada proclamação de vitória de Nicolás Maduro, muitos países, incluindo os Estados Unidos, União Europeia e várias nações latino-americanas, denunciaram o processo eleitoral como fraudulento. Houve pedidos constantes de verificação dos votos, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano adiou a apresentação das atas, citando um ataque cibernético que, segundo a entidade, não comprometeu a integridade dos votos.
Durante um evento do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez chamou González de um “herói” que a Espanha não abandonará. Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, manifestou tristeza pelo estado da democracia na Venezuela, afirmando que “nenhum líder político deveria ser forçado a buscar asilo em outro país” e enfatizando a necessidade de acabar com a repressão e liberar todos os presos políticos.
Informações TBN