Refrigerante possui mais açúcar que cerveja: 10g por 100ml, contra 4g na cerveja.
Cerveja contém álcool, que em excesso pode causar doenças cardiovasculares e câncer.
Para eventos sociais, consumo moderado de cerveja é menos prejudicial; detalhes completos abaixo.
A dupla refrigerante e cerveja reina absoluta nas festas, mas também é conhecida por seu alto teor calórico e outros problemas para a saúde. E muita gente fica em dúvida sobre qual deve escolher.
Se o questionamento levar em consideração a quantidade de açúcar, a cerveja leva a melhor. Em média, um refrigerante tem em média 10 gramas de açúcar por 100 ml a depender do tipo e da marca, enquanto uma cerveja, em geral, contém aproximadamente 4 gramas de açúcar por 100 ml.
Apesar de conter açúcar, a quantidade presente na cerveja é bem pequena. Isso porque, durante o processo de fermentação, os açúcares presentes nos ingredientes (como a cevada) são convertidos em álcool e dióxido de carbono. No entanto, ainda restam alguns açúcares residuais na cerveja finalizada.
Mas há outros pontos a serem levados em consideração nessa comparação. No caso da cerveja, há o álcool, que, em excesso, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Sendo assim, é possível escolher um item que seja “menos pior” em eventos sociais? Se levarmos em consideração um consumo considerado moderado, o refrigerante traz mais prejuízos do que a cerveja.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) diz que o consumo moderado de álcool (o equivalente a uma latinha por dia para mulheres e duas para homens) não leva a riscos à saúde.
Já no caso do refrigerante, a dose diária recomendada pela OMS deve ser de 5% do seu consumo de calorias no dia. Uma lata de 350 ml tem em média 37 g de açúcar, quando o indicado é não consumir mais de 25 g por dia. Por isso, para sua saúde, uma cerveja vale mais do que um refrigerante. Veja abaixo benefícios e malefícios de cada um.
A bebida é fruto da fermentação de cereais — principalmente cevada e trigo — por fungos do tipo levedura. Embora as calorias da cerveja e do refrigerante sejam parecidas, a absorção dela é um pouco mais lenta por conta dos cereais. Além disso, eles têm antioxidantes, que também fazem bem a sua saúde.
Cada grama de álcool presente na cerveja equivale a 7 calorias, enquanto o carboidrato, que ela também carrega, tem 4 calorias por grama. Assim, uma latinha tem calorias parecidas com as de um pão francês, 150. Mesmo as cervejas sem álcool têm carboidratos e possuem bastante caloria.
A cerveja tem um índice glicêmico alto, o que significa que muita glicose é liberada de uma vez na corrente sanguínea — apesar de ser menor do que a do refrigerante. O lado “bom” é que ela, em geral, não contém açúcar adicionado e algumas marcas não têm conservantes como o refrigerante.
O limite de consumo varia muito, de acordo com fatores como peso, altura e estado de saúde, mas como dito, a recomendação é um consumo moderado, de uma latinha por dia para mulheres e duas para homens. E não adianta “economizar” a dose diária para o final de semana.
O maior problema da cerveja é o álcool — o teor alcoólico de uma lata é de 6% em média. Alguns estudos demonstraram recentemente que ingerir qualquer nível de álcool já pode aumentar a mortalidade. As bebedeiras ocasionais intensas estão ligadas a alguns tipos de câncer e problemas no fígado e na memória. E como o álcool afeta o sistema nervoso, é mais fácil perder as contas de quantas latinhas foram ingeridas.
O refrigerante é uma bebida com muitas calorias e nenhum nutriente, o que é comumente chamado de caloria vazia. O principal ponto de críticas dele é o açúcar adicionado. A sacarose e xarope de milho, frequentemente utilizados para adoçar os refrigerantes, são moléculas simples, absorvidas prontamente pelo organismo e que provocam picos de glicose na corrente sanguínea. Se o indivíduo saudável está toda hora exposto a esse aumento, pode desenvolver o diabetes tipo 2 no futuro. Uma latinha tem cerca de 150 calorias.
Os altos níveis de doçura podem ainda fazer com que comamos mais numa festa. Depois do pico de glicose, há uma queda rápida e o indivíduo sente fome de novo. A falta de mastigação também prejudica o envio do sinal para o cérebro de que é hora de parar de comer.
E não adianta recorrer aos zero açúcar, que levam adoçante no lugar do açúcar. O gosto doce dele tem efeitos semelhantes ao do açúcar no cérebro: prejudica a saciedade e aumenta a compulsão por alimentos açucarados. Ou seja, também é um mau negócio.
Outro ponto de atenção comum aos refrigerantes (não importa se contenham açúcares ou adoçantes) é a acidez elevada, que prejudica a flora intestinal e, consequentemente, a saúde. A recomendação é que se corte o máximo possível, já que não traz benefícios.
De qualquer modo, todos os especialistas consultados pelo VivaBem foram enfáticos: havendo uma terceira opção, o melhor é evitar as duas bebidas.
A regra geral é que, dentro de uma alimentação equilibrada e uma vida saudável tudo cabe, com moderação. Até mesmo porque festas são ocasiões importantes para a vida social, e a privação de momentos de diversão não faz bem nem para a dieta nem para a saúde mental.
Aposte em medidas de redução de danos para estes momentos, como usar copos menores e beber água. Outra estratégia interessante é não beber de barriga vazia, pois os nutrientes da comida, como fibras e proteínas, desaceleram a digestão e evitam os picos de insulina. Mas atenção com os petiscos gordurosos, que podem sobrecarregar o fígado, já responsável por metabolizar o álcool (no caso da cerveja) ou por processar o açúcar excedente em circulação (pensando nos refrigerantes).
Fontes: Carolina Pimentel, nutricionista e doutora em Ciências da Nutrição pela USP; Clarissa Fujiwara, nutricionista da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica); Gabriela Cilla, nutricionista; Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês.
Informações UOL