Na última quarta-feira (31), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que o candidato opositor Edmundo González e a líder da oposição, María Corina Machado, “deveriam estar atrás das grades”. Essa afirmação veio em um momento de tensão política no país, com acusações de um suposto “plano golpista” por parte dos opositores.
Maduro, ao ser questionado sobre o destino dos opositores, afirmou: “Se perguntam minha opinião como cidadão, essas pessoas deveriam estar atrás das grades e tem que haver justiça na Venezuela”. O presidente venezuelano não poupou críticas e classificou González como “covarde e criminoso” e Corina Machado como “fascista da ultradireita criminosa”.
De acordo com Maduro, os episódios de violência registrados na Venezuela após a oposição não reconhecer os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que atribuiu a sua vitória no pleito presidencial, são parte de uma tentativa de desestabilização do país. Manifestantes tomaram as ruas na segunda-feira (29) em protesto contra o que consideram ter sido uma “fraude” eleitoral.
Os protestos foram marcados por cenas de repressão com o uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo. De acordo com a organização Foro Penal venezuelano, 11 pessoas morreram e, segundo o procurador-geral do Ministério Público do país, Tarek William Saab, 1.060 pessoas foram presas.
Na terça-feira (30), o líder chavista Jorge Rodríguez afirmou que com o “fascismo” não se dialoga, não se dão benefícios processuais e não se perdoa. Segundo Rodríguez, nos protestos pós-eleição, havia manifestantes pagos para aterrorizar e balear pessoas, chefiados por Machado e González.
Ele reforçou a posição de Maduro de que os líderes da oposição estão por trás dos atos de violência e que devem pagar por isso. A posição do governo é de que tais atos são uma evidente tentativa de golpe de Estado planejada pela oposição para subverter a ordem no país.
As manifestações que ocorreram na Venezuela incluíram ataques a estações policiais, monumentos, prefeituras e sedes do poder eleitoral. Os protestos envolveram muitos manifestantes encapuzados que marcharam com pedaços de pau. Esses atos foram recebidos com forte repressão por parte do governo de Maduro, que utilizou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
As autoridades locais confirmaram a prisão de 1.060 pessoas e a morte de 11 manifestantes. O procurador-geral Tarek William Saab destacou que os ataques foram direcionados contra instalações do governo e que isso justifica as medidas repressivas adotadas.
Com o cenário de violência e instabilidade, o futuro político da Venezuela permanece incerto. A crescente tensão entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição liderada por Edmundo González e María Corina Machado pode levar a mais confrontos. Maduro insiste que os líderes opositores deveriam responder por seus supostos crimes e desestabilização do país.
A situação tem atraído atenção internacional, e diversas organizações de direitos humanos têm monitorado os eventos na Venezuela, preocupadas com a escalada de violência e a repressão aos manifestantes. Só o tempo dirá se haverá uma resolução pacífica para essa crise política.
Enquanto isso, na Venezuela, a população continua a enfrentar uma situação econômica e social complicada, exacerbada pela instabilidade política. Os próximos passos tanto do governo quanto da oposição serão cruciais para o destino do país.
Informações TBN