Premiê israelense fez pronunciamento neste domingo (22) após seu exército bombardear Beirute sem mencionar explosões de pagers e walkie-talkies. Mais cedo, Hezbollahn lançou foguetes perto de Haifa, cidade grande no norte de Israel.
Benjamin Netanyahu em pronunciamento, em setembro de 2024. — Foto: Ohad Zwigenberg/Pool via Reuters.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (22) em pronunciamento na TV que atingiu o Hezbollah “de uma forma que eles nunca imaginariam” e prometeu que a ofensiva contra o grupo extremista continuará.
“Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, eu prometo que entenderá”, disse Netanyahu.
O premiê israelense não fez referências diretas às explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah, que foram detonados na semana passada em um ataque cuja autoria o grupo atribiu a Israel. O governo israelense não se pronunciou sobre o caso, mas jornais dos EUA afirmaram que as explosões foram realizadas pelo Mossad, o serviço secreto israelense.
Na sexta-feira (20), Israel bombardeou Beirute, no maior ataque ao Líbano, onde o Hezbollah atua, desde o início da guerra em Gaza. O ataque deixou 45 mortos.
Domo de Ferro israelense intercepta no norte de Israel mísseis do Hezbollah lançados do Líbano em 22 de setembro de 2024. — Foto: AP Photo/Baz Ratner
Também neste domingo, o grupo extremista libanês Hezbollah disparou cerca de 150 mísseis contra o norte de Israel. Em resposta, o Exército israelense realizou bombardeios em alvos do Hezbollah no sul do Líbano.
Os foguetes do Hezbollah atingiram uma área mais interna do norte de Israel, distante de onde os ataques têm ocorrido. Os arredores de Haifa, uma das maiores cidades do país, foram atingidos, e quatro pessoas ficaram feridas, segundo autoridades locais.
O Exército israelense afirmou que os foguetes foram disparados “em direção a áreas civis”, apontando para uma possível escalada, já que os ataques anteriores tinham como alvo principal instalações militares.
O Hezbollah disse em comunicado no Telegram que “bombardeou complexos de indústrias militares da empresa Rafael, especializada em meios e equipamentos eletrônicos, localizada ao norte da cidade de Haifa, com dezenas de mísseis do tipo Fadi 1, Fadi 2 e Katyusha.”
Haifa é a terceira maior cidade de Israel e possui uma usina nuclear nos seus arredores. As regiões perto da cidade abrigam bases militares israelenses.
O Exército israelense disse que realizou uma onda de ataques no sul do Líbano nas últimas 24 horas, atingindo cerca de 400 alvos militares do grupo extremista, incluindo lançadores de foguetes.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Galant, disse neste domingo que o Hezbollah “está começando a sentir o gosto da capacidade militar israelense” e afirmou que continuará a operação contra o grupo extremista até o norte do país estar seguro.
Forças de segurança israelenses examinam local atingido por foguete disparado do Líbano em Kiryat Bialik, no norte de Israel, em 22 de setembro de 2024. — Foto: AP Photo/Ariel Schalit
Na sexta (20), o Exército israelense realizou o maior bombardeio em Beirute, capital do Líbano, desde o início da guerra na Faixa de Gaza –travada entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Em resposta, o Hezbollah disparou cerca de 150 mísseis contra o território israelense. O bombardeio israelense em Beirute deixou 37 mortos e matou um comandante de operações militares do grupo.
Israel e Hezbollah têm trocado fogo desde o início da guerra em Gaza, há quase um ano, quando o grupo militante começou a disparar foguetes em solidariedade aos palestinos e seu aliado Hamas, apoiado pelo Irã. Os conflitos em baixa intensidade já mataram dezenas de pessoas em Israel, centenas no Líbano e deslocaram dezenas de milhares de ambos os lados da fronteira.
Nenhum dos lados acredita estar buscando uma guerra. No entanto, nas últimas semanas, Israel mudou seu foco de Gaza para o Líbano e prometeu restaurar a calma na fronteira para que seus cidadãos possam retornar para casa. O Hezbollah afirmou que só interromperá seus ataques se houver um cessar-fogo em Gaza, o que parece cada vez mais elusivo, já que as longas negociações lideradas pelos Estados Unidos, Egito e Catar têm estagnado repetidamente.
A guerra em Gaza começou com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, no qual militantes palestinos mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 250. Eles ainda mantêm cerca de 100 reféns, um terço dos quais acredita-se estar morto. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 41.000 palestinos foram mortos, sem especificar quantos eram combatentes, mas afirmando que mulheres e crianças representam mais da metade dos mortos.
A mídia israelense relatou que os foguetes disparados do Líbano na manhã de domingo foram interceptados nas áreas de Haifa e Nazaré, que estão mais ao sul do que a maioria dos disparos de foguetes até agora. Israel cancelou as aulas em todo o norte, intensificando a sensação de crise.
Informações G1