Candidato afirma que recebeu denúncias de aliados de Jair Bolsonaro e de alguns jornalistas de que o presidente brasileiro estaria financiando campanha negativa contra ele
O candidato à presidência da Argentina Javier Milei declarou nesta segunda-feira, 6, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está interferindo nas eleições argentinas ao promover medo na sociedade civil em seu país.
Milei fez a acusação em uma entrevista à emissora La Nación+, depois de desmentir rumores de que, em caso de vitória nas eleições de 19 de novembro, os preços das passagens de transporte público vão aumentar.
“Na verdade, a comitiva de [Jair] Bolsonaro e alguns jornalistas brasileiros denunciaram que Lula está interferindo nesta campanha, financiando parte dela”, afirmou Milei.
O candidato argentino também disse que “há um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa”.
No domingo 5, Lula publicou uma nota declarando seu apoio a Massa no segundo turno da eleição à presidência na Argentina.
Se, por um lado, ainda não há provas de que o presidente brasileiro tenha colaborado com a campanha do candidato peronista, um empréstimo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,9 bilhões) feito em julho pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina à Argentina foi alvo de especulações.
Depois, ficou comprovado que a iniciativa foi do Brasil e de alguns outros países que fazem parte da organização.
A campanha de Massa conta com a participação de marqueteiros brasileiros. A equipe de marketing do peronista conta com Chico Kertész, que trabalhou com Lula em 2022; Otávio Antunes e Raul Rabelo, que fizeram parte de campanhas do ministro Fernando Haddad (PT); e Harley Arrais, que atendeu o ex-deputado Edegar Pretto (PT-RS).
Milei destacou a gravidade institucional dessa situação, ressaltando que Massa estaria utilizando recursos do Estado para realizar um ataque às instituições e promover uma campanha negativa contra outros candidatos.
As acusações revelam a tensão política presente na campanha presidencial argentina e levantam questões sobre a integridade do processo eleitoral e a utilização de recursos do Estado para fins políticos.
A um pouco mais de duas semanas para o segundo turno das eleições na Argentina, as pesquisas indicam que Milei lidera as intenções de voto, com 52%, enquanto Massa está com 48%.
Informações Revista Oeste