No dia em que a guerra chega ao 56º dia, Israel volta as operações de combate contra o Hamas em Gaza depois de acusar o grupo palestino extremista de disparar foguetes, de não seguir o acordo para libertar todas as mulheres mantidas como reféns e violar a trégua temporária.
Uma hora antes do fim do cessar-fogo, às 07h00, no horário local, Israel disse ter interceptado um foguete disparado de Gaza.Não houve comentários do Hamas ou reivindicação de responsabilidade pelo lançamento.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza disse que até o momento 32 palestinos foram mortos em ataques israelenses.
“Com o reinício dos combates, enfatizamos: o governo israelense está empenhado em alcançar os objetivos da guerra – libertar os nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca representará uma ameaça para os residentes de Israel”, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um comunicado.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que o Domo de Ferro não foi usado para interceptar os projéteis, pois eles se dirigiam para áreas desabitadas próxima da comunidade de Holit, no sul israelense, de acordo com o The Times Of Israel.
A pausa de sete dias, que começou na sexta-feira 24 de novembro, e foi prorrogada duas vezes, permitiu a troca de dezenas de reféns detidos em Gaza por centenas de prisioneiros palestinos e facilitou a entrada de ajuda humanitária na faixa costeira devastada.
“O que Israel não conseguiu durante os cinquenta dias antes da trégua, não conseguirá continuando a sua agressão após a trégua”, disse Ezzat El Rashq, membro do gabinete político do Hamas, no site do grupo.
A mídia palestina e o Ministério do Interior de Gaza relataram ataques aéreos e de artilharia israelenses em todo o enclave após o término da trégua, inclusive em Rafah, perto da fronteira com o Egito.
Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, uma pessoa disse à Reuters que podia ouvir fortes bombardeios e ver fumaça subindo no leste da cidade. As pessoas estavam fugindo da área para campos no oeste de Khan Younis em busca de cobertura, acrescentou.
A rede de TV Al-Jazeera informou que várias pessoas foram mortas e feridas em ataques e bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. Os militares de Israel confirmaram que os seus aviões militares atingiram alvos do Hamas em Gaza.
Os ataques aéreos israelenses atingiram o sul de Gaza, incluindo a comunidade de Abassan, a leste da cidade de Khan Younis, dizem autoridades do Hamas. Outro ataque atingiu uma casa a noroeste da Cidade de Gaza.
Imagens nas redes sociais mostraram grandes nuvens de fumaça escura subindo sobre o campo de refugiados de Jabalia, em Gaza.
Israel jurou aniquilar o Hamas, que governa Gaza, em resposta ao ataque cometidos pelo grupo militante em 7 de Outubro, quando Israel afirma que homens armados mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns.
Israel retaliou com bombardeios intensos e uma invasão terrestre. As autoridades de saúde palestinas consideradas confiáveis pelas Nações Unidas dizem que mais de 15.000 habitantes de Gaza foram mortos.
O Qatar e o Egito junto dos EUA têm feito esforços intensos para prolongar a trégua.Israel já tinha estabelecido a libertação de 10 reféns por dia como o mínimo que aceitaria para interromper o seu ataque terrestre e bombardeios.
Ontem, o Hamas libertou oito reféns israelenses sob um acordo de trégua, e Israel soltou 30 prisioneiros palestinos. Durante o cessar-fogo foram libertados 105 reféns que estavam em poder do grupo extremista e 240 presos palestinos.
UOL com Reuters