O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, anunciou na quinta-feira 27 que cumprirá uma antiga promessa relacionada ao futuro estádio do clube. Ele afirmou que, se o projeto for concretizado, o estádio terá dois setores sem cadeiras, um atrás de cada gol.
Landim se inspira no conceito de geral de outros estádios pelo mundo, como o Signal Iduna Park, do Borussia Dortmund, informou o jornal O Globo.
Para o Flamengo, cuja história está muito ligada ao Maracanã, a geral possui um grande simbolismo. No passado, o setor popular do estádio, sem cadeiras e próximo ao campo, foi icônico no futebol carioca.
Era a época dos chamados “geraldinos”, torcedores que ficavam nos setores próximos ao gramado, alguns deles fantasiados com trajes típicos ou perucas. Muitos “geraldinos” davam ao local um clima de alegria e descontração, com um estilo peculiar e criativo. Tornaram-se, a cada domingo, personagens folclóricos do futebol carioca.
Hoje, este tipo de setor evoluiu de uma outra maneira em estádios europeus. De uma forma mais moderna e com preocupação em relação a questões de segurança, setores sem cadeira ainda são comuns em arenas ao redor do mundo, especialmente na Alemanha.
No dia 23, a diretoria publicou nota em que elogiou a Prefeitura do Rio pela desapropriação do terreno do Gasômetro, na região portuária, para a construção do novo estádio carioca.
O Signal Iduna Park, referência de modernidade, conserva o estilo “raiz” em sua “muralha amarela”, possui um setor atrás de um dos gols, sem cadeiras e sem divisão entre arquibancada superior e inferior.
Este modelo é o mais solicitado pelos torcedores do Flamengo para o novo estádio. A proximidade da arquibancada com o campo e o espaço destinado aos torcedores são fatores que agradam à diretoria.
A aprovação da construção do estádio, porém, ainda não é certa. Alguns conselheiros, como Ronaldo Gomlevsky não aprovam a ideia de o Flamengo mandar seus jogos em outro local que não seja o Maracanã.
“Sou contra a construção de um novo estádio para o Flamengo”, afirma Gomlevsky a Oeste. “O projeto ainda será discutido no Conselho Deliberativo.”
O custo do estádio, de acordo com a diretoria, será de até R$ 2 bilhões. A capacidade prevista é para 80 mil espectadores. Para a compra do terreno, há a expectativa de que o clube pague entre R$ 146 milhões e 186 milhões, com o projeto sendo financiado em parceria com a Caixa Econômica Federal.
A previsão é de que uma parcela do custo do terreno seja coberta com a venda de apartamentos no Morro da Viúva, esta já aprovada pelo Conselho.
A ideia do clube é arrecadar cerca de R$ 115 milhões com os 44 imóveis que tem no edifício, depois de negociar o terreno há alguns anos com uma construtora. A venda de naming rightstambém será uma forma de o clube obter receitas posteriores.
A Allianz Arena, casa do Bayern de Munique, inaugurada em 2005, também serve de inspiração. Embora moderna, possui um setor sem cadeiras atrás de um dos gols, no anel inferior. Apesar de menor comparado ao Signal Iduna Park, a proximidade com o campo é um ponto positivo. A estética moderna da Allianz Arena não agrada a todos os flamenguistas, mas é uma das referências para a diretoria.
A Neo Química Arena, inaugurada em 2014 para a Copa do Mundo no Brasil, removeu as cadeiras de um dos setores atrás do gol depois de o evento. Este estádio moderno cria uma atmosfera de “caldeirão” com seu setor popular, sem separação entre anel inferior e superior, e próximo ao campo. O espaço é famoso pelas celebrações das torcidas organizadas do Corinthians.
A Arena MRV, inaugurada em 2023 e casa do Atlético-MG, combina uma arquitetura moderna com um setor popular sem cadeiras, atrás de um dos gols no anel inferior. Embora não seja grande, a proximidade com o campo gera uma clima de “caldeirão”. O espaço foi projetado para abrigar torcedores mais assíduos, com faixas e bandeiras.
Informações Revista Oeste