O comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, disse nesta quinta-feira (12) que as Forças Armadas brasileiras são “uma das menores do mundo” em relação ao território a ser defendido. “Estamos aquém do que o Brasil precisa”, afirmou ele, dizendo que “não podemos abrir mão da soberania sobre a Amazônia”.
A frase se encaixa no contexto, embora ele não estivesse comentando o caso, da já célebre ameaça que virou meme de Jair Bolsonaro (sem partido) contra o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden. Na terça (10), o brasileiro disse, ao citar o interesse do democrata sobre o desmatamento na Amazônia, que “quando acabar a saliva [a diplomacia], tem que ter a pólvora [dissuasão militar]”.
Pujol falava em uma live promovida pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa. No evento virtual, Pujol repassou a doutrina de emprego do Exército, que prioriza a soberania nacional.
“Somos o celeiro do mundo, reserva de água e minerais estratégicos para o mundo”, disse, emulando a visão que pauta o Exército desde o começo do século 20. “Não existe ameaça imediata, alguém querendo nos invadir para conquistar nossos recursos. Então, a sociedade e os políticos colocam uma prioridade baixa [sobre o tema]. Eu até entendo.” “Mas muita coisa no nosso entorno estratégico é dinâmica. De um dia para o outro, as coisas mudam”, afirmou.
Sobre o tamanho das Forças Armadas, repetiu mais de uma vez que as considerava insuficientes, mas que será cumprido o acordo da reforma da carreira militar de 2019, de reduzir o efetivo em 10% em dez anos. A fala de Pujol reflete uma ideia comum entre os militares, que esbarra na realidade.
Informações: Bahia Notícias
Foto: Valter Campanato