Os Estados Unidos estão se preparando para anunciar a reativação das sanções ao petróleo e gás venezuelanos a partir de quinta-feira, 18. Essa medida visa punir o presidente Nicolás Maduro por bloquear a oposição nas eleições marcadas para julho.
O governo do presidente Joe Biden está insatisfeito com o andamento do processo eleitoral na Venezuela desde a assinatura do Acordo de Barbados em outubro passado. Embora Maduro tenha respeitado a parte técnica desse acordo com a oposição, Washington alega que ele não cumpriu a condição de garantir que todos os candidatos possam se apresentar.
Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, destacou que, embora Maduro tenha defendido alguns aspectos do acordo de Barbados, como o calendário eleitoral e a presença de observadores internacionais, ele também foi visto bloqueando candidatos da oposição. María Corina Machado, principal rival do chavismo, permanece inabilitada, e Corina Yoris, indicada por ela para substituí-la nas eleições, também foi vetada.
A licença geral 44, que permite transações relacionadas ao setor de petróleo e gás, expira nesta quinta-feira. A produção diária de petróleo da Venezuela atualmente gira em torno de 800 mil barris, um aumento em relação ao mínimo de 2020, mas ainda distante dos três milhões alcançados há 15 anos.
Apesar das reuniões entre representantes do governo de Maduro e autoridades americanas, tudo indica que Maduro está ciente de que os Estados Unidos retomarão as sanções.
“Eles continuam chantageando que vão retirar a licença 44”, disse Maduro esta semana em um dos seus programas de televisão. “Vamos continuar com licença, sem licença, não somos uma colônia gringa (…) ninguém vai nos parar”, disse.
Em 2019, os Estados Unidos impuseram um embargo ao petróleo e gás venezuelano como parte de um conjunto de sanções destinadas a enfraquecer o governo de Nicolás Maduro após as eleições de 2018, consideradas fraudulentas por Washington.
Embora os Estados Unidos já tenham retomado as sanções ao ouro, eles estão avaliando cuidadosamente os prós e contras antes de decidirem se reverterão a flexibilização do embargo petrolífero, menos de sete meses antes das eleições presidenciais.
Informações TBN