O número de salas de recursos multifuncionais nas escolas municipais foi ampliado de 70 para 103. O aumento vai permitir que mais estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação tenham Atendimento Educacional Especializado (AEE), formação complementar exigida pelo Ministério de Educação (MEC).
As salas de recursos são espaços no ambiente escolar que contam com materiais pedagógicos, de acessibilidade e recursos de tecnologia assistiva para a realização do AEE. A diretora do Centro Municipal de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva, Isabella Carvalho, explica como funciona este suporte.
“O atendimento dado aos estudantes nas salas de recursos é feito no contraturno escolar de forma complementar e não substitui o ensino regular. Esses espaços facilitam o aprendizado dos estudantes com deficiência. O professor da sala comum desenvolve o conteúdo e, junto com o professor da sala de recursos, desenvolve estratégias para que a aprendizagem chegue também ao estudante com deficiência, respeitando as suas individualidades”.
A implementação das salas de recursos nas escolas municipais acontece através do Governo Federal, que destina recursos financeiros para equipar salas.
“O Ministério da Educação avalia os dados do censo escolar e a partir da identificação do número de estudantes com deficiência define quais as unidades escolares que podem ter salas de recursos multifuncionais. Este ano nós tivemos a aprovação de 33 novas salas, uma ampliação significativa. Verificamos, através da direção escolar, o espaço disponível para alocação da sala e os equipamentos são adquiridos com os recursos liberados pelo MEC”, pontua a secretária de Educação Anaci Paim.
Ainda de acordo com a secretária, “a expectativa é que em 2024 novas salas sejam aprovadas visto que há um número crescente de estudantes deficientes sendo matriculados na Educação Municipal”.
Experiência nas escolas municipais
Gabriela Andrade é professora da sala de recursos na Escola Municipal Maria José Dantas Carneiro (Caseb). Para ela, o espaço é um propulsor do processo de inclusão.
“Além do atendimento educacional especializado, em parceria com a sala de aula comum, onde a gente traça os objetivos, metas e percebe um progresso cognitivo, a nível de aquisição de leitura, a nível da escrita do nome, reconhecimento de letras, por exemplo, há também uma mudança na sua cultura inclusiva, porque as crianças atendidas passam a ter uma participação de forma efetiva em todos os projetos e planos da escola”, pontua.
João Augusto Machado Ferreira é estudante da unidade escolar e tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). A mãe dele, Cíntia Machado, conta sobre as mudanças depois do atendimento nas salas de recursos.
“Meu filho tinha uma dificuldade muito grande de realizar atividades encaminhadas da escola pra casa e hoje eu vejo uma mudança muito grande e isso a gente deve realmente à escola, o trabalho que é feito pelos profissionais e, principalmente, pela professora da sala de recursos”.
A mãe do estudante ainda reforça a importância da sala de recursos para a educação inclusiva.“Esse espaço é fundamental na estrutura da escola quando a gente realmente tem o interesse de fazer a inclusão possível, então eu acho que o município sai na frente quando disponibiliza esse suporte”.