O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu subir novamente a taxa de básica de juros em um ponto porcentual (p.p.) nesta quarta-feira, 19. Com isso, a Selic passou a 14,25% ao ano — maior patamar desde outubro de 2016, durante a crise do governo de Dilma Rousseff.
A alta é uma medida para conter a disparada da inflação nos últimos meses, impulsionada principalmente pela falta de política fiscal consistente do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo aumento descontrolado de gastos.
No comunicado divulgado depois da reunião, a autarquia afirmou que ”o ambiente externo permanece desafiador, em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos”. O Banco Central avalia que esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e do ritmo de crescimento nos demais países.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
A elevação da taxa de juros era amplamente esperada pelo mercado financeiro e previamente sinalizada na ata do último encontro do Copom, quando a Selic foi definida em 13,25%.
A decisão desta quarta-feira também ocorre em meio cenários de alta pressão na inflação doméstica e incertezas com os rumos da economia dos Estados Unidos — e os seus impactos na decisão dos juros do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano.
Em fevereiro, a inflação oficial do país ficou em 1,31%, e o acumulado em 12 meses alcançou 5,06%, acima do teto da meta, de 4,5%.
Segundo a pesquisa Focus, a projeção mediana dos analistas aponta a Selic em 15% ao fim deste ano. Desde a última reunião, aumentou a percepção de que o aperto monetário começa a surtir efeito, refletido em sinais de desaceleração econômica.
Informações Revista Oeste