O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou na última sexta-feira (2/8) a reeleição do presidente Nicolás Maduro com 51,95% dos votos. No entanto, a vitória foi imediatamente contestada por setores da oposição e pela comunidade internacional.
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou que entregou as atas eleitorais ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) do país na segunda-feira (5.ago.2024). Esta medida foi tomada após pedidos do TSJ, que está alinhado ao governo de Maduro, para averiguar possíveis irregularidades no processo eleitoral.
A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, do partido Plataforma Unitária Democrática (centro-direita), alega que o verdadeiro vencedor das eleições foi González, que teria obtido 67% dos votos, segundo um relatório do Centro Carter. González e outros opositores foram convocados a comparecer ao tribunal nesta quarta-feira (7.ago.2024) para prestar informações.
O Tribunal Supremo de Justiça solicitou diversos documentos ao CNE, entre eles a ata de escrutínio das mesas eleitorais e a ata de totalização final do processo eleitoral. A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, confirmou a entrega dos documentos e afirmou que o tribunal irá investigar as acusações de fraude, um processo que pode levar até 15 dias.
Edmundo González Urrutia e outro candidatos da oposição não compareceram à última convocação do tribunal, que ocorreu na sexta-feira (2.ago.2024). Na ocasião, era esperado que os candidatos derrotados assinassem um termo de aceitação do resultado. A falta de resposta dos opositores apenas aumentou as suspeitas em torno da legitimidade do pleito.
Além disso, a acusação central da oposição gira em torno da alegação de que a eleição não foi realizada de maneira democrática, falhando em atender aos padrões internacionais. Esta afirmação é sustentada por um relatório da organização Centro Carter, que também destacou a falta de transparência e igualdade no processo eleitoral.
A situação política na Venezuela permanece tensa, com protestos e manifestações ocorrendo em várias cidades do país. Em Los Palos Grandes, manifestantes ergueram cartazes com a mensagem “Ganhamos”, contestando a vitória de Maduro.
A confirmação da reeleição de Nicolás Maduro pelo CNE, apesar de contestada, marca mais um capítulo na instável história política da Venezuela. Com investigações em curso e um cenário internacional desfavorável, o futuro político do país é incerto.
Maduro, que está no poder desde 2013, continua a comandar um regime autocrático, caracterizado por falta de garantias de liberdades fundamentais e restrições aos direitos humanos, conforme relatado por diversas organizações internacionais. A polêmica em torno de sua reeleição agrava ainda mais a crise socioeconômica e política do país, deixando a população venezuelana em um estado de constante incerteza.
Informações TBN