Devido ao feriadão de Páscoa, a Secretaria Municipal de Saúde informa que somente as unidades sujeitas a regime de plantão estarão em funcionamento entre esta sexta-feira (29) e domingo (31). São elas: Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), policlínicas municipais e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Desta forma, pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue que apresentarem sinais de gravidade, a exemplo de dor intensa na barriga, vômito persistente, queda de pressão e sensação de desmaio, devem procurar as UPAs e policlínicas.
Além disso, situações de emergência, como suspeita de acidente vascular cerebral (AVC), infarto, hemorragia, pneumonia com falta de ar e febre acima de 38.9, ou de urgência como fraturas, luxações ou cortes profundo sem hemorragia grave também pode ser atendidos nessas unidades.
A coordenadora das unidades de média complexidade, Vera Lúcia Galindo, ressalta que por ser uma data religiosa que reúne a família, os adultos devem ficar atentos para evitar possíveis acidentes domésticos.
“Quando temos muitas pessoas juntas no mesmo ambiente, principalmente crianças, é bom colocar as facas em lugares mais altos para evitar cortes, tampar a piscina a fim de prevenir afogamentos. Com os pequenos todo cuidado ainda é pouco”, alertou.
É importante lembrar que o SAMU deve ser acionado, através do número 192, somente em casos de emergência médica, quando a vida ou a saúde da pessoa estão em risco. Para outras situações, é recomendável atendimento em um pronto-socorro.
*Secom/PMFS
foto: divulgação
Cientistas do Google desenvolveram uma ferramenta de aprendizado de máquina que pode ajudar a detectar e monitorar condições de saúde avaliando apenas ruídos como tosse e respiração, de acordo com um artigo publicado no site da revista Nature. A expectativa é que o sistema de inteligência artificial (IA) possa ser utilizado por médicos para diagnosticar doenças como Covid-19 e tuberculose, e para avaliar o bom funcionamento dos pulmões de uma pessoa.
Esta não é a primeira vez que um grupo de pesquisa explora o uso do som como biomarcador de doenças. O conceito ganhou força durante a pandemia quando cientistas descobriram que era possível detectar a doença respiratória através da tosse de uma pessoa. Esse tipo de ferramenta também já se mostrou promissora na detecção do diabetes, por exemplo, de acordo com estudo publicado na revista científica Mayo Clinic Proceedings: Digital Health no ano passado.
A maioria das ferramentas de IA desenvolvidas com essa finalidade são treinadas em gravações de áudio combinadas com informações de saúde sobre a pessoa que emitiu os sons. Por exemplo, os áudios podem ser rotulados para indicar que a pessoa tinha bronquite no momento da gravação. A ferramenta então passa a associar características dos sons ao rótulo dos dados, em um processo de treinamento denominado aprendizagem supervisionada.
Já a ferramenta do Google, chamada Health Acoustic Representations (HeAR), se baseia em dados não rotulados. Os cientistas extraíram mais de 300 milhões de clipes sonoros curtos de tosse, respiração, pigarro e outros sons humanos de vídeos do YouTube disponíveis publicamente.
Cada clipe foi convertido em uma representação visual do som chamada espectrograma. Em seguida, os pesquisadores bloquearam segmentos dos espectrogramas para ajudar o modelo a aprender a prever as partes que faltavam. A tecnologia é semelhante à que foi usada no treinamento da ferramenta ChatGPT.
Esse método poder ser adaptado para muitas tarefas. No caso do HeAR, a equipe do Google o adaptou para detectar Covid-19, tuberculose e se uma pessoa é fumante ou não. Como o modelo foi treinado numa gama tão ampla de sons humanos, os investigadores só tiveram de alimentá-lo com conjuntos de dados muito limitados, rotulados com estas doenças e características.
Os resultados mostraram que o modelo foi capaz de prever essas doenças com precisão acima dos modelos existentes treinados em dados de fala ou áudio geral. Além disso, o fato de os dados de treinamento originais serem tão diversos – com qualidade de som e fontes humanas variadas – significa que os resultados são generalizáveis. Os dados foram divulgados em um preprint que ainda não foi revisto por pares.
O campo da acústica da saúde, ou “audiômica”, é promissor, segundo Yael Bensoussan, laringologista da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa, nos EUA, que co-lidera um consórcio de pesquisa focado em explorar a voz como um biomarcador para monitorar a saúde, à Nature. “A ciência acústica existe há décadas. A diferença é que agora, com IA e aprendizado de máquina, temos meios para coletar e analisar muitos dados ao mesmo tempo.”
Ainda é cedo para dizer se o HeAR se tornará um produto comercial. Mas, de acordo com Bensoussan, esse tipo de tecnologia representa um imenso potencial não só para diagnóstico, mas também para rastreio de doenças.
Por enquanto, o plano do Google é dar acesso ao modelo para que pesquisadores interessados possam utilizá-lo em suas próprias investigações. “Nosso objetivo como parte do Google Research é estimular a inovação neste campo nascente”, diz Sujay Kakarmath, gerente de produto do Google em Nova York que trabalhou no projeto.
O Globo
Um peixe nativo do mediterrâneo e da costa africana chama atenção por uma característica inusitada: se consumido pelo humano, ele pode provocar alucinações visuais e auditivas.
A salema (ou sarpa salpa) é conhecido popularmente como “peixe que faz sonhar” e tem efeitos alucinógenos descritos como semelhantes ao do LSD. As alucinações, no entanto, não são causados pela carne dela, mas sim pelo que elas consomem no fundo do mar.
Ele ingere algas dinoflageladas, que possuem neurotoxinas que afetam o sistema nervoso. Ao serem consumidas pelos peixes, essas substâncias aparentemente não os afetam, já que têm proteínas que degradam essas toxinas. No entanto, elas permanecem nos tecidos deles por meio do processo chamado bioacumulação.
Ao ser consumida pelo homem, essas toxinas acabam contaminando o sistema nervoso do homem, processo de biomagnificação. Normalmente essa toxina atua no sistema nervoso periférico, entretanto, em alguns raros casos ela pode causar distúrbios no sistema nervoso central. Resultando em alucinações e pesadelos.
Kleber Mathubara, doutorando do programa de pós em zoologia do IB-USP
No entanto, se um indivíduo tem contato com essa carne, as toxinas podem provocar os efeitos como fraqueza muscular até mesmo alucinações e pesadelos.
Quanto ao tempo de retenção das substâncias tóxicas, estas vão desaparecendo caso o peixe deixe de se alimentar do item que as contém.
Nuno Vasco Rodrigues, especialista em Biodiversidade Marinha e Investigador/Pesquisador do MARE IPLeiria, Portugal
Alucinações podem durar horas ou dias. As toxinas são muito lentamente metabolizadas pelo nosso corpo. Apesar de longa duração, segundo o biólogo português Nunes Vasco Rodrigues, elas não devem ultrapassar a faixa de 2 a 3 dias provocando efeitos.
As toxinas afetam sistema nervoso central. O nome desse fenômeno é ictioaleinotoxismo — uma intoxicação provocada pela ingestão de peixe.
Não é exclusivo da Salema, Sarpa salpa. Várias espécies de peixes da família Kyphosidae (pirangicas) ou Siganidae (peixes-coelho), entre outras, podem provocar o mesmo efeito.
Nuno Vasco Rodrigues, especialista em Biodiversidade Marinha e Investigador/Pesquisador do MARE IPLeiria, PortugalContinua após a publicidade
Pesquisa científica comprovou dois casos de intoxicação em 2006. Um deles ocorreu com um homem de 40 anos, que teve problemas digestivos leves e graves alucinações visuais e auditivas após consumir o peixe em um restaurante. Ele só recuperou a consciência 36 horas depois da refeição, sem conseguir lembrar-se do período alucinatório. O outro, de 90 anos, teve alucinações auditivas por duas horas, seguido de dias com pesadelos. A recuperação total veio após 3 dias. O estudo foi publicado na revista científica “Clinical Toxicology”.
Mas nem sempre o consumo da salema provocará efeitos alucinógenos. Tudo dependerá da dieta do peixe. Pode ser que a salema em questão não tenha consumido algas com toxina e, assim, não provocará alucinações ao ser humano. Além disso, eles dependem da alta população de algas dinoflageladas com a toxina.
Alguns estudos que apontam que existe uma temporada em que essas toxinas acumuladas tem maior efeito ou não. Eles ocorrem no outono do hemisfério norte do que outras épocas. Pode ter a ver com a maior concentração de alga ou o próprio metabolismo do peixe.
Kleber Mathubara, doutorando do programa de pós em zoologia do IB-USP
Para evitar os efeitos alucinógenos, é necessário limpar muito bem o peixe. É muito importante que na preparação da carne não exista o contato com órgãos do sistema digestivo.
É necessário evitar romper o fígado ou o intestino, isso acontecer, esse conteúdo estomacal acaba entrando em contato com a carne [que o ser humano irá consumir].
Kleber Mathubara, doutorando do programa de pós em zoologia do IB-USP.
Informações UOL
Foto: Reprodução.
Um vírus popularmente conhecido como ‘comedor de ânus’ está se espalhando no Japão. A doença mata aproximadamente 30% dos infectados.
Nos primeiros dois meses de 2024, foram detectados no país cerca de 378 casos de síndrome do choque tóxico estreptocócico (STSS). No ano passado, foram registrados 941 casos. A estimativa é que este ano o número de casos seja maior.
A STSS é causada por uma forma mais grave da bactéria que causa o estreptococo A, que pode ‘crescer’ na garganta, na pele, no ânus e nos órgãos genitais, causando uma série de doenças.
Os sintomas do STSS são: febre, dificuldade para respirar, disfunção renal, disfunção hepática, pressão arterial baixa, confusão mental, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos, diarreia, mal-estar e mucosas avermelhadas.
A STSS é mais comum em idosos com 65 anos ou mais, contudo, atualmente a doença está levando à morte de mais pacientes com menos de 50 anos.
Um jovem de 14 anos precisou ter ambas as mãos e pés amputados devido a complicações da síndrome do choque tóxico. O caso aconteceu em setembro do ano passado. Os especialistas admitiram que não sabem dizer porque o número de casos está aumentando.
“Ainda existem muitos fatores desconhecidos sobre os mecanismos por trás das formas fulminantes (graves e repentinas) de estreptococos, e não estamos no estágio em que possamos explicá-los”, afirmou o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID) em comunicado.
Créditos: RIC+.
Kate Middleton, princesa de Gales, revelou que está nos estágios iniciais de um tratamento contra o câncer. As declarações dela foram divulgadas por meio de um vídeo, nesta sexta-feira (22).
Na gravação, Kate também falou sobre o procedimento cirúrgico ao qual foi submetida em janeiro.
A princesa explicou que a descoberta do câncer, agora, foi um grande choque.
– Eu queria agradecer as mensagens de apoio. Foram meses muito difíceis para nossa família. Eu agradeço minha equipe médica. Em janeiro, eu passei por uma grande cirurgia abdominal e na ocasião pensou-se que minha condição não era de câncer. A cirurgia foi bem-sucedida; no entanto, exames após a operação notaram que havia câncer. Minha equipe médica aconselhou que eu me submetesse a uma quimioterapia preventiva, e agora estou nos estágios iniciais desse tratamento – disse.
Kate destacou que está bem e a “cada dia mais forte”.
*Pleno.News
Foto: Reprodução/Print de vídeo Twitter The Prince and Princess of Wales
Dados de 2024, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, revelam o crescimento dos casos de câncer no país para o próximo triênio: entre 2023 e 2025, a incidência deve ser de 704 mil casos registrados a cada ano e, na Bahia, o número anual é de 38.840, que totalizam mais 116 mil ocorrências. Por não ocupar a lista dos dez principais tipos de neoplasia maligna em número de casos, as informações sobre o câncer renal pouco são divulgadas e seus sintomas, muitas vezes, confundidos com os de outras doenças, retardando, assim, o seu diagnóstico. A doença, no entanto, acomete mais de 12 mil brasileiros todos os anos e é responsável, nesse período, pela morte de cerca de quatro mil pessoas.
Levar o conhecimento acerca do câncer renal para um número cada vez maior de pessoas é um dos objetivos principais da campanha Março Vermelho, dedicada justamente a conscientizar e orientar sobre o câncer renal e a saúde do rim, conforme o cirurgião urologista, Dr. Eduardo Cerqueira. Segundo o especialista, esse tipo de câncer apresenta sintomas muito inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças, o que leva até 15% dos casos a serem descobertos de maneira incidental. “O fato é que não existem protocolos de rastreamento e, por isso, a necessidade de buscar um especialista ao menor sinal de anormalidade quando o assunto é o trato urinário”, ressaltou, o urologista.
O médico reforça ainda que o tabagismo e a obesidade são fatores de risco para a doença, além das causas hereditárias. “Mas, vale incluir aqui, os pacientes ocupacionais, ou seja, aqueles trabalhadores que são expostos a produtos químicos como o benzeno, pessoas que trabalham com tinta, solventes de borracha onde o benzeno se encontra presente e pintura na indústria”, alertou Dr. Eduardo Cerqueira, acrescentando que, quando o assunto é tabagismo, as pessoas costumam associar o uso do cigarro a outros tipos de câncer como os de pulmão e garganta, “no então, é preciso chamar a atenção para o fato de que existe uma associação de risco do câncer renal com o tabagismo e também com a obesidade. Além disso, existem as síndromes genéticas que também podem colaborar com o aumento da ocorrência de casos da doença”, confirmou o cirurgião urologista.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, em 2020, foram mais de 400 mil diagnósticos e 170 mil mortes por câncer renal no mundo. No Brasil, ainda segundo a OMS, a doença está entre os 13 tipos de câncer mais incidentes, com quase 12 mil e responde por 2% a 3% de todos os casos de câncer em adultos. O câncer renal representa 3% das doenças malignas que acometem adultos em todo o mundo.
Diagnóstico e tratamento do câncer de rim
Em cerca de 90% dos casos de câncer renal, o diagnóstico é feito por meio de um sintoma. A presença de sangue na urina é o principal sinal de alerta, bem como a perda de peso, presença de massa abdominal, anemia e dor nas costas. No restante das vezes, o diagnóstico é incidental, ou seja, o paciente realiza um exame de ultrassom, ou outro exame de imagem, por alguma outra razão, e encontra alguma lesão no órgão. O tratamento do câncer renal, de acordo com Dr. Eduardo Cerqueira, é por meio da cirurgia, sendo a nefrectomia parcial, cirurgia preservadora de órgão, o principal objetivo do procedimento.
O médico explica que a cirurgia robótica é a mais indicada para esses casos devido à alta complexidade do procedimento, “uma vez que o objetivo é fazer a retirada somente da parte do nódulo que está com a patologia, preservando o rim. Poucos são os casos, com esse tipo de cirurgia, nas quais não conseguimos atingir esse objetivo, justamente por conta da sua precisão, vai depender do tamanho, da complexidade da lesão e do possível envolvimento de outros vasos que podem dificultar o tratamento”, explicou.
O especialista também salientou que o câncer renal raramente acomete indivíduos com menos de 45 anos e acomete pessoas do sexo masculino com idades entre 50 e 70 anos. A doença possui subtipos, sendo o mais frequente deles o câncer renal de células claras, que responde por 85% dos casos. A doença tem origem no tubo que filtra as impurezas do sangue. O segundo tipo mais comum é o Carcinoma Papilar de Células Renais, que responde por 10% a 15% dos casos e pode causar o bloqueio da urina, além de provocar dor.
Por Adriana Matos
AMA Comunicação Integrada – Email: adrianamatos.ama@gmail.com 75991319845 / 998465463
Nesta quinta-feira, 21, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Na Educação Municipal, os estudantes com a síndrome recebem todo o suporte necessário para o seu desenvolvimento através das salas de recursos multifuncionais. Ao todo 103 salas estão distribuídas entre as escolas municipais.
Professora da sala de recursos da Escola Municipal Joselito Falcão de Amorim, Isabel Alves explica quais os cuidados são adotados para a inclusão e evolução pedagógica desses alunos.
“Nós fazemos primeiro o acolhimento dos alunos com Síndrome de Down para depois conseguirmos preparar esse aluno para a vida. Trabalhamos no contexto escolar, assim como a parte social fora da escola e o contato com a família, oferecemos essa rede de apoio. Na sala de recursos, a parte pedagógica potencializa aquilo que o aluno já sabe e é capaz”.
Vera Lúcia é mãe do estudante Ranulfo da Silva, que tem Síndrome de Down e é aluno da escola Joselito Falcão de Amorim há três anos. Ela revela o sentimento que tem sobre os cuidados que seu filho recebe.
“Eu sou muito grata pelo trabalho da escola, são professores acolhedores e eficientes que cuidam muito bem do meu filho. A diretora, gestora e as educadoras têm um carinho muito especial com o Ranulfo que se sente muito acolhido”.
*Secom/PMFS
Foto: iStock
Você provavelmente já ouviu, fez isso ou mesmo foi aconselhado a fazer: após sofrer uma lesão aguda (entorse, pancada forte, tendinite), deve aplicar gelo na área afetada. Novos protocolos de intervenção, no entanto, desaconselham essa prática como regra geral.
Parece contraintuitivo, pois o uso de gelo (crioterapia) causa uma diminuição na condução nervosa e vasoconstrição local (estreitamento dos vasos sanguíneos), o que alivia a dor no curto prazo e reduz a inflamação e o edema.
Então, por que é melhor não fazer isso? Para descobrir a resposta, vamos primeiro analisar o que é inflamação e se é do nosso interesse agir sobre ela.
A inflamação é um processo fisiológico normal do corpo que se recupera de uma lesão. Imediatamente após a lesão, os vasos sanguíneos se contraem para evitar a perda de sangue.
Poucos minutos depois que a ferida é tapada, o calibre e a permeabilidade desses vasos aumentam para permitir a entrada de substâncias e células imunes com efeitos inflamatórios. Esse é o momento para os neutrófilos, que são responsáveis pelo “trabalho de limpeza” da lesão.
O aumento da permeabilidade vascular, por sua vez, gera um aumento no volume de fluidos —o meio de transporte de todas essas substâncias— que chega à área. Esse inchaço é conhecido como edema e responde às necessidades fisiológicas de cura.
Quando o processo inflamatório está em seu auge, o acúmulo de substâncias produz uma série de sinais bioquímicos que iniciam a fase de proliferação ou cicatrização do tecido.
Os mesmos processos que geraram a inflamação no estágio anterior agora liberam compostos como as lipoxinas, que têm grande poder anti-inflamatório.
Além disso, de acordo com estudos recentes, os neutrófilos que vieram “limpar” a área mudam seu modo de ação durante essa fase e também têm efeitos anti-inflamatórios e regenerativos.
Em outras palavras, para que todo o processo de cicatrização ocorra corretamente, a inflamação deve seguir seu curso fisiológico.
Como esses mecanismos biológicos passaram a ser mais bem compreendidos, as estratégias para lidar com lesões agudas mudaram.
Criado em 1978 pelo médico americano Gabe Mirkin, o protocolo RICE enfatizava a crioterapia. Seu acrônimo significa Rest (repouso), Ice (gelo), Compression (compressão) e Elevation(elevação). Desde a década de 1980, ele foi substituído pelo protocolo PRICE, que acrescentou a proteção (o P) da área.
Mais tarde, em 2012, surgiu o protocolo POLICE. Esse método ainda recomendava o uso ocasional de gelo em fases muito agudas, mas oferecia uma mudança substancial no tratamento desse tipo de lesão.
Ele mudou o R de repouso para o OL de Optimal Loading (carga ótima). Ou seja, o paciente deve começar a se movimentar o mais rápido possível, começando com movimentos que não envolvam a lesão e não causem dor.
Essa estratégia de carga ideal e progressiva de atividade demonstrou que a mobilização precocee a reabilitação funcional são mais eficazes do que a imobilização e o repouso total.
Apesar da aparente eficácia dos métodos acima na redução da dor, as recaídas (recorrência de lesões antigas) são comuns. De fato, as patologias de tendão mais prevalentes são frequentemente causadas por uma falha no processo de cura. É por isso que se costuma dizer que “as entorses nunca se curam totalmente”.
Isso nos leva a 2019, quando os especialistas canadenses Blaise Dubois e Jean-Francois Esculier propuseram seu protocolo PEACE and LOVE (paz e amor).
Como principal novidade, ele sugere evitar medicamentos anti-inflamatórios (O “A” no acrônimo significa Avoidance anti-inflammatory—evitar anti-inflamatórios), incluindo aí o uso de gelo.
Essas mudanças na abordagem são uma resposta às evidências científicas. Já explicamos que a vasodilatação é necessária para que todas as substâncias essenciais para a cura cheguem no local da lesão. Presumivelmente, o gelo retardará este processo e modificará as vias ideais de cura.
Por exemplo, uma revisão sistemática de 22 ensaios clínicos publicada em 2004 já alertava que havia poucas evidências de que o gelo e a compressão tivessem algum efeito significativo na recuperação de lesões.
No mesmo ano, o especialista americano Scott F. Nadler declarou:
Embora as modalidades de tratamento quente e frio diminuam a dor e o espasmo muscular, elas têm efeitos opostos sobre o metabolismo do tecido, o fluxo sanguíneo, a inflamação, o edema e a extensibilidade do tecido conjuntivo.”
Em resumo, tanto o gelo quanto alguns medicamentos anti-inflamatórios modificam o processo inflamatório e promovem processos de recuperação ruim e fibrose. Isso pode levar a um tecido que não se regenera adequadamente e é mais suscetível a novas lesões.Continua após a publicidade
O próprio Mirkin, criador do protocolo RICE, admitiu em 2015 que “o gelo retarda a cicatrização“.
A dor nociceptiva (nociception) é a dor que sentimos em resposta a danos nos tecidos. Esse sinal de alarme gera mudanças adaptativas (como limitação de movimento e carga) para permitir a cura adequada.
Portanto, anular a nocicepção com gelo ou medicamentos anti-inflamatórios pode retardar ou piorar a lesão, pois ela não cumpre mais sua função protetora se não tirarmos aquelas horas ou alguns dias de descanso adequado.
Como conselho geral, podemos recomendar que as pessoas afetadas sigam o protocolo PEACE and LOVE e, durante a fase de reparação dos tecidos, consumam alimentos ricos em ômega-3 (EPA e DHA) e suplementem a dieta com vitamina C.
No entanto, se você tiver uma lesão grave, é melhor consultar um médico ou fisioterapeuta, que lhe dará orientações e encaminhará no processo de cura mais adequado.
Beatriz Carpallo Porcar é fisioterapeuta, corpo docente e pesquisadora dos cursos de Fisioterapia e Enfermagem da Universidade San Jorge. Membro do grupo de pesquisa iPhysio na Universidade San Jorge.
Paula Cordova Alegre é corpo docente e pesquisadora dos cursos de Fisioterapia e Enfermagem da Universidade San Jorge.
Este artigo foi republicado do The Conversation sob a licença Creative Commons. Leia o artigo original.
Informações UOL
A dengue tornou-se um tópico de discussão na imprensa americana e europeia devido à crise no Brasil. Uma reportagem do site americano Vox ensina como pronunciar uma palavra que pode ser nova para os leitores: “pronuncia-se DEN-gay”, diz o texto, originalmente em inglês.
O número de casos de dengue em 2024 no país é recorde na série histórica oficial, com o total registrado (casos prováveis e confirmados) se aproximando dos 2 milhões em meados de março, segundo o Ministério da Saúde.
As reportagens estrangeiras discutem principalmente o que o avanço recorde de casos de dengue no Brasil e em outros lugares significa para a saúde global nos próximos anos. O New York Times fala em “prenúncio de uma crise de saúde para as Américas” e o Washington Post, que chama a crise de dengue no Brasil de “impressionante”, diz que é “um alerta para o mundo”.
A reportagem do site Vox sobre o tema destaca que a velocidade “sem precedentes” do avanço da dengue no mundo é um “exemplo preocupante de como as mudanças climáticas e as tendências demográficas do século 21 podem rapidamente transformar um problema de saúde pública numa assustadora crise de saúde global”. A reportagem menciona a ocorrência da dengue em outros países, como Bangladesh, e menciona que o Brasil viu no início de 2024 “a propagação mais rápida do vírus já registrada no país”.
A reportagem destaca ainda que as mudanças climáticas e a rápida urbanização em regiões em desenvolvimento são fatores que, segundo os especialistas, colaboram para o avanço da dengue. “Essas duas tendências devem se intensificar nos próximos anos – o que significa que os atuais surtos de dengue, que bateram recordes, podem ser apenas uma amostra do futuro.” As temperaturas mais altas e as mudanças nos padrões climáticos facilitam a proliferação dos mosquitos transmissores da dengue, diz a reportagem, após referência à Organização Mundial da Saúde (OMS).
*Metro1
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Alzheimer, doença com prevalência em mulheres de acordo com a Associação de Alzheimer, pode estar relacionado com a perda auditiva em idosos, conforme o cirurgião otorrinolaringologista, Dr. Sandro Torres. Ele aponta um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que mostra: a cada dez decibéis perdidos na audição, o risco de doenças cerebrais, como o Alzheimer, aumenta em 27%.
O especialista explica que a perda auditiva e a deterioração cognitiva, além de estarem relacionadas com o avanço da idade, também estão interligadas por alterações patológicas. Trata-se de uma doença que se caracteriza pela perda intensa e acelerada de células neurológicas e isso gera várias consequências. A surdez ou qualquer déficit de audição pode ser um potencializador para esse processo de degeneração das células nervosas.
“Quando a pessoa tem surdez ou qualquer perda auditiva significativa, o recebimento de informações diminui, ou seja, a chegada de estímulos ambientais ao cérebro é reduzida e qualquer situação que acelere esse processo de degeneração dos neurônios, das células cerebrais, vai impactar, vai acelerar também o processo de Alzheimer”, salientou Dr. Sandro Torres.
O otorrinolaringologista ressalta então que é por conta disso que essa demência pode progredir mais rapidamente e aparecer mais cedo em pacientes com déficit auditivo, “por isso a necessidade de buscar um profissional a qualquer sinal de perda de audição, a fim de que se possa ter um diagnóstico e tratamento precoces”, afirmou o cirurgião. Além do Alzheimer, faz-se necessário frisar que a perda auditiva pode causar também um isolamento social muito grande, aumentando sentimentos de solidão, diminuindo a vontade do indivíduo de estar com outras pessoas em momentos de lazer, e colaborando, até mesmo, para o desenvolvimento de depressão e exaustão da própria reserva cognitiva.
O que já é comprovado, portanto, é que a deficiência auditiva não tratada pode acarretar uma série de doenças, inclusive mentais, como a demência. “Não só a voz, mas todos os sons do ambiente, como o barulho dos passos de outras pessoas, a música, o bater de uma porta são sons que deixamos de captar quando temos perda auditiva mais importante e, qualquer pessoa, independente da idade, ao perder a audição, tem um cérebro agora funcionando com essa privação, o que pode desenvolver ou agravar algum tipo de demência futura”, alertou o médico. O especialista orienta que as pessoas façam audiometria a partir de 50 anos, principalmente dependendo do histórico familiar.