A Câmara dos Deputados rejeitou, nesta quarta-feira (30), por 262 votos a 136, a proposta de incluir o imposto sobre grandes fortunas na reforma tributária.
O PSB e as federações PT-PCdoB-PV e PSOL/Rede orientaram suas bancadas a votarem a favor do imposto. O governo permitiu que sua base votasse livremente, devido a divergências entre partidos aliados.
O segundo projeto que regulamenta a reforma tributária estabelece normas para a composição do comitê gestor dos novos impostos, além de diretrizes para a taxação de heranças em casos específicos.
A inclusão do imposto na proposta foi debatida através de um destaque — uma sugestão de alteração no texto.
O imposto sobre grandes fortunas foi uma proposta do PSOL, que apresentou uma emenda ao texto. Pela sugestão, seriam consideradas grandes fortunas os bens que superem R$ 10 milhões.
As alíquotas seriam 0,5% para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões; 1% para bens entre R$ 40 milhões e R$ 80 milhões; 1,5% para fortunas acima de R$ 80 milhões.
Como o grupo de trabalho que analisou a proposta não acolheu a sugestão do PSOL, o partido solicitou votação em separado desse ponto.
A proposta do PSOL previa que o imposto fosse cobrado “sobre a propriedade, posse ou domínio útil de bens, assim como sobre a titularidade de direitos que constituam grande fortuna em 1º de janeiro de cada ano”.
Pessoas, residentes no Brasil ou no exterior, mas com bens no Brasil, também estariam sujeitas ao imposto.
A proposta excluía da base de cálculo para tributação o valor de um único imóvel de até R$ 2 milhões, o saldo devedor de financiamentos de bens e o saldo devedor de dívidas para aquisição de participações societárias.
Nesta quarta-feira, a Câmara concluiu a votação do segundo texto que regulamenta a reforma tributária e encaminhou a proposta ao Senado.
O texto-base havia sido votado em agosto de 2024, mas a análise dos destaques — sugestões de alteração no texto — só foi possível após um acordo que atendeu a demandas das bancadas.
Uma das mudanças retirou a cobrança do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) sobre planos de previdência VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) de duração inferior a cinco anos.
Outra alteração foi a exclusão da cobrança de ITCMD sobre a distribuição desproporcional de dividendos entre sócios das empresas.
Informações Bahia.ba
Juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Ministério Público (MP) e do Tribunal de Contas da União (TCU) têm viajado por vários lugares do Brasil e do exterior para participar dos chamados “mercado de palestras”. Algumas autoridades chegam a receber até R$ 50 mil por hora para participar desses eventos.
Um caso que chamou atenção da mídia ocorreu em maio deste ano. Empresários com processos no STF patrocinaram palestras de ministros da Suprema Corte, na Europa. De acordo com alguns parlamentares, isso pode gerar conflitos de interesse.
Esses casos fizeram a deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) protocolar o Projeto de Lei (PL) 4.018/2024. O texto visa a limitar a participação remunerada de autoridades em eventos financiados por instituições privadas.
Em entrevista na edição desta quarta-feira, 30, do Jornal da Oeste, Adriana Ventura afirmou que “falta bom-senso” por parte dessas autoridades. “Temos de preparar-nos para fazer um projeto que tenha o objetivo de resgatar a ética e o código de conduta”, afirmou.
Segundo Adriana Ventura, o projeto não visa a proibir que autoridades deem palestras. No entanto, se quiserem participar dos eventos, devem “dar transparência” à população.
“Quando não temos informações concretas sobre as viagens e palestras de um juiz, por exemplo, não saberemos se esse mesmo magistrado vai julgar um caso de algum empresário que o contratou para dar a palestra”, disse Adriana.
O objetivo maior do projeto, segundo a deputada, é “caçar os conflitos de interesse”. Caso o financiador tenha processos no tribunal, o juiz que ele patrocinou não poderá julgá-lo.
Informações Revista Oeste
O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse nesta terça-feira, 29, que o governo vive um “mal-estar” com o regime da Venezuela. A declaração foi dada durante a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Segundo Amorim, esse foi o motivo pelo qual o país discordou da adesão da Venezuela ao bloco do Brics. No entanto, ele evitou chamar a decisão de “veto”.
“Há um mal-estar hoje”, disse o assessor de Lula. “Torço para que desapareça, mas vai depender de algumas ações.”
Amorim rebateu as críticas do ditador Nicolás Maduro, que acusou o Brasil de traição depois de prometer não impedir a entrada do país vizinho no bloco.
Maduro disse que, ao se despedir, ainda ouviu uma negativa do chanceler Mauro Vieira. Segundo o ditador, o assessor quase “desmaiou” ao encontrá-lo de relance nos corredores da cúpula.
Para Amorim, a reação do ditador venezuelano foi “totalmente desproporcional”.
“A reação que tem havido à entrada da Venezuela no Brics é uma reação totalmente desproporcional, cheia de acusações ao presidente Lula e à chancelaria”, afirmou o ex-chanceler.
Para Caracas, o veto brasileiro “constitui uma agressão e um gesto hostil que se soma à política criminosa de sanções que foram impostas contra o povo valente e revolucionário da Venezuela”.
Os parlamentares cobraram Amorim pelo que chamaram de “chacota” de Nicolás Maduro. Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que o ministro Mauro Vieira foi “humilhado” por Maduro na TV venezuelana.
Amorim afirmou que, entre Mauro Vieira e Maduro, sempre vai dizer que o ministro brasileiro tem razão, mas que “formalmente não houve veto”, porque não ocorreu uma votação em Kazan.
“As decisões são tomadas por consenso, e o Brasil achou que neste momento a Veneuzela não contribui para o melhor funcionamento do Brics”, disse Amorim. Ele destacou que a decisão é momentânea.
O assessor de Lula afirmou que o Brasil não concordou com a expansão desenfreada do Brics e disse que os países convidados devem ser representativos nas suas regiões econômica e politicamente.
“A Venezuela de hoje não preenche essas condições”, afirmou. “Não foi um veto. Porque existe esse mal-estar, que espero que possa se resolver à medida que as coisas se normalizem, os direitos humanos sejam respeitados, as eleições sejam realizadas, as atas apareçam. Não foi ideológico sequer.”
Informações Revista Oeste
O ex-presidente da República Michel Temer, 84 anos, afirmou em entrevista que o governo Lula 3 não tem projeto para o país e que passou um sinal negativo ao mudar as metas do próprio arcabouço fiscal que criou no ano passado.
Mandatário entre setembro de 2016 e dezembro de 2018, Temer instituiu em sua gestão o chamado teto de gastos (que corrigia o gasto do ano corrente pela inflação do anterior) e aprovou a reforma trabalhista, além de ter iniciado as discussões da previdenciária, finalmente aprovada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL).
“A sensação que eu tenho é que este governo não tem um projeto. Ou, se o tem, tem às escuras, não às claras. Não lança para a população”, diz Temer.
O ex-presidente acredita que a fase de radicalização política no Brasil está ficando para trás e que o desempenho positivo de seu partido, o MDB, no último pleito seria prova disso. Temer participou nesta terça-feira (29) do Lide Brazil Conference, em Londres, promovido pela Folha, UOL e Lide.
Muitos qualificam seu governo como reformista e tendo sido capaz de estabilizar minimamente a economia com o teto de gastos. Hoje, temos juros e dólar em alta, com a inflação pressionada. Como avalia o quadro?
Assim que eu cheguei no governo, percebi que a economia não se resolve num passe de mágica. Você não reduz os juros nem a inflação com uma única medida. É preciso uma série delas. Por isso, optamos pelas reformas, começando pelo teto de gastos.
Há o fundamento de que ninguém pode gastar mais do que aquilo que arrecada. Isso já começou a dar uma credibilidade extraordinária, porque o problema da economia está muito na segurança, naquilo que as pessoas alardeiam como sendo segurança jurídica, que nada mais é do que o cumprimento rigoroso do sistema normativo.
E disso decorre também a segurança, a credibilidade social, que permite investimentos. No nosso período, fizemos isso. Especialmente eu relembro a reforma trabalhista, o teto de gastos, o encaminhamento da [reforma da] Previdência, a Lei das Estatais, que recuperou a Petrobras e outras empresas.
Isso deu credibilidade. E, para isso, é preciso uma relação muito próspera entre o Executivo e o Legislativo. Porque, diferentemente do que todos pensam, o presidente manda pouco. Ele só manda se tiver apoio do Legislativo. E disputas entre Executivo e Legislativo prejudicam a credibilidade.
Você precisa ter muita unidade no governo, que é uma coisa fundamental. Você não pode ter disputa entre ministérios como, vez ou outra, eu verifico.
O atual governo criou o chamado arcabouço fiscal e já fez modificações, alterando metas para 2025 e sinalizando que o superávit de 1% do PIB será alcançado só em 2028. Como vê o cenário fiscal neste governo?
Em primeiro lugar, quero dizer o seguinte: a ideia do teto não feneceu. O que era o teto no meu governo? Era aplicar a inflação do ano anterior no novo orçamento. O que é o teto hoje? É a inflação do ano anterior, mais 0,5% a 2,5% [de crescimento real]. Se numericamente isso vai dar certo ou não, eu não saberia dizer. Mas ainda existe a figura do teto.
Agora, é preciso que haja aplicação rigorosa desse teto. Se houver titubeio, mesmo com esse teto modificado, teremos instabilidade. Mudar a meta não é útil.
Uma certa estabilidade legislativa também é importante. Porque também a credibilidade fiscal, econômica e social deriva da não existência permanente de modificações legais. Você acabou de dizer uma coisa que preocupa, essa modificação [no arcabouço].
O governo Lula 3 está terminando o seu segundo ano. Como o sr. o avalia até aqui?
Não vejo ideia de reformas pela frente. Temos a reformatação administrativa, mas está demorando. Eu não pude realizá-la porque eu tive pouco tempo de governo. Embora tivesse feito uma reforma administrativa silenciosa, quando eliminei muitos cargos de comissão, ao reduzirmos as agências do Banco do Brasil com programas de demissão voluntária.
Eu não vejo, digamos assim, um projeto, uma meta do governo. Por que que eu tive uma meta? Porque, em um dado momento [2015], na Fundação Ulysses Guimarães, nós resolvemos realizar um documento, que foi chamado “Uma Ponte para o Futuro”. Quando eu cheguei ao governo, eu tinha um projeto.
Essas coisas todas que falamos das reformas fundamentais, que resultaram na queda da inflação e da taxa Selic, estavam programadas. Com aquele projeto, fomos fazendo as coisas e isso deu credibilidade. Agora, acho que falta o anúncio de um projeto maior.
Como o Juscelino Kubitschek [presidente de 1956 a 1961], que tinha um plano de metas. As pessoas sabiam para onde o governo estava indo. A sensação que eu tenho é que este governo não tem um projeto. Ou, se o tem, tem às escuras, não às claras. Não lança para a população.
O sr. não teria nada para citar como projeto deste governo?
Por enquanto, não. Não saberia dizer. Evidentemente que há um esforço grande para reduzir a inflação, mas ainda é improdutivo. Você veja que a própria diminuição do desemprego —vários editoriais e jornais disseram— é um produto da reforma trabalhista. Ela produziu mudanças na lei, que levou alguns anos para ter o seu efeito.
Eu confesso que não vejo. Vejo boa vontade, mas não vejo execução e vejo muita divergência. Por exemplo, vejo as dificuldades que o ministro [Fernando] Haddad [Fazenda] tem muitas vezes para levar adiante certos projetos. Isso cria insegurança, o que não é útil para a governabilidade.
Aumentar a arrecadação não é ruim, mas aumentar os gastos é. Por isso que o teto de gastos não permitia a elevação dos gastos públicos. Então, dois pontos: você aumenta a arrecadação; muito bem, sinal que a produção vai indo bem. Mas não pode aumentar os gastos, senão uma coisa elimina a outra. E isso parece que está acontecendo.
O seu partido se saiu bem nas eleições. Teve o segundo melhor resultado em população a ser governada, 36,6 milhões [atrás do PSD, com 37 milhões] e ganhou em São Paulo, o que não ocorria desde 2012. Como avalia o fato de o centrão, do qual o MDB faz parte, ter sido o grande vencedor?
O MDB é o grande partido de centro do país. Sempre foi assim. Desde o momento da Constituinte [1988], quando trouxe o país para o centro. E acho que hoje, mais do que nunca, revelou-se que o centro, caminhando para a direita, prevaleceu.
Segundo ponto, o MDB saiu-se muito bem. Você acabou de dizer que pegou São Paulo, mas mais quatro capitais: Porto Alegre, Belém, Macapá e Boa Vista.
Acho que o MDB estabeleceu uma marca estupenda, que é o fato de o seu eleitor votar com uma despreocupação, sem radicalismo.
O sr. vê o Brasil saindo um pouco desse quadro de acirramento na política? O clima está melhorando?
Acho que essa eleição municipal é demonstrativa disso. Prevaleceu mais a moderação, a tranquilidade, o equilíbrio. O Ricardo Nunes [prefeito reeleito de São Paulo] é um exemplo disso. Embora esteja fora da vida pública, nas conversas que tenho com várias pessoas, vejo que todos estão cansados dessa radicalização. Não daquilo que eu chamo de polarização, que eu reservo para ideias.
Na democracia, você ter uma polarização de ideias, divergências, é fundamental. Porque senão você tem um governo absolutista. Tanto que a oposição é fundamental na democracia, porque ela ajuda, fiscaliza, contraria, contradita.
Mas acho que o quadro de radicalização foi derrotado agora e não é improvável que venha a ser derrotado em 2026.
O sr. fala em centro e fim da radicalização. Tem algum palpite para as candidaturas em 2026? Alguma no seu partido? O que acha do nome do Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo, do Republicanos]?
Não gostaria de nominar. Mas o Tarcísio é uma grande figura, sem dúvida. Seria um bom candidato, moderado. O conheço bem e tive a oportunidade de tê-lo no meu governo [como secretário para programas de parcerias e investimentos]. Faz um bom governo em São Paulo e teve uma vitória, como vimos agora, na eleição do Ricardo Nunes.
Tivemos um aumento vertiginoso do poder de alguns congressistas com as emendas, que somam cerca de R$ 50 bilhões por ano. Vimos que 98% dos 116 prefeitos mais beneficiados com emendas foram reeleitos, com uma média de 72% dos votos, grande parte do centrão. Isso não é ruim para a democracia, esse direcionamento financeiro?
Acho que está havendo um protagonismo muito grande do Congresso Nacional. No tocante ao orçamento, ele não só aprova, mas tem emendas impositivas, de bancada, de comissão. Enfim, as mais variadas, que são direcionadas a esses municípios. Então, volto a dizer, há um protagonismo muito grande do Congresso Nacional.
Isso pode conduzir um dia a uma reforma política radical. E o que chamo de reforma política radical é a mudança do sistema de governo, que é a ideia de um semipresidencialismo ou semiparlamentarismo.
Já que uma parte grande do orçamento está sendo direcionado ao Congresso, que ele seja responsável também pelos atos de governo. Porque hoje ele manda essas emendas, mas não tem responsabilidade nenhuma pela governabilidade executiva. Tem só pela governabilidade legislativa.
Mas e a transparência dessas emendas, do poder que esses parlamentares têm? Pois hoje têm nas mãos um instrumento para se perpetuarem no poder.
Há que ter transparência, até porque a Constituição determina a publicidade de todos os atos públicos, significando, portanto, a atuação dos parlamentares no tocante ao orçamento. Aliás, já caiu essa coisa do chamado orçamento secreto. Caiu porque era uma violência extraordinária contra a Constituição.
Então, é preciso cumprir rigorosamente a Constituição. Nesse particular da publicidade, da transparência, a Constituição determina isso em várias passagens.
Informações Poder 360
Reunião do PT convocada para esta segunda-feira pós-segundo turno das eleições municipais teve cobrança por reforma ministerial e também pedido de “freio de arrumação” no governo. Segundo a CNN, pessoas que acompanharam a reunião aplaudiram de pé a presidente Gleisi Hoffmann e não pouparam críticas ao ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Padilha utilizou uma referência do futebol para dizer que o PT deve fazer uma “profunda avaliação”, ao alegar que a sigla ocupa atualmente o Z4, ou seja, a zona de rebaixamento da política nacional. Jilmar Tatto, deputado federal e secretário de comunicação do PT, disse à CNN que a reação à fala de Padilha foi forte.
“É inaceitável que um ministro de Estado, em vez de cuidar do governo, faça uma coisa desrespeitosa como essa. É um desrespeito com o seu próprio partido. O que vemos é que esse entorno do presidente Lula é que está descredenciado. Ali sim, é tudo várzea. E é fundamental que a gente tenha um freio de arrumação”, disse Tatto.
Informações GMC Mais
No texto O eleitorado consolida sua preferência à direita, desta terça-feira, 29, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que o Brasil sai das eleições de 2024 com duas marcas: uma esquerda em crise e dependente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma direita fortalecida que busca um líder para 2026.
O editorial de opinião também destaca que o país sai das urnas com uma política “mais pragmática e menos polarizada”.
“Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; e uma esquerda em crise”, escreveu o Estadão.
Para o jornal, houve ainda um desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional: Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, continua a publicação, “o centro triunfou, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica”.
O editorial refere-se à ascensão do PSD, de Gilbeto Kassad, que venceu em 887 prefeituras, em todas as regiões do Brasil, e do MDB, que conquistou 853 cadeiras no Executivo municipal. Mas o texto complementa: “os partidos estavam munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares”.
O Estadão destaca ainda que, mesmo com a máquina do Executivo nacional, este foi o pior resultado da esquerda nas urnas desde a redemocratização. Prova disso foi a sua desidratação no Nordeste, onde ganhou em apenas duas capitais. Já em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar no país.
” Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas”, afirmou o jornal.
Ainda de acordo com o jornal, a credibilidade do PT para executar as pauta sociais foi maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista.
“Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor”, analisou o texto.
No entanto, o editorial diz que, olhando para as eleições presidenciais de 2026, “Lula sempre será um candidato forte”. “Mas está envelhecido, em idade e ideias”.
Além de isolado, Lula já não contaria sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. “As moedas de troca com um centrão minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado, e elas apontam para a direita”.
Informações Revista Oeste
O PL Mulher Salvador, presidido pela ex-vereador Lorena Brandão, apoiou a realização do ”Sororidade em Ação”. O evento celebrou o Outubro Rosa, tradicional mês onde é abordado com maior ênfase o combate ao câncer de mama.
Segundo Lorena, o “Sororidade em Ação” é mais um ação de valorização feminina para lembrar a necessidade de cuidar do corpo e da saúde.
“Foi um momento de conhecimento, de debate, de muita riqueza e informação. Além de tudo isso, de valorização também, pois a figura feminina, maioria na sociedade, tem o seu valor”, disse Lorena.
Durante o encontro, houve atendimento médico, massagem corporal e facial, oficina de maquiagem, aferição de pressão e glicemia, além de palestras que abordaram o tema da campanha: “Outubro Rosa: Mulher, seu corpo, sua vida!”.
Realizado na Igreja Batista do Caminho das Árvores, no bairro de Sete de Abril, no último sábado, o evento contou com a organização do Instituto Isoror e da Fundação ADM.
A campanha vitoriosa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), contou com o talento do publicitário, estrategista político e compositor Bruno Cartaxo. Na direção de criação, Cartaxo mostrou o que o baiano tem quando se trata de marketing político.
Braço direito do marqueteiro Duda Lima, Cartaxo se fixou em São Paulo desde novembro de 2023. Comandou a equipe criativa e participou das estratégias e decisões políticas, que reelegeram Ricardo Nunes no segundo turno.
Muito feliz e realizado com o resultado, Cartaxo destaca os desafios de uma campanha com repercussão nacional, onde teve de tudo: cadeirada, soco e apagão.
“Foi muito trabalho e aprendizado, em que tive o privilégio de trabalhar com uma equipe incrível, capitaneada pelo Duda Lima, um cara extremamente competente, que, literalmente, deu sangue por essa vitória”, assinala o publicitário baiano.
Cartaxo reforça o legado da Bahia no marketing político nacional. A seleção brasileira de marqueteiros reúne os craques baianos: Geraldo Walter, Duda Mendonça, João Santana, Nizan Guanaes, Fernando Barros, Sidônio Palmeira e Maurício Carvalho, entre outros.
A eleição de segundo turno pela Prefeitura de São Paulo bateu novo recorde de abstenções. Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores que não compareceram às urnas chegou a 31,54%, somando 2.940.360 ausentes.
O índice representa o maior nível de abstenções em um segundo turno desde 1992, quando essa fase foi implementada nas eleições paulistanas. Os dados mostram que as abstenções foram superiores ao número de votos recebidos por Guilherme Boulos (Psol), que contabilizou 2.323.901 votos válidos (40,65%).
Com esse resultado, o psolista ficou em terceiro lugar na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo. Seu desempenho foi Ricardo Nunes (MDB) saiu vitorioso com o apoio de 3.393.110 eleitores, o que corresponde a 59,35% dos votos válidos.
Além do número de ausentes, a eleição também teve um total de 10,42% de votos inválidos, divididos entre brancos (234.193) e nulos (430.539). As abstenções deste segundo turno superaram o índice do segundo turno de 2020, quando a pandemia de covid-19 ainda impactava o comparecimento nas urnas.
Naquele ano, Bruno Covas (PSDB), foi eleito com 59,38% dos votos válidos, equivalente a 3.169.121 votos. Seu oponente, Guilherme Boulos alcançou 40,62%, com um total de 2.168.109 votos.
Comparando as campanhas de Boulos em 2024 e 2020, seu percentual de votos válidos foi praticamente igual. A diferença é que neste ano, o candidato contou com apoio de Lula, além de uma campanha estimada em aproximadamente R$ 44,6 milhões.
Esse valor inclui doações de R$ 30 milhões provenientes do fundo eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT), disponibilizados depois da confirmação de Marta Suplicy como vice na chapa.
O restante do montante é composto por R$ 14 milhões do fundo do Psol, além de valores menores provenientes de doações individuais e de financiamento coletivo
Algumas zonas eleitorais específicas apresentaram índices de abstenção notavelmente elevados, superando até o número total de votos em ambos os candidatos.
Na 1ª Zona Eleitoral, em Bela Vista, por exemplo, 58.765 eleitores deixaram de votar, número superior aos 47.210 votos recebidos por Boulos e aos 38.258 votos em Nunes.
Situação semelhante ocorreu na 2ª Zona Eleitoral, em Santa Ifigênia, onde as abstenções somaram 55.389, superando os votos individuais em ambos os candidatos.
Outras áreas como Valo Velho (20ª ZE), Pinheiros (251ª ZE) e Campo Limpo (328ª ZE) também registraram abstenções que ultrapassaram o total de votos válidos. Em Campo Limpo, 59.812 eleitores deixaram de comparecer, enquanto Nunes e Boulos receberam 56.756 e 53.872 votos, respectivamente.
Informações Revista Oeste
Evandro teve, durante a campanha, apoio de aliados do PT. — Foto: Davi Rocha (Sistema Verdes Mares/SVM)
Com 100% das seções apuradas, Evandro teve 50,38% e derrotou André Fernandes (PL), que teve 49,62%. Essa foi a única vitória do PT em capitais em 2024.
Evandro Leitão (PT) foi eleito prefeito de Fortalezaneste domingo (27) após uma acirrada disputa com André Fernandes (PL). Somente com 99% das seções apuradas, o petista foi declarado eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao final da apuração, Leitão teve 50,38% dos votos válidos.
O candidato André Fernandes teve 49,62%. Ao todo, foram mais de 1.420.681 de votos válidos, sendo 2,92% de votos nulos e 1,64% de votos em branco.
Evandro Leitão virou a situação em relação ao primeiro turno. André Fernandes havia terminado na frente com 40,20% e Evandro com 34,33%.
O g1 acompanhou a apuração em tempo real. A disputa foi voto a voto e, em certo momento, a diferença entre os candidatos era de apenas um voto. Com 100% das urnas apuradas, a diferença de votos entre eles foi de quase 11 mil.
Evandro Leitão foi o único prefeito do PT eleito em uma capital em 2024. A escolha do deputado estadual, recém-filiado ao PT, foi uma aposta do ministro da Educação, Camilo Santana, e deixou mais evidente, ao longo da campanha, o racha entre os irmãos Ferreira Gomes.
“Foi uma jornada muito pesada. Mas, com a força de Deus e Nossa Senhora do nosso lado, a gente chega aqui e dá uma grande vitória (…) Quero fazer um agradecimento muito especial, mas muito especial mesmo, a todas as mulheres de Fortaleza”, disse Evandro durante o primeiro discurso no palanque após a vitória.
O senador e ex-governador Cid Gomes (PSB) entrou na campanha do petista, especialmente no segundo turno, quando a chapa de esquerda tinha o desafio de reverter uma diferença de cerca de 80 mil votos em relação ao candidato do PL, André Fernandes, que terminou o primeiro turno em primeiro lugar.
Cid atuou diretamente na mobilização de prefeitos de municípios do interior que fortaleceram a campanha de Evandro em Fortaleza na reta final.
O irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, que segue no PDT, chegou a fazer declarações duras contra o candidato petista. Outras lideranças do partido ligadas ao ex-governador pedetista apoiaram publicamente Fernandes na segunda etapa da disputa municipal, entre elas, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e um grupo de vereadores da Capital ligados a Ciro.
Ciro e seus aliados, inclusive, sofreram críticas de nomes ligados à esquerda e até mesmo de correligionários pedetistas com a guinada à direita no segundo turno do pleito em Fortaleza. O prefeito José Sarto (PDT) não declarou apoio público a André Fernandes, mas secretários e outros ocupantes de cargos na gestão municipal, do PDT e de outros partidos que fazem parte da base aliada do atual prefeito, foram às ruas e às redes sociais declarar voto no candidato do PL.
A eleição em Fortaleza ganhou dimensão nacional não apenas por refletir a polarização entre PT e PL, mas também por desgastes criados no próprio PDT.
O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, ministro do Trabalho no Governo Lula, declarou apoio a Evandro Leitão no segundo turno. O presidente estadual, deputado federal André Figueiredo, chegou a se manifestar pela neutralidade, mas entrou ativamente na campanha petista, tendo participado de caminhadas e carreatas nos últimos dias de campanha nas ruas.
Nacionalmente, há uma expectativa de que seja insustentável a permanência de Ciro nos quadros do PDT, o que também poderia ter reflexos no posicionamento do grupo político do ex-ministro no Ceará.
No início da noite, o presidente participou da agenda de Evandro Leitão, candidato do PT que disputa a prefeitura de Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/ Sistema Verdes Mares (SVM)
Em âmbito nacional, o PT, por sua vez, deixou clara a relevância estratégica de uma vitória em Fortaleza. O presidente Lula esteve na capital cearense no dia 11 de outubro para participar de um comício, no Centro, em palanque dividido com Camilo e outras lideranças petistas e de partidos aliados.
Foi nessa data, também, que a deputada federal Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, eleita pelo PT, fez a primeira aparição pública em apoio a Leitão. Ela ainda não havia entrado na campanha desde a derrota interna que sofreu no partido, quando, em disputa direta com Evandro, não conseguiu apoio suficiente para confirmar a quinta candidatura ao Executivo municipal.
Também estiveram em atos de apoio ao petista em Fortaleza no segundo turno o vice-presidente Geraldo Alckmin e o prefeito reeleito de Recife, João Campos, ambos do PSB, em outras demonstrações da visibilidade nacional da disputa na capital cearense.
Do lado do candidato do PL, a estratégia foi outra: o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve na cidade apenas uma vez, no segundo dia de campanha, 17 de agosto, em uma carreata ao lado de André Fernandes. Durante a eleição, o candidato a prefeito buscou se descolar da imagem do ex-presidente, cujo nome não apareceu na propaganda eleitoral e na maioria das participações de Fernandes em debates.
Coube ao deputado federal Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, ocupar o lugar de liderança do partido que veio de fora para reforçar a campanha do candidato de direita. Ele participou de duas agendas ao lado de André, inclusive, na noite da última quinta-feira (24), quando disse a apoiadores, em ato no bairro Bom Jardim, que Fortaleza elegeria, pela primeira vez, um “jovem de direita conservador”.
Para o ministro Camilo Santana, a vitória em Fortaleza também foi uma demonstração de força política após as derrotas de aliados em outros dos maiores colégios eleitorais do Ceará, caso deIzolda Cela (PSB), em Sobral, e Fernando Santana (PT), em Juazeiro do Norte.
O PT também saiu derrotado no segundo turno do pleito em Caucaia, cidade com o segundo maior eleitorado do estado, ao ter Waldemir Catanho superado nas urnas pelo ex-prefeito Naumi Amorim (PSD), que volta ao comando da gestão municipal em 2025.
Camilo não apenas patrocinou a escolha de Evandro como candidato, tendo inclusive enfrentado resistência dentro do próprio PT, como participou ativamente da campanha do afilhado político desde o início.
Foi um movimento semelhante ao que aconteceu na eleição para o Governo do Estado em 2022, quando o ex-governador, então candidato ao Senado, definiu o atual governador, Elmano de Freitas, como sucessor e participou ativamente da campanha que garantiu a vitória do correligionário em primeiro turno.
Com a eleição de Evandro Leitão, o PT volta ao comando da Prefeitura de Fortaleza depois de doze anos. O partido, atualmente, faz oposição ao prefeito José Sarto na Câmara Municipal.
A cadela Marrion ficou popular na campanha de Sarto em 2020 e agora está na campanha de Evandro Leitão — Foto: Reprodução/Natinho Rodrigues/SVM
Um dos episódios inusitados nessas eleições foi a participação de uma cadela, a Marrion, que “apoiou” o prefeito eleito Evandro Leitão.
Marrion tornou-se popular ainda nas eleições de 2020, quando José Sarto (PDT) usou a cadela na campanha eleitoral. Quatro anos depois, a ex-esposa de Sarto passou a usar Marrion no apoio a Evandro Leitão (PT).
“Tô com Marrion” eram palavras que, nas eleições de 2020, estampavam materiais e publicações de quem apoiava o então candidato José Sarto (PDT) à Prefeitura de Fortaleza. Cheia de carisma, a cadelinha virou mascote de campanha. E a vitória veio.
Quatro anos e um divórcio depois, Marrion foi colocada em outro time: ela foi usada na campanha de Evandro Leitão (PT), um adversário de José Sarto. O antigo tutor acabou em 3º lugar nas eleições e não conseguiu se reeleger.
Agora, quem não está com Marrion é Sarto. Depois do fim do casamento dele com Natália Herculano, em 2021, a cadela da raça Lulu da Pomerânia ficou com a tutora, que acabou declarando apoio a Evandro Leitão (PT) nas últimas semanas de campanha.
Marrion passou a aparecer em fotos e vídeos com Evandro. Adotou uma estrelinha vermelha na testa, símbolo tradicional do PT, e foi destaque na inauguração do espaço pet da campanha de Evandro, no dia 22 de setembro.
Na estratégia do candidato petista, os padrinhos políticos foram importantes para aproximar o eleitorado de uma figura até então desconhecida pelo grande público.
Evandro sempre enfatizou o apoio do presidente Lula, do governador Elmano e do ministro Camilo Santana. E Marrion também chegou como um reforço.
Quando os resultados do primeiro turno saíram, Sarto estava fora da disputa. Ficou em terceiro lugar, sendo o primeiro prefeito de Fortaleza a tentar a reeleição sem sucesso.
Evandro Leitão é o candidato do PT em Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/ Sistema Verdes Mares (SVM)
Evandro Leitão foi deputado estadual em 2022 e foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2023-2024. Ele é servidor público, auditor adjunto da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz).
Ele também é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e em Direito pela Faculdade Integrada do Ceará (FIC). Possui pós-graduação em Gestão Pública pela Secretaria da Administração do Ceará, e em Marketing pela Bolsa de Valores Regional.
Como vice, Evandro tem Gabriella Aguiar, deputada estadual e médica geriatra. Ela fez Residência de Clínica Médica no Hospital Geral de Fortaleza e de Geriatria no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
Evandro Leitão atuou ainda como presidente do Conselho Consultivo do Fundo de Financiamento às Micro, Pequenas e Médias Empresas do Estado do Ceará (FCE); do Conselho de Administração do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho do Estado do Ceará (IDT); do Conselho Cearense do Artesanato e da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará (CAISAN).
Coordenou a Comissão da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e a Representação do Estado e dos Municípios da Comissão Intergestores Bipartite (CIB/CE). Foi conselheiro do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Cede) e do Conselho de Desporto da Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (SESPORTE); membro do Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho (Fonset) e do Fórum Nacional de Secretários de Estado da Assistência Social (Fonseas).
Fora da política, é reconhecido nacionalmente pelo trabalho desenvolvido como presidente do Ceará Sporting Club desde março de 2008.
Informações G1