A convocação de Rui Costa é vista como uma derrota ao governo Lula, já que pode municiar a oposição pelos atritos passados do ministro com o movimento dos sem-terra
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) nesta quarta-feira (9), a partir das 14 horas. Os questionamentos do colegiado giram em torno das ações do MST na Bahia quando Rui era governador do Estado, entre 2015 e 2022. A convocação de Rui é vista como uma derrota ao governo Lula e causa receio ao Palácio do Planalto de que as declarações de Rui possa dar munições a oposição, levando em consideração o histórico conflituoso entre ele e o MST.
A Bahia é palco de diversas invasões do MST e Rui não esconde, nem de correligionários do PT nem de aliados do Planalto, sua falta de simpatia pelo movimento.
O requerimento, para convocação do ministro foi protocolado pelo relator da comissão, o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP). No documento, Salles argumenta que Rui não empreendeu esforços para “impedir atos de invasões de terra nem para garantir a propriedade privada”. O relator afirmou que o governo federal é “conivente com as invasões provocadas pelo MST”, e deve questionar a interação do Planalto com o grupo durante a sessão desta quarta.
Salles ainda argumenta, conforme o Estadão, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitora a atividade de grupos sem terra e, durante o governo Lula, esteve subordinado tanto ao GSI quanto à Casa Civil.
O ministro também deve ser questionado por acusações que foram feitas por três ex-integrantes do MST no extremo sul da Bahia, que foram ouvidos pela CPI nesta terça-feira. Os depoentes afirmaram que o governo da Bahia, comandado por Rui Costa, foi omisso em protegê-los durante conflitos internos que ameaçaram as suas integridades físicas.
O atrito mais recente aconteceu em maio, conforme publicado pela bahia.ba, quando o MST e o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), uma das lideranças do grupo na Bahia, acusaram Rui de vetar representantes do movimento sem-terra no palanque do presidente Lula durante um evento do Plano Plurianual (PPA), realizado na Arena Fonte Nova. O ministro-chefe da Casa Civil negou o veto.
A convocação tem aquecido os ânimos na Câmara Federal. Nesta terça-feira (8), a Casa Baixa foi palanque de uma polêmica entre a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), aliada de Rui, que partiu em sua defesa, após o Coronel Meira (PL-PE), durante encontro para debater CPI, chamá-lo de ladrão.
Lídice, ao recomendar que o Coronel Meira se respeitasse, o lembrou que a Constituição diz que todos na Câmara são apenas deputados e que ele utiliza o título de militar por uma permissividade da Casa. Para além, ela afirmou que um dos ex-assentados ouvidos na CPI fez acusações falsas ao atual ministro-chefe da Casa Civil.
Além da socialista, outros deputados também se mostram contrários ao ‘convite’.
Informações Bahia.ba
Ministro da Fazenda deixou trava em texto, mas parlamentares defendem ampliação do valor, que foi de R$ 4,9 bilhões em 2022
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Ainda não há consenso sobre o montante do novo fundo, mas uma ala defende o patamar de R$ 5,7 bilhões. Este valor foi aprovado pelo Congresso em 2021 para o pleito do ano seguinte, mas Jair Bolsonaro, então presidente, vetou a iniciativa. Nos bastidores, a Fazenda já conta como certo o aumento do valor no Orçamento de 2024.
Do total, 11 são mulheres. Nove partidos foram representados
O fundo eleitoral surgiu em 2015, depois que o Supremo Tribunal Federal considerou doações realizadas por empresas a campanhas inconstitucionais. A alteração no modelo ocorreu enquanto a Operação Lava-Jato apontava casos de corrupção e caixa dois envolvendo as doações privadas.
Atualmente, o argumento usado pelos que defendem o aumento do financiamento público é que o valor é insuficiente para os partidos conseguirem divulgar todos os seus candidatos para a população em um país com as dimensões do Brasil.
— É necessário e importante discutir todos os temas.Eu sou a favor de contribuição privada com financiamento de campanha, mas fui voto vencido aqui na reforma política. Esse debate está estabelecido e é preciso chegar a um valor que seja compatível com o tamanho do Brasil e com o das eleições —disse o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), ao GLOBO.
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, defende que o valor do fundo seja pelo menos corrigido pela inflação. Já o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também favorável ao aumento, afirma que deve recorrer também a doações pessoais para engordar o financiamento das campanhas do seu partido.
— O Brasil não é um país, é um continente, e o dinheiro não é suficiente. Mas temos outras prioridades urgentes, então temos que trabalhar e arrecadar doações — disse Valdemar ao GLOBO.
Já a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) classifica como “pouca vergonha” a tentativa dos colegas de aumentar o fundo. Ela diz que será contra qualquer proposta que busque isso.
Uma das regras definidas para o uso do recurso é a destinação de ao menos 30% do dinheiro para candidatas mulheres e negros. A Câmara analisa atualmente a proposta apelidada de “PEC da Anistia”, que livra os partidos de punições por qualquer falha nas prestações das contas eleitorais.
Outra articulação em curso para a LDO é a possibilidade de ampliar o uso das emendas Pix, modelo de transferência de recursos do governo federal direto para a conta de estados e prefeituras. Hoje, esse mecanismo só existe para as emendas individuais, mas a intenção é expandir para as emendas de bancada.
Informações O Globo
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
Acusado de omissão, o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da JustiçaAnderson Torresprestou depoimento, nesta terça-feira (8/8), àComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) a que investiga a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
A audiência com Torres teve início às 9h24 e acabou por volta das 17h50. Ele foi questionado sobre as acusações de omissão e conivência com os atos supostamente golpistas.
O ex-ministro utilizou a ocasião para se defender sobre a minuta do golpe: “Em 10 de janeiro, durante uma busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta que vai para a coleção de absurdos, que, constantemente, chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro”, afirmou.
De acordo com Torres, a proposta era uma “aberração jurídica” e “imprestável para qualquer fim”. O ex-secretário de Justiça também negou ter encaminhado o documento para alguma outra autoridade.
Questionado sobre os golpistas que ficaram acampados em frente ao QG do Exército, Torres declarou que “nunca houve omissão ou leniência” enquanto era ministro da Justiça sobre. Ele ainda afirmou que sua primeira ação como secretário de Segurança do DF foi tratar do “desmonte” do acampamento.
Anderson Torres também afirmou que,“se o protocolo [PAI] fosse seguido à risca, seríamos poupados dos lamentáveis atos de 8 de janeiro”.
O procedimento ao qual Anderson Torres se refere é o Protocolo de Ações Integradas (PAI), que contempla ações coordenadas de segurança para a manutenção da ordem pública. “O documento previa o fechamento da Esplanada (dos Ministérios). Posso afirmar que houve falha grave na execução do PAI. Se tivessem seguido à risca, os atos não teriam sido consumados”, alegou.
A deputados e senadores Torres alegou, ainda,que não foi alertado sobre os atos antidemocráticos em Brasília. Às vésperas dos ataques às sedes dos Três Poderes, ele viajou para Orlando, nos Estados Unidos, com a família.
“Se eu tivesse recebido qualquer alerta ou informe de inteligência indicando o risco iminente de violência e o vandalismo não teria viajado”, argumentou. Torres embarcou com a família para os Estados Unidos na noite da sexta-feira (6/1) e chegou àquele país na manhã do sábado (7/1).
Segundo o ex-ministro,“nunca questionei o resultado das eleições. Fui o primeiro ministro a receber a equipe de transição, no meu caso, Flávio Dino, que seria meu sucessor. Entreguei relatórios, agi de forma transparente e sempre no sentido de facilitar”.
Neste momento, Torres é questionado pelos membros da CPI, como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão.
Na oitiva, um detalhe chamou a atenção: Torres usatornozeleira eletrônica, uma das medidas restritivas e cautelares estabelecidas pelo ministroAlexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para permitir que o ex-ministro cumpra prisão domiciliar.
Torres foi preso em 14 de janeirono bojo das investigações sobre possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro. Ele chefiava a Segurança Pública do DF quando ocorreram as invasões golpistas nas sedes do Congresso, Sumpremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, mas, na data, estava em viagem de férias aos EUA. Anderson Torres cumpriu a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF).
No dia 11 de maio,Moraes concedeu liberdade provisória ao ex-ministro, em decisão tomada após o advogado de defesa de Torres, Eumar Novacki, reiterar o pedido de “revogação da prisão preventiva” ou, “ao menos, substituí-la por uma das cautelares elencadas no art. 319 do CPP ou pela prisão domiciliar”.
A prisão foi substituída por monitoração eletrônica, com proibição de ausentar-se do Distrito Federal; proibição de manter contato com os demais investigados; proibição de usar redes sociais; e afastamento do cargo da Polícia Federal. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação da medida e decretação de nova prisão.
Em depoimento, Torres foi confrotado sobre possível omissão aos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília. Dois dias antes dos ataques às sedes dos Três Poderes,o ex-ministro embarcou para Orlando, nos Estados Unidos, com a família.
Confrontado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), ele foi acusado de “sextar”. O parlamentar apresentou um documento encaminhado à SSP-DF em 6/1, quando Torres ainda não tinha saído de férias.
“O documento foi feito pela sua subsecretaria. O senhor vai me dizer se teve ou não conhecimento desse documento. Veja bem: ‘greve geral”. O documento é sigiloso e qualquer membro da CPMI pode ter acesso. No dia 6 de janeiro, esse documento alertava o que o senhor disse que não sabia, e viajou. A minha conclusão é que o senhor não viajou, o senhor sextou e foi embora lá para Orlando em dois dias. O senhor sextou para lá”, disse o petista.
Durante a sessão, a senadora Damares Alves e o deputado Eduardo Bolsonaro demonstraram apoio ao depoente, que classificaram como “herói”.
“O senhor foi um herói enquanto ministro da Justiça. Seria com certeza o melhor secretário de Segurança do Distrito Federal. Que Deus te abençoe. Preciso dizer uma coisa. Não consegui te visitar, você não sabe o quanto foi difícil para mim não poder te visitar. Eu não tinha em você um companheiro, tinha um amigo, um homem comprometido com as crianças”, disse a senadora.
A senadora também fugiu da temática da CPI dos atos golpistas, e elogiou a atuação do ex-secretário de segurança do DF e afirmou que Torres é odiado pelo crime organizado: “Inúmeras crianças e mulheres desse país são gratas ao seu trabalho. Infelizmente vejo o senhor sentado aí, acusado, num lugar de bandidos, acusado de terrorista muitas vezes. (…) O senhor é odiado pelo crime organizado, que incomodou muita gente. (…) Nós faríamos juntos o melhor lugar do mundo para criança nascer, para ser mulher, porque os estupros no DF despencou”, afirmou.
O filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro também elogiou a postura do depoente e saudou o amigo.
“Primeiro, satisfação de encontrar o amigo, em que pese o delicado momento, mas pode ter certeza de que não são só elogios dos Parlamentares aqui não, o senhor tem total condição de andar de cabeça erguida pela rua, porque certamente não é nenhum bandido, e todo mundo está vendo a injustiça que está sendo feita. Uma coisa é um bandido que sabe a regra do jogo e, quando a polícia pega, ele vai puxar a cadeia dele; outra coisa bem diferente é quando pegam uma pessoa honesta, tacam dentro de uma cadeia, ainda mais nas circunstâncias que foram”, disse.
Mais cedo, o deputado Marco Feliciano (PL-SP) lamentou a postura em que o ex-ministro foi colocado e reforçou a fala de Damares: “Fico constrangido em vê-lo sentado aí, em um banco, como se o senhor fosse um réu, quando, na verdade, depois de ouvir o que o senhor falou e o que a Ministra Damares aqui contou para nós, o senhor é um herói brasileiro, e isso jamais vai sair da mente das pessoas de bem”.
“É constrangedor ver o senhor sentado nessa cadeira. Um dia, se Deus quiser, a história vai agir. E, se não acontecer aqui nesse plano, na eternidade, Deus vai tratar com cada um daqueles que foram cruéis e maldosos com o senhor, com o Brasil e com o nosso futuro. Deus abençoe a todos”, disse.
Informações TBN
Foto: Ricardo Stuckert.
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, cancelou sua participação na Cúpula da Amazônia, evento que reúne os oito representantes dos países signatários da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela.
O ditador e amigo do presidente Lula (PT) era esperado na capital paraense, Belém, onde é realizada a reunião nesta terça-feira (8) e confirmou o “bolo” ao petista no Twitter, alegando que foi por recomendação médica.
“Por recomendação médica, em decorrência de uma Otite Média que tenho, fui obrigado a suspender minha agenda pública”, declarou.
Com a ausência de Maduro, Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, representa o país na cúpula. Além do venezuelano, o presidente do Equador, Guillermo Lasso; e do Suriname, Chan Santokhi, também não vieram ao encontro.
Durante o evento, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu uma posição crítica ao uso de combustíveis fósseis e à exploração de petróleo na área da Amazônia, classificando de“negacionismo”medidas adotadas no sentido oposto. O colombiano destacou ainda que“as forças progressistas deveriam estar sintonizadas com a ciência”.
A posição colombiana ocorre em meio à controvérsia brasileira sobre a exploração na foz do Rio Amazonas. Entre os países amazônicos, a Colômbia é o que mais se destaca na preservação da floresta.
No evento, Lula ainda afirmou que a“cooperação na Amazônia é urgente”,para impulsionar a cooperação entre os países da região e falou ainda que não vê a região como um“santuário”para o mundo.
“Eu não trabalho com a ideia de ver a Amazônia ser um santuário da humanidade. Eu quero que a Amazônia seja um lugar em que o mundo tire proveito para poder experimentar a riqueza da nossa biodiversidade, para sabermos o que podemos fazer a partir dessa riqueza da biodiversidade”, afirmou.
Como de costume, o que já vem se tronando figurinha repetida nos discursos do petista, ele voltou a atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro, desta vez afirmando mais uma vez sem apresentar provas que seu antecessor“abriu as portas para os ilícitos ambientais e o crime organizado”.
Ainda sobre o evento, de acordo com o governo, os países do bloco assinarão uma declaração fixando compromissos para preservação da Floresta Amazônica.
Informações TBN
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 – deputado Marco Feliciano (PL-SP); senador Rogério Carvalho (PT-SE) — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Arthur Maia tomou decisão ao atender a pedido de Feliciano. Segundo ele, Rogério Carvalho teria cuspido durante sessão; senador nega.
O presidente da CPI dos Atos Golpistas, deputado Arthur Maia (União-BA), pediu nesta terça-feira (8) à secretaria da comissão que seja feita perícia nas imagens da sessão desta terça, destinada ao depoimento do ex-ministro Anderson Torres
A medida foi tomada após o deputado Marco Feliciano (PL-SP) ter acusado o senador Rogério Carvalho (PT-SE) de ter cuspido nele.
Procurado pelo g1, o senador negou ter cuspido em Feliciano. Disse também que, se eventualmente cuspiu no deputado, foi sem querer e durante o discurso na sessão.
Inicialmente, o pedido de perícia havia sido feito pelo deputado Abilio Brunini (PL-MT), que não integra a CPI. Arthur Maia respondeu a ele que, como não estava presente à sessão durante o episódio, não poderia fazer o pedido. Feliciano, então, se dirigiu a Maia e disse que ele, sim, fazia questão da perícia.
Diante do pedido, Maia anunciou a decisão
“Solicito […] que seja periciada a fita que foi desse entrevero que aconteceu na parte da manhã entre o senador Rogério Carvalho e o deputado Marco Feliciano”, anunciou Maia.
Arthur Maia chegou a dizer a Feliciano que tinha “certeza” que Rogério Carvalho não havia cuspido propositalmente, mas que, como o deputado insistia no pedido de perícia, o presidente da CPI tomaria a medida.
“Todo mundo viu aqui que não houve nenhuma intenção”, argumentou Maia a Feliciano.
“Se é um de nós, estamos perdidos”, respondeu Feliciano.
“Tenho certeza absoluta que o senador não fez nada de propósito, não cuspiu. Pode até ter falado, todos nós na hora da discussão cometemos desinteligências na fala, mas tenho certeza que não foi o propósito do senador cuspir em vossa excelência”, respondeu mais uma vez Arthur Maia.
‘Vou sair desse circo’; deputados discutem durante sessão da CPI dos Atos Golpistas
Informações G1
O atraso na votação do arcabouço fiscal na Câmara deve abalar o lançamento do principal programa de infraestrutura do governo Lula (PT), o novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento), previsto para sexta (11).
Os líderes na Câmara se reúnem nesta manhã para discutir o que será votado nesta semana na Casa. Não há consenso se o arcabouço entraria na pauta nem se seria aprovado. A base governista também não fala em data garantida para a análise.
O governo trabalha com a data de sexta para anunciar o novo PAC, em cerimônia no Rio.Até lá, Lula vai estar no Pará, para a Cúpula da Amazônia.
O arcabouço fiscal guia o novo “teto de gastos” do governo. Sem ter sido aprovado pelos deputados, não há como prever o investimento de R$ 60 bilhões por ano no PAC.
O governo pode anunciar o programa, e diz que o evento de sexta está mantido, mas sem especificar orçamento nem data para os projetos saírem do papel, já isso também depende da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024, também ainda em discussão no Congresso.
Interlocutores do governo ainda não trabalham pela votação do marco fiscal nesta semana, segundo relatos de líderes ouvidos pelo UOL. Eles dizem que até agora os aliados de Lula “estão em silêncio”.
O relator da proposta, Cláudio Cajado (PP-BA), disse que nem foi convidado para participar da reunião de líderes. São nesses encontros que geralmente são fechados os acordos sobre as propostas a irem à votação.
Se ele for convidado, pode mostrar o relatório às lideranças e argumentar para manter ou não as alterações feitas pelos senadores.Continua após a publicidade
Até o momento, ele defende o texto aprovado pela Câmara — ou seja, que sejam rejeitadas as mudanças feitas no Senado. Já o governo quer a manutenção desses pontos.
O PAC é um dos carros-chefes do governo Lula e o principal projeto coordenado pela Casa Civil. Inicialmente previsto para abril, já foi adiado pelo menos três vezes —em parte por culpa do arcabouço, já que regula o crescimento das despesas do governo. Se não se sabe quanto é possível gastar, tampouco o quanto poderá se investir no PAC.
O texto recebeu mudanças no Senado, o que faz com que ele tenha de passar por nova avaliação na Câmara. Uma das alterações estabelecidas foi na base de cálculo dos gastos previstos.
Desde o final de junho, quando o texto retornou à Câmara, o governo tem tentado articular sua aprovação, com manobras que incluem intervenção direta de Lula e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Ainda assim, não houve avanço. Entre os deputados, há quem aposte na análise do texto na semana que vem, mas muitos nem arriscam uma previsão. Um líder do centrão recomendou prudência para que o governo não perca pontos cruciais no projeto.Continua após a publicidade
Em segunda votação na Câmara, foi mudado o período de inflação usado como base do limite de despesas: em vez de 12 meses terminados em dezembro, como previa a proposta do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o período terminaria em junho —o que, na prática, reduz o montante.
No Senado, uma emenda de Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso, inseriu um dispositivo que permite que o Orçamento de 2024 seja enviado com a previsão de despesas condicionadas. Sem essa autorização, o novo PAC, por exemplo, pode não caminhar como o Executivo tem planejado.
O texto que saiu do Senado ainda excluiu das novas regras fiscais o Fundeb (fundo para educação) e o FCDF (de repasse de recursos federais ao Distrito Federal). Além disso, ampliou a retirada do limite de despesas com ciência, tecnologia e inovação.
Governistas trabalham com o prazo até 31 de agosto para analisá-lo, pois é a data máxima para o envio do PLOA (projeto de lei orçamentária anual) pelo Executivo ao Congresso.
Lira negou que o motivo para o atraso na votação do arcabouço tenha relação com as negociações de parlamentares do centrão para ministérios de Lula. No entanto, nos bastidores, a avaliação dos líderes é que, enquanto as conversas não avançarem, as novas regras fiscais também não serão votadas.Continua após a publicidade
Independentemente ou não da aprovação, o PAC será lançado no dia 11. É o que diz a Casa Civil. O presidente Lula deve ir ao Rio na quinta (10), para outro evento com o prefeito Eduardo Paes (PSD). No dia seguinte, seria a cerimônia do PAC no Theatro Municipal, com a presença de ministros e governadores.
A Casa Civil tem apostado na aprovação do arcabouço na Câmara a tempo. Mas, no Planalto, já se trabalha com outra fórmula: anuncia primeiro, ajusta-se depois.
Rui Costa, que tem coordenado o projeto junto à secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, tem se reunido com os 27 governadores para bater prioridades e alinhar projetos.
Este será o programa de maior investimento do governo Lula, com previsão de R$ 240 bilhões em quatro anos, se o limite orçamentário permitir. Segundo o ministro, o novo programa deve ter foco em PPPs (parcerias público-privadas) e construir não só novos projetos como retomar as milhares de obras de infraestrutura paradas pelo país.
Informações UOL
Uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não consegue entrar em contato com o ex-presidente. Isso ocorre desde o ano passado.
Nesta segunda-feira, 7, Bolsonaro admitiu que não atendeu mais às ligações da deputada, apesar das tentativas de contato.
“Ela queria falar comigo um tempo atrás, não respondi”, afirmou o ex-presidente. “Recolhi-me desde o segundo turno das eleições, não falo com quase ninguém. Voltei há pouco tempo à quase normalidade da vida pública. Nada contra a Carla Zambelli.”
A parlamentar é investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação 3FA, que apura uma possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ela teria pedido ao hacker Walter Delgatti Neto que elaborasse um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento concedido no fim de julho, Delgatti Neto, o mesmo que capturou trocas de mensagens entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato, admitiu a invasão contra o sistema do CNJ e disse que Zambelli tem participação na “ordem de prisão” contra Moraes.
Informações Revista Oeste
No evento de almoço de articulação em São Paulo, a presença de Bolsonaro, Tarcísio e Wajngarten sugere uma estratégia política para a campanha de reeleição do prefeito Ricardo Nunes. A participação de figuras políticas influentes pode indicar um apoio consolidado e a busca por alinhamentos ideológicos. No entanto, a verdadeira influência desse encontro nos rumos da campanha dependerá das declarações e acordos estabelecidos durante o evento.
No centro das discussões desse almoço de articulação, conforme informações de fontes ligadas ao prefeito, está a estratégia de neutralizar as expectativas da esquerda e do deputado federal Boulos, que buscam conquistar apoio do presidente Lula para a eleição. O encontro parece refletir a intenção de fortalecer a candidatura de Ricardo Nunes ao buscar alianças influentes para contrabalançar possíveis apoios adversários. Ações políticas como essa podem desempenhar um papel crucial na configuração da corrida eleitoral e moldar os rumos da campanha.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, na tarde desta segunda-feira (8/8), sobre as ameaças de morte que recebeu recentemente. O mandatário prometeu que “qualquer cidadão que ficar fazendo bravata” será “convocado na delegacia”.
Segundo Lula, as pessoas têm o direito de falar “bobagem”, mas sem ofender os outros. “Eu não preciso de gostar do meu vizinho, tenho apenas que respeitar. É esse Brasil que nós vamos queremos criar”, disse.
Na semana passada, a Polícia Federal cumpriu, em Belém (PA), mandado de busca e apreensão contra um suspeito de propagar, por meio das redes sociais, imagens com ameaças de ataques ao presidente.
Também na quinta-feira (3/8), um homem foi preso em flagrante pela PF, também no Pará, em Santarém, suspeito de ameaçar a dar um tiro na barriga de Lula. O preso teria dito aos policiais que participou dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, na capital federal. Também declarou ter participado da invasão ao Salão Verde da Câmara dos Deputados e depredado o local.
Na sexta-feira, durante pronunciamento, Lula minimizou as ameaças e disse que se tivesse medo, “nem teria nascido”.
“Vocês vão ter notícia de que a Polícia Federal prendeu um cidadão em Santarém que disse que ia me matar hoje, quando eu chegasse lá. Ele tá preso. Há boatos de que em Belém também tem um cidadão que disse que ia me matar”, disse Lula durante a cerimônia de relançamento do Programa Luz para Todos, em Parintins, no Amazonas.
Metrópoles
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a criticar publicamente o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele citou o petista em entrevista coletiva realizada no palácio presidencial, em Kiev, no domingo 6.
“Para ser sincero, eu achava que o Lula tinha uma compreensão mais ampla do mundo”, disse Zelensky. “Acredito que é muito importante ver o mundo inteiro.”
De acordo com a CNN Brasil, o político ucraniano foi abordado sobre as recentes declarações do governo brasileiro em relação à guerra. Na última semana, por exemplo, Lula afirmou que Zelensky e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, só falam em atacar e em seguir com a guerra. Além disso, o ex-chanceler e atual assessor especial para relações exteriores, Celso Amorim, afirmou que, para dar fim ao conflito, é necessário levar em consideração a segurança russa.
“É estranho falar sobre a segurança da Federação Russa”, disse o presidente da Ucrânia, durante a entrevista coletiva. “Só a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia, sobre as garantias que precisam ser dadas para a segurança da Rússia.”
Durante a coletiva, Zelensky reforçou o entendimento de que Lula parece atuar como um aliado de Putin no cenário internacional. Presidente da Rússia, Putin ordenou a invasão de territórios ucranianos em fevereiro de 2022 — ação que deflagrou a guerra que persiste até hoje.
“O Brasil é muito mais respeitado do que a Rússia hoje no mundo”, afirmou Zelensky. “As pessoas do Brasil são respeitadas, sua visão, suas visões de mundo são respeitadas. O Brasil não é um país agressor, mas um país pacífico.”
“Por que Lula precisa concordar com as narrativas do líder de Putin, que não é diferente de nenhum colonizador?”, continuou o presidente ucraniano. “Putin mente constantemente, manipula constantemente, desinforma constantemente as pessoas. Está matando nossos filhos e estuprando nossas mulheres.”
Informações Revista Oeste