BBC NEWS – Pouco mais de um ano atrás, no dia 23 de janeiro de 2020, o governo chinês decretou lockdown na cidade de Wuhan.
Há semanas as autoridades de saúde chinesas vinham repetindo que o surto causado por uma doença desconhecida estava sob controle — apenas algumas dezenas de casos ligados a um mercado em que eram vendidos animais vivos. Naquele momento, entretanto, o vírus já havia ido além da fronteira da cidade e se espalhado pelo país.
Esta é a história de cinco dias críticos no início do que se tornaria uma pandemia.
Em 30 de dezembro de 2019, muitas pessoas já haviam sido recebidas em hospitais na cidade de Wuhan com sintomas parecidos: febre alta e pneumonia. O primeiro caso de que se tem notícia foi de um homem que tinha por volta de 70 anos, que adoeceu no dia 1º de dezembro.
Naquele momento, muitos dos pacientes estavam direta ou indiretamente ligados ao mercado de peixes Huanan — o que levou os médicos a suspeitarem que poderiam estar observando um outro tipo de pneumonia.
Amostras colhidas do pulmão de pessoas infectadas foram então enviadas a laboratórios de sequenciamento genético para que a causa da doença fosse identificada. Resultados preliminares indicaram, por sua vez, que se tratava de um vírus ainda desconhecido, semelhante ao da Sars. Autoridades de saúde locais e o Centro para Controle de Doenças do país já haviam sido notificados, mas nada havia sido tornado público.
Hoje acredita-se que já houvesse entre 2,3 mil e 4 mil pessoas infectadas, conforme um modelo matemático desenvolvido pelo MOBS Lab, da Northeastern University, em Boston, nos EUA.
Também é provável que o surto estivesse dobrando seu alcance a cada poucos dias. Epidemiologistas dizem que, no estágio inicial de uma epidemia, cada dia e até mesmo cada hora são críticos.
Por volta de 16h do dia 30 de dezembro, a chefe da emergência do Hospital Central de Wuhan recebeu os resultados dos testes processados em Pequim pelo laboratório de sequenciamento genético Capital Bio Medicals.
Ela suava frio ao ler o relatório, conforme relatou posteriormente a uma publicação estatal chinesa.
No topo, duas palavras alarmantes: “Sars Coronavírus”. Ela as circulou em vermelho e enviou a colegas pelo aplicativo de compartilhamento de mensagens WeChat (semelhante ao WhatsApp).
Em uma hora e meia, a imagem granulada havia chegado ao médico do departamento de oftalmologia do hospital Li Wenliang. Ele a dividiu, por sua vez, com um grupo de colegas da universidade com um aviso: “Não circulem esta mensagem fora deste grupo. Digam a seus familiares e entes queridos que tomem precauções”.
Pequim tentou acobertar a epidemia de Sars quando ela inicialmente se espalhou no sul da China entre 2002 e 2003, insistindo que a situação estava sob controle. A resposta, na época, foi bastante criticada pela comunidade internacional e chegou a motivar protestos dentro do país. Entre 2002 e 2004, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) infectou mais de 8 mil pessoas e matou quase 800 pelo mundo.
Nas horas seguintes, imagens da mensagem de Li acabaram se espalhando pela web e milhões de pessoas já falavam sobre Sars na China.
O laboratório de sequenciamento havia, entretanto, cometido um erro — não se tratava da Sars, mas de um novo coronavírus, bastante semelhante. Notícias sobre um possível surto começaram a circular.
O Comitê de Saúde de Wuhan já estava ciente de que havia algo acontecendo nos hospitais da cidade. Naquele dia, funcionários da Comissão Nacional de Saúde chegaram de Pequim e novas amostras foram enviadas a pelo menos cinco laboratórios públicos em Wuhan e Pequim para que fossem sequenciados concomitantemente.
Enquanto mensagens sobre um possível retorno da Sars viralizavam no país, o Comitê de Saúde de Wuhan emitiu ordens aos hospitais instruindo-os a reportar todos os casos diretamente ao órgão e a não darem nenhum tipo de declaração sem autorização prévia.
Em 12 minutos, as ordens até então sigilosas foram vazadas online.
O tempo entre a explosão de comentários nas redes sociais chinesas e a disseminação da notícia no resto do mundo talvez tivesse sido maior, não fosse pela experiente epidemiologista Marjorie Pollack.
Editora da ProMed-mail, newsletter que costuma emitir alertas globais sobre surtos de doenças, ela recebeu um e-mail de um contato em Taiwan perguntando se tinha ouvido algo sobre os rumores que circulavam na internet na China.
Em fevereiro de 2003, a ProMed havia sido o primeiro veículo a dar a notícia ao mundo sobre o primeiro surto de Sars. Agora, Pollack sentia que estava vivendo uma espécie de déjà-vu.
“Minha reação foi: ‘Temos um grande problema'”, contou à BBC.
Três horas depois, ela havia acabado de escrever um post pedindo a quem pudesse que ajudasse com mais informações sobre o surto. A mensagem foi enviada a aproximadamente 80 mil assinantes faltando um minuto para meia-noite.
À medida que a notícia começou a se espalhar, o professor George F. Gao, diretor-geral do Centro para Controle de Doenças da China, passou a receber ofertas de ajuda vindas dos quatro cantos do mundo.
O país reativou a infraestrutura de combate a doenças infecciosas montada depois da epidemia de Sars — em 2019, Gao havia prometido que o amplo sistema de vigilância chinês seria capaz de antever um episódio como aquele.
Dois dos cientistas que entraram em contato com o professor, entretanto, dizem que o CDC não parecia preocupado.
“Mandei uma mensagem longa a George Gao, me oferecendo para enviar uma equipe para apoiá-lo em tudo o que precisasse”, disse à BBC Peter Daszak, presidente do grupo de pesquisa EcoHealth Alliance, baseado em Nova York.
A resposta, contudo, foi breve — apenas para desejar Feliz Ano Novo.
O epidemiologista Ian Lipkin, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, também tentou entrar em contato com Gao — que retornou a ligação quando Lipkin estava jantando, já próximo da meia-noite. O relato sobre a conversa dá contorno ao discurso das autoridades chinesas naquele momento crítico.
“Ele disse que tinha identificado o vírus. Era um novo coronavírus. E não era altamente transmissível. Isso não fazia muito sentido para mim porque já tinha ouvido que muitas, muitas pessoas haviam sido infectadas.”
“Não acho que ele estava sendo dúbio, acho que ele estava apenas errado”, afirma o epidemiologista.
Para o americano, o colega chinês deveria ter compartilhado naquele momento os sequenciamentos genéticos que já tinha obtido. “Na minha visão, seria preciso divulgar. É algo muito importante para hesitação.”
Gao, que recusou os pedidos de entrevista para esta reportagem, declarou à imprensa chinesa que os sequenciamentos foram divulgados assim que possível, e que ele nunca afirmara publicamente que não havia transmissão de humano para humano.
Naquele dia, o Comitê de Saúde de Wuhan publicou um comunicado em que informava sobre 27 casos de pneumonia viral identificados na região, sem evidência clara, entretanto, de que houvesse transmissão entre seres humanos.
Seriam necessários mais 12 dias até que a China compartilhasse o sequenciamento genético do patógeno com a comunidade internacional.
O governo chinês recusou vários pedidos de entrevista da BBC para comentar o assunto. Em posicionamentos enviados por escrito, afirmou que a China “sempre havia agido de forma aberta, transparente, com responsabilidade e celeridade” no combate à covid-19.
A lei internacional estipula que surtos de doenças infecciosas que possam gerar preocupação global devem ser reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS) em até 24 horas.
No dia 1º de janeiro, entretanto, a OMS ainda não havia sido notificada sobre o que ocorria na China.
No dia anterior, membros da organização haviam visto a publicação da ProMed, além de algumas informações na internet, e resolveram entrar em contato com a Comissão Nacional de Saúde do país.
“Era para ter sido reportado”, diz Lawrence Gostin, professor do O’Neill Institute for National and Global Health Law da Universidade de Georgetown, nos EUA, e colaborador da OMS.
“A falha em reportar (o surto) foi claramente uma violação do Regulamento Sanitário Internacional (International Health Regulations).”
A epidemiologista Maria Van Kerkhove, que se tornaria uma das principais líderes técnicas da OMS no combate à pandemia, participou da primeira de muitas reuniões à distância no meio da noite em 1º de janeiro.
“Nós tínhamos uma suspeita inicial de que pudesse ser um novo coronavírus. Para nós, não era uma questão de se havia ou não transmissão de humano para humano, mas qual era a extensão naquele momento e onde estava acontecendo.”
Dois dias depois, as autoridades chinesas responderam à OMS. O retorno, entretanto, foi vago — de que haviam sido registrados 44 casos de uma pneumonia viral de causa desconhecida.
A China afirma ter se comunicado regularmente com a OMS a partir do dia 3 de janeiro. Mas registros de reuniões internas da organização obtidas pela agência de notícias Associated Press (AP) e compartilhadas com a BBC mostram uma realidade diferente e revelam a frustração de funcionários de alto escalão da OMS na semana seguinte.
“Dizer que ‘não há evidência de transmissão de humano para humano’ não é suficiente. Precisamos ver os dados”, diz, segundo os registros, Mike Ryan, diretor de emergências da OMS.
A organização era legalmente obrigada a reproduzir as informações fornecidas pela China. Ainda que houvesse suspeita de transmissão entre humanos, a OMS só conseguiria confirmá-la três semanas depois.
“Essas preocupações nunca foram expressas publicamente. Eles apenas reproduziram as informações dadas pela China”, diz o repórter da AP Dake Kang.
“No fim do dia, a impressão com que o mundo ficou foi aquela que as autoridades chinesas queriam, de que tudo estava sob controle. E é claro que não estava.”
O número de infectados dobrava a cada poucos dias, e cada vez mais pessoas procuravam os hospitais de Wuhan.
Neste momento, em vez de abrir espaço para que os médicos compartilhassem suas preocupações, a imprensa estatal deu início a uma campanha para silenciar os profissionais de saúde.
No dia 2 de janeiro, a emissora estatal Televisão Central da China (CCTV) veiculou uma reportagem sobre os médicos que haviam falado sobre o surto quatro dias antes, retratando-os como “usuários da internet” que haviam “espalhado rumores”.
Em seguida, os profissionais foram chamados pela Secretaria de Segurança Pública de Wuhan para prestar depoimento e foram “tratados de acordo com a lei”, segundo as autoridades.
Um dos médicos era Li Wenliang, o oftalmologista cujo relato havia viralizado, que chegou a assinar uma confissão. Em fevereiro, ele morreu de covid-19.
O governo chinês afirma que isso não chega a ser indicativo de que estava tentando suprimir as notícias sobre o surto, e que pedia apenas a médicos como Li que não espalhassem informações ainda não confirmadas.
Mas o impacto da postura das autoridades chinesas foi significativo. Enquanto ficava cada vez mais aparente para os médicos que havia, de fato, transmissão entre humanos da doença, eles eram impedidos de se manifestar publicamente.
Um profissional da saúde que trabalhava na mesma unidade que Li, o Hospital Central de Wuhan, disse à reportagem que, nos dias seguintes, “havia muitas pessoas com febre”.
“Estava fora de controle. Entramos em pânico, mas o hospital nos disse que não tínhamos autorização para falar com ninguém.”
Segundo o governo chinês, “é preciso seguir um rigoroso processo científico para determinar se um vírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa”.
As autoridades seguiriam afirmando que não havia transmissão entre seres humanos por outros 18 dias.
Laboratórios em todo país estavam em uma corrida contra o tempo para fazer o sequenciamento completo do genoma do vírus. Entre eles, estava um renomado virologista de Xangai, Zhang Yongzhen, que começou o sequenciamento no dia 3 de janeiro.
Depois de trabalhar por dois dias consecutivos, ele obteve um genoma completo. Os resultados revelavam um vírus semelhante ao da Sars e, portanto, provavelmente transmissível.
No dia 5 de janeiro, o escritório de Zhang escreveu à Comissão Nacional de Saúde recomendando a tomada de medidas de precaução em espaços públicos.
“Naquele mesmo dia, ele estava trabalhando para ter os dados prontos assim que possível, para que o resto do mundo pudesse saber do que se tratava e avançássemos no diagnóstico”, afirma Edward Holmes, virologista e biólogo evolutivo da Universidade de Sidney, na Austrália, que trabalha com Zhang.
Mas Zhang não conseguia tornar seus achados públicos. No dia 3 de janeiro, a Comissão Nacional de Saúde havia enviado um memorando sigiloso aos laboratórios proibindo que cientistas sem autorização analisassem o vírus e divulgassem informações.
“Isso acabou silenciando cientistas e laboratórios, que não puderam investigar o vírus — sob o risco de que suas análises vazassem para o mundo externo e alarmassem as pessoas”, diz o jornalista da AP Dake Kang.
Nenhum laboratório veio a público anunciar o sequenciamento do genoma do vírus. As autoridades continuaram afirmando que se tratava de uma pneumonia viral sem evidência clara de transmissão entre humanos.
Apenas seis dias depois, divulgariam que o patógeno era um novo coronavírus e, mesmo naquele momento, não compartilhariam nenhum sequenciamento genético — o que impediu que outros países analisassem os dados e pudessem começar a mapear a disseminação do vírus em seus territórios.
Três dias depois, em 11 de janeiro, Zhang toma uma decisão que o coloca em risco, mas acaba pondo um fim no impasse. Enquanto embarcava em um voo entre Pequim e Xangai, ele autoriza o colega australiano Edward Holmes a divulgar o sequenciamento que havia feito.
No dia seguinte, o laboratório de Zhang foi fechado para “retificação” — mas, a partir daquele momento, outros cientistas também decidiriam tornar públicos seus achados.
A comunidade científica internacional entrou em ação, e um kit para teste de diagnóstico estaria pronto no dia 13 de janeiro.
Apesar das evidências coletadas por médicos e cientistas, a China não confirmaria que havia de fato transmissão entre humanos da doença até o dia 20 de janeiro.
No começo, todo surto epidêmico é caótico, diz o especialista em saúde Lawrence Gostin.
“Seria difícil de qualquer forma controlar o vírus, desde o dia 1. Mas, no momento em que fomos informados de que ele era transmissível entre humanos, a vaca já tinha ido para o brejo, o vírus já tinha se espalhado.”
“Essa foi uma oportunidade que tivemos (de tentar controlar a disseminação) e que perdemos”, acrescenta.
Para o virologista que pesquisa morcegos Wang Linfa, da Escola de Medicina Duke-Nus, em Cingapura, “antes do dia 20, a China poderia ter feito muito mais”.
“Depois disso, o resto do mundo deveria estar de fato em estado de alerta e ter combatido melhor o vírus.”
Informações BBC News
Fragmentos datam da época dos reis Davi e Salomão
No Vale de Timna, Sul de Israel, foram encontrados tecidos roxos citados na Bíblia. De acordo com informações da Agência France Presse, os fragmentos são um reflexo da riqueza dos habitantes da região durante os reinados de Davi e Salomão.
Em um comunicado emitido com as universidades de Tel Aviv e Bar Ilan, a Autoridade de Antiguidades de Israel (AIA) informou que os fragmentos tingidos de roxo foram encontrados em escavações arqueológicas.
– É a primeira vez que tecidos tingidos de roxo e da Idade do Ferro são descobertos em Israel e no Levante mediterrâneo – informou o comunicado.
Ainda segundo o comunicado, a datação por radiocarbono permitiu apontar que os fragmentos são de cerca de mil anos antes de nossa era (ou seja: cerca de 1.000 a.C.), sendo, portanto, do período do reinado de Davi e Salomão.
– Na Antiguidade, as vestimentas roxas eram associadas à nobreza, aos sacerdotes e, é claro, à realeza. […] Esta é a primeira vez que temos evidências diretas de tecidos tingidos e preservados por 3 mil anos – disse Naama Sukenik, curadora da AIA.
Informações Pleno News
Saídas e entradas só poderão acontecer caso exista um “motivo imperioso”
Pleno News- A França adotará a partir do próximo domingo (31), medidas drásticas que restringirão ainda mais as possibilidades de entrar no país, de modo a evitar um terceiro confinamento.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou na sexta-feira (29) uma série de medidas para tentar conter a propagação do coronavírus Sars-Cov-2, causador da covid-19, principalmente as novas variantes, entre elas o fechamento de centros comerciais com mais de 20 mil metros quadrados.
Castex, que falou ao término de um Conselho de Defesa convocado no Palácio do Eliseu pelo presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu que, dada a situação sanitária, é real a possibilidade de um novo confinamento, mas que ainda acredita ser possível evitar a medida.
A partir da meia-noite de sábado (30) para domingo, será proibido viajar à França saindo de um país de fora da União Europeia (UE) ou fazer o sentido contrário, a menos que haja um “motivo imperioso”, segundo o primeiro-ministro. Até agora, podiam entrar na França os franceses ou estrangeiros com residência no país.
Quanto às viagens de outro país da UE, será obrigatório apresentar um exame de PCR negativo. Os únicos isentos serão as pessoas que trabalham cruzando a fronteira. Os deslocamentos entre a França metropolitana e seus territórios ultramarinos nos dois sentidos se limitarão igualmente aos que puderem justificar “motivos imperiosos”.
De acordo com o premiê, “a situação sanitária está melhor controlada na França do que em muitos vizinhos, o que é preocupante”.
– A progressão das chamadas variantes inglesa e sul-africana (do vírus) representa um grave risco de aceleração da pandemia – completou Castex.
*EFE
Parlamento de Portugal aprova legalização da eutanásia no país
Pleno News- O Parlamento de Portugal aprovou nesta sexta-feira (29) a legalização da eutanásia no país. A lei ainda precisará ser sancionada pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
– É uma lei totalmente plural, que respeita quem escolhe o dia de sua morte com a ajuda de terceiros – afirmou a deputada Isabel Moreira, nascida no Rio de Janeiro e que integra o Partido Socialista (PS).
A lei da eutanásia foi aprovada com 136 votos a favor, 78 contra e quatro abstenções. Portugal se tornou o sétimo país do mundo a legalizar a eutanásia, depois de Espanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Canadá e Colômbia.
O projeto de lei avançou, após um ano de trâmites parlamentares, com o apoio dos grupos de esquerda, a rejeição da direita e em meio a um tenso debate sobre a idoneidade do momento: a pandemia de Covid-19.
A lei estabelece que o solicitante da morte assistida deve ser maior de idade, sem problemas mentais e em situação de sofrimento “duradouro e insuportável”.
Além de ter uma doença ou lesão incurável, a decisão final será analisada por um comitê de especialistas e só poderá ser praticada no Sistema Nacional de Saúde (SNS).
O Partido Comunista (PCP) apoiou a proposta com o argumento de que representa a compreensão de uma situação limite em que uma pessoa pode se encontrar.
Para o porta-voz dos Verdes, Luís Pereira, é “uma boa lei” porque “a morte medicamente assistida não é punível”, mas lamentou que ela só seja possível no sistema público de saúde.
Segundo o líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, a lei reflete o “sentimento geral dos portugueses de dar liberdade a quem pode escolher lucidamente o final de sua vida”.
– É uma lei justa, rigorosa e confiável na qual um ato de bondade deixa de ser um ato punível, que condena à prisão – argumentou ele.
Na direita, Temo Correia, deputado do CDS (Partido Popular), afirmou, parafraseando o papa Francisco, que a medida é “uma derrota para todos” porque “a resposta não é abandonar os que sofrem”.
– Esta lei é um terror porque permite matar vidas que poderiam ser salvas. É uma indignidade e vai contra a Constituição da República Portuguesa – comentou Correia.
A reação da Igreja Católica não demorou a chegar. Os bispos de Portugal expressaram “tristeza e indignação no momento de maior gravidade de uma pandemia mortífera, em que todos nos empenhamos em salvar o maior número de vidas”.
– Não podemos aceitar que a morte provocada seja a resposta para a doença e o sofrimento – opinaram os bispos em comunicado.
*Com informações da Agência EFE
Site de turismo elegeu os melhores destinos pós-pandemia
O site de viagens Big 7 Travel lançou uma lista dos 50 lugares mais populares para uma viagem pós-pandemia. De acordo com o site, os destinos também são dignos de se postar no Instagram, ou seja,“ Instagramáveis ”.
Apesar da Covid-19 e os bloqueios para entrada em diversos países, o site alerta que a lista serve para “sonhar acordado”.
O Brasil está representado na lista pela cidade de São Paulo, no 29º lugar. O site afirma que São Paulo é uma cidade com muita cultura e perfeita para o turista que quer fotografar sua aventura brasileira. Os bares nas coberturas da cidade, os museus, cafés e a famosa Avenida Paulista ganharam destaque na publicação.
Confira os dez primeiros:
10. CHICAGO – ESTADOS UNIDOS
Uma das maiores cidades dos EUA. Famosa pela arquitetura ousada, ela tem uma linha do horizonte repleta de arranha-céus. A cidade também é conhecida pelos museus, como o Art Institute of Chicago, com obras impressionistas e pós-impressionistas de destaque. A comida é considerada parte importante da estadia do turista em Chicago.
9 . LONDRES – INGLATERRA
Da opulência que emana do Palácio de Buckingham às icônicas casas coloridas de Notting Hill e vistas lindíssimas do London Eye, não é nenhuma surpresa que a terra da Rainha Elizabeth esteja na lista.
8. SYDNEY – AUSTRÁLIA
Com muitas belezas naturais e artificiais, Sydney é chamada “uma das cidades mais amadas da Austrália”. Destaca-se a beleza natural do porto e das praias escondidas, o Sydney Opera House e o Harbour Bridge.
7 – HAVANA – CUBA
Havana, que é até nome de música, é descrita como “incrivelmente fotogênica” na lista da Big 7 Travel. Eles acrescentam: “Com os edifícios coloniais em ruínas e os carros clássicos em cores doces por todos os lados, o charme vintage é imperdível”.
6. DUBAI – EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
Há quem diga que Dubai foi feita basicamente para ser fotografada. A cidade possui uma estética ultraluxuosa cheia de glamour e estilo.
5. ISTAMBUL – TURQUIA
Do Grande Bazar aos gatos que vivem na Mesquita Azul, há muito para ver. Uma mistura incrível de todas as coisas do leste e do oeste no ponto de encontro da Europa e da Ásia. Definitivamente, um riquíssimo cenário para ótimas para fotos.
4. NOVA IORQUE – ESTADOS UNIDOS
De acordo com o site, nenhuma lista de viagens sobre fotos poderia estar completa sem a Big Apple. O charme atemporal do Brooklyn, os barcos a remos românticos do Central Park o topo do Empire State Building, a 5ª Avenida, as peças da Brodway. As opções são intermináveis.
3. PARIS – FRANÇA
Bistrôs charmosos, brasseries agitadas, músicos de esquina, as luzes cintilantes da Torre Eiffel. A capital francesa é um clássica em lista de destinos turísticos.
2. FILIPINAS
As maravilhas naturais abundam nas muitas ilhas das Filipinas. O site diz: “Da movimentada capital de Manila, com ruas coloniais coloridas, ao oásis absoluto de Boracay, as oportunidades de fotos para o Instagram são infinitas”.
1. TÓQUIO – JAPÃO
O primeiro lugar fica com a capital do Japão. Santuários antigos, exposições de arte de outro mundo e uma abundância de outdoors vibrantes iluminados por neon são apenas algumas das coisas que fazem de Tóquio um sucesso no Instagram. A movimentada capital japonesa também é famosa por seus mercados de compras, perfeitos para capturar a essência da vida em Tóquio.
Veja a lista completa, com os outros 40 lugares, aqui.
Autoridade de saúde está usando medida com parte da população e com viajantes que chegam ao país
País onde a pandemia de Covid-19 se iniciou ainda no final de 2019, a Chinaagora está recorrendo a um novo método para detectar a Covid-19 em indivíduos de risco e em viajantes que chegam do exterior: os testes retais. A utilização da técnica foi divulgada pela emissora pública chinesa CCTV.
Nas últimas semanas, surtos locais têm levado autoridades de saúde a testar dezenas de milhares de pessoas pelo método PCR. Entretanto, moradores de Pequim, onde foram descobertos casos recentemente, têm sido submetidos aos exames pela região retal. A medida também está sendo imposta a pessoasem quarentena obrigatória em hotéis, incluindo viajantes do exterior.
O médico Li Tongzeng, do hospital You’an em Pequim, afirmou à CCTV que o teste retal “aumenta a taxa de detecção de pessoas infectadas” porque o coronavírus permanece mais tempo no ânus do que no trato respiratório. A TV estatal informou que os testes retais não serão generalizados porque “não são práticos o suficiente”.
– Considerando que coletar swab anais não é tão conveniente quanto os de garganta, no momento apenas grupos-chave, como aqueles em quarentena, recebem ambos – afirmou Tongzeng.
CRIANÇAS E PROFESSORES PASSAM POR TESTES
Segundo a emissora Bloomberg, mais de mil crianças em idade escolar e professores foram testados em Pequim pelo ânus, pela garganta e pelo nariz na semana passada, além de fazer o teste de anticorpos. Os exames foram realizados após a descoberta de um caso assintomático, de acordo com autoridades locais.
Na segunda-feira (25), passageiros de um voo de Changchun (capital e maior cidade da província de Jilin) para Pequim tiveram de desembarcar após autoridades descobrirem que um pessoa de uma área considerada de alto risco para transmissão do vírus estava a bordo. A Bloomberg informou que os passageiros foram levados para um hotel, onde profissionais coletaram amostras de nariz e do ânus.
Informações Pleno News
Ordem executiva determinou que agências governamentais dos EUA proíbam discriminação
Grupos cristãos criticaram uma ordem executiva dada pelo novo presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, que trata de questões de discriminação com base na “identidade de gênero e orientação sexual”. Além de ordenar que agências governamentais proíbam a discriminação, uma ordem do democrata chegou a citar como exemplo o uso de banheiros nas escolas.
De acordo com o jornal The Washington Post, essa ordem executiva “preparou o cenário para um governo que se comprometeu a seguir uma agenda ‘ousada’ nas questões LGBTQ e que já nomeou líderes LGBTQ para cargos de destaque no governo”.
Uma das pessoas que criticou a medida foi Terry Schilling, diretor do Projeto Princípios Americanos.
– Essa ordem executiva prova o que sempre esperamos: o governo Biden priorizará as escolas a permitir que os homens biológicos participem de esportes femininos e tenham acesso a espaços privados femininos. Além disso, forçarão os hospitais a desconsiderar a ciência médica em favor da ideologia e os empresários a agirem contra sua consciência e bom senso. Em um dia em que Biden e os democratas poderiam realmente ter apoiado sua conversa de ‘unidade’ priorizando a assistência às famílias americanas em meio à pandemia contínua, eles preferiram colocar sua agenda de esquerda radical em primeiro lugar. Aqueles que valorizam os direitos das mulheres, a liberdade religiosa e a sanidade biológica simples devem se preparar para uma luta política – explicou.
Outro crítico foi o presidente do Conselho de Pesquisa da Família, Tony Perkins.
– Com um golpe de uma caneta, o presidente Joe Biden virou a legislação de direitos civis de 50 anos de cabeça para baixo, esvaziando as proteções para pessoas de fé. O presidente Biden está promulgando unilateralmente uma ampla mudança de política que rotineiramente não conseguiu obter a aprovação do Congresso, o órgão que a Constituição realmente atribui com a aprovação de leis – destacou.
A mesma ordem em questão beneficia integrantes da comunidade LGBT, no que diz respeito ao trabalho, visto que eles não poderão ser “demitidos, rebaixados ou maltratados” em função das roupas que usam ou com quem se relacionam e vão para casa.
Informações Pleno News
Pleno News- O Twitter suspendeu uma conta ligada ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, nesta sexta-feira (22), que exibia a imagem de um jogador de golfe semelhante ao ex-presidente Donald Trump aparentemente sendo alvejado por um drone. A postagem também tinha uma promessa de vingar a morte de Qassin Suleimani, importante general iraniano, morto em um ataque de drone dos EUA, em janeiro de 2020.
– A vingança é inevitável. O assassino de Soleimani e o homem que deu as ordens devem enfrentar a vingança. A vingança pode acontecer a qualquer momento – dizia o post.
Em janeiro de 2020, um soldado da força aérea americana matou o general iraniano Qassim Suleimani, responsável pela Guarda Revolucionária do Irã. Ele foi morto em um bombardeio no aeroporto de Bagdá. Um dos militares mais poderosos do Irã, ele era considerado terrorista pelos Estados Unidos e por Israel e era vice-comandante da força Al-Qods, responsável pelas operações estrangeiras do país asiático.
No último dia 8, o Twitter suspendeu de modo permanente a conta de Trump, que reagiu afirmando que a empresa conspira para silenciá-lo e prometeu criar uma nova rede social. O ex-presidente americano foi banido porque o Twitter considerou que as mensagens dele poderiam aumentar o risco de violência.
*Estadão
Agência Brasil- As vacinas contra a covid-19 desenvolvidas em parceria entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford devem chegar ao Brasil, vindas da Índia, nesta sexta-feira (22). A informação foi dada pelo Ministério das Comunicações por meio de nota oficial na tarde de hoje (21). À noite, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também divulgou uma nota sobre a chegada da vacina.
As 2 milhões de doses serão enviadas por meio de um voo comercial da companhia aérea Emirates. A previsão é que a carga chegue no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo às 17h40 e, após os trâmites alfandegários, a carga será embarcada em outro avião que segue para o Aeroporto Internacional do Galeão, de onde será levada para a Fiocruz. As vacinas foram fabricadas pelo laboratório indiano Serum.
O governo brasileiro tenta desde a semana passada trazer a carga de imunizantes do país asiático. A previsão inicial era que elas estariam aqui no domingo passado (17). Contudo, o governo da Índia recuou e as autoridades brasileiras passaram a dialogar para liberar a carga.
A Índia anunciou nesta semana a exportação de vacinas para seis países, sem incluir o Brasil. Na noite de ontem, o secretário de Relações Exteriores da Índia, Harsh Srhingla, confirmou à Agência Reuters a liberação da exportação.
O presidente Jair Bolsonaro publicou nas suas redes sociais sobre a liberação das exportações da vacina e cumprimentou o ministro das relações exteriores Ernesto Araújo e os servidores do Itamaraty pelo trabalho.
Pesquisadores verificaram que mutação causa fuga substancial ou completa dos anticorpos neutralizantes no plasma convalescente de pacientes de Covid-19
JOHANNESBURG — A nova variante do vírus Sars-CoV-2 identificada na África do Sul pode evitar os anticorpos que a atacam em tratamentos com plasma sanguíneo de pacientes previamente recuperados e pode reduzir a eficácia da atual linha de vacinas, disseram os cientistas nesta quarta-feira.
Os pesquisadores estão correndo para estabelecer se as vacinas que estão sendo lançadas em todo o mundo são eficazes contra a chamada variante 501Y.V2, identificada por especialistas em genômica sul-africanos no ano passado na Baía de Nelson Mandela.
“Além disso, 501Y.V2 mostra uma fuga substancial ou completa dos anticorpos neutralizantes no plasma convalescente de pacientes de Covid-19”, escreveram eles, acrescentando que suas conclusões “destacam a perspectiva de reinfecção … e podem prenunciar a eficácia reduzida das vacinas baseadas na proteína S (ou spike, presente na superfície do patógeno e responsável por infectar as células humanas)”.
A variante 501Y.V2 é 50% mais infecciosa do que as anteriores, disseram pesquisadores sul-africanos esta semana. Já se espalhou para pelo menos 20 países desde que foi relatado à Organização Mundial da Saúde no final de dezembro.
É uma das várias novas variantes descobertas nos últimos meses, incluindo outras descobertas pela primeira vez na Inglaterra e no Brasil.
A variante é a principal causa da segunda onda de infecções por Covid-19 na África do Sul, que atingiu um novo pico diário acima de 21 mil casos no início deste mês, muito acima da primeira onda, antes de cair para cerca de 12 mil por dia.
O plasma sanguíneo convalescente de pacientes anteriores não se mostrou eficaz quando administrado a pacientes gravemente enfermos que requerem tratamento intensivo para COVID-19, mas foi aprovado em vários países como medida de emergência.
Cientistas e políticos britânicos expressaram preocupação de que as vacinas atualmente em uso ou em desenvolvimento possam ser menos eficazes contra a variante.
O jornal disse que ainda precisamos ver como as vacinas atuais são eficazes contra o 501Y.V2, o que só seria determinado por testes clínicos em larga escala. Mas os resultados mostraram a necessidade de novas vacinas serem projetadas para lidar com a ameaça em evolução.
O Globo