Quando você deve mais do que possui de patrimônio a luz vermelha acende nas finanças. E no mercado isso é catastrófico. Foi o que, simplificando, ocorreu no caso das Lojas Americanas, a maior fraude financeira da história recente que ainda está em andamento, agora com pedido de ‘recuperação judicial’, em outras palavras, ganhar tempo para pagar os credores que vão entrar em uma longa lista de espera.
Os bancos já estão se movimentando para receberem primeiro. O BTG conseguiu liminar e o Itaú, um dos maiores caloteiros do país, também só quer liberar os recursos que tem em caixa com ordem judicial.
O Itaú está sendo afetado pelo golpe das Americanas.
No caso do Itaú a situação também é suspeita, e se o Brasil fosse um país sério, a CVM já teria feito uma auditoria profunda nas contas do banco.
O Itaú deve milhares de ações a um investidor, que ganhou em todas as instâncias do judiciário o direito de reaver pouco mais de R$ 6 bilhões em papéis preferenciais do banco, as ações ITUB4.
Ocorre que o banco não tem ações em estoque, tampouco dinheiro em suas contas para pagar o que deve. Abaixo o balanço atual do banco, que também pode ser visto CLICANDO AQUI
O Itaú foi condenado por vender, sem autorização, lotes de ações que eram do investidor e embolsou o dinheiro.
Em setembro de 2020, a juíza Rosana Lúcia de Canelas Bastos, determinou o bloqueio de R$ 2,09 bilhões nas contas do banco, e não encontrou nada. Zero. O Itaú numa manobra típica de caloteiro, alegou ‘falha no sistema’ e não cumpriu a ordem judicial. E para ganhar tempo, acusou a juíza ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de ter sido ‘parcial’ por não ter comunicado o banco sobre o bloqueio.
E a defesa do Itaú, contratada após a ordem de bloqueio, está sendo feita pela BFBM Advogados, que pertence a família do ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, que magicamente conseguiu com que o CNJ acatasse uma reclamação tão absurda. Na época, o colegiado era comandado por Luiz Fux. No fim do ano passado, sob novo comando, o CNJ arquivou a absurda denúncia.
Veja abaixo a decisão da corregedoria do TJPA sobre a mesma reclamação:
O processo, que já transitou em julgado, cujos valores foram confirmados pelo Superior Tribunal de Justiça, segue parado aguardando o julgamento de um agravo, que não tem efeito suspensivo, tampouco vai modificar a sentença, trata-se apenas de enrolação. E é esse agravo que o banco alega a seus acionistas que está ‘aguardando o desfecho’, mesmo sabendo que trata-se de decisão definitiva.
O Itaú deve na praça mais de R$ 40 bilhões, e seu patrimônio líquido é de pouco mais de R$ 20 bilhões. Se apenas a União resolvesse cobrar uma multa de mais de R$ 30 bilhões que foi aplicada ainda em 2008,‘perdoada’ pelo CARF de Michel Temer em 2017 e judicializada pela Receita Federal, o banco teria sérios problemas para se manter.
O banco deve ainda mais de R$ 6 bilhões (corrigidos) à prefeitura de São Paulo por multa aplicada em um caso de fraude fiscal.
O Itaú é um banco de papel.
Informações Painel Político
A descoberta de “inconsistências contábeis” da ordem dos bilhões e o subsequente pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas, aceito pela Justiça do Rio na quinta-feira (19), abriram um novo capítulo na história de Jorge Paulo Lemann. Entretanto, quem acompanha de perto a trajetória do empresário e filantropo brasileiro não se surpreendeu.
Credores fizeram questão de lembrar que o rombo na rede varejista não é a estreia de Lemann e seus sócios, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, na área das escorregadas e escândalos corporativos.
Ainda em 2021, a Stone, “unicórnio” (startup que vale mais de US$ 1 bilhão) da qual o grupo detém 4% das ações, teve problemas enormes de concessão de crédito, por “erros de experiência com recebíveis”, segundo o CEO da empresa. Naquele ano, a fintech perdeu 80% de valor de mercado.
Na noite de domingo (22), o trio de acionistas divulgou nota em que afirmam que, “assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”. Para boa parte das fontes, contudo, é improvável que o trio não soubesse o que estava acontecendo nas Americanas. O estrago na imagem de “empresário do bem”, cultivada por Lemann ao longo de décadas, parece ser irreversível.
Lemann, Telles e Sicupira controlaram as Americanas por quase 40 anos (de 1982 a 2021) e detêm juntos pouco mais de 30% das ações da empresa — são seus maiores acionistas. Por isso, são chamados de “acionistas de referência”, com grande poder de negociação no conselho administrativo.
No final de 2022, logo após o anúncio da contratação de Sérgio Rial, ex-Santander, como novo CEO das Americanas, o BTG Pactual estava otimista com a companhia. A recomendação do banco era de compra de ações da varejista, com perspectiva de alta. O preço-alvo, para o BTG, era R$ 29. Na época, os papéis das Americanas oscilavam abaixo dos R$ 10.
Mas, diante do pedido de demissão de Rial em 12 de janeiro, alegando que R$ 20 bilhões em dívidas não apareciam no balanço da empresa, advogados do BTG passaram a tratar os empresários como ardilosos fraudadores. Na petição enviada à Justiça para tentar reter R$ 1,2 bilhão em dívidas da varejista, as inconsistências no balanço foram classificadas como “fraudes”, feitas de “má-fé” e de forma premeditada por “semideuses do capitalismo” “dando uma de malucos”.
O BTG foi o banco que se posicionou de forma mais agressiva, mas não foi o único que se sentiu traído. Segundo reportagem do Valor Econômico, sete instituições financeiras credoras das Americanas tentaram reverter a decisão da Justiça, que suspendeu a cobrança de dívidas, antes da recuperação judicial.
Executivos de bancos ouvidos pelo Valor classificaram a postura do trio como “arrogante” e chegaram a afirmar que não fariam mais negócios com nenhum dos três empresários. A dívida atual da companhia está na casa dos R$ 43 bilhões. As consequências do rombo para 16,3 mil credores e os cerca de 40 mil empregados ainda são incertas.
A fama de Lemann foi construída sobre um modelo de gestão inovador para os padrões brasileiros e também por ações ousadas e grandiosas, com ampla repercussão nos mercados brasileiro e internacional.
Na década de 1970, o Garantia foi um dos pioneiros na adoção de remuneração segundo desempenho. A estratégia permitia à empresa atrair gente competente e com gana de enriquecer. Era o início de um culto à ambição e à meritocracia que influenciaria mais de uma geração de empresas brasileiras.
Em 1982, com Sicupira e Telles já como sócios, Lemann entrou nas Lojas Americanas. A companhia passava por dificuldades, mas tinha imóveis próprios. O trio comprou o controle da empresa (70%) e iniciou uma série de ajustes. As ações subiram e eles recuperaram o investimento vendendo uma fração das ações.
Foi com a fusão entre as rivais Brahma e Antártica, no final dos anos 1990, que Lemann ganhou fama fora do mundo corporativo. O negócio daria origem à Ambev, que nos anos seguintes fundiu-se a outras até se tornar a maior do mundo (AB Inbev), a partir da compra da Anheuser-Busch, dona da Budweiser.
Foi de Lemann a iniciativa de criação da primeira empresa de “private equity” do país, a GP Investimentos. Com ela, o trio entrou no capital de empresas como Telemar, Gafisa e ALL, nos anos 2000. Depois de vender a GP a um grupo de empregados, os três empresários criaram a 3G Capital, com foco no mercado internacional. Adquiriram o Burger King, em 2010, e o fundiram com a Tim Hortons, dando origem à Restaurant Brands International. Também se associaram ao megainvestidor Warren Buffett para comprar a marca de ketchup Heinz. Em 2015, em um de seus últimos grandes movimentos, a 3G fundiu a Heinz à Kraft, criando a Kraft Heinz.
Envolvidos em negócios cada vez maiores, Lemann, Telles e Sicupira passaram a frequentar as listas dos mais ricos do Brasil. Na edição de 2022 do ranking brasileiro da Forbes, os três ocupavam o primeiro, o terceiro e o quarto lugares, com fortunas estimadas em R$ 72 bilhões, R$ 48 bilhões e R$ 39,85 bilhões, respectivamente.
Mas o estilo de administração do grupo, baseado em uma rígida gestão de custos e ganhos de escala, tem perdido apelo com a economia digital. Para se alinhar à nova realidade, Lemann tem se aproximado de startups e investido em fundos de “venture capital” — a compra de ações da Stone foi um deles.
Com o escândalo das Americanas, a expectativa é que acionistas de outras empresas controladas pelo trio peçam auditorias para saber se o problema não é maior do que parece.
Embora se especulasse, na semana passada, que Lemann e seus sócios colocariam recursos próprios na companhia para que ela continue a operar normalmente, nada foi dito a respeito. Na nota, dizem que, como acionistas, também foram “alcançados por prejuízos”.
Até aqui, o fascínio gerado por grandes transações, investimentos em filantropia e livros exaltando a trajetória do trio vinham sendo suficientes para eclipsar os tropeços. Daqui para frente, será preciso mais que isso para retomar a confiança do mercado. Lemann, aos 83 anos, ocupa agora o centro de um dos maiores escândalos corporativos do país.
Informações UOL
Foto: REUTERS/Carla Carniel.
Brasil e Argentina devem analisar a criação de uma moeda comum do Mercosul (Mercado Comum do Sul) durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, de acordo com o jornal britânico Financial Times.
O plano seria impulsionar o comércio e reduzir a dependência do dólar. No entanto, os países continuariam usando paralelamente suas moedas locais: o peso e o real.
Segundo a reportagem, a ideia será discutida em uma cúpula em Buenos Aires neste semana e outros líderes da América Latina também foram convidados a participar. A sugestão brasileira é que a moeda se chame “sur”.
O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, disse ao jornal britânico que se trata de um projeto bilateral entre as maiores economias da América do Sul e seria apresentado aos outros países da América do Sul como um “convite”.
Massa afirmou ainda que Brasil e Argentina devem discutir possíveis estudos sobre a viabilidade do projeto.
“Haverá uma decisão de começar a estudar os parâmetros necessários para uma moeda comum, que inclui desde questões fiscais até o tamanho da economia e o papel dos bancos centrais”, disse.
“Não quero criar falsas expectativas. É o 1º passo de um longo caminho que a América Latina deve percorrer”, afirmou Massa.
A ideia, mesmo que confirmada, pode demorar anos para se concretizar. O ministro lembrou que a UE (União Europeia) levou 35 anos para criar o euro.
Pessoas envolvidas na negociação afirmaram ao Financial Times que a medida já foi discutida nos últimos anos, mas fracassou diante da oposição brasileira a ideia. O assunto voltou a ser cogitado depois da ascensão de 2 líderes de esquerda nos países.
No 3º dia de governo Lula, o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, já havia afirmado que os países iriam trabalhar juntos pela “moeda comum” do Mercosul. A declaração foi dada logo depois de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No entanto, Haddad negou a proposta 2 dias depois. Segundo a Agência Estado, o petista disse que “não existe uma moeda única, não existe essa proposta”.
De acordo com a reportagem divulgada pelo jornal britânico, um comunicado oficial sobre o assunto deve ser realizado durante a visita de Lula à Argentina. O presidente desembarca neste domingo (22.jan.2023) em Buenos Aires, para uma série de encontros bilaterais com países da América do Sul e para o retorno do Brasil à Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Essa é a 1ª viagem internacional do chefe do Executivo depois de ter tomado posse, em 1º de janeiro. Desde que foi eleito, em outubro do ano passado, Lula já havia indicado que priorizaria uma visita à Argentina. Ele chegou a prometer a viagem para antes da posse, mas postergou a ida para janeiro devido às articulações para montar seu governo.
A Argentina foi estratégica nos 2 primeiros governos do petista (2003 a 2010) e um dos países mais visitados por Lula. Em 2002, ele escolheu o país vizinho para sua 1ª viagem como presidente eleito. O petista foi ao país em 2 dezembro daquele ano. Em janeiro de 2003, o então presidente argentino, Eduardo Duhalde, visitou o Brasil.
Créditos: Poder 360.
A reputação da economia brasileira foi negativa em todos os meses de 2022 na mídia estrangeira. O resultado foi impulsionado pelo cenário político/eleitoral e também pelas incertezas sobre a condução da política monetária e fiscal.
Depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a mídia internacional abordou com preocupação declarações contra privatizações e pela ampliação de gastos públicos. Como mostra o infográfico a seguir, os piores meses de 2022 foram outubro (quando Lula venceu a eleição presidencial), novembro e dezembro.
Os dados são de levantamento realizado pelo Radar +55, hub de inovação do Grupo BCW. Foram analisadas 1.117 notícias ao longo de todo o ano de 2022 dos principais veículos de mídia de 8 países: Alemanha, Argentina, Chile, China, Estados Unidos, França, Inglaterra e México.
“Os gastos públicos tornaram a ser o centro das discussões durante a fase de transição de governos, com as negociações para aprovação da PEC da transição que garantiu recursos para programas sociais e serviços públicos essenciais. Apesar do caráter assistencial e emergencial, a imprensa questionou a viabilidade e sustentabilidade desses gastos sob o ponto de vista da responsabilidade fiscal, estabelecendo essa meta como o principal desafio para Lula em seu mandato e ressaltando as desconfianças de investidores externos“, diz um trecho do levantamento.
A avaliação mais negativa nos últimos 3 meses do ano também é explicada pela análise da mídia estrangeira sobre o legado do governo de Jair Bolsonaro (PL).
“A mudança de governo levou a uma série de avaliações críticas do mandato de Jair Bolsonaro, que causou menções sobre sua atuação na pandemia, no controle da inflação e, sobretudo, na política ambiental”, diz o estudo.
A inflação, que chegou a 12% no acumulado de 12 meses em abril, foi alvo de críticas ao longo do ano. A condução da política fiscal do governo, com medidas visando às eleições, também. A troca no comando da Petrobras foi vista como interferência de Bolsonaro.
O índice mais alto de confiabilidade na economia do Brasil foi registrado nos meses de julho, agosto e setembro. “O melhor desempenho desse quesito se deu no 3º trimestre, com 39% das citações mostrando otimismo diante da recuperação dos índices de inflação, desemprego e atividade comercial e industrial“, informou o estudo.
O Radar +55 destacou que os eventos que marcaram a política do país no ano passado geraram insegurança internacionalmente. “Na avaliação da mídia estrangeira, o governo se mostrava inerte ao não promover ciclos de correção – sobretudo na Política Monetária – e não dava sinais de que entendia e iria responder às demandas globais de boas práticas econômicas a partir de ações planejadas e com efeitos a longo prazo. Vislumbrava-se um ano marcado por iniciativas eleitoreiras.”
No início de 2022, as questões políticas/eleitorais foram mencionadas em 19% dos textos que falavam sobre a economia. O número subiu para 41% no 4º trimestre.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também passou a ser considerado pela mídia estrangeira como o maior responsável pelos problemas econômicos. No 1º trimestre, 18% das citações em reportagens atribuíam ao então presidente a responsabilidade direta dos problemas econômicos. Essa proporção subiu para 41% no último trimestre. As duas principais críticas foram:
A única temática que ficou o ano todo positiva para o Brasil foi a balança comercial, que registrou crescimento das exportações agrícolas. “Essa foi a única temática com saldo positivo durante todo o ano, representando uma válvula de escape para a imagem do Brasil e até mesmo indicando por onde uma possível retomada deve partir no próximo período“, disse o levantamento.
O Radar +55 utiliza a metodologia do IDM, desenvolvido pelo Grupo BCW Brasil, para avaliar a reputação da economia brasileira na imprensa de 8 países. O algoritmo do IDM considera mais de 20 variáveis na análise de cada resultado de mídia espontânea. Os critérios são quantitativos e, principalmente, qualitativo. Referem-se ao veículo de mídia em que o resultado foi publicado e ao próprio conteúdo da matéria, permitindo a criação de insights e inteligência de dados com o cruzamento de informações e recortes temáticos ou cronológicos.
Para medir a pontuação, há uma classificação de reportagens. O Poder360 destaca os seguintes critérios analisados: 1) se o texto tem teor positivo ou negativo; 2) qual o destaque dado à economia brasileira; 3) se há emprego de foto e em qual veículo foi publicado. Essas informações são incluídas em um sistema automatizado. Somam-se as pontuações de cada reportagem e, assim, chega-se ao saldo final.
Créditos: Poder 360.
Durante a última semana, o real foi a moeda global que mais se desvalorizou em relação ao dólar. Em comparação à principal moeda dos Estados Unidos, o tombo foi de 2,13% – queda maior que a registrada na Argentina, com 1,19% de recuo do peso, e na Rússia, atualmente em guerra, com 0,9% de decréscimo. A performance é uma resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um possível aumento das metas inflacionárias em seu governo – em entrevista recente, o petista questionou a necessidade da independência do Banco Central e sugeriu um aumento de 3,5% para 4,5% como meta da inflação. O chefe do Executivo também sinalizou que as responsabilidades sociais e fiscais podem não ser dependentes – contrariando uma promessa de campanha – e o posicionamento reascendeu o temor do mercado na descompensação das contas públicas. Nesta sexta-feira, 20, a moeda norte-americana teve uma valorização de 0,72%, sendo cotada em R$ 5,21.
Segundo levantamento realizado pela Bloomberg, nos últimos cinco dias, as moedas da Colômbia, Malásia, Hungria, Romênia, Filipinas, República Tcheca, Chile, Indonésia, Tailândia, Coreia do Sul e Taiwan se valorizaram frente ao dólar, enquanto a Turquia, Polônia, Rússia, Hong Kong, México, Peru, Argentina, China, África do Sul e Brasil perderam valor no comparativo. Comumente utilizado para medir a confiança na economia, o risco-país – também chamado de Credit Default Swap (CDS) – de cinco anos, chegou aos 235 pontos. Há um ano, o risco-país era menor, com 220 pontos-base. No entanto, em relação ao investimento externo, o capital estrangeiro permaneceu no país e, até o dia 18 de janeiro, um total de R$ 178,5 bilhões foram investidos na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), enquanto R$ 172,4 bilhões deixaram o país, o que resultou num saldo positivo de R$ 6,1 bilhões em investimentos.
Créditos: Jovem Pan.
Os juros futuros começaram em alta nesta quinta-feira, 19, depois das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à independência do Banco Central (BC) e à atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
Em entrevista à GloboNews, Lula questionou a finalidade de um BC independente “se a inflação e taxa de juros estão do jeito que estão” e também declarou que a meta de inflação para este ano (3,25%, podendo chegar a 4,75%) é exagerada e obriga a um “arrocho” na economia com aumento da taxa de juros. Em 2022, a inflação fechou em 5,79%, segundo o índice oficial calculado pelo Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Os juros futuros, que representam uma expectativa do mercado sobre a taxa de juros entre o dia da negociação e uma data futura, dispararam nesta manhã. Houve ajuste para cima das taxas até 2026. A Bolsa de Valores também registrou aumento do dólar em 1,18% e queda do Ibovespa futuro em 11%.
Na entrevista à GloboNews, Lula se disse irritado com quem pede disciplina fiscal sem preocupação com a área social. “Eu posso te dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que um presidente do Banco Central independente vai fazer mais do que quando o presidente era quem indicava.”
O presidente também disse que duvida que o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja mais independente do que foi Henrique Meirelles, que presidiu a autoridade monetária durante os dois primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2010. “Por que o banco é independente e a inflação e os juros estão do jeito que estão?”, questionou.
Revista Oeste
Desempregados se aglomeram em fila do lado de fora de escritório de seguro-desemprego em Santiago, o Chile, em 29 de maio — Foto: Reuters/Ivan Alvarado
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 8,1% em novembro. Foi a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em abril de 2015, que registrou a mesma taxa.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (19) pelo IBGE.
Com isso, a taxa recuou 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em agosto (8,9%) e 3,5 pontos percentuais na comparação com novembro de 2021 (11,6%).
A população desocupada estava em 8,7 milhões de pessoas em novembro, recuo de 9,8% (menos 953 mil pessoas) frente ao trimestre terminado em agosto e de 29,5% (menos 3,7 milhões de pessoas desocupadas) na comparação com novembro de 2021. Trata-se do menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2015.
De acordo com o IBGE, “a taxa de desocupação vem caindo de forma significativa há seis trimestres móveis consecutivos”.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, explica que a retração em novembro é explicada pelo aumento de 0,7% na ocupação no período – acréscimo de 680 mil pessoas no mercado de trabalho -, que novamente atingiu o maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
“Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação”, explica a pesquisadora.
Beringuy acrescenta que as quedas sucessivas na taxa de desocupação também foram um reflexo do aumento no número de ocupados, em um movimento de recuperação do mercado de trabalho observado desde 2021.
“A partir desse momento, houve essa expansão da população ocupada, primeiramente dos trabalhadores informais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais diversos grupamentos de atividades, como comércio e indústria. Mais recentemente, também houve aumento nos serviços, que exercem um papel importante na recuperação da população ocupada no país”, diz.
Com o aumento do número de trabalhadores, o nível da ocupação (percentual de ocupados na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,4%, variação de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre encerrado em agosto (57,1%).
O principal impacto para o aumento da ocupação veio dos empregados com carteira assinada no setor privado, que cresceu 2,3% (ou 817 mil pessoas) em relação a agosto. No ano, esse contingente subiu 7,5%, 2,6 milhões de pessoas a mais.
“Desde o segundo semestre de 2021, observamos o crescimento dessa categoria. É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada”, diz a coordenadora.
De acordo com o IBGE, a taxa de informalidade ficou em 38,9%, a menor desde o trimestre encerrado em novembro de 2020 e queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em agosto. No período, o IBGE contabilizou 38,8 milhões de trabalhadores informais.
A queda veio dos seguintes fatores:
“Houve uma expansão do emprego com carteira de trabalho e também uma retração do trabalhador por conta própria, que responde por parte significativa do trabalho informal. A queda nesse número acabou influenciando a taxa de informalidade”, explica Adriana.
A pesquisa registrou queda de 203 mil pessoas entre os desalentados, redução de 4,8%. Em novembro, esse contingente de trabalhadores era estimado em 4,1 milhões.
A população desalentada é definida como aquela desistiu de procurar trabalho e está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não consegue trabalho adequado, ou não tem experiência ou qualificação, ou é considerado muito jovem ou idosa, ou porque não há trabalho na região – e que, se tivesse oferta de trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Já entre aqueles que não estavam ocupados nem procuravam uma vaga no mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de trabalho (força de trabalho potencial), eram 454 mil pessoas a menos – queda de 5,8%.
A população fora da força de trabalho cresceu 1% no trimestre, o que representa 660 mil pessoas a mais.
O rendimento médio real (descontada a inflação) foi estimado em R$ 2.787, aumento de 3% em relação ao trimestre encerrado em agosto. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 7,1%.
A massa de rendimento real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) também cresceu nas duas comparações e chegou a R$ 273 bilhões, novamente atingindo recorde na série histórica da pesquisa. Frente ao trimestre terminado em agosto, o aumento foi de 3,8%, ou mais R$ 10,1 bilhões.
“A massa de rendimento vem crescendo ao longo do ano. No trimestre encerrado em novembro, o crescimento foi influenciado simultaneamente pela expansão no número de trabalhadores e pelo aumento do rendimento médio real”, destaca Adriana. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, houve aumento de 13%, um acréscimo de R$ 31,4 bilhões.
O rendimento médio real habitual cresceu em relação a agosto nas seguintes categorias:
Entre as modalidades de ocupação, houve aumento nas seguintes categorias:
Em relação aos grupamentos de atividades, os maiores aumentos de trabalhadores foram nos setores de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, além de Transporte, armazenagem e correio. Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais vem em seguida, com destaque para os segmentos de saúde e educação.
O setor comercial, que costuma oferecer mais oportunidades de trabalho com a proximidade das festas de fim de ano, foi um dos que não avançaram significativamente na comparação com o trimestre anterior. Além do comércio, os outros grupamentos de atividades pesquisados também ficaram estáveis no trimestre. Veja abaixo:
Veja os principais números do mercado de trabalho divulgados pelo IBGE:
Informações G1
A Justiça do Rio de Janeiro permitiu nesta quarta-feira (18) que o banco de investimentos BTG Pactual bloqueie R$ 1,2 bilhão da conta das Americanas, segundo informações do UOL.
Em decisão provisória, o juiz Flávio Horta Fernandes permitiu que o banco retivesse o valor diante do “perigo real e concreto de irreversibilidade da medida ante o passivo de mais de R$ 20 bilhões”,
Na semana passada, uma decisão determinou que o BTG devolvesse o dinheiro que tirou das contas da varejista para o pagamento de uma dívida. O banco protestou contra a medida na Justiça, dizendo que o rombo das Americanas é a “maior fraude corporativa na história do país”.
A varejista conseguiu uma decisão judicial que a protege por 30 dias do vencimento antecipado de dívidas, enquanto negocia com os credores ou pede recuperação judicial, após a divulgação que a empresa tem dívidas que podem chegar a R$ 40 bilhões.
Em comunicado ao mercado, as Americanas disseram que irão dialogar com os credores.
Informações Bahia.ba
A Mega-Sena sorteia nesta quarta-feira (18) um prêmio acumulado e estimado em R$ 42 milhões. As seis dezenas do concurso 2.556 serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, na cidade de São Paulo (SP).
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.
Caso apenas um ganhador acerte o prêmio principal e aplique todo o valor na poupança, receberá mais de R$ 286 mil de rendimento no primeiro mês.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O valor da aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.
A Lotomania, também acumulada, pode pagar R$ 7,5 milhões para quem acertar os 20 números da faixa principal. O sorteio do concurso 2.419 será realizado a partir das 20h de hoje.
De acordo com a Caixa, para apostar, a pessoa poderá escolher 50 números entre os 100 do volante e então concorrer a prêmios para acertos de 20, 19, 18, 17, 16, 15 ou nenhum número. O valor da aposta única é R$ 2,50.
Além da opção de marcar no volante, também é possível marcar menos de 50 números e deixar que o sistema complete o jogo ou que o sistema escolha todos os números na Surpresinha.
O apostador pode ainda concorrer com uma mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos com a Teimosinha. Outra opção é fazer uma nova aposta na qual o sistema seleciona os outros 50 números não registrados no jogo original, através da Aposta-Espelho.
Informações Agência Brasil
Publicações falsas afirmam que o Auxílio-Reclusãopassou a ser de R$ 1.754,18. No entanto, desde a Reforma da Previdência de 2019, o benefício é limitado ao valor do salário mínimo — hoje em R$ 1.302. A desinformação foi compartilhada pela atriz Regina Duarte e pelo político bolsonarista Carlos Jordy.
O benefício existe desde 1960. É pago a dependentes dos presos que contribuíram com a Previdência Social nos 24 meses anteriores à sua prisão e que sejam considerados de baixa renda.
O valor de R$ 1.754,18 é o limite de renda familiar que dá direito ao benefício. Uma portaria do dia 10 de janeiro reajustou este limite, conforme previsto na Reforma da Previdência. Leia a íntegra da portaria aqui.
Art. 5º O auxílio-reclusão, a partir de 1º de janeiro de 2023, será devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração da empresa e nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço que, no mês de recolhimento à prisão tenha renda igual ou inferior a (mil setecentos e cinquenta e quatro reais e dezoito centavos), independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, observado o valor de R$ 1.302,00 (mil trezentos e dois reais), a partir de 1º de janeiro de 2023.
Portaria Interministerial MPS/MF nº 26, de 10 de janeiro de 2023
O limite de renda também foi reajustado durante o governo de Jair Bolsonaro. Em 2020, era de R$ 1.425,56; em 2021, passou para R$ 1.503,25 e em 2022, para R$ 1.655,98.
Quem recebe o Auxílio-Reclusão? O benefício é pago a familiares considerados dependentes do segurado, como:
Informações UOL