A dívida da Gol com o governo federal chega a US$ 174 milhões, o equivalente a R$ 860 milhões. O valor é referente a impostos e contribuições sobre a folha de pagamento de funcionários da companhia aérea. A informação consta no processo de recuperação judicial da empresa, que corre na Justiça dos Estados Unidos.
O montante compreende o Imposto de Renda e os pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da Previdência Social. Eles eram descontados das remunerações pagas aos colaboradores, mas sem o devido repasse aos cofres públicos. A informação é do Metrópoles.
No processo judicial, a Gol informou que é “obrigada por lei a reter de salários e vencimentos dos funcionários determinados montantes relacionados com impostos sobre o rendimento, impostos sobre a segurança social e outros impostos, e a remeter os mesmos às autoridades fiscais apropriadas”.
Com dívidas de aproximadamente R$ 20 bilhões, a companhia apresentou um pedido de recuperação judicial à Justiça dos Estados Unidos na última quinta-feira, 25. O Tribunal de Falências de Nova York acatou o processo no dia seguinte.
A empresa deve agora ter acesso a financiamento de US$ 950 milhões, o que corresponde a R$ 4,7 bilhões, para sanar suas dívidas.
Em nota, a Gol informou que “utilizará esse processo para reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”.
A aérea também assegurou que as operações seguirão normalmente durante o processo de reestruturação financeira.
“Os voos de passageiros da GOL, os voos de carga da GOLLOG, o programa de fidelidade Smiles e outras operações da Companhia continuam normalmente”, ressaltou a empresa.
Informações Revista Oeste
As alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidentes sobre a gasolina, o diesel, o biodiesel e o gás de cozinha serão reajustadas a partir de quinta-feira (1º/2), conforme decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda de todas as unidades federativas do Brasil. Aprovadas pelos estados em outubro do ano passado, as novas alíquotas, representando a primeira alta do ICMS desde a adoção da alíquota única nacional, entrarão em vigor neste mês.
Os reajustes serão os seguintes: o ICMS da gasolina subirá R$ 0,15, passando de R$ 1,22 para R$ 1,37. Já o preço do diesel e do biodiesel aumentará R$ 0,12, passando de R$ 0,94 para R$ 1,06. A alíquota do gás de cozinha terá um aumento de R$ 0,16, atingindo R$ 1,41 por quilo.
Além desses reajustes que ocorrerão nas distribuidoras a partir de quinta-feira, nesta terça (30/1), houve um aumento de R$ 0,10 no etanol e de R$ 0,07 na gasolina, decorrente da elevação do anidro nas usinas canavieiras.
Vale destacar que, em 2023, a União firmou um acordo para compensar estados e municípios por renúncias fiscais realizadas pelo governo federal em 2022. Essa compensação foi necessária devido à redução do imposto sobre combustíveis ocorrida no ano anterior durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que resultou em perdas de ICMS para os estados.
Com informações Metrópoles
Os planos de saúde ficaram bem mais caros no ano passado e, em alguns casos, os reajustes dos valores pagos ultrapassam os 20%, de acordo com uma análise publicada pelo BTG Pactual. Essa correção feita pelos convênios, porém, ficou muito acima do apontado pelo IPCA para o setor, de 11,52% no período. A justificativa das empresas é de que o reajuste é reflexo do aumento dos custos médico-hospitalares e apontam prejuízo bilionário no setor nos últimos anos.
O IPCA, índice que mede a inflação nos preços de bens e serviços no país, fechou 2023 em 4,72% ao ano. No setor da Saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição veio do reajuste dos convênios médicos.
Os convênios ficaram 11,52% mais caros no ano passado, em média. Uma análise mais detalhada publicada pelo BTG Pactual no relatório “ANS Pricing X-Ray”, porém, mostrou que os reajustes foram ainda maiores. Isso vale para os planos coletivos por adesão ou corporativos, em que o reajuste é negociado entre as seguradoras e os contratantes.
Há uma diferença nas regras de correção dos valores dos planos de saúde dependendo da modalidade.
Planos individuais e familiares, contratados diretamente pelo beneficiário, têm o teto de reajuste definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em 2023, esse aumento foi limitado a 9,63%.
Planos coletivos por adesão ou corporativos, contratados por intermédio de sindicatos ou empresas, têm negociações diferentes. Neste caso, as negociações são feitas diretamente entre as operadoras e as empresas contratantes.
Há mais pessoas em convênios coletivos ou corporativos. Dados mais recentes do relatório Cenário Saúde, da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) mostram que, em junho de 2023, existiam 8,9 milhões de beneficiários para planos individuais e familiares, ao passo que, no mesmo período, o número de pessoas com planos coletivos corporativo ou por adesão somavam 41,8 milhões de beneficiários.
Desta forma, cerca de 82% dos convênios médicos não têm reajuste regulamentado pela ANS.
Analistas do setor explicam que os reajustes dos convênios médicos levam em consideração três fatores:
No pós-pandemia, as empresas estão vendo muito mais beneficiários fazendo exames, consultas e terapias. Em 2019, levando em consideração todos os planos de saúde (individuais e coletivos), esse índice de sinistralidade era de 83,1%. Caiu bastante em 2020, o primeiro ano da pandemia, até 76,4%. Porém, recobrou o fôlego e voltou a subir nos anos seguintes, atingindo 85,6% em 2021, 87,4% em 2022 e 86,6% até setembro de 2023. “Esses valores são altos, visto que as operadoras ainda precisarão cobrir suas despesas administrativas, comerciais e obter resultados positivos da operação”, diz Ulisses Rezende, diretor de negócios da XVI Finance, consultoria especializada no setor da Saúde.
Isso prejudica os resultados financeiros das empresas. Como reflexo deste aumento de sinistralidade, 50,5% das operadoras de saúde não apresentaram resultados operacionais positivos até setembro de 2023, diz Rezende. Isso demonstra que parte do negócio pode ser insustentável e que as operadoras têm certa dependência de outras receitas como as financeiras, analisa.
Prejuízo acumulado é bilionário. Conforme o relatório da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), o setor acumula um resultado operacional negativo de R$ 4,3 bilhão em 2023. Nos últimos três anos (2021, 2022 e 2023), o prejuízo soma R$ 20 bilhões e que, hoje, as mensalidades não são suficientes para o pagamento das despesas assistenciais.
O UOL procurou as cinco seguradoras citadas com questionamentos sobre as razões dos reajustes acima da inflação medida pelo IPCA.
A Unimed, que teve o menor reajuste percentual ante as demais (13,5%) disse, por nota, que o índice de reajuste dos planos de saúde tendem a ser superiores ao da inflação, “porque além do aumento dos preços de insumos e serviços, a maior frequência de utilização também impacta no cálculo do índice”.
“Nos últimos anos, a variação dos cursos assistenciais (sinistralidade) e da utilização foi influenciada por fatores como novos tratamentos que estão sendo incorporados ao rol de coberturas de forma mais acelerada, sendo muitos deles de alto custo; envelhecimento da população; e mudanças regulatórias no rol de coberturas que trouxeram instabilidade ao setor”, disse.
A Bradesco Seguros e a Amil informaram que se posicionaram pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). A federação, por sua vez, defendeu que o reajuste reflete a variação das despesas assistenciais e “é indispensável para garantir a manutenção e o aperfeiçoamento da oferta da assistência médica a seus beneficiários”.
Apontou, ainda, que entre os fatores que mais influenciam o reajuste estão a inflação da saúde, representada pela evolução do custo da assistência; a obrigatoriedade da oferta de tratamentos “cada vez mais caros, com doses, em alguns casos, a cifras milionárias”; a ocorrência de fraudes e a judicialização.
A HapVida e a SulAmérica não retornaram até a publicação desta matéria.
Para este ano, é esperado que a correção do preço dos planos siga crescente. O aumento médio dos preços para o setor foi de 14,9% em 2023, apontou a ANS. Em 2022, foi de 12,7% e, em 2021, de 7,4%. “Espera-se que os reajustes permaneçam altos, porém a níveis menores”, aponta Ulisses, da XVI Finance.
Com população cada vez mais velha, preço deve continuar a subir. Leonardo Giusti, do setor de Infraestrutura, Governo e Saúde da consultoria KPMG no Brasil, aponta que além do fator pós-pandemia, o envelhecimento da população brasileira também pressiona a sinistralidade para cima e que, uma vez que isso não deve mudar, é provável que os preços continuem a subir pelos próximos anos.
Os cuidados com a saúde mental também aumentam a procura por serviços nessa área. Além disso, há a judicialização de casos que garantem cobertura para procedimentos e medicamentos antes não cobertos pelo convênio médico, o que eleva os gastos da seguradora. “É difícil termos uma freada. Se queremos resultados diferentes, precisamos agir diferente. Não vejo uma grande mudança nesses componentes [que empurram os preços para cima] para este ano”, diz.
Informações UOL
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva percebeu uma mudança na quantidade de compras internacionais de até US$ 50 depois da criação do programa Remessa Conforme. A administração federal deve analisar a taxação desses produtos com cautela, que são isentos de imposto.
De acordo com a análise preliminar, houve uma queda considerável no volume e no faturamento desses produtos. As empresas têm substituído parte da oferta por artigos de fornecedores nacionais.
O governo teme que a nova taxação dificulte a regularização das plataformas estrangeiras e comprometa o atual favorecimento de empresas locais nos marketplaces — grandes lojas virtuais que permitem que empresas menores vendam seus produtos.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um membro do governo disse que os marketplaces internacionais não são mais vistos de forma negativa pela administração. As empresas têm colaborado com o governo e passaram a ser tratadas como contribuintes.
A colaboração entre as empresas e o governo acontece por meio do Remessa Conforme — um programa da Receita Federal que isenta a importação de mercadorias de até US$ 50 para compras feitas nos marketplaces participantes. A principais empresas que colaboram são Shein, AliExpress e Shopee. Em contrapartida, as companhias se comprometem em seguir as regras fiscais.
A criação de um imposto sobre as compras internacionais de até US$ 50 tem sido colocado por parlamentares como uma forma de compensar as perdas de receita por causa da manutenção da desoneração da folha. A medida reduz o imposto de 17 setores da economia e das prefeituras.
A taxação chegou a ser divulgada pelo Ministério da Fazenda, mas gerou uma repercussão negativa, principalmente nas redes sociais. Alguns dias depois do anúncio, o governo recuou na decisão e disse que não iria mais taxar.
Na contramão, os Estados implementaram a cobrança de uma alíquota de 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre esses produtos. Essa taxa já teria alterado de forma significativa o número de compras importadas, informaram técnicos à Folha.
De janeiro a novembro do ano passado, o Banco Central identificou um recuo de 11% nas compras de pequenas mercadorias em comparação com o período anterior.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve receber um relatório detalhado para avaliar a eventual taxação de compras internacionais de até US$ 50. Técnicos do ministério têm realizado um cruzamento de dados de operações de câmbio, fornecidas pelo Banco Central, com o objetivo de identificar indícios de subfaturamento.
Atualmente, os técnicos avaliam que as declarações das empresas participantes do Remessa Conforme têm se mostrado certas. Isso deve influenciar na decisão do governo, que vê a possibilidade de ter problemas de colaboração pelas empresas caso retorne com a taxação.
Briza Bueno, diretora do AliExpress no Brasil, disse à Folha que os consumidores têm percebido o impacto dos impostos sobre as compras. A empresa identificou uma queda nas compras dos consumidores depois da implementação do Remessa Conforme.
Em compras internacionais acima de US$ 50, os consumidores pagam o ICMS e Imposto de Importação, com alíquota de 60%. A estimativa da empresa é que o total de impostos chegue a 92% sobre esses itens.
“Percebemos que o consumidor brasileiro tem sentido o impacto dos impostos”, disse Briza. “Reduzindo suas compras em plataformas internacionais, especialmente de itens acima de US$ 50.”
O governo teme que a taxação das compras mais baratas represente uma severa queda no número de compras por brasileiros. Isso tem influenciado a União a conversar com os Estados na tentativa de aumentar o valor cobrado pelo ICMS. Dessa forma haveria menor desgaste político e um impacto significativo na arrecadação.
Informações Revista Oeste
O juiz-chefe do Tribunal de Falências de Nova York (Estados Unidos), Martin Glenn, aceitou na tarde desta sexta-feira, 26, o pedido de recuperação judicial da Gol. A fim de reestruturar suas dívidas, a companhia havia feito a solicitação na quinta-feira 25.
O magistrado afirmou que, para aceitar o pedido, todas as partes estão proibidas de tomar algumas ações. A determinação vale para pessoas físicas, sócios e corporações ligadas à administração da Gol.
De acordo com a decisão judicial, a partir deste momento, não se pode obter bens ou propriedades da companhia aérea. Também está proibido iniciar ou continuar qualquer ação judicial ou administrativa contra a empresa.
O juiz ainda ressaltou que as partes estão proibidas de revogar, suspender ou se negar a renovar licenças que já foram concedidas à Gol.
Na noite desta quinta-feira, 25, a companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça dos EUA para reestruturar suas dívidas. O montante é estimado em R$ 20 bilhões.
A Gol também pediu à Justiça norte-americana autorização para fazer um empréstimo à Debtor-in-Possession (DIP). Trata-se de uma modalidade de crédito específica para empresas em situação financeira difícil.
O valor solicitado pela Gol é de US$ 950 milhões. Desse total, US$ 350 milhões já entrariam na companhia aérea assim que o juiz autorize provisoriamente a transação.
Em um documento de 1,6 mil páginas, a Gol explicou ao juiz que, depois da pandemia, a companhia aérea foi afetada por fatores como preço dos combustíveis no mundo, desvalorização do real e atrasos em entregas de novas aeronaves. Isso, segundo a empresa, fez com que as dívidas aumentassem.
Informações Revista Oeste
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Em meio aos rumores de que a empresa deve recorrer ao pedido de proteção contra credores, a Gol perdeu o crédito junto a distribuidores de combustível em alguns dos aeroportos mais importantes do país.
Segundo fontes ouvidas pela coluna Capital, a empresa agora tem que pagar à vista para abastecer as aeronaves. Oficialmente, a Gol diz que “não tem problema com abastecimento de combustível e que não houve nenhuma mudança nas condições de pagamento”.
O governo se reúne com empresas aéreas nesta quinta-feira para discutir estímulos ao setor de aviação. A situação da Gol é a mais grave.
Projeto foi ideia de instrutor de aviação americano; ele desejava construir um lugar em que seus alunos pudessem ficar
A companhia aérea enfrenta sérios problemas de fluxo de caixa e está há seis meses tentando uma reestruturação de dívida com arrendadores de avião e credores financeiros. Do total da dívida, R$ 3 bilhões tem vencimento de curto prazo.
O combustível representa cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea no Brasil. As distribuidoras de combustível ganham dinheiro oferecendo crédito para as companhias aéreas pagarem pelo consumo do querosene de aviação em 30, 60, 90 ou até 120 dias. As taxas complementam as margens da distribuição.
O mercado acompanha a situação de perto. Em dezembro passado, a Fitch Ratings, agência de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito da Gol de “CCC+” para “CCC-”, em meio a preocupações com a reestruturação de sua dívida, riscos de refinanciamento e pressão no fluxo de caixa operacional.
As ações da empresa têm apresentado forte queda.
O Globo
Rovena Rosa/Agência Brasil
O superendividamento atingiu uma em cada cinco famílias brasileiras (17,7% do total) no ano passado, segundo a última pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Especialistas ouvidos pela Agência Brasil indicam que o excesso de cartões de crédito, os pedidos de empréstimos seguidos em bancos diferentes e o descontrole das próprias finanças são os principais fatores para a bola de neve das dívidas.
Atualmente, o Código do Consumidor define superendividamento como “a impossibilidade manifesta de o consumidor pagar a totalidade de dívidas relacionadas ao consumo”, incluindo operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada (água e luz, por exemplo).
Porém, há saída para recuperar a saúde financeira de um consumidor que esteja nessa situação. E o primeiro passo para desafogar é pedir ajuda.
O professor de direito do consumidor do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público) Ricardo Morishita Wada explica que uma das grandes ações para ajudar a “dar um freio de arrumação” nas contas e dívidas de alguém é entender junto com o endividado em que ponto está a dívida, ou seja, “ver para quem ele deve, quanto ele deve, por quanto tempo essa dívida ainda perdura e como fazer para realizar um tratamento dessa dívida”.
Morishita chama a atenção de programas governamentais como o Desenrola Brasil, mecanismo com que o consumidor teve oportunidade de negociar a dívida, repactuar o plano de pagamento e voltar a ter as rédeas ou administração de sua dívida.
O professor considera importante a recente criação, pelo Ministério da Justiça, de um grupo de trabalho para a prevenção e tratamento do superendividamento de consumidores e aconselha que o consumidor que fica superendividado busque ajuda.
São duas as principais razões para o endividamento excessivo. O passivo, quando o consumidor sofre uma ação e acaba perdendo controle de suas contas. Exemplos: quando ele perde o emprego, tem doença na família e acaba contraindo dívidas para pagar o tratamento, ou quando em caso de separação. Outro tipo é o superendividamento ativo, quando o próprio consumidor contraiu dívidas que acabaram ficando descontroladas e viraram uma bola de neve.
A professora de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), Myrian Lund, afirma que o superendividamento, de modo geral, é consequência de dívidas sobre dívidas. Ou seja, a pessoa pega empréstimos em vários bancos para pagar dívidas que vão se multiplicando, ao mesmo tempo em que a capacidade de quitar essas dívidas vai se exaurindo. Outro fato que Myrian chamou atenção foi o excesso de cartões de crédito que todo superendividado possui, cheios de contas oriundas de compras sempre parceladas.
“Essa é uma característica, normalmente, do superendividado. É uma pessoa que tem vergonha de sua situação, porque não queria chegar onde chegou, por falta de conhecimento, de educação financeira, de pegar empréstimo caro, de não conseguir pagar. Só que ele chegou em um ponto que começa a ter problemas emocionais, sociais, familiares e não vê saída para o que tem. Porque é humanamente impossível que a pessoa, com o salário que tem, pagar todas as contas. Se pagar todos os empréstimos, não sobra dinheiro para pagar moradia, alimentação. Acaba prejudicando as despesas essenciais, acaba sem dinheiro”, diz a economista.
O professor do IDP salienta dois problemas que podem contribuir para o superendividamento. Um deles é o achatamento ou má distribuição da renda. O outro é a elevada taxa de juros praticada no Brasil, cobrada em todo processo de financiamento.
“Esses dois eventos fazem com que haja uma possibilidade, independentemente da vontade do consumidor, de que tenha mais dívidas do que o patrimônio dele é capaz de suportar”. Segundo o professor, um dos pressupostos para que o consumidor tenha o tratamento da sua dívida ou do seu superendividamento é que ele esteja de boa-fé, sem querer obter vantagem em cima de outras pessoas, nem prejudicá-las.
“Por isso, não importa a renda, a escolaridade. O superendividamento é um fato social e o Brasil faz bem em tratar, como é tratado no mundo inteiro, em todos os países já desenvolvidos. Nos mercados mais maduros, isso é tratado como causa social natural do mercado de consumo que a gente vive hoje”.
Nos planos de pagamento de super dívidas, é assegurado ao consumidor um prazo, ou fôlego inicial, mesmo depois de ser feito um acordo, para que ele possa começar a efetuar seu pagamento. “Ele é aplicado, embora não haja uma regra geral”. A dívida é trabalhada em cada caso, nos planos de pagamento acordados, muitas vezes de uma forma extrajudicial, com os defensores públicos.
Segundo Morishita Wada, trata-se de um prazo de respiro, como existe em todos os mercados desenvolvidos, para que o consumidor possa ajustar sua vida, seu orçamento, e tenha início então o pagamento do plano que é pactuado junto com o fornecedor, com participação de órgãos públicos.
A situação se agrava quando os bancos vão atrás dos devedores e entram com processos na Justiça, tudo o que as Defensorias Públicas dos estados querem evitar. O defensor público e subcoordenador do Nudecon (Núcleo de Defesa do Consumidor) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Thiago Basílio, explica que as audiências de conciliação são marcadas com o banco.
Comparecem o defensor, o assistido, o preposto do banco e tenta-se chegar a um denominador comum, dentro da realidade financeira daquela pessoa, sempre tendo como norte a proteção da subsistência, o mínimo essencial daquela família. “O que a gente tenta com esse tratamento é a pessoa conseguir atender suas necessidades básicas e, a partir dali, traçar um plano de pagamento para que ela tome as rédeas de sua situação financeira”.
Os casos não são resolvidos de uma vez, mas têm acompanhamento que pode se estender por vários anos. “Porque são etapas que o nosso plano de tratamento prevê”. Elas envolvem garantia de subsistência da família, negociação e início de pagamento e educação financeira para que a pessoa não volte a cair nas armadilhas de incentivo ao consumo e contratação de empréstimo. A quarta etapa é a pessoa começar a poupar o mais rápido possível.
O objetivo dos defensores públicos é substituir a cultura do crédito desenfreado pela cultura do pagamento, de a pessoa entender a realidade do mercado e da oferta de crédito e, ao mesmo tempo, saber se precaver, efetuar o pagamento de suas dívidas e sair dessa bola de neve. “Não se trata de demonizar o crédito pura e simples. O crédito faz parte da nossa sociedade, mas deve-se ter cuidado com a oferta de crédito desenfreada que a gente tem hoje”, encerra Basílio.
Informações TBN
O sorteio deste sábado (20) da Mega-Sena será às 20h, e o prêmio acumulado chega a R$ 31 milhões. Para ganhar, o apostador precisa acertar as seis dezenas premiadas.
No último concurso foram sorteados os números 03, 07, 32, 34, 42 e 54, mas nenhum apostador acertou os seis.
Apesar disso, 47 apostadores acertaram cinco números, o que rendeu um prêmio de R$ 52.422,61 por aposta. Os 3.870 jogadores que ganharam com quatro números receberam R$ 909,50 cada.
Para concorrer, é necessário pagar ao menos R$ 5, valor correspondente a uma aposta de seis números. As chances de vencer com essa aposta são de uma em mais de 50 milhões.
O sorteio será realizado no Espaço da Sorte, em São Paulo.
Informações Bahia.ba
O fenômeno das apostas esportivas on-line, as chamadas bets, levou os brasileiros a gastarem mais de US$ 11 bilhões com jogos, entre janeiro e novembro de 2023.
O valor corresponde a R$ 54 bilhões, mais do que o balanço das exportações brasileiras de carne bovina em todo o ano passado, que movimentou US$ 9,5 bilhões (R$ 46,3 bilhões). O Brasil é um dos maiores exportadores do alimento no mundo.
A estimativa do montante que gira em torno do mercado das bets é da Folha de S.Paulo. O jornal fez o cálculo com base em estatísticas do Banco Central.
Na última semana, o Datafolha divulgou que cerca de 15% da população brasileira aposta ou já apostou on-line. O gasto médio mensal desse grupo é de R$ 263, ou 20% do salário mínimo de 2023.
De acordo com o instituto de pesquisa, até mesmo os beneficiários do Bolsa Família gastam com essas apostas, cujos maiores adeptos são homens e jovens.
O valor de US$ 11 bilhões corresponde a remessas feitas para empresas do setor que atuam no exterior.
Segundo o Banco Central, US$ 7,1 bilhões (R$ 34,5 bilhões) voltaram ao Brasil por meio das premiações entregues aos apostadores que residem em território nacional.
As apostas esportivas são legais no Brasil desde 2018, a partir de uma lei aprovada no governo Michel Temer (MDB). Como a pauta não foi regulamentada durante o governo Jair Bolsonaro (PL), especialmente pela pressão da bancada evangélica, essas empresas passaram a atuar em outros países, onde o registro é legalizado.
O governo Lula (PT) passou a trabalhar a regulamentação no ano passado. Com isso, o Ministério da Fazenda já recebeu 134 manifestações de empresas que pretendem ingressar no mercado de apostas.
Informações Revista Oeste
foto: divulgação
Em um mundo onde o modo de vida é cada vez mais caro, encontrar maneiras para economizar dinheiro tornou-se essencial, sendo assim, vamos te dar algumas dicas de como evitar desperdícios e gerir melhor suas finanças.
São cinco métodos que promovem uma vida financeira menos estressante e mais equilibrada.Abaixo seguem algumas dicas sobre como evitar desperdícios e fazer o seu dinheiro render mais para você.
Os anúncios de desconto na internet são tentadores, porém, clique somente se você realmente necessita do produto proposto.
Muitas vezes, acabamos comprando itens de que não precisamos, apenas pelo impulso causado pelo desconto.
Lembre-se que a melhor maneira de economizar é não gastar.
Com a vida agitada, o delivery é um facilitador. No entanto, se você somar os gastos mensais com esse tipo de serviço, talvez se assuste.
Tente criar hábitos alimentares que incluam o preparo de suas próprias refeições.
Faça uso da técnica do batch cooking, que consiste em preparar os alimentos para a semana ou mês, poupando tempo e dinheiro.
TV a cabo, serviços de streaming, academia… o valor de todas essas assinaturas ao final do mês pesa no orçamento.
Reavaliá-las e ficar apenas com aquelas que realmente fazem diferença no seu cotidiano contribui para a economia.
Comprar presentes em cima da hora normalmente encarece a compra. Além disso, em datas comemorativas, o preço dos produtos costuma subir.
Adiantar essa tarefa permite pesquisa de preços e até opções de presentes mais em conta e criativos.
Para organizar suas finanças de forma efetiva, a tecnologia pode ser sua aliada.
Existem diversos aplicativos no mercado que ajudam a controlar as finanças pessoais.
O Mobills, por exemplo, é um deles. Nessa plataforma, você pode fazer um controle de contas, cartões, planejamentos e objetivos.
Ao seguir essas dicas de maneira consciente e constante, você evitará desperdícios e conseguirá poupar mais.
Lembre-se que a organização financeira contribui para uma vida mais tranquila e segura.
Fonte: Mobills