A temporada de caça às vagas vai começar. Entre essa terça e sexta-feiras, de 6 a 9 de abril, estarão abertas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a plataforma nacional de candidatura em universidades brasileiras. Nesta edição, a Bahia terá mais de 13,6 mil vagas distribuídas em dez instituições públicas de ensino superior, segundo levantamento do CORREIO feito a partir da oferta prévia mostrada no site. Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter feito as provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação.
Aplicado em janeiro e fevereiro deste ano em meio à polêmicas por causa da pandemia, o Enem 2020 teve a maior taxa de abstenção de toda a sua história: 51%. Ou seja, mais da metade dos candidatos que se inscreveram não compareceram aos locais de prova. Ao todo, foram mais de 5,5 milhões de inscritos para a prova impressa, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em 2018 e 2019, a taxa de ausência ficou pouco acima de 20%.
Desta vez, somente 28 estudantes brasileiros conseguiram obter mil pontos na redação, nota máxima. Segundo o Inep, dois deles são da Bahia: um de Macaúbas e outro de Paulo Afonso.
Especialista em educação, Jhonatan Almada, atual diretor do Centro de Inovação e Conhecimento para a Excelência em Políticas Públicas (Ciepp), aponta que estes fatos vão impactar diretamente na concorrência desta edição e os mais prejudicados serão os alunos de escolas públicas. Almada aponta que as desigualdades entre os sistemas educacionais público e privado já eram conhecidas muito antes da pandemia, mas o cenário trouxe maior visibilidade para os problemas.
A estudante Brenna Cordeiro, 19, é egressa do Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes, em Feira de Santana, e conhece bem as dificuldades. “Eu saí de um ensino público absurdamente defasado, tanto é que só fui conhecer o que realmente era cobrado no Enem estudando por fora”, diz a jovem, que chegou a pagar um cursinho pré-vestibular remoto durante a pandemia, mas desistiu porque não estava conseguindo acompanhar as aulas pelo celular.
“A videochamada era horrível, a internet da minha casa também é muito ruim, eu estava sem notebook, então preferi estudar por outros meios”, relata ela, que preferiu usar apostilas emprestadas pelo namorado da prima, mas terminou perdendo chances de tirar dúvidas com professores.
Brenna prestou o Enem deste ano e diz que, embora a pandemia tenha complicado seu aprendizado, suas expectativas são maiores do que no último exame. Ela quer cursar Odontologia na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e, diante da grande abstenção, imagina que a concorrência pelas vagas afirmativas estará mais fácil, mas lamenta que o pessoal de escola particular saia com ainda mais vantagem na disputa.
Para Jhonatan Almada, outro agravante é o fato de que as políticas de permanência nas universidades — voltadas aos estudantes da rede pública, baixa renda, negros e indígenas — podem estar agora mais ameaçadas devido aos cortes que as instituições de ensino superior vêm sofrendo.
“Temos um Enem que já foi excludente, acrescido dos cortes orçamentários e provável contingenciamento. Dessa forma, as instituições mal conseguirão manter a atual assistência estudantil, e ampliar está fora de cogitação”, avalia.
As vagas desta edição
De todas as instituições baianas no Sisu, a Universidade Federal da Bahia é a que possui maior disponibilidade de vagas e cursos: são mais de 4,6 mil oportunidades em 96 cursos de graduação nos campi Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista. Neste ano, a Ufba decidiu adotar as duas edições do Sisu, primeiro e segundo semestre. Cursos que exigem provas específicas de habilidades, como Licenciatura em Música, Música Popular e Canto, Composição e Regência, não estarão disponíveis na plataforma. Estes seguem edital da própria Ufba.
Presente em 14 cidades baianas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) tem 1,2 mil vagas, sendo 603 reservadas para cotas e 598 para ampla concorrência. Há 35 cursos superiores espalhados por Barreiras, Brumado, Camaçari, Feira de Santana, Irecê, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Valença e Vitória da Conquista.
SE LIGA NAS DATAS DO SISU!
Inscrições: de 6 de abril, amanhã, até 9 de abril, sexta-feira, às 23h59
Resultados: 13 de abril
Matrículas: de 14 a 19 de abril
Manifestação para lista de espera: de 13 a 19 de abril
Pró-reitor de ensino do Ifba, Jancarlos Lapa, diz que é importante que cada estudante identifique quais critérios irá utilizar para a escolha, que pode ser afinidade, mundo do trabalho ou até avaliação nacional do curso, por exemplo.
Em 2019, dois cursos do campus Salvador (Engenharia Química e Tecnologia em Radiologia) e um do campus Eunápolis (Engenharia Civil) conquistaram nota máxima, equivalente a 5. Quatro cursos obtiveram nota 4, sendo três do campus Vitória da Conquista (Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Ambiental) e um do campus Salvador (Engenharia Elétrica).
Já o IF Baiano oferecerá 820 vagas, sendo 370 vagas de ampla concorrência. O instituto tem 22 cursos em seus dez campi: Itapetinga, Bom Jesus da Lapa, Catu, Guanambi, Santa Inês, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas, Uruçuca e Valença.
A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) tem 960 vagas em 30 cursos distribuídos nos campi Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. Deste total, 482 são reservadas para estudantes oriundos de escola pública, incluindo pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência; 295 para candidatos que tenham cursado todo o ensino médio em 80 municípios baianos distantes até 150 km de qualquer um dos campi da Ufob; e 183 para a ampla concorrência.
Os aprovados nos cursos de Direito e Medicina iniciarão as atividades apenas no segundo semestre letivo de 2021, previsto para começar em 2022. A Ufob disponibiliza em seu site as notas de corte dos cursos desde 2015.
Já a Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc) está ofertando mais de 1,3 mil vagas em 38 cursos, todos com entrada no segundo semestre. Apenas os cursos de Ciências Sociais, Filosofia e Medicina ficam de fora dessa edição porque não houve viabilidade para oferta de vagas deles, considerando questões como infraestrutura, quadro docente, oferta anual (Medicina) e demais pontos que comprometeriam a qualidade do ensino.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) terá mais de 1,4 mil oportunidades em 40 cursos. Desse total de vagas, 639 são para os candidatos da ampla concorrência e 719 vagas para cotistas. Os cursos serão nos campi de Amargosa, Cachoeira/São Félix, Cruz das Almas, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) divulgou que também tem mais de 1,4 mil vagas em 45 cursos nos campi Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Daquele total, 279 vagas estão destinadas à modalidade de ampla concorrência. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) terá 1.090 vagas em 30 cursos.
Entre todas, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que têm atuação em diferentes estados, estão ofertando a menor quantidade de vagas na Bahia: 640 e 92, respectivamente. A Univasf tem campi em Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso. Já a Unilab, apenas em São Francisco do Conde. Desta vez, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que tem parte do ingresso através de vestibular próprio, não está ofertando vagas.
Em entrevista anterior ao CORREIO, o presidente regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Wladimir Martins, falou sobre as carreiras que considera promissoras. Segundo ele, a pandemia escancarou as possibilidades em uma área que já tinha boa empregabilidade, a da Saúde. No entanto, vislumbrando o futuro pós-pandemia, ele aposta que as profissões na área de Tecnologia da Informação (TI) continuarão em ascensão e terão grande absorção de profissionais.
OFERTA DE VAGAS NA BAHIA:
IFBA – 1.201 vagas em 35 cursos
IF Baiano – 820 vagas em 22 cursos
UEFS – 1.090 vagas em 30 cursos
UESC – 1.323 vagas em 38 cursos
UFBA – 4.693 em 96 cursos
UFOB – 960 vagas em 30 cursos
UFRB – 1.429 vagas em 40 cursos
UFSB – 1.454 vagas em 45 cursos
Univasf – 640 vagas em 13 cursos
Unilab – 92 vagas em 2 cursos
Uneb – Não participa desta edição
Sobre as inscrições e seleção
O processo seletivo referente à primeira edição de 2021 terá apenas uma única chamada. É possível se inscrever em até duas opções de vaga, especificando a ordem de prioridade e a modalidade de concorrência. Deve-se optar por concorrer às vagas de ampla concorrência ou aquelas reservadas a políticas de ações afirmativas, as cotas. Não é permitido se inscrever em mais de uma modalidade para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.
O sistema irá disponibilizar, periodicamente, a nota de corte — ou seja, a menor nota que o candidato se classifique dentro do número de vagas — para cada curso, conforme o processamento das inscrições efetuadas. Durante esse período, o estudante poderá alterar as suas opções, bem como efetuar o cancelamento. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração efetuada e confirmada no sistema.
O processo de matrícula nas universidades será de 14 a 19 de abril, em dias, horários e locais de atendimento definidos por cada instituição de ensino.
Para participar da lista de espera, o estudante deverá manifestar seu interesse por meio da página do Sisu, no período de 13 a 19 de abril, em apenas um dos cursos para o qual optou por concorrer. Aquele que foi selecionado na chamada regular em uma de suas opções de vaga não poderá participar da lista de espera, independentemente de ter realizado ou não sua matrícula na instituição. O preenchimento das vagas não ocupadas na chamada regular será definido em edital próprio de cada instituição participante.
Informações Correio
A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 1.855 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.587 recuperados (+0,3%). O boletim epidemiológico deste domingo (4) também registra 50 mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas hoje.
Dos 813.794 casos confirmados desde o início da pandemia, 783.065 já são considerados recuperados, 15.069 encontram-se ativos e 15.660 tiveram óbito confirmado.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.133.950 casos descartados e 183.161 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h deste domingo. Na Bahia, 45.743 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.
O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 15.710, representando uma letalidade de 1,93%. Dentre os óbitos, 55,40% ocorreram no sexo masculino e 44,60% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,74% corresponderam a parda, seguidos por branca com 21,53%, preta com 15,30%, amarela com 0,48%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,82% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 67,03%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,98%).
A redução do número de novos óbitos da covid-19 em datas comemorativas e finais de semana ocorre devido à ausência de funcionamento dos serviços de notificação, como o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, vigilâncias epidemiológicas municipais e outros serviços de saúde competentes. Desta forma, esse número não demonstra de forma fidedigna o quantitativo de óbitos que ocorreram neste período. O reflexo dos óbitos ocorridos só é possível ser visualizado com as devidas notificações nos sistemas de informação e possíveis investigações realizadas que possibilitem o seu encerramento.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Situação da regulação de covid-19
Às 15h deste domingo, 130 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 50 pedidos para internação em leitos clínicos adultos covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Informações Correio
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, citou conforme a revista Veja o nome do senador e ex-governador Jaques Wagner (PT) em seu livro “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, que narra os bastidores do processo que culminou no afastamento da presidente Dilma Roussef.
Segundo publicação, na obra sobre a crise política e impeachment de Dilma, Wagner é citado como um dos atores políticos mais odiados pelo próprio Cunha, que liderava o chamado “Centrão”.
Na época, Wagner era ministro da Casa Civil do governo Dilma. Logo após o impeachment, Cunha perdeu o mandato.
Informações Acesse Política
Uma nova etapa do processo de matrícula da rede estadual de ensino para o ano letivo 2020/21 começa na segunda-feira (5). Neste momento, o processo prevê a matrícula alunos novos e transferidos da rede que desejam mudar de escola.
A matrícula está ocorrendo por blocos de municípios e Núcleos Territoriais de Educação (NTE) e os pais ou estudantes precisam consultar as datas, conforme o cronograma disponível no Portal da Educação. Nesta etapa, que vai até o dia 8 de abril, a ação envolve estudantes de 125 municípios de sete Núcleos Territoriais de Educação (NTEs). A relação dos municípios correspondentes a cada NTE e os telefones das escolas também estão disponíveis no Portal da Educação.
Quem é aluno da rede estadual já teve a matrícula renovada automaticamente.
A matrícula para alunos novos pode ser feita pelo SAC Digital, no endereço eletrônico www.sacdigital.ba.gov.br/, ou pelo aplicativo SAC Digital (disponível, gratuitamente, nos sistemas Android e IOS).
Para os estudantes ou pais sem acesso à internet, a matrícula pode ser realizada em qualquer escola da rede estadual, mesmo não sendo aquela que o estudante vá estudar, mediante agendamento prévio por telefone. Este também é o critério para os estudantes que são da rede e queiram mudar de escola.
A matrícula de concluintes do 5º ano ou 9º ano do Ensino Fundamental regularmente matriculados na rede pública municipal de ensino, no ano letivo de 2020, cujas escolas não oferecem a série subsequente, será de 6 a 8 de abril. Já para o ingresso do candidato em unidade escolar da rede estadual em qualquer ano/série para o Ensino Fundamental, a matrícula nova será no dia 8 e, para o Ensino Médio, nos dias 7 e 8.
Este terceiro bloco de matrículas contempla os seguintes NTEs: Ribeira do Pombal (NTE 17); Alagoinhas (NTE 18); Feira de Santana (NTE 19); Vitória da Conquista (NTE 20); Santo Antônio de Jesus (NTE 21); Jequié (NTE 22); e Santa Maria da Vitória (NTE 23). Dentre as cidades, destacam-se: Aporá, Esplanada, Rio Real, São Felipe, Ubatã e Varzedo, entre outras.
COMO FAZER A MATRÍCULA ONLINE
Para fazer a matrícula online, o estudante deve fazer o cadastro no SAC Digital. Basta acessar o endereço (disponível aqui) na internet e clicar na opção “Cadastre-se”. Caso prefira, o estudante pode fazer seu cadastro no aplicativo SAC Digital. O app está disponível para celulares Android e iOS. Se o aluno novo for menor de 16 anos, o cadastro deverá ser feito em nome dos pais ou do responsável.
Na internet ou no app, será necessário preencher os dados pessoais, como nome completo, CPF, data de nascimento, e-mail e telefones para contato, entre outros, clicando em “Avançar”. Nas páginas seguintes, serão preenchidas informações sobre endereço do estudante e senha para acesso à plataforma. Todos os dados fornecidos serão confirmados na quarta e última página.
Uma mensagem será enviada para o e-mail cadastrado no SAC Digital para a ativação da conta. Com isso, o estudante poderá acessar a plataforma em “Entrar”, fornecendo senha e login, e buscar o serviço “Solicitar matrícula para aluno novo”.
Para a comprovação da matrícula, os alunos novos precisarão apresentar, em data a ser agendada com a escola, os seguintes documentos: original do Histórico Escolar; original e cópia da Cédula de Identidade ou Certidão de Registro Civil; original e cópia do CPF; original e cópia legível com data recente do comprovante de residência (água, luz, telefone fixo ou móvel, gás encanado, Internet, contrato de aluguel, IPTU, cartão de crédito ou TV por assinatura); original e cópia da carteira de vacinação; cópia da Cédula de Identidade da mãe do aluno; e cópia do CPF da mãe do aluno.
Informações Bahia Notícias
Foto: Reprodução / Facebook de Pastor Sargento Isidório
O deputado federal Pastor Sargento Isidório [Avante] deu entrada no final da tarde deste sábado (3) no Hospital Santa Izabel, em Salvador. Isidório se queixou de forte dor de cabeça e mal- estar ininterruptos desde o último domingo (28) e decidiu procurar a unidade de saúde. O deputado pediu que amigos orem por ele.
“Vocês todos que orei, devolvam minhas orações, porque o bicho está pegando aqui também. Desde o domingo passado que estou com muita dor de cabeça. E aí a gente não pode brincar. Se pode ficar em casa fique em casa, use sua máscara se sair. Muita gente está morrendo”, disse Isidório nas redes sociais. O pastor pediu também orações para amigos e pastores que estão internados em decorrência de coronavírus.
O deputado disse que havia testado negativo para Covid-19, mas deve ser feito novos exames. Ele tranquilizou amigos e eleitores. “Não há de ser nada em nome de JESUS”, escreveu
Informações Bahia Notícias
A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 1.986 novos casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.795 recuperados (+0,4%). A informação é da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), neste sábado (3).
O boletim epidemiológico também registra 61 mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas neste sábado. Dos 813.794 casos confirmados desde o início da pandemia, 783.065 são considerados recuperados e 15.069 encontram-se ativos.
Desde o início da pandemia, foram registrados na Bahia 15.660 óbitos, o que representa uma letalidade de 1,91%.
Dentre os óbitos, 55,47% ocorreram no sexo masculino e 44,53% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,74% corresponderam a parda, seguidos por branca com 21,48%, preta com 15,27%, amarela com 0,49%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,89% dos óbitos.
O percentual de casos com comorbidade foi de 67,30%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,03%).
O boletim contabiliza ainda 1.132.127 casos descartados e 184.304 em investigação. Na Bahia, 45.709 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h deste sábado.
Informações: G1 Bahia
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
O torcedor do Bahia lamentou algo inédito neste sábado (3). Pela primeira vez na história, o tricolor foi derrotado pelo Fortaleza na Copa do Nodeste. O time comandado por Dado Cavalcanti perdeu por 2×1, no estádio Castelão, em jogo válido pela 7ª rodada do regional.
Superior no primeiro tempo, o Fortaleza teve as melhores chances e abriu o placar com Matheus Jussa. O Bahia teve muita dificuldade de encontrar espaços e chamava a atenção pelas falhas do goleiro Douglas. O tricolor conseguiu chegar ao empate na união dos talentos de Rodriguinho e Gilberto. O camisa 10 serviu e o atacante se isolou na artilharia do regional ao anotar o 5º gol.
A partida foi definida no segundo tempo por um jogador revelado pelo Vitória. David deu números finais ao placar, garantiu a classificação do Fortaleza às quartas de final e complicou o caminho do Bahia no campeonato. Com o resultado, a equipe baiana permaneceu com 10 pontos e caiu da segunda para a terceira colocação.
Para não sair do G4, o tricolor precisa torcer por tropeços de Sampaio Corrêa e Treze, 4º e 5º colocados respectivamente. A equipe maranhense joga neste sábado contra o ABC. Já a paraibana visita o Vitória, no domingo (4).
FORTALEZA SUPERIOR
A primeira grande oportunidade do jogo foi do Fortaleza. Os donos da casa tiveram a chance de abrir o placar no Castelão após dois minutos de bola rolando quando Robson escapou pela direita. Wellington Paulista recebeu dentro da área e cruzou para David. O atacante cabeceou e exigiu grande defesa de Douglas.
O goleiro tricolor evitou que a bola estufasse a rede dessa vez, mas não conseguiu fazer o mesmo aos 24 minutos, quando o Fortaleza produziu a segunda boa investida do jogo e abriu o placar. Após levantamento na área do Bahia, o zagueiro Conti desviou de cabeça e a bola sobrou com Matheus Vargas. Ele levantou a cabeça, tocou para trás e viu o xará marcar um golaço. Matheus Jussa bateu de primeira, com força, e correu para comemorar: 1×0.
Apesar da desvantagem no placar, o Bahia seguiu sem ameaçar o gol do Fortaleza. O time comandado por Dado Cavalcanti teve muita dificuldade para encontrar espaços e se mostrou fragilizado em sequência de falhas individuais de Douglas.
Aos 34 minutos, o goleiro tricolor não conseguiu afastar o cabeceio de Carlinhos, mas deu sorte porque nenhum jogador do rival chegou para aproveitar o gol vazio. Aos 36, David cruzou na área, Douglas não conseguiu afastar e a bola ficou com Robson, que furou na hora de finalizar. Aos 40, ocorreu a falha mais marcante da etapa inicial. Daniel Guedes chutou e o goleiro do Bahia deixou a bola passar entre as pernas. O Fortaleza só não ampliou porque Conti tirou em cima da linha.
O Bahia chegou com perigo ao gol adversário pela primeira vez aos 44 minutos e não desperdiçou. Edson passou para Rodriguinho e ele precisou de apenas dois toques na bola para deixar Gilberto de cara para a meta. O atacante deixou a bola quicar, bateu de primeira e igualou o marcador no Castelão: 1×1.
RIVAL MAIS EFICIENTE
No segundo tempo, jogo bastante movimentado dos dois lados. O Fortaleza teve grande oportunidade quando David avanaçou pela esquerda e deixou Wellington Paulista de frente para a meta, mas o centroavante mandou por cima do travessão.
Depois, Robson teve duas oportunidades. Primeiro, ele chutou cruzado. Na sequência, invadiu a área e encontrou o zagueiro Conti no caminho. O Bahia reagiu com Matheus Bahia, que chutou de fora da área e viu Felipe Alves espalmar.
Robson não conseguiu assinar o segundo gol do Fortaleza, mas foi fundamental para que David anotasse o dele. Aos 14 minutos, ele fez belo lançamento e viu o companheiro revelado pelo Vitória comemorar diante do ex-rival. David dominou no peito, ganhou de Nino na força e chutou: 2×1. Os jogadores do Bahia reclamaram uma falta em cima de Nino, mas a arbitragem validou o gol. Na Copa do Nordeste não há VAR.
O Bahia chegou perto do empate aos 34 minutos. Rossi cruzou, Lucas Fonseca desviou de cabeça e Gabriel Novaes, sozinho, mandou no travessão.
FICHA TÉCNICA
Fortaleza 2×1 Bahia – 7ª rodada da Copa do Nordeste
Fortaleza: Felipe Alves, Daniel Guedes (Tinga), Quintero, João Paulo Silveira e Carlinhos; Éderson, Matheus Jussa e Matheus Vargas (Felipe); David (Yago Pikachu), Wellington Paulista (Gustavo Coutinho) e Robson (Romarinho). Técnico: Enderson Moreira.
Bahia: Douglas, Nino, Conti, Lucas Fonseca e Matheus Bahia (Juninho Capixaba); Patrick (Matheus Galdezani), Edson (Thaciano) e Daniel (Gabriel Novaes); Rossi (Alesson), Gilberto e Rodriguinho. Técnico: Dado Cavalcanti.
Estádio: Castelão, em Salvador
Gol: Matheus Jussa, aos 24 minutos, e Gilberto, aos 44, do 1º tempo; David, aos 14 minutos do 2º tempo.
Cartão amarelo: David, Lucas Fonseca, Matheus Jussa, Matheus Bahia, Daniel, Matheus Vargas, Juninho Capixaba e Gilberto.
Arbitragem: Gilberto Rodrigues Castro Junior, auxiliado por Clovis Amaral da Silva e John Andson Alves Ribeiro (Trio de PE).
Informações Correio
Desde o início da pandemia, 813.794 pessoas contraíram a doença e 15.660 tiveram óbito confirmado
A Bahia registrou 1.986 casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, conforme o boletim epidemiológico divulgado neste sábado (3) pela Secretaria estadual de Saúde (Sesab). Também foram registradas 61 novas mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas hoje.
Desde o início da pandemia, 813.794 casos da Covid-19 foram confirmados, 783.065 pacientes já são considerados recuperados, 15.069 estão com o vírus ativo e 15.660 tiveram óbito confirmado. O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.132.127casos descartados e 184.304 em investigação. Na Bahia, 45.709 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Conforme a Sesab, a redução do número de novos óbitos da Covid-19 em datas comemorativas e finais de semana ocorre devido à ausência de funcionamento dos serviços de notificação, como o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, vigilâncias epidemiológicas municipais e outros serviços de saúde competentes.
Desta forma, esse número não demonstra o real quantitativo de óbitos que ocorreram neste período. O reflexo dos óbitos ocorridos só é possível ser visualizado com as devidas notificações nos sistemas de informação e possíveis investigações realizadas que possibilitem o seu encerramento.
Com o retorno do funcionamento dos serviços referidos é possível verificar um aumento significativo de novos óbitos, que não necessariamente ocorreram na data divulgada, ou seja, podem ter ocorrido em dias anteriores.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Regulação
Às 15h desta sábado, 104 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 58 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Vacinação
Com 1.696.104 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 328.943 receberam também a segunda dose, até às 15 horas deste sábado, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados.
Informações Bahia.ba
Preocupado com a alta taxa de mortes por Covid-19 em Feira de Santana, o deputado federal Zé Neto (PT) voltou a defender, em caráter de urgência, a criação de um Comitê de Crise para enfrentar o colapso que a rede de saúde vive há mais de 40 dias.
“Apesar de todo o esforço do governador Rui Costa e do secretário Fábio Vilas-Boas em ampliar, nos últimos dias, o atendimento à Covid-19 no Hospital Clériston Andrade, com mais 10 leitos de UTI e 30 leitos clínicos que, ao serem abertos já enfrentam fila de espera, e da população fazer a sua parte, é necessário que o município crie um Comitê de Crise com representações da sociedade e dos Poderes Públicos para combater esse colapso na saúde municipal que persiste há mais de 40 dias. Sobretudo, se levarmos em consideração o crescimento de 9,1% entre 2019 e o final de 2020 (subiu de 4,2% para 13,3) do número de mortes na cidade, que também registrou um aumento de 11% dos óbitos em casa no mesmo período e grande parte deles ocasionados por falta de atendimento especializado. Muitos por insuficiência respiratória que, somados ao significativo número de transferências de pacientes de Feira para a rede hospitalar de Salvador, mostra que essas mortes por Covid-19 podem ser maiores do que os registros oficiais”, alertou.
Durante esse “cenário de guerra”, a população, segundo Zé Neto, deve respeitar o lockdown e evitar aglomerações, principalmente neste feriado da Semana Santa. “Que possamos compreender a necessidade do distanciamento social e não confundir esse momento enfrentamento ao novo coronavírus com um final de semana prolongado. A Covid-19 está matando mais e em todas as faixas etárias, especialmente entre jovens e pessoas sem comorbidades”, afirma o deputado.
Ascom
Os clientes sumiram e a noite está vazia. O prazer de uma cidade boêmia se congelou numa madrugada de maresia fria e sem tesão. A equipe do CORREIO ouviu pelo menos 14 profissionais do sexo durante duas noites pela orla de uma Salvador adormecida pela pandemia. Nem todas quiseram gravar entrevista ou tirar foto, mas não deixaram de contar suas histórias e como sobrevivem em tempos de coronavírus. Explicaram como tentam minimizar o risco de pegar a covid-19, apesar do medo da fome ser bem maior do que da doença que já matou mais de 320 mil pessoas no país. De todas as garotas, apenas uma usou a máscara o tempo todo. Comem o que levam em suas bolsas e só podem voltar para casa quando o sol nasce e os ônibus voltam a circular. Durante a reportagem, nenhuma foi abordada pela polícia ou fiscais da prefeitura, mas os jornalistas sim. Depois de apresentarmos o crachá, fomos liberados. Ser profissional do sexo não é crime, mas é condenada moralmente há séculos. É, inclusive, uma grata coincidência que esta reportagem seja publicada no encerramento da Semana Santa. O ápice da Páscoa é a ressurreição de Cristo, que escolheu aparecer primeiro justamente para Maria Madalena, tida por muitos anos como uma prostituta. Antes de iniciar a matéria, lembre-se: Quem não tem pecado, que atire a primeira pedra.
Moysés Suzart e Paula Fróes
Pastoras da noite
De vestidinho vermelho com a estampa do Mickey, Raquel se encosta num poste e acende um cigarro na orla de Salvador. Ela apenas observa as ruas se esvaziando por conta do lockdown parcial. Há pouco mais de um ano, mal conseguia terminar suas tragadas de tantos clientes à sua procura. Como uma pastora da noite, conduzia a madrugada de uma cidade que não sabia dormir cedo.
Garota de programa, Raquel ganhava mimos, dinheiro, juras de amor. Era comum faturar R$ 500, antes mesmo do sol nascer. Hoje, com a capital precisando adormecer cedo para evitar o aumento de casos da covid-19, o dinheiro ganho num dia mal dá para comprar um maço de cigarro. Como oferecer prazer em tempos de distanciamento social? Nas ruas de Salvador, profissionais do sexo convivem com a falta de clientes e o risco diário de pegar o coronavírus.
“Já estou há quatro horas aqui e não fiz nenhum programa. Está assim quase todos os dias, nem me preocupo com a contaminação da covid-19, pois não tem cliente. Gasto minha beleza pra nada”, disse Raquel, que trabalha ao lado do marido Val, vendedor ambulante de bebidas durante a madrugada da orla.
Em 2020, Raquel conseguiu o auxílio emergencial, o que ajudou nas despesas durante a pandemia. Apesar da profissão não ser regulamentada, é reconhecida como ocupação pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2002. Contudo, nem todas conseguiram. “Que auxílio emergencial? Umas conseguiram, outras não. Eu não consegui. Gasto dinheiro com aluguel, fico linda e, quando finalmente aparece um cliente, me oferece R$ 20 pelo programa. Não vou. Estou custando menos que uma carne do sol? Já estou pensando em voltar para Recife”, disse a pernambucana Agata, amiga de Raquel. “Meu trabalho diminuiu 90%. Antes da pandemia, não ficava 15 minutos parada aqui”, lembra.
Riscos e fome
Segundo dados da Associação das Prostitutas da Bahia (Aprosba), até o final de 2019 Salvador possuía 820 prostitutas cadastradas, sem contar mulheres trans, como Raquel e Agata. Entre elas, quem mais sofre são as que trabalham nas ruas e becos da cidade, o que atinge 85% da classe.
Sem clientes, algumas passam fome. A Aprosba atende todos os dias garotas de programa sem dinheiro para comer ou sustentar os filhos. “Está muito triste. Meu telefone não para de receber ligações de prostitutas precisando comer ou pagar conta. Ajudamos com cestas básicas e auxiliamos, principalmente em 2020, com o cadastramento do auxilio emergencial. Algumas conseguiram, outras não. Muitas nem possuem CPF”, disse a coordenadora da Aprosba, Fátima Medeiros.
Desde a última quarta-feira (31), a Aprosba resolveu parar, assim como outras associações, como a de Minas Gerais. Uma espécie de greve para que estado e prefeitura reconheçam profissionais do sexo como grupo com alta vulnerabilidade nesta pandemia, além de serem inseridas na vacinação contra a covid-19. Contudo, das mulheres que conversaram com o CORREIO, nenhuma aderiu à greve. “Não posso, preciso comer”, disse a garota de programa Luana.
Há 10 anos, Luana se apaixonou, saiu da prostituição, casou e teve três filhos. O final deixou de ser feliz em dezembro de 2020, quando o marido levou uma facada numa briga, foi dar queixa, mas ele próprio acabou sendo preso. Havia um mandado de prisão em seu nome. Marido detido, pandemia, desemprego e três filhos para alimentar. Luana não teve outra saída. “Tentei vender salgado, mas voltava com R$ 10. Meus filhos não tinham mais leite pra beber em casa. Luz cortada, geladeira vazia. Voltei a fazer vida no meio da pandemia. Um sexo oral é mais dinheiro que um dia todo vendendo salgado”.
De volta às ruas, Luana se diz assustada com o risco de contrair covid-19. Para minimizar o perigo, ela criou seus próprios protocolos, com uma exigência: sem beijo na boca. “Me apavoro todo dia com o risco de morrer de covid e deixar meus filhos. Assim que entro no carro do cliente, higienizo as mãos dele com meu álcool em gel. Como eu preciso tirar minha máscara para fazer oral, ele precisa estar o tempo todo com a dele no rosto”, explica. Segundo ela, a tática está dando certo. “Ainda não peguei”, frisa.
Dentro da realidade imposta pela profissão, alguns cuidados são importantes, como prega a Aprosba. Higienizar o local da relação é a primeira medida. Sobre as posições sexuais, vale algumas que evitam o contato face a face. Ter uma muda de roupa para fazer a troca a cada programa também minimiza os riscos. Contudo, o mais importante é evitar o beijo na boca. Como a doença é transmitida pelas vias respiratórias, a máscara se tornou uma espécie de preservativo contra o coronavírus. O problema é que nem todo mundo quer usar.
Foto: Paula Fróes/CORREIO |
“Se o cliente pede para eu beijar, não vou beijar? Claro que vou. Faço tudo, amor. Antes da pandemia, conseguia até R$ 200 por cliente. Hoje com lockdown, depois das 20h quase não passa mais carro aqui na rua e estou aceitando até R$ 100. Se não fizer o que o cliente quer, fico sem trabalhar, morro de fome. Tento me cuidar, evitar beijo na boca, transar de costas, mas se eles pedem, se faz parte do fetiche deles, vou fazer e rezar depois. Preciso comer, pagar aluguel e comprar as coisas que gosto”, disse Bruna, trans de 20 anos, que conversou com o CORREIO despida de máscara e exibindo, com orgulho, os seios volumosos.
Coordenadora do Grupo Gay da Bahia (GGB), a trans Millena Passos assegurou que o momento é crítico para mulheres trans. “Uma prostituta trans que passa dos 35 anos é uma vitoriosa. Poucas chegam a esta idade. Com a pandemia, temo que as coisas fiquem piores. Elas tentam se cuidar, mas é muito difícil. Se não trabalhar, não come. É desolador”, conta Millena. Na última pesquisa do GGB, realizada em 2019, 329 LGBT+ foram vítimas de morte violenta no país, só naquele ano. As profissionais do sexo foram as que mais morreram entre as ocupações: 11,5%. Ainda não foi feita uma pesquisa sobre trans vítimas de covid-19. “Aquela que não pegou covid-19, é porque não está atendendo”, disse Millena.
Garoto de programa, Rafael Zickman fazia inúmeras viagens para participar de festas e programas pelo Brasil. Seu nome era requisitado. Com a pandemia, os trabalhos sumiram. Agora, tenta complementar a renda como motorista de aplicativo. Ele pegou covid-19 em agosto do ano passado. “Rodo Uber para poder me adaptar financeiramente e faço alguns eventos como Stripper, mesmo com esse lockdown. A clientela está com muito medo! Principalmente o público alvo, que são as pessoas mais velhas, entre 35 e 60 anos. Usar máscaras no ato do sexo pode prejudicar nosso trabalho, ninguém quer nada mecânico”, disse Rafael, de 23 anos.
Outra barreira é o toque de recolher. Mesmo com o decreto, elas burlam a fiscalização. “Não dá pra obedecer ao toque de recolher. Quando o chocolate passa (viatura da Rondesp), corremos, entramos nos becos e ficamos escondidas. Tenho um filho e ele não pode passar fome. Preciso me arriscar para ele comer”, disse Carol, de 25 anos.
Foto: Paula Fróes/CORREIO |
Sexo virtual
Para evitar a pandemia e continuar trabalhando, algumas garotas de programa migraram para o mundo virtual. Entre sites especializados e plataformas, o queridinho do momento é o OnlyFans. O mecanismo é simples. O usuário paga para ter acesso a conteúdos exclusivos da pessoa, incluindo os eróticos. O site fica com 20% do lucro.
“Me reinventei. Uma solução foi monetizar o nudes. A gourmetização sexual chegou neste formato de conteúdo sexual, igualzinho a uma acompanhante, só que virtual. Com a chegada do Pix e a pandemia, a busca por conteúdo erótico virtual cresceu muito, até mesmo pelo próprio site de acompanhantes. Onlyfans está na moda. Prefiro fazer chamada de vídeo pelo Zap. Não precisa sair de casa, é só receber o pix e ligar a câmera. É uma forma de evitar a covid, né? ”, disse Taíse, de 20 anos.
A profissão mais antiga do mundo não possui regulamentação no Brasil. Prostitutas não têm direitos trabalhistas, sequer podem sonhar com aposentadoria. No Brasil, apenas dois projetos de lei foram feitos para regulamentar a profissão, incluindo a do ex-deputado Jean Willys, em 2012. Nunca foram votadas. Se serve de alento, nenhuma das Pastoras da Noite desta reportagem teve covid-19, segundo as próprias. Elas permanecem sobrevivendo. “Um coração noturno com gritos de súplica, uma pena de amor, gosto de fome nas bocas de silêncio”, como escreveu Jorge Amado no clássico Pastores da Noite, lançado em 1964 (e que virou filme em 1977).
Informações Correio