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Os ministros não percebem mais que o respeito pela instituição só pode ser conquistado como consequência dos seus atos, da sua seriedade e da sua isenção

Barroso Opinião Pública | O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante a instalação da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, no Palácio do Planalto | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Barroso, em seu discurso mais recente, disse que ‘o STF fez muito bem ao Brasil’ | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 3 de janeiro de 2024)

O presidente do Supremo Tribunal Federal, que parece viver uma paixão tórrida com os microfones, o som da sua própria voz e a celebração das virtudes que imagina ter, virou o mais ativo orador político do Brasil. Não poderia ser assim. Como juiz, ele tem a obrigação de ser juiz — e um juiz não pode passar o tempo todo falando como um animador de auditório na defesa das suas ideias, convicções e interesses. Como o público que lhe paga o salário pode esperar que seja imparcial nas suas sentenças, se está todo dia dizendo que é contra isso e a favor daquilo? Mas aí é que está: no Brasil de hoje o comando da discussão política não está no Congresso Nacional, que foi eleito pelo povo brasileiro, nem entre os governantes que os eleitores puseram nos cargos executivos, mas no STF — que não tem o voto de ninguém. É uma degeneração.

A última homilia do ministro Luís Roberto Barroso mostra, mais uma vez, o quanto o STF afundou na sua própria anomalia. Eles não percebem mais que o respeito pela instituição só pode ser conquistado como consequência dos seus atos, da sua seriedade e da sua isenção. Acham outra coisa: o Supremo só será um grande tribunal se as suas “lideranças” ficarem fazendo elogios a si mesmas. Barroso, em seu discurso mais recente, disse que “o STF fez muito bem ao Brasil” e enumerou as dádivas que nos foram fornecidas por Suas Excelências. Quem teria de falar disso não é ele, e sim os supostos beneficiários das bondades do STF — mas pelos padrões de conduta vigentes hoje neste país a auto louvação é não apenas aceita como aplaudida. Ficamos sabendo, assim, que o STF nos salvou de uma ditadura, venceu o “golpe de Estado” do 8 de janeiro, impediu que a covid destruísse o Brasil etc. etc. Tudo bem: quem quiser acreditar nisso tem o direito de acreditar. O que não está certo é dizer que quem critica o STF são os “bolsonaristas”, e que os “ataques” ao tribunal só acontecem porque suas decisões causam desagrado à certas pessoas.

STF organiza exposição sobre manifestações do 8 de janeiro

É falso. Os que criticam as ações do STF incluem muito mais gente que os “bolsonaristas” — basta verificar, com um mínimo de serenidade, quem são os autores das críticas. Mais que isso, o que se condena no STF não é o teor jurídico das decisões; ninguém ignora o fato de que uma sentença judicial sempre agrada o vencedor e desagrada o perdedor. O problema, e aí o presidente do STF não dá um pio, é que as mulheres de ministros advogam em causas julgadas pelos maridos. Cidadãos estão sendo condenados a até 17 anos de cadeia por terem participado de um quebra-quebra em Brasília — e por terem supostamente praticado, ao mesmo tempo, os crimes de “golpe de Estado” e de “abolição violenta do Estado de Direito”. Um cidadão tem um bate-boca com um dos ministros no Aeroporto de Roma e se vê levado a julgamento no Supremo Tribunal de Justiça do país, no arrastão judicial dos “atos antidemocráticos”. A empresa J&F é dispensada de pagar os R$ 10 bilhões que devia ao Tesouro Nacional, em cumprimento ao acordo que fez para escapar de cinco ações penais por corrupção ativa. As provas materiais de corrupção contra a Odebrecht são declaradas como “imprestáveis” e destruídas.

Nada disso ter alguma coisa a ver com “defesa da democracia”, ou com máscara para covid, ou com “extrema direita” e outras assombrações. Está errado porque é contra a lei. E é por isso, na verdade, que o presidente do STF age todos os dias como chefe de facção política. Não está interessado em Constituição, processo legal e seu dever como juiz. Como ele mesmo diz, quer “fazer História”.

Informações Revista Oeste


Eis que o ano finda, último dia no sertão,
Ciclo superado, na dança da evolução.
Lutas, conquistas, ilusão e desilusão,
Alegrias e felicidades, em 2023, nosso coração.


No último dia do ano, seu Norato, curioso e atento,
Imagina os pedidos dos políticos feirenses, um momento.
Em Feira de Santana, 2023 foi intenso,
Em 2024, pedido de ano novo dos políticos, um baú imenso.


José Ronaldo, ex-prefeito experiente e sagaz,
Seu pedido é conservar as amizades, um ano de paz.
Conquistas antigas, ele valoriza demais,
Em 2024, apenas reacender amizades, o satisfaz.


Colbert Filho, prefeito atual da cidade,
Deseja um ano harmonioso, sem adversidade.
Relações pacíficas entre os poderes, sua vontade,
Em 2024, passa pela sua caneta, a busca da felicidade.


Eremita Mota, presidente da Câmara em destaque,
Quer emoções intensas, um coração de mãe sem vaidade.
Sonha com um filho prefeito ou vice, nesta cidade,
Em 2024, emoções fortes são seu ato de arte.


Pablo Roberto, deputado, espera por mudança,
Novos amores e novidades na esperança.
No coração do povo, ele quer confiança,
Um 2024 diferente, repleto de alternância.


Binho Galinha, deputado novato, mas sábio,
Deseja tranquilidade, não quer o mandato com um fardo.
Que a política não seja uma ameaça em seu navio,
Em 2024, que as conquistas o tragam alívio.


José de Arimatéia, deputado e pastor, sempre abençoado
Pediu um ano de bênçãos, boas surpresas de fato.
Que seus fiéis eleitores o coloquem como fiel da balança, 
Quer novamente ser fator decisivo, na eleição que avança. 


Zé Neto, deputado federal, sonha alto,
Quer um ano novo de verdade, sem assalto.
Que velhas circunstâncias não assombrem seu coração,
E que o hexa seja apenas um grito de torcedor da Seleção.


Seu Norato, depois de viajar na imaginação,
Volta à realidade, à política com atenção.
Que Feira de Santana prospere com dedicação,
E que 2024 traga um futuro de verdadeira ascensão.


Assim se despede a coluna Cordel News,
Em 2024 voltaremos ainda mais “barril”.
Melhores e mais fortes, na rima que concede,
A história continua, na poesia que precede.


(Por: Ordachson Gonçalves)

*O Protagonista FSA


Foto:pixabay

Feliz Natal
Feliz Natal aos bons, aos justos, aos leais, aos que compartem a silenciosa satisfação de uma vida margeada por valores essênciais de nosso exílio humano! Que contem com a proteção divina. Aos que escolhem outras opções, a benevolência da esperança, porque sempre há tempo para mudar! Afinal, somos humanos, demasiadamente humanos!

A vocês, meus companheiros de temporada na terra, tenham certeza que são meu cultivo e escolha, minha especiaria servida como ceia e redenção. Minha veneração pelo que cada um carrega de melhor em si. Sou grato por se ofertarem ao meu tempo, nessa vida! Por isso brindarei, na distância física, com entusiasmados goles de vinho- que nem abstêmio sou- afinal, vocês merecem e a festa é sua, nossa, de quem vier!

Que a vida seja saborosa como a farofa da ceia, alegre como os vagalumes que ornam as ruas com suas luzes piscantes, confortável como abraço de um amor ainda inocente, regeneradora como a voz de um filho dizendo: pai, cheguei!

Que possamos ser saciados sem perder a compreensão com quem tem fome- todas as fomes. Vão em frente porque sempre há tempo para reinvenções. Os sinos de minha celebração dobram por vocês! Andem nas nuvens, abram mares, transformem água em vinho! Acreditem, vocês são capazes de milagres! Já o fazem na minha e em outras vidas! Feliz Natal… ( César Oliveira)


Dos 11 ministros atuais, contando aí a última indicação, 7 foram colocados no Supremo pelo PT

Guzzo | 'O que torna Flávio Dino um dos políticos mais tóxicos do Brasil de hoje é a sua intransigência no combate à liberdade', escreve J. R. Guzzo
‘O que torna Flávio Dino um dos políticos mais tóxicos do Brasil de hoje é a sua intransigência no combate à liberdade’, escreve J. R. Guzzo | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 29 de novembro de 2023)

Os presidentes Lula e Dilma Rousseff, somados, destruíram ao longo dos últimos vinte anos o Supremo Tribunal Federal. Lula, como ficou mais tempo na Presidência, e está de volta a ela, é autor da maior parte da obra. Dos 11 ministros atuais, contando aí a última indicação, sete foram colocados no STF por eles; dos outros quatro, dois são Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o que dá uma ideia de como a coisa acabou ficando. Dilma e Lula nomearam tanto ministro que dois deles já se aposentaram, por terem batido nos 75 anos de idade; um outro morreu. O traço de união entre todos os nomeados é a sua notável falta de saber jurídico, ao contrário do que a Constituição manda fazer. O resultado é que o Brasil não tem mais uma Corte Suprema de Justiça, exigência básica de qualquer democracia séria. Tem uma penca de agentes políticos do governo — que agem unicamente em favor dos seus interesses e deram a si próprios o direito de mudar, eliminar e fazer as leis que realmente valem no país.

A nomeação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a última vaga que foi aberta no STF, é um momento de superação neste processo degenerativo — ele é o mais extremista dos militantes políticos de Lula, foi o pior dos seus ministros até agora e, em oito anos seguidos como governador de Estado, deixou o Maranhão com o pior índice de IDH do Brasil. É um currículo e tanto. Mas o seu pior problema não é a incompetência. Nisso ele segue o padrão Lula de governo, um sistema pelo qual o sujeito sobe na vida através do fracasso — quanto mais prejuízo dá, mais alto chega. O que torna Flávio Dino um dos políticos mais tóxicos do Brasil de hoje é a sua intransigência no combate à liberdade. Ninguém no governo Lula atacou com tanto rancor os direitos individuais e coletivos quanto o ministro da Justiça. Quer a censura na internet. Quer a polícia fazendo repressão política. Quer que os parlamentares da oposição fiquem em silêncio. Diz o tempo todo que a liberdade “tem de ter limites” — o que, em português claro, significa que a liberdade é um vício a ser combatido. Qual a esperança de que o novo ministro do Supremo tome uma decisão a favor da livre expressão do pensamento, ou de qualquer princípio da democracia?

O radicalismo cada vez maior do STF, seus ataques ao Senado e a sua cólera ruidosa contra quem discorda de qualquer decisão tomada pelos ministros, compõem um ambiente ideal para Dino. O STF e seus apêndices absolvem automaticamente traficantes de drogas; inclusive, devolvem os iates, jatinhos e casas de praia que ganharam com o tráfico. Que lugar poderia ser mais adequado para o novo indicado de Lula? Em seu ministério a mulher de um dos chefes mais perigosos do crime organizado foi recebida duas vezes este ano; a culpa foi jogada pelo governo Lula nos jornalistas do Estadão que revelaram a história. Dino debocha do Congresso, ignora as suas convocações e não entrega fitas gravadas pelas câmeras de segurança do ministério. Foi ele que forneceu ao ministro Dias Toffoli a desculpa apresentada para anular todas as provas materiais de corrupção contra a construtora Odebrecht. Que Suprema Corte do planeta tem um ministro assim?

Informações Revista Oeste


O multilateralismo é um eufemismo para antiamericanismo, a causa de inteligentes, como a China, para engabelar bobocas, como o Brasil

Imagem colorida mostra encontro entre Xi Jiping e Joe Biden - Metrópoles

Qual é a importância do Brasil na política internacional? A não ser para basbaques da imprensa nativa, nenhuma. Somos um fazendão com proprietários e capatazes muito toscos, dos quais Lula expressa a média geral de ignorância em praticamente tudo, assim como todos os outros que nos governaram, à exceção de FHC. O que esperar de gente que foge de museu, biblioteca e laboratório? Esperteza em alguns negócios, sim; projeto de país moderno e visão internacional clara, zero.

Seria salutar se reconhecêssemos a nossa insignificância e não levássemos a sério essas invenções saídas da cachola de economistas de bancos e de professores universitários. Uma invenção é o Brics; a outra é o Sul Global.

Dos Brics, os únicos países que realmente importam são a China e a Índia. O mesmo ocorre com o Sul Global. Sem as economias e o poderio militar de ambos, só resta a classe média baixa a que o Brasil pertence. A China já uma superpotência; a Índia não demorará a sê-lo. O Brics e o Sul Global são invenções que servem principalmente à China, com a Índia tirando a sua casquinha. 

É ótimo para os chineses vender a ideia de que eles fazem parte de um grupo de nações com a aspiração de mudar a correlação de forças — estou soando marxista — em uma realidade que já não comportaria mais a hegemonia dos Estados Unidos, patati, patatá. Parece mais legítimo perseguir o seu objetivo desse modo, com o discurso do multilateralismo.

O multilateralismo é uma balela, um eufemismo para antiamericanismo,  a não-causa de que os inteligentes lançam mão para engabelar os bobocas e fazê-los de fantoches. A China só está interessada nela própria, em expandir a sua influência em todos os continentes. Veja-se o encontro entre Xi Jiping e Joe Biden, que ocorreu nesta semana, em São Franciso. Eles decidiram retomar os contatos diretos entre os respectivos comandos militares, interrompidos desde a última crise em torno da independência de Taiwan, e amainar a guerra comercial entre os dois países responsáveis por cerca de 40% do PIB mundial. Estava ruim para ambos, mas em especial para a China.

Enquanto Lula acredita na historieta de que a China está prestes a desbancar o dólar como a moeda dominante nas trocas internacionais e de que os Estados Unidos experimentam declínio irreversível, a China corre atrás de investimentos americanos, que diminuíram drasticamente nos últimos anos. Dólares, portanto.

Xi Jinping precisa de dólares para readquirir o ritmo de crescimento pré-pandemia e, assim, interromper a grave crise no setor imobiliário, fundamental na economia chinesa, bem como gerar empregos para milhões de jovens qualificados que estão desocupados e sem perspectivas. Também precisa que os Estados Unidos voltem a exportar tecnologia de ponta, sem a qual a indústria da China perde competitividade.

As relações entre China e Estados Unidos serão sempre tensas, ora mais, ora menos, como é natural que aconteça entre duas superpotências. Mas, à diferença do que ocorria com os russos, que nunca tiveram uma grande economia, emparedados pelo socialismo e pela a sua incompetência atávica, há vários interesses mútuos em jogo nas relações comerciais e financeiras de Pequim e Washington. Quando visitei a China, já faz 15 anos, impressionou-me o grau de interdependência com os Estados Unidos.

De lá para cá, essa interdependência aumentou exponencialmente. Em 2022, o comércio bilateral de chineses e  americanos, mesmo abalado pelas relações diplomáticas difíceis e por um contexto pós-Covid complicado, chegou a US$ 760 bilhões de dólares. Para se ter ideia, as exportações e importações entre China e Brasil atingiram US$ 150,5 bilhões no período. E mais: quase 80% do que as empresas americanas instaladas na China produzem é destinado ao mercado interno chinês.

Ninguém em Washington ignora como Pequim utiliza espertamente o Brics e o Sul Global para firmar-se como o outro protagonista em uma ordem bipolar, não multilateral. A frase dita por Xi Jiping a Joe Biden não poderia ser mais reveladora: “O mundo é grande o suficiente para que ambos os nossos países tenham sucesso”. O fazendão de Lula e assemelhados não tem a menor importância e poderia deixar de fazer papel de fantoche de chinês nas relações internacionais.

Informações Metrópoles

Artigo: A guerra da desinformação
17 de Novembro de 2023

Imagem: Forças de Defesa de Isra

As mortes de inocentes devem ser lamentadas e condenadas, sejam de israelenses ou de palestinos. As guerras são sempre tristes, porque vidas humanas são perdidas e famílias destroçadas. Compreender a realidade é o único caminho para a solução do conflito. Para isso, a informação desempenha um papel fundamental.

Até quinta-feira, as operações provocadas pelos mais recentes atos terroristas do Hamas haviam resultado na morte de 51 soldados israelenses. Além deles, mil e quatrocentos inocentes foram assassinados e outros duzentos sequestrados. Seus nomes e fotos continuam sendo publicados pelos jornais israelenses e mundo afora.

Do outro lado, em nenhum momento o Hamas divulga quantos de seus combatentes foram mortos nos confrontos. Se comporta como se eles não existissem. De fato, o que ocorre na Faixa de Gaza é uma guerra entre um exército e um grupo terrorista fortemente armado, que usa sua população como escudo e que se orgulha de ter disparado contra alvos civis em Israel, em um único dia, mais de 5 mil mísseis. Nessa guerra, o Hamas não é vítima. É agressor. O Hamas não representa as legítimas aspirações do povo palestino. Financiado pelo Irã e por outras ditaduras, o grupo terrorista despejou milhões de dólares em armas sofisticadas, com o objetivo de destruir a única democracia do Oriente Médio. Um cálculo simples permite afirmar que, se essa fortuna tivesse sido investida em educação, saúde e infraestrutura, os problemas humanitários da Faixa de Gaza já estariam resolvidos há décadas. Mas a paz não interessa ao Hamas, que usa a mentira para enganar e para camuflar seus objetivos antidemocráticos.

A desinformação, definitivamente, passou a ser uma arma poderosa. Pode ser definida como “a utilização das técnicas de comunicação para induzir a erro ou dar uma falsa imagem da realidade, mediante a supressão ou ocultação de informações, minimização da sua importância ou modificação do seu sentido”. Nisso, o Hamas, que se esconde sobre o falso manto da resistência e da vitimização, é extremamente eficiente.

Não apenas nesse caso, mas em outros tantos usos indevidos de dados e de palavras. Uma delas é ?genocídio?. Basta olhar para os números do crescimento da população palestina nas últimas décadas para compreender que não existe nada sequer parecido com um extermínio em massa naquela região. Insisto: não se trata aqui de minimizar, justificar ou relativizar as mortes de inocentes. Ao contrário. Por respeito à memória dos que se foram, a dor alheia não pode ser pretexto para mentir. O uso inadequado da palavra genocídio nada mais é do que uma tentativa de comparar o extermínio de seis milhões de judeus pelos nazistas com as tristes consequências de um conflito armado que não foi iniciado por Israel.

Hoje, o campo de batalha ultrapassou as fronteiras do Oriente Médio. As redes sociais criaram um espaço no qual qualquer pessoa pode, além de opinar sobre a guerra, participar dela. Enquanto isso, a desinformação segue fazendo vítimas. Dar o mesmo peso de credibilidade para as informações vindas de um país democrático e para as mentiras de um grupo terrorista pode ser qualquer coisa, menos equilíbrio e isenção. As maiores democracias do mundo já se deram conta da ameaça representada pelo Hamas e por seus aliados. Enquanto isso, no Brasil, o oportunismo político tenta equiparar o terrorismo à reação de uma democracia, que luta pelo seu direito a existir. Me inspiro em um pensamento do escritor e teólogo norte-americano James Freeman Clarke para afirmar: quem comete esse erro, com certeza, está mais preocupado com a próxima eleição do que com a próxima geração.

*Claudio Lottenberg é Presidente da Confederação Israelita do Brasil

Informações UOL

Artigo: Surtos de negacionismo
30 de Outubro de 2023

Por J.R Guzzo para Revista Oeste

Lula e a esquerda, desde o seu primeiro dia no governo, têm tomado medidas que vão contra os desejos da população. Agora ficam contra Israel, quando 80% dos brasileiros são a favor

Membros da Brigada Al-Quds, braço militar do movimento Jihad Islâmica na Palestina, durante desfile militar da unidade de mísseis, na cidade de Gaza (15/10/2021) | Foto: Anas-Mohammed/Shutterstock

Vamos tentar entender, sem nenhum investimento mental complicado, o que está acontecendo com a “prisão a céu aberto” ou o “campo de concentração” que, segundo a esquerda brasileira e mundial, Israel criou para manter “a Palestina” submetida a condições de vida desumanas. Os fatos, aqui, podem ser entendidos até por um analfabeto. A Comunidade Europeia deu de presente aos moradores da Faixa de Gaza canos de esgoto para ajudar na melhoria das condições sanitárias locais — um horror que poderia lembrar a Belém do Pará da família Barbalho, e que tem sido uma das mais exaltadas denúncias da mídia contra Israel. As tubulações doadas pela Europa, porém, não criaram esgotos em Gaza. Foram transformadas pelos terroristas do Hamas em foguetes caseiros que são lançados regularmente contra Israel. Os mísseis-encanamento não são grande coisa; vivem explodindo em cima dos próprios terroristas, erram o alvo e até agora não renderam um palmo de território para a “Palestina”. Mas isso não é culpa de Israel. Quem está transformando encanamento em foguete de guerra é o Hamas; são eles que conseguem, com isso, ficar sem o esgoto e sem os mísseis.

Essas são as realidades, sem um grama de exagero, como se vê no vídeo que ilustra este texto, divulgado pelo próprio Hamas. Honestamente, então: o que o governo Lula, o PT e os militantes da “causa palestina” sugerem que Israel faça para que haja condições de vida um pouco mais dignas para a população de Gaza? Não dá para pedir que ele mesmo, Israel, faça a doação dos canos que a Europa forneceu e que viraram foguete. Não dá, também, para abrir sua fronteira aos 2 milhões de moradores de Gaza e acabar com a “prisão a céu aberto” — não quando o programa oficial do Hamas exige que esses mesmos 2 milhões entrem no território judeu e se dediquem, ali, à destruição física do Estado de Israel. Não dá, enfim, para melhorar em nada o “campo de concentração” se a ditadura que manda nesse campo faz questão de impedir o mínimo de conforto para os que estão presos lá dentro. Não deixa que haja rede de esgoto. Não deixa que escolas e hospitais funcionem como escolas e hospitais; servem de escudo humano para a tropa do Hamas. Não aceita em nenhuma hipótese a convivência em paz com Israel, nem os benefícios que poderiam vir da vizinhança produtiva com um país onde o PIB per capita é de US$ 52 mil por ano, ante os US$ 3,8 mil da Faixa de Gaza. O país rico, Israel, aceita a existência do país pobre, a Palestina. A Palestina não aceita a existência de Israel.

Vista geral das casas e edifícios palestinos no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza (16/10/2019) | Foto: Abed Rahim Khatib/Shutterstock

Adianta dizer qualquer coisa dessas para Lula, Janja ou os comentaristas da Rede Globo? Não adianta nada. Nem para eles nem para o ecossistema de fanáticos, gente mal-intencionada e simples idiotas no qual se movimenta a esquerda nacional e importada. Para todos eles, fatos jamais podem atrapalhar interesses, desejos ou crenças pessoais. Fatos obrigam a pensar. Pensar dá trabalho. Também pode ser arriscado: o sujeito está de boa, seguro com o que acha do mundo, e de repente se vê incomodado porque inventou de pensar. Talvez corra o risco, aí, de mudar de ideia — e mudar de ideia, sobre a Palestina ou qualquer outra coisa, é para eles uma das duas ou três piores desgraças que podem acontecer com um ser vivo. É muito mais confortável acreditar que as coisas são como você decidiu que elas devem ser, do que aceitar a possibilidade de que exista algo diferente. Colocam-se, assim, os circuitos cerebrais em férias permanentes — e a consciência em modo silencioso, ou desativado. É o caso da presente ideia fixa de Lula, do PT e da maior parte da mídia para apagar a selvagem chacina do Hamas contra Israel e salvar os palestinos, como dizem, da “prisão a céu aberto” e do “campo de concentração” em que vivem — fora os “crimes de guerra” cometidos pelo governo israelense na legítima defesa de seu território e das vidas dos seus cidadãos.

Na hora em que teria de mostrar coragem, independência e firmeza moral, revela-se um homem fraco, vacilante, com medo de ofender as ditaduras que praticam crimes e, sobretudo, incapaz de produzir uma única ideia original, criativa ou simplesmente útil

Nas fantasias que criaram com a recusa em admitir a existência de fatos materialmente provados, Lula e o seu governo estão, mais uma vez, em pleno surto de negacionismo. É a coisa de sempre. Não houve corrupção nos governos Lula-Dilma; foi a maior roubalheira da história nacional, mas não aconteceu. Lula não foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Não há nada de errado em condenar a até 17 anos de prisão pessoas que quebraram vidraças — ou nem isso. Não houve uma derrota na proposta de centro acadêmico que o Brasil apresentou na ONU, e que só poderia acabar vetada, como foi. Não foram cometidos contra os judeus os piores crimes desde o Holocausto nazista; segundo Lula, e olhem que ele foi o mais moderado em seu próprio governo, houve apenas atos de “terrorismo”, sem autores. Em seu último pronunciamento a respeito, com a mulher ao lado lhe passando um bilhetinho por escrito, denunciou com indignação a “insanidade”. Insanidade de quem? O presidente não disse. Pelo cheiro da brilhantina, insano é Israel — o governo Lula, desde o massacre de 1,4 mil civis cometido pelo Hamas, não fez outra coisa que não fosse condenar a reação aos crimes e o consequente sofrimento de civis na Faixa de Gaza. A presidente do PT, a propósito, diz em nota oficial do partido que Israel está praticando “genocídio” contra a população palestina. 

Foi um desempenho miserável para quem pretende, segundo ele próprio e os jornalistas que servem no seu departamento de propaganda, ganhar o Prêmio Nobel da Paz. A contribuição de Lula para a paz mundial, até agora, tinha sido dizer que a Ucrânia é parcialmente responsável pela invasão do seu próprio território. Agora, quando acontece um terremoto de dimensões históricas como o ataque terrorista contra Israel, o candidato ao Nobel se comporta da pior maneira possível. Na hora em que teria de mostrar coragem, independência e firmeza moral, revela-se um homem fraco, vacilante, com medo de ofender as ditaduras que praticam crimes e, sobretudo, incapaz de produzir uma única ideia original, criativa ou simplesmente útil. Segundo imagina, e de acordo com os “especialistas” em política brasileira e internacional, estaria sendo esperto, ou habilidoso, ao puxar-o-saco do “mundo muçulmano”. Pode evitar a cólera do Irã, do Hamas e das organizações criminosas que encantam a esquerda por serem contra “os Estados Unidos”, as democracias e a liberdade. Mas é pouco provável que essa “moderação” pró-terrorismo tenha apoio popular de verdade no próprio país que preside. Num levantamento de opinião encomendado pela CNN, e com base em 10 milhões de mensagens sobre o conflito, 78% dos brasileiros se manifestaram a favor de Israel. Em outra pesquisa, de O Estado de S. Paulo, 84% dos entrevistados dizem que o Brasil deveria ficar do lado de Israel — e quase 90% acham que teria de condenar o Hamas como movimento terrorista. Não dá para ter nenhuma dúvida sobre de que lado a população brasileira está. Fica evidente, também, que o povo defende exatamente o oposto do que o governo Lula está fazendo. 

Membros palestinos das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do movimento Hamas, durante uma patrulha em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza (26/1/2020) | Foto: Abed Rahim Khatib/Shutterstock

É uma demonstração a mais de que o Sistema L faz questão de continuar trancado na cápsula extraterrestre na qual se enfiou desde antes da eleição — e onde não existe povo, não existe Brasil e o oxigênio é fornecido unicamente pelo binômio STF-TSE. A última nota do PT sobre a agressão do Hamas diz que Israel, neste momento, está cometendo “um conjunto de crimes de guerra”. O PT exige, como resposta ao massacre do Hamas, um “cessar fogo”. O que adianta, aí, dizer que o partido condena os atos de violência contra os civis, “vindos de onde vierem”? Não é diferente, na prática, do manifesto de um partido-anão de extrema esquerda que, segundo afirma o seu presidente, não pode “aceitar” que se chame de terrorismo “atos de resistência do povo palestino” — ou seja, assassinar bebês de colo, estuprar mulheres em público e sequestrar 200 civis israelenses para fins de extorsão são atos legítimos de “resistência”. Depois de apresentar como fato real a destruição de “um hospital” em Gaza por parte de Israel, a maioria da imprensa passou a dizer que há “duas versões” — e continua assim, mesmo depois de ficar provado tecnicamente que a explosão foi causada por um foguete lançado do próprio território de Gaza. Um programa de televisão, depois de dizer que Israel estava atirando bombas “a ermo” contra a população civil, exigiu que os Estados Unidos explicassem o que significa “direito de autodefesa” — e por aí se vai.

Lula e a esquerda, desde o seu primeiro dia no governo, têm tomado medidas que vão sistematicamente contra os desejos expressos da população. Impuseram de volta o pagamento obrigatório do “imposto sindical” — que os brasileiros jamais quiseram pagar durante os sete anos em que foi voluntário, por lei aprovada no Congresso Nacional. São a favor do aborto. São a favor da “descriminalização da maconha” — e da criminalização da liberdade nas redes sociais. São a favor do esvaziamento relativo das prisões. Agora ficam contra Israel quando 80% da população é a favor. Estão convencidos de que não precisam do povo brasileiro.

Informações Revista Oeste


Terrorista Hamas
Terrorista do Hamas no estacionamento do festival de música | Foto: Reprodução/Twitter

(*) Bernardo Santoro para Revista Oeste

Com o mundo em choque pelos aberrantes atos praticados pelo Hamas contra civis israelenses, essa tragédia tem especial repercussão no Brasil. O palco da principal chacina ocorrida foi numa festa rave organizada pela família do DJ brasileiro Alok, chamada “universo paralello”.

Ironia das ironias, estamos vivendo neste país, de fato, um universo paralelo onde as coisas não são chamadas pelo que elas são, especialmente pela imprensa pátria.

De acordo com a teoria da linguagem, os conceitos que exprimem o significado de cada palavra são criados e compreendidos através de um processo complexo que envolve a cognição, a experiência sensorial, a cultura e a interação social. Por mais que um indivíduo tenha uma relação pessoal com as palavras e seus significados, seja por experiência sensorial, abstração racional, contexto ou associatividade, para a formação geral do sentido da palavra, é necessária uma convenção linguística, ainda que natural, com a sociedade definindo e aceitando o significado por meio de acordos culturais. A linguagem não é dada, é construída, e dentro de um processo mais social do que individual.

Vivemos em tempos de alta polarização e retórica inflamada, especialmente no cenário político. Uma tendência que tem se intensificado nos últimos anos é o uso de rótulos carregados de significado para descrever atos e pessoas, muitas vezes de maneira imprecisa e desproporcional, com fins de confundir e distorcer a realidade presente, em especial com os termos “genocida” e “terrorista”, ignorando a construção social em prol de significados que são particulares apenas para um determinado grupo politicamente enviesado.

O Hamas é, por definição de Convenção internacional, um grupo genocida

O título “genocida” tem sido frequentemente utilizado pela esquerda brasileira, seja políticos ou imprensa, para descrever o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro. É uma alegação extremamente séria e controversa. O termo “genocídio” é definido pela Convenção de 1948 para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio como atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Enquadrar um ex-presidente como genocida exige uma base factual sólida, demonstrando que ele realizou tais atos com a intenção de causar destruição em massa de um grupo específico.

A alegação base desse grupo social é a de que ele teria sido contrário à vacinação durante a crise sanitária da COVID. Ainda que partíssemos desse pressuposto, que é um ponto controverso, a mera postura pessoal de um então presidente contra o uso e aplicação de determinadas vacinas em favor de medicamentos com eficácia duvidosa não é causa suficiente para enquadrá-lo no crime de genocídio. Não ocorre subsunção do fato realizado ao tipo penal descrito na Convenção, ainda mais em um cenário onde vacinas, de todos os tipos e empresas, foram compradas e aplicadas em tempo recorde.

A utilização desse termo sem fundamentação compromete a seriedade do debate político e enfraquece a luta contra o genocídio real, tais como os promovidos pelos membros do Hamas contra a população israelense. Matar mais de mil pessoas, apenas e tão somente motivados pelo fato de esse grupo ter como característica étnica ser judeu e característica nacional de israelense se subsume perfeitamente ao artigo segundo da Convenção contra o Genocídio.

O Hamas é, por definição de convenção internacional, um grupo genocida. Esse adjetivo já tendo sido reconhecido por muitos países importantes, como EUA, Canadá e membros da União Europeia, mas não o Brasil.

Outro exemplo bizarro é a aplicação do termo “terrorista” para descrever os elementos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. De acordo com a Resolução 1566 (2004) do Conselho de Segurança da ONU, terrorismo é definido como “atos criminosos destinados a provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou em determinadas pessoas a fim de intimidar uma população ou obrigar um governo ou uma organização internacional a fazer algo, ou a se abster de agir”. Quando a esquerda brasileira, dentro e fora da mídia tradicional, rotula os atos de 8 de janeiro como terrorismo, está banalizando o termo e o desvirtuando de sua real gravidade. A mídia se recusa a aplicar o apropriado termo de terrorista ao que eles chamam de “combatentes” do Hamas, esses sim causando terror com assassinatos, degolas de bebês, estupros de mulheres de todas as idades e várias outras atrocidades, enquanto usa esse rótulo para pessoas que nada disso fizeram.

Não pode haver condenação quando os meios dispostos para a prática do crime não são hábeis para o fim descrito no tipo penal.

A justiça brasileira, através do Supremo Tribunal Federal, com ministros embebidos nas suas próprias vaidades e no fato de terem, de fato, sido vítimas de crime de dano, ultrapassa o tipo penal cometido pelos manifestantes para aplicar a eles os crimes de “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” (art. 359-L) e “golpe de Estado” (art.359-M). Ambos estão insculpidos no Código Penal brasileiro, reforçando o mau uso de expressões muito graves com condenações fora do padrão legal.

A mais clara manifestação da imprecisão e da parcialidade do julgamento se dá nos arroubos do ministro Alexandre de Moraes ao tentar enquadrar o ministro André Mendonça ao dizer que “o plenário do STF foi destruído”, ou quando admoesta o ministro Kassio Nunes ao dizer que “a cadeira dele foi parar na praça”, chantageando emocionalmente julgadores que deveriam trabalhar tão somente com a razão.

Resta clara e correta a tese de Kassio Nunes de crime impossível. Ou seja: não pode haver condenação quando os meios dispostos para a prática do crime não são hábeis para o fim descrito no tipo penal. Se cidadãos desarmados não podem abolir violentamente o Estado Democrático de Direito e praticar golpe de Estado, então somente no direito do universo paralelo é que essas condenações têm procedência constitucional e legal.

Chamar danificadores de patrimônio público de “terroristas” e, pior, condená-los por subversão, sem evidência clara de motivação terrorista, enquanto o governo brasileiro se recusa a declarar o Hamas, esse sim, como grupo terrorista, é uma evidente seletividade política fruto de um enviesamento ideológico, ou mesmo questões de cunho pessoal. Isso não deveria acontecer em um Estado Democrático de Direito onde o império da lei deve prevalecer sobre as vontades pessoais.

Mas o que se esperar de um presidente que, ao ser eleito, teve congratulações oficialmente expressas por esse grupo terrorista? Sem contar que, em 2010, no segundo mandato de Lula, esse movimento palestino recebeu “ajuda internacional” milionária vinda do governo brasileiro.

Para sairmos do universo paralelo em que nos encontramos, é fundamental que chamemos as coisas pelo que elas são com base em fatos e nas convenções sociais, evitando generalizações simplistas e rótulos carregados de emoção. Devemos buscar uma discussão construtiva que promova a compreensão, o respeito pelos direitos humanos, a solução pacífica de conflitos e, se for o caso, administrar conflitos de guerra sempre dentro dos parâmetros da Convenção de Genebra.

Assim, quem sabe, a “passada de pano” feita por movimentos, pensadores e mídias de esquerda a genocídios praticados por grupos terroristas, como no caso do Hamas no “universo paralelo”, nunca mais venha a ocorrer no nosso universo real, feito de pessoas reais, que sofrem e morrem de verdade como vítimas nas mãos desses seres monstruosos.

Bernardo Santoro é cientista político e advogado, mestre e doutorando em Direito. É Conselheiro do Instituto Liberal e sócio do Escritório SMBM Advogados

Artigo: O veneno antissemita
22 de Outubro de 2023

A esquerda mundial, como o PT, se uniu para acusar Israel de ter reagido aos atos de barbárie que sofreu

Manifestantes fazem ato pró-Palestina, na Cinelândia, no Rio de Janeiro (19/10/2023) | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os judeus são “o câncer da humanidade”, escreveu um militante do movimento de apoio à “Palestina” e à eliminação do Estado de Israel. “Já foi tarde”, comentou a palestrante de uma “aula pública” na Universidade de São Paulo ao dar sua opinião sobre o assassinato da jovem brasileira Bruna Valeanu, de origem judaica, na chacina terrorista contra Israel. “Nenhum judeu, em nenhum lugar do mundo, vai estar seguro a partir de agora”, ameaçou um comentarista de noticiário sobre o ataque terrorista que matou 1,4 mil civis israelenses até agora — incluindo a decapitação de bebês, o sequestro de inocentes, estupros em massa e tortura pública. Fazendo sua análise sobre esses fatos, um blogue da extrema esquerda lulista escreveu: “Não importa a cor dos gatos, o que importa é que cacem os ratos”. Eis aí, sem nenhum disfarce e sem nenhuma preocupação com as leis que proíbem o ódio racial no Brasil, os judeus sendo chamados de “câncer”, de “ratos” e de inimigos públicos a serem exterminados — o quanto antes melhor, como diz a palestrante da USP. Há uma palavra que descreve com exatidão isso tudo: “antissemitismo”, ou o ódio aos judeus pelo fato de serem judeus. Antes da atual “causa palestina”, foi a marca mais perversa da ditadura nazista na Alemanha.

Você não ouviu nenhuma observação, de crítica ou de simples registro, sobre a erupção de antissemitismo explícito no Brasil que acompanhou desde o primeiro momento a agressão terrorista do Hamas, a organização criminosa que controla o território de Gaza, na fronteira com Israel. É claro que não: é proibido utilizar a palavra “antissemitismo” na mídia, na vida pública e na esfera intelectual brasileiras de hoje. Desde que o ódio aos judeus emigrou da extrema direita para a esquerda, os antissemitas e os seus simpatizantes passaram a praticar o antissemitismo nazista de sempre dizendo que defendem a “causa palestina” — ou que são apenas “antissionistas”. Sustentam que o Estado de Israel não tem o direito de existir. Dizem que o seu governo pratica o “apartheid” racista, embora todos os muçulmanos israelenses sejam cidadãos plenos e tenham os mesmos direitos dos judeus. Israel é “terrorista”, “colonialista” e comete “crimes contra a humanidade” nos territórios “ocupados” — e por aí afora. É um alvará universal que autoriza o antissemita brasileiro, dos pontos de vista social, político e moral, a cometer o delito de discriminação racial antijudaica sem correr nenhum risco.

O sonho proibido da esquerda

O antissemitismo é o sonho proibido da esquerda brasileira. Querem odiar os judeus, mas não podem dizer que odeiam, e nem podem odiar em público — comportam-se, na vida prática, como nazistas, mas querem ficar no “campo progressista”. A “causa palestina”, aí, é o disfarce ideal. Permite que o sujeito chame os judeus de “câncer” e de “ratos”, ao mesmo tempo em que se exibe como combatente de esquerda, intelectual civilizado e devoto do presidente Lula. Permite que se escandalize com a “morte de civis” em Gaza, nos bombardeios de Israel para reagir aos terroristas que acabam de cometer o pior massacre em seu território desde os grupos de extermínio de judeus na Alemanha de Hitler. Mas o horror, para ele, fica limitado à Gaza. Para o antissemita brasileiro não há civis em Israel; só na “Palestina”. Permite que se acusem os judeus de “crimes de guerra”, de “crise humanitária” e de “genocídio”, ao agirem em legítima defesa de suas vidas e do seu país. Permite dizerem, com teores extremos de indignação, que Israel não poderia reagir ao ataque selvagem que sofreu do Hamas; tem de “negociar”, ou algo assim, e ficar esperando o próximo massacre.

Quer ser antissemita e escrever em jornal, fazer conferência na Fundação Getulio Vargas e falar na Rede Globo? Diga que você é “antissionista” — e estará liberado para praticar o seu racismo em público e com toda a segurança

Como em outros comportamentos politicamente patológicos, o racismo antissemita no Brasil de 2023 usa as ferramentas clássicas da falsificação dos fatos e dos argumentos sem base racional para se exibir sob a máscara da ação política legítima. Uma das acusações mais repetidas nas redes sociais, na mídia e na militância de esquerda, por exemplo, é que Israel pratica o “genocídio” contra o “povo palestino” — o assassinato de bebês, por esse entendimento, seria a reação natural dos “oprimidos” contra os “opressores”. O problema, aí, não é só a demência da justificativa. Além disso, existe a ofensa à realidade — como Israel poderia estar cometendo genocídio se a população palestina era de 750 mil pessoas quando o Estado israelita foi fundado, e hoje é de 4 milhões? Se há genocídio, por que estão todos vivos? É o único caso na história humana em que a população exterminada aumenta, em vez de sumir. Virou uma palavra de ordem, também, dizer que a Faixa de Gaza é uma “prisão aberta”, porque Israel não permite que os moradores locais entrem livremente no seu território. Existe algum país de fronteira aberta — sobretudo para terroristas que têm como objetivo oficial a destruição física desse mesmo país?

Com a mesma qualidade de raciocínio acusa-se Israel de cortar a energia elétrica, a água corrente e a entrada de alimentos em Gaza, como medida de reação contra o Hamas. Se cortou é porque fornecia isso tudo até agora — e se fornecia, onde está o tratamento desumano em relação aos “palestinos”? Quem se dispõe, num conflito armado, a oferecer meios de subsistência ao inimigo e agressor? Alguém reclamou, entre os que denunciam Israel, dos bombardeios russos contra as centrais elétricas da Ucrânia? Em nenhum momento, na presente onda de antissemitismo humanitário no Brasil, foi observado que Israel só atacou a Faixa de Gaza porque foi atacado; nenhum “civil palestino” seria morto se o Hamas não tivesse cometido os assassinatos em massa que cometeu. Há indignação contra os mísseis que atingem escolas ou hospitais, mas não se diz que os terroristas montam ali as suas centrais de operação — justo para permitir que se acuse Israel, na sua resposta à agressão, de atingir escolas e hospitais. Denuncia-se que a maioria dos moradores de Gaza vive na miséria, por culpa dos judeus; não se diz que 80% da população local não trabalha, e não trabalha porque o Hamas impede que haja qualquer tipo de atividade econômica na região. Existe no mundo alguém disposto a investir na Faixa de Gaza?

A esquerda se refere ao Hamas como se o grupo fosse o governo legal da “Palestina”. É objetivamente falso. O Hamas só representa a si mesmo, ou a seus chefes — tomou o controle pela violência, em 2007, jamais permitiu uma eleição depois disso e usa o crime sistemático para mandar em Gaza, como se fosse uma quadrilha de favela. Não há oposição, nem direitos civis; os adversários políticos são presos e torturados. O Hamas fica com todas as verbas, em dólar, de ajuda internacional aos “palestinos”. Fica, também, com todo o material médico, os alimentos e demais recursos do apoio humanitário à região; vende em benefício direto dos chefes, ou então distribui à conta-gotas para os que obedecem às suas ordens. A corrupção em Gaza é considerada uma das piores do mundo subdesenvolvido — mas dizer isso, ou lembrar que Israel é a única democracia de toda a região, vale acusações automáticas de “sionismo”. Essa, por sinal, é outra palavra-chave nos sistemas de pensamento do antijudaísmo brasileiro. Quer ser antissemita e escrever em jornal, fazer conferência na Fundação Getulio Vargas e falar na Rede Globo? Diga que você é “antissionista” — e estará liberado para praticar o seu racismo em público e com toda a segurança.

Pichação de Estrela de Davi na entrada de um prédio em Berlim, na Alemanha | Foto: Reprodução/X
Boicote antissemita em Berlim, na Alemanha, em 1º de abril de 1933. Um soldado de choque nazista está ao lado de um cartaz, postado na loja judaica Tietz, que diz: “Alemães, defendam-se, não comprem dos judeus” | Foto: Everett Collection/Shutterstock.

A epidemia de antissemitismo que saiu agressivamente do armário com os ataques terroristas a Israel não pode ser descrita como uma expressão da vontade popular no Brasil. Não rende voto; não faz parte das preocupações normais da população brasileira, não é levada a sério por quem precisa trabalhar e não mobilizou mais do que 150 militantes do MST, ou coisas parecidas, na única manifestação de rua “pró-Palestina” que fizeram até agora. Trata-se, mais do que qualquer outra coisa, de uma doença privativa do baixo clero da elite nacional — professores de universidade, grêmios estudantis, jornalistas, simuladores de conhecimento, influencers e mais do mesmo. Há, é claro, o PT, que até hoje não conseguiu condenar as ações terroristas do Hamas; mas aí é coisa que está no DNA do partido, dos seus serviços de apoio e do presidente Lula, e não há como ser diferente. O foco principal de infecção está na universidade, e mais nos professores do que nos alunos. “O que acontece na região de Israel e Palestina é brutal”, escreve um comunicado do Diretório Central dos Estudantes da PUC do Rio de Janeiro. “A opressão do estado [assim mesmo, com “e” minúsculo] de Israel, apoiado pelo Bolsonaro, sobre o povo palestino acontece a anos [assim, mesmo, em vez de “há”], promovendo assassinatos, prisões, invasões de casas, roubos de terras e outros crimes de violação dos direitos humanos.” É esse o nível, e é esse o pensamento da maioria dos centros acadêmicos brasileiros; para eles, não houve os crimes do Hamas, e Israel é um país que não existe.

O problema é que o nível dos textos que os professores escreveram a respeito da questão, ou expuseram nas salas de aula, não é muito melhor do que isso. “Tecnicamente, Israel viola todas as normas possíveis do direito humanitário”, escreveu um professor que dá aulas numa faculdade tida como top de linha em São Paulo — num manifesto que poderia servir de síntese para o que a maior parte da universidade brasileira está pensando neste momento. “Os governantes e militares israelenses são criminosos de guerra e culpados de crimes contra a humanidade inclusive aquele de apartheid.” O professor diz que o “conceito técnico” de terrorismo “não existe”. Argumenta que, se o Hamas é chamado de organização terrorista, a definição correta para Israel seria “estado terrorista”; seus governantes também deveriam ser descritos como “terroristas”. Fala na “motivação” do Hamas para seus ataques contra bebês, crianças, mulheres e gente indefesa em Israel. Afirma que “é verdade” o que o Hamas diz. “A verdade pode não justificar o ataque”, escreveu, “mas não deixa de ser verdade”. Alunos da faculdade pediram que a sua direção, pelo menos, comunicasse ao público que o artigo do professor não representa a opinião da escola. Não receberam resposta. O surto de antissemitismo que se espalhou com a agressão terrorista a Israel, obviamente, está longe de se limitar ao Brasil; em outros países, aliás, é muito mais perverso do que aqui. Na Alemanha foram colocadas estrelas de David na porta de lojas operadas por judeus — uma repetição das sinistras estrelas amarelas que a Gestapo colava nas fachadas da Alemanha nazista, para indicar que aquele estabelecimento podia ser depredado sem riscos. A Universidade de Harvard e suas congêneres viraram quartéis-generais do Hamas — estão, agora, ameaçadas de perder parte das doações que recebem, por prática de antissemitismo declarado. A esquerda mundial, como o PT, se uniu para acusar Israel de ter reagido aos atos de barbárie que sofreu. Mas o Brasil, que sempre esteve distante do ódio ao povo israelita, se vê empurrado cada vez mais para a fogueira antissemita. É de graça, e tem a benção silenciosa do governo, suas polícias e seus tribunais. Da mesma forma como não houve, em mais de quatro anos de inquérito sobre as “fake news”, nenhum indiciado de esquerda, não há, em 15 dias de manifestações públicas de antissemitismo, nenhum gesto de reação, por mínimo que seja, por parte de qualquer autoridade. Não há surpresa, assim, que uma militante do “Partido Comunista Operário” tenha escrito nas redes sociais, sem nenhuma restrição: “Toda a violência perpetrada pelo Hamas é justificada”. São os argumentos que a esquerda, com o apoio ativo ou passivo do centro-democrático-liberal-civilizado-equilibrado-etc. tem para apresentar. Não é uma novidade. O doutor Goebbels também tinha argumentos.

Judeus húngaros depois de desembarcarem dos trens em Auschwitz II, na Polônia ocupada, em maio de 1944. Os que eram enviados para a direita iam para os campos de trabalho forçado; os que iam para a esquerda eram assassinados nas câmaras de gás. Os prisioneiros do campo são visíveis em seus uniformes listrados | Foto: Wikimedia Commons

Informações Revista Oeste


Um grupo de Feira de Santana, com fé e esperança,
Iria rumo a Israel, terra de grande bonança.
No avião, na viagem, sonhos a se realizar,
Mas em São Paulo a notícia, fez o voo parar.


O Hamas havia atacado, a guerra estava ali,
Em Israel, terras santas, um conflito a explodir.
No grupo de dezessete pessoas, com fé e devoção,
Tava o ex-prefeito, o arcebispo e um repórter em ação 


Por pouco não desembarcaram, na guerra a enfrentar,
O destino deu um livramento, veio a os abençoar,
A notícia nos jornais, no rádio e nos blogs ecoou,
Vôo com Zé Ronaldo, Dom Zanoni e Bianchi pra casa voltou.


Feirenses ficaram tensos, com essa trama envolvente,
Mas no Cordel News, a história é contada diferente,
Zé Ronaldo, o agregador, com sua notória habilidade,
Poderia selar a paz, trazendo alívio à humanidade.


Nosso ex-prefeito, hábil político, sem igual,
Sabe dialogar com todos, não importa o ideal.
Em Feira uniu três oligarquias, e esquerdistas pra sua aba,
Então, por que não unir o Hamas e Israel na mesma praça?


Na Bahia, Zé Ronaldo é um nome de peso,
Capaz de agregar adversário, e garantir zelo
Colocaria frente a frente, com paciência e razão,
O primeiro-ministro israelense e o Hamas, sem confusão.


Com a proteção divina do arcebispo ao seu lado,
O radialista Jorge Bianchi narraria o feito animado,
Mas o destino, com sabedoria, o livrou dessa missão,
Em Feira, Zé tem muito a fazer, sem arriscar a sua ação.


Felizmente, o grupo voltou são e salvo pra casa,
Nossos votos são de paz, para que a guerra se desfaça.
Que em Israel e Palestina, o amor possa triunfar,
Sem bombas, sem tiros, sem sangue a derramar.


Que a paz reine no mundo, como um sonho a se alcançar,
E que Feira de Santana continue a prosperar.
Com Zé Ronaldo, Dom Zanoni, Bianchi e outros mais,
A cidade segue em frente com amor, mas também busca paz!


(Por: Ordachson Gonçalves)

Fonte: O Protagonista FSA

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