As ações norte-americanas perderam cerca de US$ 9 trilhões do valor em 2022
As ações nas Bolsas de Valores dos EUA tiveram o pior primeiro semestre em mais de 50 anos. O S&P 500 e o Dow Jones não registravam números tão ruins desde 1970. Nasdaq teve a maior baixa porcentual de todos os tempos
O índice, que reúne a carteira das 500 ações mais representativas nas bolsas de Nova Iorque e na Nasdaq, registrou uma queda acumulada de 20% nos primeiros seis meses de 2022. Todos os setores caíram no semestre, com exceção das ações de energia, que tiveram 30% de valorização. Os papéis de produtos de consumo foram os que mais recuaram, ao registrar um declínio de 32%.
O índice Nasdaq, concentrado em tecnologia, também despencou. Ao fechar o semestre, as perdas chegaram a 30% em 2022. Já o Dow Jones caiu 15% nos seis primeiros meses do ano.
As ações de Wall Street não registravam um início de ano tão ruim desde 1970, quando os papéis foram vendidos em massa, em reação a uma recessão que pôs fim ao mais longo período de expansão econômica da história norte-americana até aquele momento.
Motivos não faltaram para a derrubada das bolsas estadunidenses: aceleração da inflação nos EUA e aumento agressivo dos juros, guerra entre Rússia e Ucrânia e bloqueios contra a covid-19 na China.
A retração das ações norte-americanas eliminou mais de US$ 9 trilhões em valor de mercado desde o fim de 2021, segundo dados da agência de notícias Bloomberg.
Na conferência anual do Banco Central Europeu, realizada na quarta-feira 29, as autoridades ressaltaram que a era de baixas taxas de juros e de inflação moderada chegou ao fim após o choque inflacionário causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela pandemia de covid-19.
“Tudo foi muito puxado pela inflação”, disse Paul Leech, codiretor de ações mundiais do Barclays.
O presidente do Federal Reserve — o Banco Central dos EUA —, Jerome Powell, advertiu que, se os bancos não elevarem as taxas de juros o suficiente para um nível capaz de combater a inflação rapidamente, os Estados Unidos poderão enfrentar surtos graves e reiterados de altas dos preços, que as autoridades poderão ter dificuldades em controlar.
“O estado de espírito do mercado está dominado pela possibilidade de haver recessões nos EUA e na Europa”, disse Bastien Drut, estrategista na gestora CPR, com sede em Paris.
Informações Revista Oeste