Foto: Sajjad Hussain/AFP.
Em meio ao conflito em Israel, 61 deputados cobram que o Itamaraty e o governo Lula reconheçam o Hamas, responsável pelos primeiros bombardeios, como grupo terrorista. A iniciativa foi feita através de requerimento protocolado pelo bolsonarista Rodolfo Nogueira (PL-MS), destinada ao ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira.
Entre os signatários do projeto, a maioria pertence ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (42), enquanto o Podemos tem dois representantes. Os demais 17 são filiados a partidos da base do governo: PP (6), União Brasil (4), Republicanos (3), MDB (2) e PSD (2) que, juntos, lideram dez ministérios.
De acordo com os deputados, o pedido também atende uma solicitação do embaixador de Israel, Daniel Zonshine. Segundo a oposição, durante uma reunião nesta semana, o diplomata teria solicitado ajuda para que o Brasil reconheça o Hamas como organização terrorista.
Atualmente, o país confere esta classificação aos grupos Al Qaeda, Talibã e o Estado Islâmico, os mesmos considerados pela ONU. Em entrevista à Globonews, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação afirmou que o país, historicamente, segue a posição do conselho. Estados Unidos, Reino Unido e Japão são alguns dos territórios que vão na contramão e já reconhecem o Hamas como terrorista.
“Esse ataque é uma prova clara de que o Hamas é uma organização terrorista que não se importa com a vida de civis. A organização está disposta a usar a violência para atingir seus objetivos, um desses objetivos inclui a destruição do Estado de Israel. A adoção dessas medidas firmes e imediatas contra o Hamas é essencial para garantir a segurança do Estado de Israel e da região”, diz Rodolfo Nogueira em sua justificativa.
A reação da oposição ocorre após o governo ter emitido notas de repúdio aos ataques sem mencionar a atuação do Hamas. Nas redes sociais, Lula tem sido cobrado por uma postura menos diplomática.
O Globo